facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

06WEB menor1142MILTON RIBEIRO: “Foi um pouquinho tarde" - Foto: NAIARA DEMARCO/MECDemorou cinco meses até o Ministério da Educação apresentar um projeto para facilitar o acesso ao ensino remoto de alunos de universidades e institutos federais. O plano foi apresentado em entrevista coletiva do ministro Milton Ribeiro no último dia 17. Ainda sem data para começar, a etapa inicial do programa pretende levar internet móvel para 400 mil estudantes.
Segundo o MEC, 90% dos alunos das instituições federais já têm acesso à internet. A intenção é atender aos 900 mil alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com renda inferior a um salário mínimo e meio – nos primeiros seis meses, o MEC vai conceder o benefício apenas para quem tem renda familiar mensal de até meio salário mínimo.
A UFRJ não esperou o MEC e desde segunda-feira, 17, está distribuindo chips para os alunos. “Se fôssemos esperar o MEC, teríamos tido um enorme atraso no começo do período excepcional”, contou o vice-reitor, Carlos Frederico Leão Rocha. “Dada a nossa experiência, imagino que nós só poderíamos começar a distribuir os chips do MEC em outubro”. O vice-reitor ainda apontou duas outras discrepâncias que tornam o plano do ministério menos abrangente que o da UFRJ. “Nosso edital básico envolve alunos com renda familiar de até um salário mínimo e meio, e o do MEC é só até meio salário mínimo”, explicou. O outro ponto é a franquia de dados. A universidade oferece 50 GB, 10 GB a mais do que o plano do governo.
O programa do Ministério da Educação conta com um orçamento de R$ 24 milhões. Alunos que já têm um plano de dados receberão um aumento de 10 a 40 Gb na sua franquia de consumo. Quem não tem acesso à internet vai receber um chip pré-pago com até 40 GB. A previsão é que o programa dure até o fim do ano. O programa também vai beneficiar estudantes do ensino básico de institutos federais e do Colégio Pedro II.
Segundo o MEC, 25 universidades federais já aderiram às aulas remotas, e 72 mil estudantes destas instituições vão poder receber o benefício. Mesmo estando nesse grupo, a UFRJ não será beneficiada pelo programa. “No ministério, não falaram sobre ressarcimento à universidade”, explicou Carlos Frederico. “Estamos utilizando recursos da assistência estudantil para parte do nosso edital. Os recursos que utilizamos do orçamento foram para os chips do pessoal que não se enquadraria no edital do MEC, como alunos de pós-graduação ou com renda familiar de até um salário e meio”, detalhou.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, reconheceu a demora do MEC, e atribuiu a lentidão à “burocracia interna” da pasta. “Foi um pouquinho tarde para tomarmos essa iniciativa, mas o percurso administrativo que as coisas públicas possuem nos torna um pouco mais lentos”, afirmou.  “E isso naturalmente foi uma das causas pelas quais a gente demorou um pouco mais do que aparentemente seria razoável”,
Ribeiro assumiu o MEC efetivamente esta semana, já que foi diagnosticado com Covid-19 assim que foi nomeado ministro. Seu antecessor, Abraham Weintraub, dedicou as primeiras semanas da pandemia a atacar as universidades que não estavam oferecendo aulas remotas, sem jamais apresentar um plano para a inclusão de alunos sem internet.

Topo