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Na última semana, a UFRJ conquistou repasse de R$ 85 milhões do Executivo para ações ligadas ao combate do coronavírus. A instituição agora corre contra o tempo e as dificuldades do mercado de produtos de saúde para gastar o dinheiro e salvar vidas.
Os recursos serão aplicados na compra de insumos, equipamentos, reformas nos hospitais e contratação de pessoal. Estão sendo empanhados R$ 17 milhões na compra de equipamentos de proteção individual e insumos.
A administração central estuda contratar inicialmente 300 profissionais da área da saúde, de forma emergencial, para a operação dos novos leitos que a universidade vai disponibilizar para o tratamento da Covid-19. Outra razão para a iniciativa é a substituição dos profissionais de saúde contaminados durante a pandemia.  Como o governo ainda não liberou verba para pessoal, a solução deve ser a terceirização por três meses, período que poderá ser prorrogado. “Será com verba de custeio. Precisamos de gente para abrir os leitos”, explica o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp.
O dinheiro para combater o coronavírus, explica o dirigente, veio de três fontes: são R$ 20,7 milhões do MEC; R$ 43,4 milhões via Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (mesmo não sendo gerida pela Ebserh, a UFRJ recebe recursos pela empresa); e R$ 21,3 milhões de uma emenda da bancada federal do Rio de Janeiro.
HUTodas as emendas parlamentares, explica o pró-reitor, foram direcionadas para ações do Ministério da Saúde contra a pandemia. Muitas universidades perderam dinheiro. A UFRJ foi beneficiada por já contar com uma emenda voltada para o Complexo Hospitalar.
Do total, R$ 56,7 milhões devem ser aplicados em investimento, principalmente em equipamentos para o atendimento hospitalar, como respiradores. Raupp também destaca a compra de uma máquina (por R$ 380 mil) que vai ampliar a capacidade de testes de detecção do coronavírus do Laboratório de Virologia Molecular, ligado ao Instituto de Biologia.
O grande desafio é fazer o levantamento do que é necessário e comprar rapidamente. E isso tudo concorrendo com as compras do próprio Ministério da Saúde. O MEC não acatou uma proposta das universidades para centralizar a negociação com as empresas. “Isso gera uma fragmentação. Aquilo que os EUA estão fazendo com o resto do mundo, estamos vivendo em relação ao governo. As empresas preferem vender grandes quantidade para o governo do que quantidades menores para nós”, afirma o pró-reitor. “Temos orçamento, mas teremos a quantidade de que precisamos e no tempo que precisamos?”, questiona.
Uma alternativa construída com outras 46 universidades é a compra conjunta em uma espécie de consórcio liderado pela Unifesp, com a atuação de 23 servidores de várias instituições. “Além das nossas compras diretas, vamos participar desta, pra ampliar nosso poder de barganha e acelerar essas compras”, diz Raupp.
 
ORÇAMENTO REGULAR
Uma boa notícia é que parte do orçamento da UFRJ, cerca de 70%, foi liberada. O restante ainda depende de crédito  suplementar. A situação vai permitir à universidade fazer os pagamentos das faturas dos maiores contratos, de limpeza e segurança, até junho. E até maio, dos demais. “Com isso asseguramos os serviços da universidade, evitamos demissões de terceirizados e podemos focar em salvar vidas”, observa Raupp.

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