facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

05WEB menor1142INTERNATO Universidade fornece equipamentos de proteção individual para aulas práticas - Foto: Fernanda LeãoAlto número de inscritos, boa participação dos alunos nas atividades e surgimento de experiências que poderão ser aproveitadas no futuro pós-pandemia. A avaliação de professores e estudantes da Faculdade de Medicina, que iniciou o Período Letivo Excepcional em 13 de julho, pode deixar otimistas os demais cursos da universidade.
“Estamos tentando usar o PLE a favor da graduação”, afirmou a professora Marcia Garnica, coordenadora da disciplina Medicina Interna 3. “A ideia é tentar melhorar coisas que no ensino presencial não dava para fazer por limitação de salas, horários ou disponibilidade das pessoas”, relatou. Um exemplo foi a realização de um painel sobre a Covid-19 com mais de 20 profissionais que atuam no combate à pandemia. “Ficamos online durante toda a manhã com mais de 160 alunos, e com muita interação deles. Algo assim seria muito difícil no ensino presencial”.
“É claro que existem várias limitações, mas, neste momento, não temos opção. Estamos tentando fazer o melhor possível”, observou Marcia. “Se a experiência der certo, podemos usar algumas das ferramentas que estamos testando agora para trazer mais possibilidades para as aulas presenciais”.
Marcia dá aulas para o sétimo período da Medicina, e contou que todos os 120 alunos aderiram ao PLE. “Montamos um organograma da semana para ter aulas síncronas e atividades assíncronas. O conteúdo estará todo disponível para o aluno, mas definimos metas que ele tem que cumprir a cada semana”. De acordo com a professora, a opção por mais atividades assíncronas buscou facilitar o acesso dos estudantes.
Já a coordenação da disciplina Medicina Interna 2 optou por fazer a maior parte das atividades síncronas, mas com as aulas gravadas para que os alunos possam acessar posteriormente.
“Atividades síncronas parecem ser de mais fácil adaptação para professores e alunos, e talvez, neste momento, deem mais garantia de participação de todos”, disse o coordenador da disciplina, professor Rodrigo Serafim. A medida parece ter funcionado, já que 90 dos 96 alunos do sexto período se inscreveram no PLE. “A experiência está sendo melhor do que eu esperava, e acho que os alunos estão com a mesma impressão”, avaliou.

AULAS PRÁTICAS
A portaria nº 544 do MEC, de 16 de junho, que autorizou o ensino remoto nas universidades no período da pandemia também proibiu que os cursos de Medicina oferecessem atividades práticas remotamente. Como todas as disciplinas obrigatórias do curso têm atividades práticas, a faculdade da UFRJ decidiu oferecer a parte teórica das disciplinas. “Se a organização de alguma dessas disciplinas compreender atividades práticas, estas serão efetivamente ministradas em período letivo posterior ao PLE, dentro das recomendações emanadas pelas instâncias superiores da UFRJ”, informou em nota a direção.
As aulas da Medicina no período 2020.1 começaram em 3 de fevereiro, 45 dias antes de a reitoria suspender as atividades presenciais de graduação. A opção da faculdade, em acordo com professores e alunos, foi aproveitar o conteúdo deste período de mais de um mês de aula, e fazer do PLE uma continuação de 2020.1. A alternativa diminuiu a carga de aulas práticas que ainda devem ser oferecidas, mas não o suficiente para atender o mínimo necessário. “Calculamos o percentual de atividades práticas que já foram dadas e já sabemos quantas precisaremos repor. A reposição será presencial, mas ainda não sabemos quando”, explicou Marcia Garnica.
A dúvida com relação à reposição do conteúdo prático talvez seja o maior motivo de apreensão dos alunos. “Fica essa dúvida no ar de quando poderemos ter as aulas práticas”, disse Cleiton Magno, aluno do sétimo período. Mas se há preocupação com o futuro, o presente traz otimismo. “Estamos tendo bastante interação com os professores, tanto nas atividades síncronas quanto nas assíncronas. E os professores têm se movimentado bastante para tentar se adequar a esse modelo”, relatou.
Com apenas disciplinas práticas na sua grade curricular, os alunos do internato foram autorizados a ter aulas presenciais pela reitoria e pela pró-reitoria de Graduação. Com uma série de cuidados: a universidade fornece equipamentos de proteção individual (EPI) para os alunos, e as atividades foram planejadas para diminuir a quantidade de alunos por sala. “Estamos tendo menos trabalho, mas estou conseguindo aprender mais coisas novas”, afirmou Eduardo Cukierkorn, aluno do 11º período. “E, com turmas menores, temos mais atenção dos professores”, completou.

MEDICINA MACAÉ SÓ OFERECE DISCIPLINAS ELETIVAS

Na Medicina de Macaé, um impasse impede que os alunos cursem as disciplinas obrigatórias dentro do Período Letivo Excepcional. A coordenação do curso fez uma leitura de que a portaria nº 544 do MEC, que proíbe a oferta remota de aulas práticas da Medicina, inviabiliza o ensino da parte teórica dessas mesmas disciplinas. Assim como no Rio, não há obrigatórias apenas com conteúdo teórico. Desde o dia 13 de julho, somente as eletivas estão sendo oferecidas.
Ao saber que a faculdade do Fundão ofereceria disciplinas teórico-práticas no PLE, a coordenação do curso de Macaé interpelou o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) quanto ao cumprimento da portaria 544, por ofício datado de 17 de julho.
Como o documento sugeria que a Faculdade de Medicina dava aulas práticas remotamente, a pró-reitora de Graduação, professora Gisele Pires, decidiu, para esclarecer o caso, convidar para uma reunião o diretor adjunto de graduação da Medicina, Luiz Antônio de Lima, e a coordenadora do curso de Macaé, Laila Ertler.
No encontro, ficou esclarecido que a Medicina Fundão oferece apenas as atividades teóricas das disciplinas. A pró-reitora recomendou que a situação fosse formalizada ao CEG. “Pedimos que a Faculdade de Medicina nos enviasse um ofício dizendo que as aulas práticas das disciplinas teórico-práticas seriam ministradas em um período posterior ao PLE”, relatou Gisele, “Essa foi uma sugestão da Faculdade de Medicina, e nós do CEG acatamos”.
Segundo Gisele, a professora Laila explicou na reunião que Macaé não teria condições de fazer o mesmo, graças às características do curso da unidade. “Eu deixei bem claro que o CEG e a PR-1 não iriam deliberar de cima para baixo. A Faculdade de Medicina enviou o ofício, Macaé não enviou”, resumiu a pró-reitora.
“Aderimos ao PLE e, com base na normativa do MEC e do nosso colegiado, foram oferecidas apenas matérias exclusivamente teóricas”, disse o vice-coordenador do curso de Medicina de Macaé, professor Cristiano Salles Rodrigues. “Não há nenhuma resistência por parte da coordenação ou dos professores em relação ao PLE. Mas o curso de Medicina tem disciplinas que, por determinação do MEC, não podem ser dadas de maneira remota”, salientou.
Cientes de que os professores do Fundão estão oferecendo a carga teórica de disciplinas teórico-práticas no PLE, os estudantes de Macaé pressionam a coordenação para garantir um tratamento isonômico. A estudante Adelina Mouta Moreira Neto organiza um grupo com a reivindicação. “Estamos tentando levar isso adiante desde que o PLE começou a ser discutido”, contou. “Agora, o colegiado disse que tem que conversar com todos os professores e, dependendo das respostas, vai pedir ao CEG para oferecer essas disciplinas”, disse.

Topo