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Minerva CT UFRJDiretoria da AdUFRJ
 
Hoje não falaremos dos governantes obtusos. Hoje não falaremos da mesquinhez de nosso ministro. Corremos o risco de termos os salários reduzidos e bolsas estão sendo cortadas, enquanto mentiras são distribuídas por eles. Hoje faremos uma pausa e falaremos de uma outra realidade: daquela UFRJ que não pode parar. Enquanto nos entediamos na rotina dolorosa de uma reclusão forçada, muitos de nossos colegas estão disputando cada milímetro de território com a epidemia do coronavírus. Da pesquisa de ponta até a limpeza do jardim, a iminência de um colapso do sistema de saúde coloca todos diante de um mesmo desafio: a defesa da vida em primeiro lugar. Essa estranha epidemia nos obriga a estar em casa não porque ela nos mate imediatamente, mas porque precisamos defender os mais frágeis. Sua letalidade está na velocidade com que atinge a todos e o único remédio eficaz até agora tem sido uma ação coletiva de reclusão e renúncia. Tempos estranhos. Aguardamos que venha do front uma boa notícia: uma vacina, um medicamento, a contenção do avanço do contágio. Mas nada disso virá sem muito esforço e sacrifício. E esta edição do jornal é inteiramente dedicada àqueles que enfrentam uma dura rotina, que se cansam, que se desgastam, que não querem ser heróis. Mas que possuem a firme consciência de seu papel na sociedade. Nada mais subversivo nos dias de hoje. Do poder central emanam leis que nos jogam à própria sorte, que pauperizam ainda mais aqueles que já carregam sobre seus ombros o trabalho duro, pesado e a baixa remuneração. A desfaçatez não tem limites ao fazer desabar sobre os assalariados – públicos ou privados – a conta maior a ser paga nesse momento. Ninguém está fugindo às suas responsabilidades, nenhum de nós está se recusando a dar sua cota de sacrifício para que possamos passar por tudo isso com o menor dano possível. Mas não é aceitável, não é justo, não é possível que isso aconteça sem uma decisão firme e generalizada para todos. São os servidores públicos das universidades e institutos de pesquisa em todo o país que serão a vanguarda desse embate. Que ao menos a conta seja cobrada também aos bilionários da nação. Hoje não pronunciaremos o nome de nossos governantes. Hoje faremos uma pausa para falar apenas daqueles que constroem efetivamente uma vida melhor para todos nós. Claro que não falamos de todos, nos perdoem, porque felizmente são muitos. Falaremos mais nas próximas edições do nosso jornal do que vem sendo feito pela nossa universidade. Felizmente também é muito. Nas redes sociais estamos com a boca no trombone, gritando contra esse estado de coisas. Não deixem de nos acompanhar pelo Facebook, Instagram, Twitter, não deixe de participar. Mas hoje fizemos uma pausa: uma homenagem àqueles que não podem parar. A eles, o nosso agradecimento. A todos nós, o desejo que dessa dolorosa experiência nasça uma sociedade renovada e mais solidária. Sonhemos alto, mas com o firme compromisso de que esse sonho se torne gesto, ato, realidade. 
 
NOTA DA REDAÇÃO
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