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07WEB menor1142 RECONSTRUÇÃO DO HOPLOPARIA ECHINATA, ilustrado por Maurílio Oliveira, Paleoartista do Museu Nacional UFRJCientistas do Museu Nacional e de outras instituições fizeram uma descoberta que ajuda a desvendar um capítulo muito antigo da história da Terra. No dia 13, os pesquisadores apresentaram o fóssil de uma nova espécie de lagostim que viveu na Antártica há cerca de 75 milhões de anos.
O diretor do Museu, professor Alexander Kellner, ressaltou o valor do achado. “Isso contribui para entendermos melhor a evolução da vida e a sua diversidade num dos cantos mais inóspitos do nosso planeta”, disse. “A Antártica não era um deserto gelado como é hoje. Na verdade, havia plantas, árvores, animais como dinossauros e pterossauros, e as suas águas eram relativamente rasas”.
O fóssil de lagostim foi encontrado na Ilha James Ross, em 2016, A demora de quatro anos até a recente divulgação se justifica pelo rigoroso trabalho de descrição, que o diferenciou das outras 66 espécies já conhecidas. Esta foi a primeira encontrada e descrita por uma equipe brasileira na Antártica.

ESPINHOSO
Nomeado Hoploparia echinata, do latim echinatus, que significa espinhoso, o lagostim tem a ornamentação espinhosa como um diferencial. “A principal característica que os destaca dos outros Hoploparia conhecidos é essa espinulação presente nas patas e na estrutura bucal”, disse Allysson Pinheiro, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, vinculado à Universidade Regional do Cariri (URCA).
Convidados pelo Museu Nacional da UFRJ a contribuir com os estudos, os pesquisadores da URCA utilizaram luz ultravioleta para analisar o fóssil do crustáceo e identificá-lo como uma nova espécie. “Cada espécie nova recompõe um pouco do que era aquele ambiente, e de como era o planeta naquele momento”, apontou Allyson.
Segundo ele, os lagostins são típicos de águas com uma temperatura intermediária. “Foi corroborado pelo lagostim que a Antártica, há cerca de 75 milhões de anos, não era o que a gente conhece hoje”, destacou. “Esse continente mudou sua posição relativa no planeta, era bem mais quente e abrigava grupos típicos dessas regiões mais quentes”.
07aWEB menor1142 MAPA MOSTRA a Península Antártica e a ilha James Ross, onde o fóssil foi encontrado - Imagem: Divulgação/Museu NacionalA descoberta foi fruto de uma expedição do projeto Paleontar, coordenado por Kellner. A iniciativa, financiada pelo CNPq e que conta com o apoio da Marinha, coleta dados geológicos e palentológicos da região desde 2005.
Nos últimos anos, os cientistas decidiram expandir os estudos para conhecer melhor o conjunto da biota da Antártica. “A gente fez um projeto mais amplo, abrangendo todas as ilhas que estão ali na Península Antártica. Ou seja, qualquer lugar que a Marinha consiga nos levar para buscar fósseis, nós vamos”, afirmou Kellner.
“Encontramos uma metade do nódulo onde estava o fóssil. A outra tinha que estar em algum local. Procuramos perto e não achamos. Por acaso, quando estávamos voltando para o acampamento, encontramos a segunda metade, a cerca de quinze metros da primeira”, contou. “Fico brincando que também precisamos de sorte para fazer achados na paleontologia”, completou.

MUSEU NACIONAL RECEBE DOAÇÃO DE R$ 20 MILHÕES DA ALERJ

Em cerimônia realizada na quarta-feira, 19, em frente ao Museu Nacional, a UFRJ recebeu um cheque simbólico de R$ 20 milhões da Assembleia Legislativa do Rio. A verba será utilizada na recuperação da fachada e do telhado do prédio, que pegou fogo em setembro de 2018. Presidente da Alerj, o deputado André Ceciliano (PT) explicou que os recursos têm origem na economia de orçamento com contratos e serviços. Em agradecimento pela doação, o deputado recebeu um pedaço de madeira da construção original.07cWEB menor1142Foto: André Luiz Mello

 

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