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08WEB menor1137O dia de abertura do Festival do Conhecimento UFRJ finalizou com uma noite inesquecível. Programado para realizar apresentações musicais diárias, o Festival convidou Elza Soares para encerrar as atividades do dia 14, em uma live comemorando os 100 anos da Universidade, e os 90 da cantora. “A gente escolheu a Elza porque ela é um símbolo de resistência da militância racial, das questões de gênero, em um país atravessado pelo machismo, e também por ser uma cantora extraordinária”, afirmou Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão da UFRJ e uma das organizadoras do evento.
O show virtual, realizado em um acústico voz e violão com acompanhamento do músico JP Silva, foi uma importante celebração para a instituição. “É uma grande honra e um privilégio ter conosco a mulher do milênio, Elza Soares, um ícone da cultura brasileira”, declarou Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, no início do evento. Em seguida, a artista agradeceu, parabenizou a Universidade e destacou a importância da educação. “Educação é a nossa única saída. O que o Brasil precisa para melhorar? Educação”, pontuou Elza.
O espetáculo começou com “Juízo Final”, um clássico de Nelson Cavaquinho que ganhou recentemente um clipe animado oficial no canal do Youtube da cantora. Com um repertório mesclando canções de seus discos mais recentes, como “Mulher do fim do mundo”, e músicas de outros artistas que se eternizaram na sua voz, como “O Meu Guri”, de Chico Buarque, a apresentação de Elza foi dotada de sua característica presença política. “É gente, o tempo não para, mas a Terra teve que parar. Nós vamos superar essa pandemia, mas pra isso precisamos de muita união”, disse após cantar a famosa canção de Cazuza.
Os 90 anos de Elza Soares são carregados de luta e superação. Para além do talento musical, a força da sua carreira sempre esteve em refletir as questões sociais que a artista viveu na pele. “Mulher, chega de sofrer calada. A violência cresceu nessa pandemia. Horrível. Ligue e denuncie qualquer violência”, lembrou Elza após cantar “Maria da Vila Matilde”, uma canção emblemática sobre violência doméstica. “Não queremos mais ver mulheres agredidas, como aconteceu em São Paulo, com uma mulher negra com botas em seu pescoço, tirando seu ar. Que absurdo, gente”, criticou.
Contando com mais de 700 espectadores ao vivo, o show de conclusão do primeiro dia de Festival do Conhecimento foi uma linda homenagem à cultura. Em menos de uma hora de apresentação, a “mulher do fim do mundo” deixou seu recado para estes tempos de pandemia, evidenciando o porquê desse apelido. Elza Soares tocou em pontos cruciais à contemporaneidade e, apesar da idade, encantou com a sua voz. “Adorei essa noite com vocês. Parabéns à Universidade Federal do Rio de Janeiro por esse evento gratuito e pelos 100 anos. Que venham outros mais”, finalizou

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