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card 3663597 640Imagem de mohamed Hassan por PixabayA UFRJ fechou a licitação para a aquisição de chips de internet para que os estudantes em maior vulnerabilidade econômica tenham acesso às aulas remotas. Mas o número ficou abaixo do calculado inicialmente pela administração central. De 13 mil chips previstos, a compra foi fechada em 3.250 unidades. O vice-reitor, professor Carlos Frederico Rocha, explica que a quantidade – quase três vezes menor – foi uma adequação da licitação à demanda dos alunos. “Esperávamos que todos os estudantes perfil PNAES se inscrevessem para a aquisição do chip, mas pouco mais de três mil requisitaram o equipamento. O que é uma boa notícia, pois a exclusão digital dos nossos alunos não era tão grande quanto imaginávamos”, diz.
Ao todo, 3.253 estudantes solicitaram os chips. Desses, 3.158 foram contemplados. A maior parte, 3.026 alunos, é de graduação, 90 de mestrado e 42 de doutorado. A franquia de internet varia para cada grupo. Os graduandos receberão chips de 50GB, os pós-graduandos, de 30GB. Por mês, a universidade desembolsará o valor de R$ 38.447,60 para pagar o fornecimento de internet a esses estudantes. O auxílio é previsto para durar seis meses, mas pode ser prorrogado. Também serão comprados chips de 20GB para dar suporte às atividades administrativas da universidade, exercidas em home office.
A universidade também anunciou o resultado do edital de ajuda financeira para aquisição de equipamentos de informática. Participaram da seleção 3.757 candidatos. O auxílio foi concedido a 3.438 estudantes, após cruzamento dos dados com o questionário feito pela reitoria, para levantar informações sobre acesso à internet e equipamentos. Apenas os que responderam que não tinham smatphone, tablet ou computador foram aceitos no programa. São 3.327 estudantes de graduação e 111, de pós. Mas a UFRJ esperava até sete mil inscritos. “Os números abaixo das nossas projeções são uma boa notícia também porque nos permitem remajenar os recursos para ampliar o tempo da oferta de auxílios já existentes ou criar novas frentes”, destaca o pró-reitor de Políticas Estudantis, Roberto Vieira.
A ajuda será paga em parcela única, de mil reais. O pró-reitor de Planejamento e Finanças, Eduardo Raupp, estima que a PR-3 consiga efetuar os pagamentos a todos os alunos contemplados em uma semana. Os estudantes precisarão prestar contas do uso do recurso à PR-7.
Outro ponto do programa de inclusão digital da UFRJ é a oferta de cem reais para compra de modem. O dispositivo é destinado para os alunos que declararam ter itens de informática, mas que não tinham acesso à internet. Das seis mil vagas ofertadas, apenas 322 alunos se inscreveram e 319 foram beneficiados.

CAp foi incluído
Como a procura ficou abaixo do esperado, a universidade também vai contemplar os estudantes do Colégio de Aplicação. O processo de inscrição para a aquisição dos chips ainda está em andamento e se encerra neste dia 31. O edital atenderá até 120 estudantes. Haverá, ainda, ajuda de mil reais para aquisição de componentes de informática e de cem reais para aquisição de modem. Os estudantes podem se inscrever em até duas das três modalidades de auxílio. O edital é aberto a estudantes do ensino fundamental e médio.
Os estudantes do CAp, da educação infantil ao ensino médio, também terão acesso ao auxílio emergencial de R$ 200 por quatro meses. O valor é o mesmo pago aos alunos da graduação e pós-graduação. Os recursos destinados aos estudantes são de verbas do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
A diretora do colégio, professora Maria de Fátima Galvão, comemora a conquista. “A inclusão digital dos nossos estudantes é algo que desejamos há muito tempo. E também que fossem contemplados com a assistência estudantil, em editais com verbas do PNAES. Esse primeiro passo, de ter um edital montado pela PR-7, é muito importante para nós”.

Assistência maior na pandemia

Além de auxílios para aulas remotas e do auxílio emergencial, a universidade também direcionou recursos para pagar bolsas para estudantes do alojamento; para auxílio alimentação; ajuda de custo para compensar a falta do transporte gratuito da universidade; entre outras iniciativas. “Conseguimos abarcar desde estudantes da educação infantil até a pós-graduação. Ofertamos quase 30 mil vagas para nove tipos de auxílio criados no contexto da pandemia”, explica Vieira. Apesar do número expressivo, pouco menos de 10 mil estudantes se inscreveram para os editais e 9.176 alunos foram contemplados com as medidas.
Para o DCE Mario Prata, a baixa adesão reflete as preocupações levantadas pelo movimento estudantil ao longo das discussões sobre a implantação do ensino remoto na UFRJ. “Os editais foram feitos a partir das demandas dos estudantes, o que é uma vitória. Mas há muito mais questões além do acesso aos equipamentos. E se refletem na procura abaixo do estimado, mas também na adesão ao próprio PLE”, avalia a estudante Natália Borges, da direção do DCE. “Recebemos muitos estudantes que só conseguiram acessar a internet quando os editais já tinham fechado, outros, que nem tomaram conhecimento dos editais. Fora as questões de saúde mental na pandemia, com famílias perdendo sua renda, perdendo parentes, alunos precisando trabalhar como entregadores de aplicativo. É um quadro bastante complexo”.

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