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O país mergulhou na pior e mais assustadora crise sanitária de sua história. A irresponsabilidade do governo federal atingiu níveis inimagináveis. Sofrimento e luto em todos os estados, em todas as regiões. Há um responsável por tudo isso, e não tardará o dia em que será obrigado a responder por sua inépcia e incompetência. Ao mesmo tempo, persistindo em seu projeto autoritário, tenta intimidar os sindicatos e coloca mais uma vez na sua mira os professores das universidades públicas. E mais uma vez, em todo o país, nos levantamos uníssonos para defender a democracia e a liberdade de expressão. Não aceitaremos intimidações como a que ocorreu com a professora Erika Suruagy, então presidente da ADUERP, da Universidade Federal de Pernambuco. Eles terão que recuar, será uma derrota após a outra, a universidade não se calará.

Temos insistido que, apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, não podemos ceder ao desânimo e, menos ainda, acreditar que há uma solução individual para o horror que estamos vivendo. Precisamos enfrentar tudo isso juntos, recuperando a velha máxima de que unidos venceremos, e mesmo que nossas primeiras vitórias sejam magras, elas crescerão com a nossa persistência e organização.

Foi assim em relação à PEC 186, em que garantimos recuos importantes na votação do Senado e na Câmara. Ainda está longe do que precisamos, mas o governo não está conseguindo implantar as “reformas” que o mercado tanto exige.

Na próxima semana teremos mais um embate decisivo: o orçamento da união. E nele precisamos urgentemente reverter os cortes para a Educação e a Ciência. É vital para que possamos manter o andamento das pesquisas e a universidade em funcionamento. Tem dado resultado a pressão direta aos parlamentares. O Observatório do Conhecimento criou instrumentos para que possamos fazer isso e é muito importante que tenhamos uma resposta decisiva nesse momento (http://bit.ly/enxamepelaploa2021).

A semana foi também das mulheres, em todo o mundo elas compareceram com suas bandeiras e conquistas. E aqui não foi diferente. Apesar de todas as dificuldades, na carreata do dia 7 marcamos presença nas ruas. E, no dia 8, a AdUFRJ em parceria com a ADUNICAMP, ADFUABC, ADUFEPE, APUB e o Observatório do Conhecimento, participou de uma homenagem à luta das professoras, pesquisadoras, cientistas de todo o Brasil. Idealizada pela professora Christine Ruta, diretora da AdUFRJ, projetamos imagens que traduzem a luta das mulheres pela igualdade nos muros de Rio, São Paulo, Recife e Salvador.  Nas páginas 4 e 5, Chris explica a campanha.

Mas esse editorial estaria incompleto se não falássemos do principal lance da semana, que tem análise de Josué Medeiros na página 3. Citando o ex-presidente da Câmara, ninguém precisa gostar do Lula para entender a diferença entre ele e o atual presidente. Ou a mais insuspeita de todas, a senhora Miriam Leitão, que reconhece sensatez na fala de Lula ao desmascarar a responsabilidade de Bolsonaro sobre a pandemia no Brasil. Ou seja, entrou em campo o nosso melhor jogador. Nos primeiros cinco minutos de discurso, ele já tinha demonstrado ao mundo porque precisou ser preso para que Bolsonaro ganhasse a eleição. Além da fala clara e sensata, que apontou com precisão os pontos nevrálgicos para uma grande frente de salvação do país, ele colocou no centro do debate o berço de onde ele partiu: as lutas sindicais e a redemocratização do país. E o principal, desorganizou o jogo do adversário e impôs um novo patamar do debate nacional. Temos que aproveitar a porta entreaberta. Não temos salvadores da pátria, não temos messias. Ou entramos todos em campo ou não vamos virar o placar. E hoje não há mais dúvida que se trata de vida ou morte. Façamos a nossa parte.

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