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WhatsApp Image 2021 01 28 at 23.16.12ESCOLA DE BELAS ARTES adaptou parte dos conteúdos de aulas práticas para o ensino virtual - Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJA suspensão das aulas práticas na pandemia ainda desafia professores e estudantes de vários cursos. A adaptação do conteúdo para o meio remoto — e com qualidade — não é fácil para quem ensina e exige compreensão e empenho de quem aprende. Quando a tarefa se revela impossível, as unidades reformulam a grade e deslocam estas disciplinas para o futuro.
Mas não sabem até quando.
“O aluno precisa ter a vivência do laboratório”, resume a professora Mônica Ferreira Moreira, do Instituto de Química. A docente se desdobra para adaptar as aulas experimentais ao cotidiano de ensino virtual. Arcou com a compra de microfones de lapela, luzes especiais para gravar os vídeos, mas reconhece que, apesar de ser o melhor que ela e sua equipe podem fazer, há limitações. “Não temos um suporte técnico. Estamos buscando uma forma de não atrasar os estudantes e de proporcionar o conteúdo que eles teriam no curso regular presencial, mas não é a mesma coisa”, pondera.
Na Escola de Belas Artes, a maior parte das aulas práticas foi adaptada, mas há conteúdos em que o encaixe se torna impossível. “Gravura, por exemplo, precisa de prensa. Não dá para fazer remotamente”, afirma a diretora Madalena Grimaldi.
“Compensamos oferecendo disciplinas eletivas e de extensão que os estudantes precisariam cursar em algum momento. É uma forma de adiantar essa parte da grade”, afirma.
“Os estudantes aderiram maciçamente. Mais à frente precisaremos resolver as lacunas deixadas pelo ensino remoto, mas não temos intenção por enquanto de voltar às aulas práticas”.
Na Escola de Educação Física, outra unidade em que a formação prática é essencial, professores, estudantes e técnicos montaram uma comissão para avaliar os impactos da pandemia. E criaram o fórum “Fluxograma Formandos 2020.2”. A ideia é mapear quem está prestes a se formar e quais disciplinas precisam para a conclusão de seus cursos.
“Não estamos fazendo ensino a distância, que é uma modalidade de ensino específica e requer ferramentas próprias e capacitação. Não fomos capacitados. Estamos em trabalho e em ensino remotos porque somos impelidos a este formato para salvar vidas”, sublinha a diretora Katya Gualter. Para os calouros e estudantes de outros períodos, a ideia é adiar as disciplinas práticas e substituí-las por disciplinas teóricas que seriam cursadas depois. “Uma forma de compensar a grade e não atrasá-los”, explica a diretora.
“Em relação aos concluintes, queremos viabilizar que se formem”, revela Katya. Para eles, serão oferecidas, de forma remota, todas as disciplinas necessárias à formatura. “Eles já passaram por um processo de experimentação bastante intenso ao longo de todo o curso”, argumenta. “A gente não pode comprometer a qualidade, não pode comprometer a vida das pessoas e nem represar esses alunos”.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
O GT Pós-Pandemia da UFRJ está mapeando todos os laboratórios e salas destinadas a aulas práticas para calcular o risco de transmissão do vírus nestes espaços e a lotação máxima segura. Os dados dependem do preenchimento, por parte das unidades, de uma longa e detalhada planilha. Cada espaço será classificado com as cores vermelho (alto risco), amarelo (risco médio) e verde (baixo risco).
“A depender da característica do espaço, do curso oferecido, das dimensões, teremos essas classificações e a indicação dos EPIs necessários a cada um deles”, explica a professora Fátima Bruno, coordenadora do GT. “Isto é um planejamento necessário para que a universidade tenha todos os protocolos prontos quando houver condições sanitárias para este retorno”, defende.
A decana do CCMN, professora Cássia Turci, conta que este levantamento foi realizado pelas unidades de seu centro e as informações, enviadas ao GT para análise. Muitos dos cursos possuem disciplinas experimentais que correspondem a até 40% da carga horária total de aulas. “Estamos pensando em 2020.2. Sobretudo os institutos de Química, Física, Geociências e o Observatório do Valongo têm muitos alunos que precisam dessas disciplinas práticas”, diz.
A professora enfrenta outra preocupação. “Mesmo que a gente consiga articular as aulas experimentais, ainda faltarão os trabalhos de campo. Enquanto não estiver todo mundo vacinado, como a gente vai colocar 30, 40 estudantes em um ônibus para percorrer horas de viagem? E depois se deslocarem numa cidade?”, questiona.

