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WhatsApp Image 2022 01 07 at 21.03.15 2Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJA virada de ano veio acompanhada de uma má notícia para servidores, estudantes e pacientes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Com o fim de um convênio firmado com o Ministério da Saúde até 31 de dezembro passado, 850 profissionais contratados de forma temporária deixaram a unidade de saúde e 110 leitos foram desativados. Apenas 200 estão abertos, no momento.
“Mantivemos estes profissionais com o orçamento suplementar do Ministério da Saúde destinado à demanda Covid, que serviu para contratar pessoal e assegurar os leitos de referência abertos no Rio de Janeiro”, explicou, em nota, o diretor geral do HU, professor Marcos Freire.
De acordo com a mesma nota, os leitos agora fechados atendiam a diversas especialidades clínicas e cirúrgicas. Além disso, o hospital não conta mais com leitos exclusivos para pacientes infectados com o coronavírus. A unidade só atende pacientes que testem positivo e tenham prontuário ativo na unidade ou já estejam internados. Os espaços reformados para receber pacientes da pandemia estão sendo utilizados em outros atendimentos, exceto a área do CTI covid, que está desativada.
O diretor do hospital explica que a unidade sofre com um déficit significativo de pessoal, especialmente considerando sua capacidade ideal de funcionamento. “Para manter o atendimento e a qualidade de ensino, o ideal é que o hospital tenha 400 leitos. Mas, para isso, são necessários cerca de 1,9 mil profissionais — médicos, enfermeiros, outras especialidades e administrativos — além do efetivo atual, que é de 2,6 mil”, afirma Marcos Freire.
Para o coordenador do Complexo Hospitalar da UFRJ, Leôncio Feitosa, o fechamento dos leitos é “terrível para o sistema de saúde pública, para o SUS, para a universidade e para a sociedade”. Segundo ele, o hospital tentou renovar o convênio com o Ministério da Saúde, mas recebeu uma resposta negativa do governo federal. “Nosso desejo é que fosse renovado, mas, quando fizemos a solicitação, o momento era outro. Agora estamos vendo um recrudescimento da pandemia”, contou Leôncio, em referência ao avanço da variante ômicron no país.
A prefeitura do Rio pediu que o governo do Estado abra novas vagas para pacientes de covid-19 na sua rede de saúde. Leôncio afirma que o HU está pronto para abrir vagas, desde que haja um aporte de recursos na unidade. “A reitoria já apresentou ao governo federal, quando fez a proposta para a renovação do convênio, os valores necessários para a manutenção desse pessoal e dos leitos abertos”, contou.
Para Gerly Miceli, coordenadora do Sintufrj, não só o HU, mas todas as unidades de saúde que abriram novas vagas para atendimento de pacientes de covid-19, deveriam se empenhar para preservar estes leitos, de forma permanente. “Todos esses hospitais que tiveram um incremento de recursos para o enfrentamento da pandemia deveriam, via Complexo Hospitalar e reitoria, fazer uma forte campanha para que esses leitos fossem agregados aos da universidade para atendimento das especialidades”, defendeu a dirigente.
Gerly entende que seria uma nova oportunidade de unir a sociedade civil em defesa da UFRJ, como aconteceu em maio do ano passado, quando a reitoria denunciou o desmonte orçamentário da universidade. “Isso daria autoridade à UFRJ, junto à sociedade, para reivindicar concursos públicos, para servidores em RJU, dado que a universidade está oferecendo mais estes serviços”, explicou.
Diante da crise de recursos e de pessoal do Complexo Hospitalar da UFRJ, o Consuni aprovou, no fim do ano passado, a abertura de negociações com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 40 hospitais universitários por todo o país.

Painel Covid-19: mais de 2,5 mil atendidos

WhatsApp Image 2022 01 07 at 21.03.14ReproduçãoDesde que começou a receber pacientes com suspeita de contágio pela covid-19, no ano retrasado, o HU já atendeu 2.504 pessoas, das quais 1.656 foram internadas. Os dados são de um painel elaborado pela equipe de vigilância epidemiológica em conjunto com a equipe de Tecnologia da Informação (TI) do hospital, que informa em tempo real o número de casos, por sexo e faixa etária, atendidos e internados no hospital e os principais desfechos (altas, óbitos), além de indicadores hospitalares, como tempo médio da internação e taxa de mortalidade.
O painel surgiu a partir de um projeto que buscava utilizar ciência de dados para subsidiar a gestão na tomada de decisões. “Quando veio a pandemia, a programadora Ana Rangel desenvolveu um sistema de informação para o monitoramento dos casos de covid-19 que chamamos de VisualizaCOVID, e é integrado ao prontuário eletrônico do hospital”, contou Henrique de Castro Rodrigues, chefe do Serviço de Epidemiologia e Avaliação (SEAV) do hospital. “Nós adaptamos ao covid-19 para que, durante a pandemia, tanto a direção médica quanto a direção geral do hospital tivessem informação útil em tempo real para controle da situação e tomada de decisão”, explicou Henrique. “Graças ao painel, os gestores do hospital tinham em tempo real informação útil e atualizada. É o que esperávamos que o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica do SUS pudesse oferecer para a sociedade, caso houvesse investimentos para isso”, resumiu.
Para Henrique, a experiência foi fundamental, especialmente pela maneira como os dados dos pacientes foram automatizados dentro da unidade. A apresentação dos dados por meio do painel, para o especialista, é apenas a ponta visível de um complexo sistema integrado de dados. “A ferramenta principal é a integração dos dados dos pacientes dos sistemas do hospital com os dados do monitoramento dos casos realizado pela equipe de vigilância epidemiológica”, afirmou. “Algo que facilitou tanto a circulação interna de informação, quanto o envio de informações para outros órgãos do sistema público de saúde”, explicou Henrique. Ele ainda exaltou o trabalho da equipe de TI do hospital. “Foi um trabalho brilhante deles, feito com uma equipe com déficit importante de pessoal”.

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