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WhatsApp Image 2021 01 15 at 10.43.27As condições meteorológicas e oceanográficas se tornarão mais acessíveis para os portos do estado do Rio de Janeiro em 2021. A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta), sob coordenação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e com o suporte da UFRJ. A parceria nasce da necessidade de aprimorar o monitoramento marítimo e de fortalecer a rotina de manutenção das boias meteo-oceanográficas, que são utilizadas pelo SiMCosta.
“Para atingir um outro padrão de certificação internacional dos portos do Rio de Janeiro, a CDRJ sugeriu fazer esse acordo técnico-científico. A FURG tem a propriedade física de todas as boias, coordena o SiMCosta a nível nacional, e dá todo o apoio logístico. A UFRJ faz a parte operacional de manutenção aqui no Rio. E Docas dará o apoio náutico”, explica o professor Mauro Cirano, do Departamento de Meteorologia da UFRJ. Os dados adquiridos pelos equipamentos são transmitidos via celular ou satélite para o servidor da FURG, e logo são disponibilizados gratuitamente e em tempo real no portal do SiMCosta (http://www.simcosta.furg.br/home).
Coordenador do SiMCosta no Rio de Janeiro, Mauro destaca que a parceria traz ganhos para ambas as partes. “A CDRJ vai prover as embarcações de apoio que a gente precisa para a manutenção estrutural dos fundeios. Em contrapartida, as universidades vão divulgar os dados”, conta. Os dados meteo-oceanográficos próximos da Baía de Guanabara serão importantes para a implementação do sistema de calado dinâmico no Porto do Rio de Janeiro.
A nova parceria promete contribuir muito com o cotidiano operacional dos serviços portuários. “Antes de qualquer operação para embarcar em um navio, a praticagem utiliza esses dados para saber em tempo real quais as condições de onda, vento e corrente”, exemplifica Mauro. “A outra função é para melhorar o que chamamos de calado dinâmico. Com base nessas medições, conseguimos otimizar a máxima profundidade permitida para os canais de acesso, fazendo com que navios de maior calado possam entrar no porto”, completa.
WhatsApp Image 2021 01 15 at 10.43.27 1FERNANDO BARBERINI, doutorando da Coppe-UFRJ, participa da equipe de manutenção das boias no litoral do Rio - Fotos: DivulgaçãoFernando Barberini, doutorando do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe-UFRJ, contribui com a operacionalização das boias no Rio. “Quando não há nenhuma emergência, a gente faz uma manutenção mensal. Mas dependemos sempre das condições do tempo e do mar”, aponta o pesquisador. A periodicidade mensal é adotada para que os sensores possam sempre realizar medições de qualidade. Além de consolidar essa revisão mensal dos equipamentos, o acordo com a CDRJ inclui a compra de mais uma boia, que fornecerá novos dados para o sistema.

LEGADO OLÍMPICO
O monitoramento na costa do Rio de Janeiro começou em 2015. “Essas boias são um legado dos Jogos Olímpicos de 2016, adquiridas com recursos do Fundo Clima”, lembra Mauro. As manutenções, realizadas pela equipe técnica do SiMCosta-RJ desde o lançamento das boias, se caracterizam pelo desligamento e retirada dos sensores oceanográficos para a manutenção em terra. Já a inspeção é qualquer tipo de atividade realizada no local do fundeio, desde a limpeza dos sensores até o reparo de algum equipamento. Durante esse procedimento, todos os sensores permanecem ligados.
Inicialmente posicionadas na Baía de Guanabara, as duas boias do Rio de Janeiro foram então identificadas como RJ-1 e RJ-2. Com a transferência de uma para perto do Forte de Copacabana, e da outra para as cercanias da Ilha de Cotunduba, passaram a ser chamadas de RJ-3 e RJ-4, respectivamente. Além delas, o estado do Rio também conta com um marégrafo, equipamento que faz o monitoramento do nível do mar, instalado pelo SiMCosta na Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha (DHN), em Niterói.
Segundo Mauro, os dados fornecidos podem beneficiar a população em geral, com diferentes aplicações. “Depois que a ciclovia Tim Maia fechou, em razão do acidente, a prefeitura fez todo um estudo para utilizar as boias como um sistema de alerta para abertura e fechamento da ciclovia”, aponta. “Indiretamente, esses dados são utilizados por diversas pessoas. Isso inclui aquelas que os utilizam para a prática de esportes náuticos, como stand-up paddle, surf e iatismo”, comenta o professor.
Além desta nova parceria, o SiMCosta-RJ já vem sendo apoiado por três importantes parceiros locais associados aos terminais portuários do Rio de Janeiro: Multi-Rio Operações Portuárias S/A; Libra Terminal Rio S/A; e Triunfo Logística Ltda, o que vem permitindo a manutenção destas boias desde 2017. O projeto está sendo implementado em fases no país, por meio de recursos que são oriundos do Fundo Clima/Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Em sua primeira fase, a iniciativa buscou atender à região Sul-Sudeste (nos estados do RS, SC, PR, SP e RJ). Em sua segunda fase, o SiMCosta pretende expandir para os demais estados brasileiros, localizados na zona costeira.

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