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08WEB menor1142Fotos: Fernando SouzaUm sistema desenvolvido pela UFRJ utiliza inteligência artificial, de forma inédita, para monitorar as queimadas no Brasil. A vantagem do “Alarmes”, como foi denominado, é permitir conhecer o tamanho das áreas atingidas por fogo nos últimos 60 dias, pela análise das imagens de satélite. Em geral, os modelos existentes captam os focos de calor. Ou seja, visualizam apenas onde está queimando, e não quanto já foi devastado.
“Essa é a inovação do nosso produto. Criamos um sistema de alerta que traz a informação de quanto está queimando nos últimos dias”, conta a professora e pesquisadora Renata Libonati, do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) do Instituto de Geociências. “É um marco importante para a UFRJ, porque mostramos como a universidade serve às demandas da sociedade”, diz a professora.
O “Alarmes” também ajuda a entender o que está acontecendo de forma mais ágil, uma necessidade nos tempos atuais. “O clima está mudando muito rápido e isso faz com que haja cada vez mais risco de fogo”, afirma.”Quanto mais conhecemos e monitoramos o sistema climático ou as queimadas, temos mais dados e mais informação para tomar decisões, de forma que consigamos nos adaptar e mitigar os efeitos futuros do aquecimento global”, observa.
O sistema monitora os biomas do cerrado e do Pantanal. E, este ano, a proliferação de queimadas no Pantanal está muito acima da média histórica, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até o momento, foram identificados 1.684 focos de calor na região, número quase sete vezes maior do que a média registrada nos meses de julho de 2009 a 2019. Por meio de nota técnica, o Lasa estimou que a área queimada dos últimos dois meses na região é de aproximadamente 730 mil hectares, o que corresponde a 17% da área do estado do Rio de Janeiro ou quase toda a região metropolitana, que engloba 20 municípios.
“Se não tivesse sido contabilizado por esta metodologia, muito provavelmente teríamos que esperar mais algumas semanas até se ter uma ideia mais precisa de quanto se perdeu”, diz Ricardo Trigo, professor da Universidade de Lisboa, parceira da UFRJ no projeto.
Ricardo, docente convidado do Departamento de Meteorologia, reforça a importância da agilidade do sistema, que faz a detecção da área queimada em 24 horas. “Consegue se perceber muito melhor como é que a atual época de incêndios decorre: o que está ardendo, onde e por quanto tempo”.
Fora do país, o “Alarmes” já está ativo na Península Ibérica, parte da África e em uma grande parte da Austrália. “Essa é a grande novidade. Podermos ter uma base de dados para grandes regiões. Agora, no bioma do cerrado e também na zona do Pantanal no Brasil”, reflete.

AMAZÔNIA
08aWEB menor1142O bioma do estado do Rio deve entrar em breve no “radar” dos pesquisadores. Um desafio maior é a Amazônia. O tipo de fogo da região ocorre por baixo das copas densas das árvores mais altas. “O satélite não consegue, muitas vezes, observar a alteração da vegetação e do acúmulo do carvão e cinza nas superfícies”, explica Renata. Um aluno de doutorado da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) trabalha esta parte do projeto em parceria com a UFRJ. “A questão da Amazônia está em desenvolvimento, mas não temos como prever quando isso será feito”, explica Renata.

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