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uma luz no fim do tunel

 

Diretoria

 

Estamos submetidos a meses de pandemia e a sequências infindáveis de péssimas notícias vindas principalmente do governo federal. No entanto, o fechamento desta edição vem cercada de algum otimismo. Dos Andes nos chegam boas novas, com a eleição da Bolívia e o plebiscito no Chile. As peças do tabuleiro se mexeram? Com certeza, sim. A jogada mais importante, capaz de deslocar a rainha e pôr o rei em xeque, poderá vir nos próximos dias com a eleição presidencial nos EUA. O levante democrático naquele país tem promovido mudanças históricas, trazendo para a cena política atores centenários na vida cultural e científica do país que jamais haviam se posicionado numa eleição. É a nossa chance, o planeta precisa respirar.

No cenário nacional, o episódio do decreto-relâmpago de privatização do SUS nos deixa numa situação bastante ambivalente: a ampla, imediata e irrestrita rejeição nacional ao decreto fez com que ele fosse retirado pelo governo em tempo recorde, e isso é motivo para comemorarmos. Entretanto, apenas o fato de ele ter sido cogitado e transformado em decreto nos indica de forma inequívoca o alcance do plano privatista-destrutivo que circula no Palácio do Planalto: eles decerto voltarão com outra maldade. A ideia é mesmo acabar com toda e qualquer rede de proteção às pessoas, deixá-las ao sabor dos interesses mais mesquinhos e impor a lógica do lucro a todas as esferas da vida pública.

No âmbito da vida universitária, dois destaques importantes na semana do dia 28 de outubro: a mobilização contra a reforma administrativa começa a ganhar corpo e forma entre as entidades representativas dos servidores públicos e o Observatório do Conhecimento lança a campanha “EDUCAÇÃO TEM VALOR: contra os cortes no orçamento das universidades”. Em relação à reforma administrativa, teremos um caminho mais longo e uma batalha para o ano que vem, pois não há como ela ser decidida em pleno período eleitoral e às vésperas do recesso. É uma corrida de resistência, não adianta queimar na largada. Já a PLOA, proposta orçamentária para 2021, é da maior urgência, e se não for substancialmente alterada, também terá efeito devastador na educação, e em especial nas universidades. Em ambos os casos a briga não está definida. É urgente que nos lancemos em grandes campanhas, mas é urgente também que nos mobilizemos em todas as esferas, seja nos debates institucionais, seja no zap da família. Precisamos explicar incansavelmente que o que está em jogo é algo muito maior e mais profundo do que a proteção de nossos empregos.

E nesse cenário, a eleição do Andes, nosso sindicato nacional, ganha uma importância ainda maior. Vamos eleger uma nova direção nacional para o próximo biênio, período decisivo para que possamos retomar as rédeas de nosso destino nacional. Podemos ser muito mais fortes do que temos sido. Pela segunda vez, após muitos anos de chapa única, a eleição está sacudida pela disputa entre duas chapas. Como anunciamos durante toda a nossa campanha eleitoral, estamos nos mobilizando para fazer com que o Andes volte ao centro dos grandes debates nacionais. Na última década, a entidade teve um comportamento de avestruz, não conseguiu entender nem enxergar a dimensão das mudanças que estavam em curso nas universidades brasileiras, e acabou por se refugiar num gueto sustentado por uma militância aguerrida, mas sem ampla representação entre os docentes. Um emaranhado de processos burocratizados engessou e restringiu sua atuação, afastou a entidade da vida real de todos nós, cujo maior exemplo é a sua recusa sistemática em discutir e apresentar uma pauta consistente que proteja os professores diante da implantação de um ensino remoto emergencial. Ao contrário, optaram por propagar uma recusa total a qualquer experiência em EaD, o que nos levará a derrotas ainda mais fragorosas. São vergonhosas e abomináveis as formas de superexploração de instituições de ensino privadas, que vendem uma pseudoformação à custa do trabalho mal remunerado e desprotegido dos professores, mas há ensino a distância realizado com qualidade pelas universidades públicas brasileiras, assim como diversas experiências internacionais. Esse é um grande desafio para o nosso tempo. Como proteger a nossa profissão desses ataques? Como regulamentar e garantir que a realização do período remoto emergencial, que existe apenas e simplesmente para responder à urgência da pandemia, não seja um caminho para precarizar nosso trabalho? A solução não vai cair do céu, e entrar nesse debate apenas com declarações de princípios de nada adiantará.

Por tudo isso, e muito mais que não coube neste pequeno espaço, é que convocamos a todos os docentes a participarem dessas eleições. Leiam os programas,
vejam as inúmeras lives com debates entre as chapas e, entre os dias 3 e 6 de novembro, aventurem-se a descobrir o que é uma eleição telepresencial!
MUDANÇA NOS VENTOS

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