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WEBMECAnúncio do programa em coletiva de imprensa - Foto: Luis Fortes/MECMuito barulho em troca de muito pouco. Na sexta-feira (29), o MEC chamou a imprensa para anunciar um pomposo projeto de “valorização da eficiência e da qualidade nas universidades”. O objetivo é liberar R$ 125 milhões, ainda em 2019, para obras em andamento e em energia limpa nos campi. Um número baixo, considerando todas as universidades federais. Maior do país, a UFRJ vai receber apenas R$ 1,572 milhão.
A iniciativa do governo também restringe os gastos com obras a 35%. No caso da UFRJ, o percentual representa R$ 550 mil e a instituição ainda estuda onde aplicar o dinheiro. “Estamos fazendo o levantamento. Para obras, é muito pouco. Tenho várias em andamento, mas preciso de muito mais que isso”, afirmou o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp. O restante, quase R$ 1 milhão, deve ser gasto em placas fotovoltaicas, o que também está em análise.
Raupp chama atenção para o risco à autonomia embutido no projeto, que não foi discutido com as universidades: “O problemático é que se inaugura outro modelo de distribuição. O MEC centralizou um recurso e decidiu como as universidades vão gastar”, disse. “E bem em cima da hora”, acrescentou, em relação às dificuldades para fazer as indicações de despesa em um fim de ano.
Para transferir o orçamento às instituições, o principal critério utilizado pelo MEC foi o menor custo por aluno. O indicador é questionado pelo pró-reitor. “Neste cálculo, as universidades que têm pesquisa e hospital despencam. Se você olhar a distribuição, em geral, as grandes universidades estão fora das melhores classificações; as que estão bem classificadas são as menores e mais novas.
A Universidade Federal do ABC, criada em 2005 e que possui aproximadamente 15 mil alunos (sem hospital), está em primeiro lugar na classificação do programa e deve receber R$ 3,023 milhões – quase o dobro da UFRJ.
O valor atribuído pelo ministério à maior federal do país no custo por aluno, quase R$ 40 mil, também é criticado pelo pró-reitor. “Dá um valor mais alto que o do Tribunal de Contas da União, que diz que nosso custo fica na casa dos 30 mil”, afirma Raupp.

ANDIFES AVALIA NO DIA 5
Secretário executivo da associação nacional dos reitores (Andifes), Gustavo Balduíno confirma que a entidade não foi consultada pelo MEC para elaborar o programa. A iniciativa será avaliada em reunião do Conselho Pleno da Andifes, no dia 5.

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