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WhatsApp Image 2025 07 03 at 18.28.33Fotos: Alessandro CostaEm menos de 72 horas, foram esgotados todos os ingressos disponíveis para a visitação ao Museu Nacional até o fim de agosto. A enorme demanda é um reflexo da saudade do público, que não podia entrar no Palácio de São Cristóvão desde o incêndio de 2018, quando grande parte de suas instalações e milhões de itens do acervo foram destruídos
Desde quarta-feira, os felizardos donos dos tíquetes — todos gratuitos, é bom que se diga — podem conhecer três ambientes, sob a orientação de educadores museais.
Logo à entrada, uma memória de infância de praticamente todos os moradores do Rio e redondezas é desbloqueada: o icônico meteorito Bendegó, símbolo da resiliência do Museu, mantém seu posto. No segundo espaço, acima da escadaria monumental, o destaque é uma conquista recente da instituição: o esqueleto de uma baleia cachalote, com 15,7 metros de comprimento, afixada na nova claraboia do edifício. Já em uma sala lateral, figuram peças restauradas após o incêndio e registros da história do Palácio de São Cristóvão.
O esqueleto da baleia e o meteorito de mais de cinco toneladas justificam o nome da exposição temporária “Entre gigantes - uma experiência no Museu Nacional”, inaugurada na segunda-feira (30) pelo ministro da Educação, Camilo Santana. “Este ato de hoje tem um simbolismo muito forte, porque o Museu é um patrimônio do povo brasileiro”, disse o ministro, que garantiu o empenho do governo para a conclusão da obra.WhatsApp Image 2025 07 03 at 18.28.33 9

CAPTAÇÃO DE RECURSOS
A entrega da reforma completa do Museu está estimada em R$ 516,8 milhões de reais (sem considerar recomposição do acervo). Deste total, foram captados R$ 347,2 milhões (67% da meta), de diferentes fontes. O BNDES contribuiu com R$ 100 milhões; parlamentares, com R$ 56,4 milhões; MEC, com R$ 44,3 milhões e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com R$ 20 milhões. Empresas do setor privado entraram com mais R$ 122,3 milhões, além das doações de pessoas físicas (R$ 68 mil) e dos rendimentos financeiros (R$ 3,5 milhões).
O reitor Roberto Medronho agradeceu o apoio do MEC e demais financiadores para a reforma. “Para nós, hoje é um marco do início do processo de reabertura do Museu. Esse museu é um ícone nacional, não só histórico-cultural, mas também científico. Nós formamos aqui pesquisadores para o mundo inteiro. É uma instituição de reputação internacional”, disse.
PROCESSO COMPLEXO
A expectativa é que o Museu seja totalmente reaberto entre 2027 e 2028. Vice-diretora da unidade, a professora Andrea Ferreira da Costa explicou as dificuldades para a reforma de um prédio histórico. “Não é só emboçar e pintar e entrar. Existe toda uma arqueologia do edifício, com mais de 12 mil metros quadrados. Vamos fazendo as entregas aos poucos”.
Muitos acervos estão prometidos para o Museu, mas ainda não foram recebido por falta de espaço. “Estamos construindo ainda os espaços de reserva técnica. São várias etapas que dependem uma da outra” (veja no quadro como está a reforma).
“O museu, enquanto instituição de pesquisa e ensino, nunca parou. Os programas nunca deixaram de funcionar. Apesar de tudo. A gente continua cumprindo nossa missão de pesquisa, ensino e extensão e trabalhando para abrir o museu para a sociedade o quanto antes”, concluiu Andrea, que representou a direção no evento.
O diretor, professor Alexander Kellner, em viagem ao exterior, enviou um convite para a sociedade, via assessoria de imprensa. “Esta é uma programação que evidencia a resiliência dos trabalhadores do Museu, a excelência das ações de restauro que estão em andamento e, claro, a relevância científica dos nossos acervos para ampliação do acesso ao conhecimento. É um momento histórico: poder, mesmo que por pouco tempo, abrir uma pequena parte do palácio para visitação! Toda a sociedade está convidada a participar dessa nova fase do Museu!”, afirmou.

BALEIA “CEARENSE” É UMA DAS ATRAÇÕES

WhatsApp Image 2025 07 03 at 18.28.33 12A grande novidade da exposição é o esqueleto de uma baleia cachalote, que encalhou e morreu na praia de Curimãs, no Ceará, em janeiro de 2014. O animal, por questões de saúde pública, ficou enterrado no local durante seis anos até ser solicitado para o acervo do Museu Nacional. Em um primeiro momento, de 2021 a 2024, a estrutura ficou em exposição na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e agora, finalmente, está em sua nova casa.
“Imagina a criança poder ver um animal desta magnitude. É de uma importância que a gente não consegue medir. É despertar no coração dela que o Museu continua vivo e está em processo de reconstrução”, afirma o biólogo Antonio Carlos Amâncio, especialista em osteomontagem — técnica de reconstrução e montagem de esqueletos de animais.
Responsável pelo processo de restauro até a montagem final da baleia, Antonio comemora o resultado. “Em virtude de todos os desafios que fizeram parte dos processos executados com esse exemplar, a sensação de dever cumprido é indescritível”.

STATUS DA REFORMA

CONCLUÍDOS: Fachadas e coberturas dos blocos 1, 2 e 3 restaurados: 80% dos telhados do Paço estão refeitos; 75% das fachadas de todo o palácio restauradas •Claraboia sobre a escadaria monumental de mármore instalada • Esculturas centenárias de mármore de Carrara restauradas. Réplicas já instaladas no coroamento do palácio. • Centenas de réplicas de ornamentos artísticos e históricos produzidas •Projetos técnicos de arquitetura e complementares concluídos. Entre eles: Arquitetura e Restauro do palácio e seu prédio anexo; e recuperação dos jardins históricos.

EM ANDAMENTO: •Reforma e ampliação do prédio Alípio de Miranda Ribeiro (anexo ao palácio) •Reforço estrutural de vãos e consolidação de alvenarias nos blocos 2 e 3 •Execução de lajes nos blocos 2 e 3 •Instalação de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e captação de águas pluviais.

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