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WhatsApp Image 2021 05 22 at 10.38.48A UFRJ não pode fechar e está unida contra os cortes no seu orçamento e o projeto de destruição do governo Bolsonaro. Esse foi o principal recado que o encontro virtual organizado pelo Formas, o fórum que reúne as cinco entidades representativas da universidade, deu à sociedade. Com o tema “Universidade pública: referência, conhecimento e prática da democracia”, o ato foi um dos eventos do dia de paralisação, na quarta-feira (19) e contou com a participação de dirigentes das organizações que fazem parte do fórum: AdUFRJ, Sintufrj, DCE Mário Prata, APG UFRJ e Attufrj.
Segmento em situação de maior vulnerabilidade, sobretudo desde o começo da pandemia, foi dos terceirizados a manifestação mais comovente do evento. A representante da Attufrj, Waldinéa Nascimento, lembrou que o fechamento da UFRJ impactaria imediatamente os terceirizados. “A UFRJ não pode fechar porque os mais prejudicados serão os trabalhadores terceirizados, que logo no início sofrerão com o desemprego”, disse.
Defendendo a união nas manifestações, Waldinéa explicou a importância da representação da sua entidade. “Nem todo terceirizado pode estar nas manifestações, mas nós da Attufrj tentamos mantê-los informados”, explicou. “Alguns não sabem bem o que está acontecendo, mas todos sabem o que está faltando no seu prato, na sua casa”. A dirigente não poupou críticas à atuação do governo durante a crise da pandemia, apontando sua responsabilidade na tragédia. “O povo trabalhador está sofrendo os efeitos do que o governo faz com as pessoas. A retirada de direitos, a falta de recursos para a Educação e Saúde”.
A política do governo para a Educação e no combate à pandemia foi chamada de “desmanche” pela presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller. “Não se trata sequer de um desmonte o que estamos enfrentando. Desmanche significa tentar desfazer para que as coisas não se reconstruam, e quando a gente desmonta alguma coisa, a gente pode remontar”, explicou. Tratando especificamente da Educação, Eleonora falou da gravidade da crise. “Estamos sob o perigo da irreversibilidade das nossas instituições, de uma construção de décadas da pesquisa científica no país, de produção de conhecimento, cultura e arte”, alertou. Mas o tom da representante dos docentes foi de chamada à luta. “O ato é muito importante, um grande ensaio geral para o que o país precisa viver. Esse dia 19 de maio é uma grande preparação para o desafio histórico que vamos enfrentar em 2021”, disse Eleonora, ressaltando a necessidade da união para o enfrentamento ao grave momento.
WhatsApp Image 2021 05 22 at 10.37.20Os desmontes na pesquisa foram denunciados pelo aluno de pós-graduação Jorge Marçal, da APG UFRJ. Jorge fez um breve retrospecto do cenário, lembrando as ações do governo que esvaziaram o financiamento da pesquisa no Brasil, situação que foi agravada durante a pandemia. “Desde o ano passado denunciamos que temos visto cada vez mais cortes, ao invés de uma lógica de maior financiamento para a Educação e para a Ciência, Tecnologia e Inovação”, ressaltou. Colega de Jorge na APG, a doutoranda Natália Trindade trouxe uma mensagem de esperança para o ato. “Tudo que esse governo quer é que a gente desista. Nós queremos o contrário. A partir da luta coletiva é possível fazer a diferença”, conclamou.
“A nossa indignação coletiva é necessária e deve ser constante, para nos mover na luta”, disse a técnica Damires França, que falou pelo Sintufrj. Damires analisou a conjuntura para expor como o projeto do governo Bolsonaro, conduzido pelo ministro da Economia Paulo Guedes, pretende destruir o Serviço Público. “Sabemos que o plano deste governo é fazer cortes nos orçamentos da Educação, Saúde e Segurança Pública, porque uma vez sucateados eles podem ser fechados ou privatizados”, observou a dirigente sindical, que lembrou das ocasiões em que Guedes sugeriu oferecer vouchers para a população. Damires também denunciou que a reforma administrativa não vai afetar o Judiciário, o Legislativo e os militares, o que ela tratou como uma covardia do governo.
O protesto de rua contra os cortes ocorrido no dia 14, no Largo de São Francisco, Centro do Rio, teve nos estudantes o seu principal motor. A coordenadora-geral do DCE Mário Prata, Natalia Borges, fez um breve balanço do ato e convocou o corpo social da universidade para outras manifestações presenciais. “Foi um ato grande, que mostrou a força do movimento estudantil e de movimentos sociais, não só da UFRJ. E que não acabou na sexta-feira”, avaliou a estudante.

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