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ilustra quarentena 1124Pesquisa, ações de extensão remota, reuniões online, produção e revisão de artigos, preenchimento de editais, entre outras atividades. A rotina dos professores universitários segue bastante atarefada, mesmo após a suspensão das aulas.
 “Nossa! É o dia inteiro. O mundo acadêmico não para”, enfatiza a professora Letícia Tavares, do curso de Gastronomia. A docente, editora de uma revista de Nutrição da Uerj, tem percebido que os colegas estão deslocando os esforços antes dedicados às aulas para outras ações do magistério. “Está todo mundo em casa produzindo. Não paro de receber artigo, como editora e avaliadora”.
Reuniões presenciais foram todas transformadas em virtuais. Na pesquisa, com colaborações espalhadas pelo Brasil, o apoio tecnológico era normal. “Mas uma oficina com especialistas, que seria na Uerj, foi transferida para o Zoom”, diz Letícia.
 A professora cita um efeito colateral da quarentena. Com a população confinada em suas casas, cresce a utilização da internet e diminui a qualidade do serviço. “Nunca tive problema aqui em casa. Mas, semana passada, a conexão estava caindo toda hora durante uma videoconferência do grupo de pesquisa pelo zoom”, lamenta. “E eu moro sozinha”.
Letícia mantém um projeto de extensão de forma remota (leia mais AQUI), mas diz que não conseguiria dar as duas disciplinas de graduação deste semestre pelos meios virtuais. “Vários estudantes não têm acesso a computador ou internet em casa. Pelo celular, tem coisa que não dá para fazer. Essa é a realidade dos nossos alunos da UFRJ”, completa.
Para a professora Kátia Tavares, da Faculdade de Letras, o período também é de muito trabalho. Seu grupo de pesquisa trata justamente sobre o uso de tecnologias digitais na educação. Ela aproveitou o momento para intensificar os trabalhos, coletando informações a respeito do tema, sobretudo de práticas que estão sendo adotadas no ensino básico e superior.
“O mundo virou um grande ambiente de pesquisa para nós”, contou. “Estamos usando esse momento para investigar as práticas, entender as dificuldades, conhecer os desafios dos professores que estão tendo que migrar para o ensino a distância”. No seu grupo de pesquisa, diversos profissionais da educação básica ajudam na observação e coleta das informações.
Além disso, as atividades ordinárias da professora seguem a todo vapor. “Eu continuo me reunindo, virtualmente, com meus orientandos, já que o trabalho deles também não parou”, disse. “Nesse período, participei da banca de doutorado de uma orientanda minha”, afirmou a professora, que calcula fazer jornadas de trabalho de 8 a 10 horas diárias, sem contar o período que usa para atender aos alunos de graduação, que estão fazendo atividades remotamente (leia AQUI).
No dia 16 de março, o CEPG publicou uma resolução autorizando as defesas de teses e dissertações de maneira remota por videoconferência. Desde então a rotina segue intensa para a formação de bancas de mestrado e doutorado. O professor Claudio Franco, que esteve em uma banca de doutorado na semana passada, sente que durante a quarentena o ritmo de trabalho está ainda mais intenso. “Todo dia é uma segunda-feira”, contou.
Franco também oferece parte das suas disciplinas na graduação de maneira remota e acha que, durante esse período de afastamento, os alunos têm exigido mais da sua atenção que o normal. “Tem demanda todo dia, e como eu sou hiperconectado, preciso me concentrar e dedicar horas específicas da semana para responder”, explicou. “Isso é importante para que o professor possa controlar o seu próprio tempo”. Mesmo assim, reconhece que o volume de trabalho aumentou. “O número de mensagens é maior. Talvez em um período normal, os alunos esperassem um pouco mais para me acionar diante de um problema, mas agora acho que estão mais ansiosos”.
A professora Emília Cristina Benevides de Freitas está dividindo seu tempo entre a sua pesquisa de doutorado e o atendimento dos alunos. “Disse que podem me escrever na hora que quiserem, e acabo respondendo quase em tempo real, porque fico mais alerta para as mensagens que recebo”, relatou. (colaborou Kelvin Melo)

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