facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

WhatsApp Image 2020 11 14 at 00.58.272MARCELO KISCHINHEVSKY Professor e coordenador do NRTVEm seu primeiro ano de funcionamento, a Rádio UFRJ foi reconhecida no I Prêmio Rubra de Rádio Universitário por sua cobertura jornalística da pandemia. O anúncio foi feito no dia 2/11, após a análise de 31 trabalhos de todo o país. O programa Especial Coronavírus, uma série de reportagens, foi vencedor na categoria Reportagem Especial e obteve o terceiro lugar na categoria Podcast. “Em cinco categorias, ganhamos dois prêmios. Estamos muito felizes pelo reconhecimento do trabalho da Rádio UFRJ no enfrentamento à desinformação sobre o coronavírus. A universidade foi protagonista no enfrentamento da pandemia, e a gente fez questão de participar desse movimento”, diz o professor e coordenador do Núcleo de Rádio e TV (NRTV) da UFRJ, Marcelo Kischinhevsky.
Em março, com a mudança de protocolos ocasionada pela chegada da pandemia no Brasil, os planos para a Rádio UFRJ tiveram que mudar. “Fizemos uma reunião da equipe de produção e decidimos que, apesar de todas as dificuldades de infraestrutura, produziríamos conteúdos sobre a pandemia durante esse período de isolamento”, lembra Kischinhevsky.  “A coisa foi se estendendo e a gente acabou produzindo um material vasto, mais de 100 reportagens sobre a pandemia desde março. Saímos de quatro usuários únicos no site para mais de 4 mil”, explica o professor. No mês passado, o podcast Informação & Conhecimento atingiu mais de 50 mil downloads. Todo o conteúdo está disponível no site e no agregador Spreaker, de onde é distribuído para diversas plataformas (Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts, entre outras). Integram a equipe vencedora dois estudantes da Escola de Comunicação, bolsistas da rádio, Pedro Dobal e Eliandra Bussinger, e os colaboradores Liana Monteiro, Anelize Kosinski e Patrícia da Veiga.

TRABALHO COLABORATIVO
A Rádio UFRJ desenvolveu métodos para gravar em casa sem os equipamentos apropriados, como gravador digital, microfones e mesa de som. “Criamos uma série de protocolos via grupo de WhatsApp, de compartilhamento de material via Drive e de gravação e edição de material dentro de parâmetros iguais para todo mundo”, conta Kischinhevsky. Segundo ele, a rádio ficou mais colaborativa do que nunca devido aos imprevistos. “Foi muito desafiador fazer o trabalho, tipo gravar dentro do armário ou com o colchão na parede para não reverberar o áudio”, lembra. Outro desafio foi a busca por pautas diferenciadas. “A ideia foi de fazer essa cobertura especial sem buscar as informações que circulavam na grande imprensa, buscando pautas exclusivas, atuando como uma mídia universitária deve atuar”, explica Kischinhevsky.
Além do  podcast Informação & Conhecimento, outras 25 iniciativas foram aprovadas no edital de produção lançado este ano pelo NRTV e incluídas na programação da Rádio UFRJ. Uma delas é o programa AdUFRJ no Rádio, que estreou no dia 16 de outubro e vai ao ar todas as sextas-feiras, às 10h, com reprise às 15h, pelo site radio.ufrj.br. A atração é dividida em dois blocos. O primeiro discute as principais notícias da semana, sobretudo temas ligados à Educação, Ciência, Arte e Política. O segundo bloco é o “Café com Ciência e Arte”, um papo descontraído com um professor convidado para falar sobre a sua rotina de trabalho. Para o coordenador da Rádio UFRJ, a AdUFRJ é uma grande parceira. “É um ator muito relevante dentro da universidade e tem uma preocupação muito grande com a comunicação. Ter a AdUFRJ na grade de programação é um privilégio. A gente espera que esteja sempre nas chamadas públicas, renovando e fazendo um programa cada vez melhor”, destaca Kischinhevsky.
Sobre a chamada pública para participação na rádio, o professor acredita ser um esforço na direção da democratização da comunicação. “A rádio não pode ser feita por uma, duas, três pessoas. Tem que ser feita pelo coletivo, senão não é a Rádio da UFRJ”, afirma. As chamadas vão ser abertas anualmente, mas isso não quer dizer que quem entrou na primeira está automaticamente renovado. “As pessoas podem renovar ou não. A ideia é ter uma chamada até março para a temporada de 2021. Vamos lançar essa convocação para atores internos e externos à universidade”, explica.
Atualmente, no Brasil, existem 108 rádios universitárias mapeadas entre públicas, privadas, confessionais e comunitárias. A maioria é de universidades públicas federais e estão em FM. “Essas rádios são fundamentais para a própria democracia. É um integrante do campo público, mesmo que a universidade seja privada e que seja confessional. No caso de AM e FM, elas estão operando num espectro de radiofrequência, então têm de prestar um serviço público e ter finalidades educativas e culturais”, diz Kischinhevsky. “A mídia universitária, como um todo, tem o papel e o dever de ajudar a diversificar as fontes de informação da população”, opina. Segundo ele, em alguns lugares, a rádio universitária é a única fonte de informação. “Porque só tem mídia comercial e às vezes nem sequer produção de conteúdo local tem”, explica. No Rio de Janeiro, Kischinhevsky espera que a Rádio UFRJ desempenhe esse papel quando estiver funcionando em FM, daqui a um ano. “Principalmente porque a única rádio universitária no Rio de Janeiro registrada está sob o comando de uma igreja evangélica, foi arrendada”, justifica.
Já premiada em seu primeiro ano de vida, a Rádio UFRJ vem ampliando seus horizontes. Uma das iniciativas mais recentes é o projeto Democracia Digital, que reúne a agência de checagem Lupa, o Instituto de Tecnologia & Equidade e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, com apoio do WhatsApp e dos tribunais regionais eleitorais de todo o país. “Nós e mais dez rádios universitários do Brasil estamos fazendo essa parceria para combater a desinformação nas eleições municipais”, explica Kischinhevsky. As informações checadas são distribuídas gratuitamente com apoio do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, o IDP. “A gente recebe o material da Lupa e faz a versão radiofônica dessas checagens, para circular e ter um alcance com outro público via áudio”, conta o professor.

Topo