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ufmg 262UFMG começa 2020.2 este anoA definição de calendário acadêmico em outras grandes universidades federais ocorre de forma bastante diversa. Algumas adotaram períodos excepcionais em meio virtual; outras optaram por já retomar 2020.1 no novo formato. A obrigatoriedade da inserção de professores e alunos depende do caráter regular do período escolhido. Há docentes com recessos já estabelecidos ou sem qualquer previsão. E, enquanto a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já projeta o ensino de graduação de 2020.2, com início ainda este ano, existem instituições onde sequer se sabe o que vai acontecer a partir de dezembro.
Obrigados a participar do semestre remoto que corresponde a 2020.1, os professores da UFMG voltaram às aulas em 3 de agosto. Conforme determinação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da universidade, o período está previsto para terminar em 7 de novembro, seguido de um curto intervalo de recesso até 29 de novembro. O segundo período de 2020 começa no dia seguinte.
Presidente do Sindicato dos Professores de universidades federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh), Stella Goulart afirma que a UFMG mantém um diálogo insuficiente com as entidades. “É um processo que está sendo conduzido pelos órgãos colegiados da UFMG de forma muito centralizada”, explica. Na última assembleia da Apubh, foi proposto o encaminhamento de um ofício para a reitoria, informa Stella. “Reivindicando que o próximo semestre tenha início com um grande congresso universitário, onde a gente possa avaliar a situação”, explica.
A UFMG já apresentou um planejamento para a volta às aulas presenciais, exclusiva para atividades que não se adaptam ao modo remoto. “Nosso posicionamento é que isso é um absurdo completo, porque não temos vacina”, afirma a professora. “É um negócio insólito e que vai abrir muitas querelas do ponto de vista jurídico, é insustentável”, opina.

IMG 20201010 WA0017POUCA DISCUSSÃO NA UFBA
Assim como a UFRJ, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) optou por um período suplementar, com atividades online de 8 de setembro até 18 de dezembro. O semestre 2020.1 foi suspenso e será reavaliado pelos conselhos superiores ao final do ano, para que se decida sobre a retomada presencial em janeiro ou fevereiro, conforme informou a assessoria. A resolução do Conselho Universitário prevê que a participação no Semestre Letivo Suplementar seja facultativa para os docentes e alunos.
Para a diretora do sindicato local dos docentes (APUB), Raquel Nery, houve pouco tempo de discussão do calendário para que os professores, estudantes e técnicos administrativos compreendessem o que iria acontecer. “Isso acabou gerando uma série de dificuldades. Em primeiro lugar, de caráter pedagógico mesmo, estamos falando daquilo que o professor faz na sua relação com o estudante”, afirma.
A APUB solicitou à reitoria uma audiência sobre a sequência do calendário.  “A gente está aguardando a resposta. Essa discussão sobre o que serão os próximos semestres na vida da universidade deve ser uma discussão da qual toda a comunidade deve participar”, defende Raquel. “Precisamos fazer um pacto sobre isso. Nós, professores das universidades federais, não estamos dispostos a sacrificar a qualidade do nosso trabalho, mas por outro lado a manutenção do modelo de trabalho não pode significar o sacrifício das nossas vidas e daquilo que fazemos”, diz.
Mesmo com o respaldo de uma sentença judicial que permite a remarcação das férias dos professores — proibida por uma instrução normativa do governo Bolsonaro — Raquel acredita que será uma questão “difícil de equacionar”. “A gente vinha de um período muito longo para reorganizar o calendário por causa da greve de 2015. Este último janeiro foi o primeiro janeiro depois de muito tempo em que a gente teve férias”, disse.

SEM SEQUÊNCIA
DEFINIDA NA UFRGS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolve o semestre 2020.1 na modalidade Ensino Remoto Emergencial, com aulas entre 19 de agosto e 2 de dezembro, informou a assessoria. Ainda não há definição sobre os próximos períodos letivos. Nem sobre os recessos.
Lúcio Vieira, presidente da Adufrgs, diz que houve um acordo geral dentro da instituição sobre a presença nas aulas remotas, conta o professor. “A universidade retornou e, como ela retornou, deixa de ser facultativo. O que mudou é que a aula não é presencial e, portanto, isso faz parte da nossa atividade”, afirma Lúcio.
O presidente da associação docente lembra que o processo de aprovação do calendário ocorreu de forma cautelosa. “A reitoria, à época, com o professor Rui Oppermann que foi reeleito e não foi nomeado (a UFRGS sofreu intervenção do governo Bolsonaro), teve muito cuidado”, diz. “Foi aprovado com o debate necessário, mas com tranquilidade”.

AMBIENTAÇÃO NA UNB
Na Universidade de Brasília (UnB), as atividades de 2020.1 foram retomadas de modo não presencial em 17 de agosto e seguirão até 18 de dezembro, conforme resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A resolução previu um período de ambientação de três semanas, nas quais professores, estudantes e técnicos tiveram a oportunidade de se adaptar ao novo formato, informou a assessoria. O calendário do 2020.2 ainda não foi discutido pelo Conselho e não há previsão de retomada de atividades presenciais. “A decisão, quando houver, vai considerar o cenário da pandemia no DF e no Brasil. No momento, a prioridade é manter o isolamento social e, assim, salvar vidas”, informa a Administração Superior da UNB. Os docentes da instituição cumprem a carga horária mínima de aula, em consonância com a legislação vigente e as normativas internas da Universidade.
O presidente da Adunb, Jacques de Novion, afirma que a discussão do calendário acadêmico ocorreu de forma “extremamente acelerada”.  Uma das questões que preocupam são as férias. “Temos vários casos de professores da UnB que tentaram modificar as férias para outros períodos e não tiveram a oportunidade de remarcar”. A indefinição quanto à continuidade do calendário também não ajuda nas discussões internas. “Existe um burburinho que em janeiro não haverá atividades na UnB, mas não foi confirmado”.

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