FORMATURA
“Para os formandos, as aulas práticas já eram uma preocupação antes mesmo do PLE (Período Letivo Excepcional) começar”, relata Antônia Velloso, do DCE Mário Prata. Uma das soluções acordadas entre unidades e corpo discente foi a quebra de requisito para cursar disciplinas que dependem de matérias práticas. “Consideramos que esse é um caminho muito importante, mas certamente precisamos ter outros meios de solucionar o problema”, afirma
Outra frente de atuação é o GT Volta às Aulas, do qual o DCE faz parte. “A partir dos dados do covidímetro (ferramenta que mede a taxa de transmissão da covid-19 no estado, formulada pela UFRJ), a gente discute o que é viável ser realizado pela universidade”, conta a estudante. “No momento, infelizmente, a transmissão está muito alta, o que impossibilita qualquer atividade presencial de grupo”.

FUTURO
Diretora da AdUFRJ e integrante do GT Pós-Pandemia, a professora Christine Ruta acredita que há impactos para a formação que não podem ser medidos no momento. “Temos majoritariamente dois cenários: unidades que suspenderam as aulas práticas e unidades que as adaptaram muito bem para o meio remoto e isto acontece porque há uma diversidade muito grande entre os cursos, entre as unidades. E também porque falta muitas vezes suporte tecnológico”, opina. “Com certeza, há impactos para esses alunos e futuros profissionais, mas a universidade precisa se preparar para cenários de outras pandemias, que — tudo indica —iremos enfrentar, e mudanças climáticas. Então, será que o futuro não será esse de pensar estratégias para se adaptar aos novos desafios?”, questiona. “A UFRJ vem fazendo um trabalho cuidadoso e exemplar, apesar de tantas incertezas”.

SEM TESTES DE HABILIDADE ESPECÍFICA EM 2021

WhatsApp Image 2021 01 28 at 23.16.13Com exceção da Escola de Música, todas as unidades da UFRJ que tradicionalmente exigem o Teste de Habilidade Específica (THE) cancelaram os exames para os candidatos que pretendem ingressar em 2021. A medida decorre do agravamento da pandemia. A Música fará as provas de maneira remota. A decisão foi divulgada pela Pró-reitoria de Graduação no último dia 20.
De acordo com o comunicado, os candidatos aos cursos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Escola de Belas Artes e Escola de Educação Física e Desportos (Bacharelado em Dança) estão dispensados do teste.
Os detalhes podem ser encontrados na página da Escola de Música ou no site acessograduacao.ufrj.br


BIOSSEGURANÇA

A Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) realizou uma live sobre as possibilidades (e limites) para a retomada de atividades práticas, na terça-feira (27). Convidada especial, a coordenadora de Biossegurança do CCS, Bianca Ortiz tirou dúvidas, mas não prometeu milagres. “Nosso foco é a questão da preparação dos ambientes. Mas algumas atividades, por suas particularidades, não será possível retomar”, disse. “Será preciso avaliar caso a caso, curso a curso”. O bate-papo virtual teve como base o guia de Biossegurança lançado pela UFRJ em outubro passado. O documento (https://bit.ly/3clIjrt) enfatiza o tripé: higienização, ventilação e distanciamento físico. (Elisa Monteiro)

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