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WhatsApp Image 2025 03 24 at 17.56.54 2A Capela São Pedro de Alcântara é uma verdadeira jóia arquitetônica do século XIX. Construída em 1850, sua história originalmente está atrelada ao antigo Hospício Pedro II, depois chamado de Hospício Nacional dos Alienados. Foi abençoada por D. Pedro II em 1852.

A igreja foi projetada em estilo neoclássico pelos arquitetos portugueses Domingos Monteiro e Joaquim Cândido Guilhobel, além do brasileiro José Maria Jacinto Rebelo. Está localizada na ala central do Palácio Universitário da UFRJ, no campus da Praia Vermelha.

A igreja foi cenário de filmes, novelas e casamentos de famílias da aristocracia carioca durante o século XX e na primeira década do século XXI.
Em 2010, a capela fechou para obras de restauração. Meses antes da reinauguração, em 28 de março de 2011, uma faísca de solda, utilizada por trabalhadores da empresa Terreng, responsável pela recuperação do imóvel, deu início a um incêndio de grandes proporções.

Só as paredes e o Cristo de metal chumbado na estrutura ficaram de pé. A cruz de madeira sucumbiu ao fogo. Uma das peças sacras mais importantes do templo, a imagem de São Pedro de Alcântara, esculpida num bloco de mármore de Carrara, também foi destruída.

Então reitor à época, o professor Aloísio Teixeira assistia apreensivo e incrédulo as chamas tomarem conta dos três pavimentos dos fundos do palácio. “Vamos reconstruir tal como era”, prometeu, resiliente, sem saber que morreria pouco mais de um ano depois sem ver a capela reconstruída.

A investigação da Polícia Federal concluiu que o uso equivocado de um maçarico a gás iniciou o incêndio. “A empresa que fazia a obra foi condenada a pagar uma multa de R$ 9 milhões, mas não teve capacidade financeira para isso”, recorda-se o assessor de Patrimônio Cultural do Fórum de Ciência e Cultura, João Nara Jr. “Infelizmente, o prejuízo ficou para a sociedade”.

A primeira etapa, que seria de limpeza, rescaldo, pesquisa arqueológica, recuperação do telhado e da cúpula central da capela foi orçada, em 2014, em R$ 15 milhões. Os recursos disponíveis, no entanto, não foram suficientes para iniciar a recuperação interna do espaço.

De lá para cá, o orçamento da UFRJ minguou. O cobertor mais curto ainda precisou dar conta de outros três incêndios de grandes proporções: o do oitavo andar do edifício Jorge Machado Moreira (2016), o do alojamento estudantil (2017) e o do Museu Nacional, o mais devastador de todos, em 2018.

Estarrecido com a situação em que encontrou a capela, o reitor Roberto Medronho lamentou o cenário. “Decorre de insuficiência orçamentária”, afirmou. “Não é incompetência da nossa e nem de outras gestões. Nenhum gestor quer chegar a esse ponto”, declarou.

Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, a professora Christine Ruta também fez um apelo por mais recursos. “Precisamos de apoio. A cultura na universidade precisa ser abraçada”.

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