facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Cortes de direitos, condições para retomada das atividades acadêmicas e estratégias de resistência para a universidade. Cerca de quarenta docentes da UFRJ participaram de três horas de debate sobre prioridades para o movimento docente frente à crise sanitária e social. A reunião virtual do Conselho de Representantes da AdUFRJ foi realizada na segunda-feira (4).
As preocupações sobre quando e como a UFRJ retomará as atividades acadêmicas tomaram a maior parte da reunião docente. Os Conselhos Superiores da universidade discutem a constituição de um Grupo de Trabalho sobre o pós-pandemia. De acordo com a presidente da Adufrj, Eleonora Ziller, ainda não há nada concreto. “Não há informações sobre composição, calendário, nem nada. Assim que tivermos algo, traremos ao Conselho”, informou.
Os conselheiros da Adufrj trocaram as primeiras impressões sobre o assunto.  Alguns professores defenderam a suspensão do calendário, com reposições presenciais posteriores. Outros falaram sobre mais flexibilidade administrativa para incentivar iniciativas semipresenciais. A favor dos primeiros pesam os argumentos sobre a exclusão digital brasileira e a segurança institucional da universidade. Já o segundo grupo conta com a justificativa da urgência por alternativas para a crise e a vontade de inovar de parte do corpo docente.
“Dou aula para dois programas de pós-graduação. Os alunos do mestrado profissional já sinalizaram que não têm condições de tocar aulas remotamente”, relatou o professor do Instituto de Química, Rodrigo Almeida, em relação à desigualdade de acesso às ferramentas virtuais. “Os professores também não têm as mesmas infraestruturas, em casa, para oferecer essas aulas”, acrescentou.
Do mesmo IQ, Pierre Esteves expressou ponto de vista divergente. O docente considerou a conciliação entre modalidades virtuais e presenciais como uma tendência mundial. “Não vejo problemas nos alunos terem assistido a uma aula minha gravada, antes de um bate-papo presencial. O youtube permite aulas que eu gostaria de ter tido e não tive”, disse o docente. “Vejo as possibilidades como complementares”, completou.
Integrante do Conselho de Ensino de Graduação, o professor Murilo Rangel (Instituto de Física) ressaltou que a universidade apenas deu início ao debate sobre os cenários de retomada das atividades. “Há várias questões a serem avaliadas, como a restrição de alunos por sala”, exemplificou o docente. “Será uma universidade muito diferente da que conhecemos antes da pandemia. Mas retorno às atividades é uma coisa; e ensino a distância é outra”, disse.
A pró-reitora de pessoal, Luzia Araújo, será a convidada da diretoria para o próximo Conselho de Representantes, no dia 1º de junho. Os docentes têm em vista esclarecer dúvidas sobre andamento das progressões e sobre formulário de atividades remotas, enviado pela PR4.
A Adufrj vai mover uma ação judicial, com o Sintufrj, contra a retirada de  uma série de benefícios dos servidores que estão realizando atividades remotamente, em função da pandemia, entre elas a insalubridade e o auxílio- transporte. Os cortes foram determinados pela instrução normativa nº 28 do governo federal (leia mais na página 5).
Para se comunicar com a sociedade, o movimento docente aposta as fichas nas ações unificadas do Fórum com estudantes, funcionários e terceirizados (FORMAS).  E também na parceria nacional em defesa da ciência, da Marcha da Ciência.

Topo