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Em reunião na manhã desta segunda-feira (10) com reitores de universidades e institutos federais, o governo anunciou investimentos da ordem de R$ 5,5 bilhões do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nessas instituições. Serão R$ 3,17 bilhões para consolidação e R$ 600 milhões para expansão de universidades, e mais R$ 1,75 bilhão destinados a hospitais universitários. Os recursos de consolidação serão aplicados em 338 obras — 223 novas, 20 em andamento e 95 retomadas. Já os R$ 600 milhões para expansão contemplam a criação de 10 novos campi.

O governo também anunciou a complementação orçamentária de R$ 400 milhões para custeio das IFES. Serão R$ 279,2 milhões para as universidades e R$ 120,7 milhões para os institutos. De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, esses recursos se somam aos R$ 347 milhões já recompostos pelo MEC de janeiro a maio deste ano. O ministro divulgou ainda um novo aporte de R$ 35 milhões para ampliação do Programa Bolsa Permanência, voltados para estudantes indígenas e quilombolas de universidades e institutos federais.

Embora não tenha sido o principal foco do encontro, a greve dos docentes federais e TAEs foi o pano de fundo do encontro. Após o anúncio dos investimentos, feito pelo ministro Camilo Santana, tanto a presidenta da Andifes e reitora da UnB, professora Márcia Abraão, quanto o presidente do Conif e reitor do IF Goiano, Elias Monteiro, defenderam a legitimidade da greve e apelaram ao governo que busque uma solução negociada com os sindicatos. Depois dessas falas, o governo deu duas claras sinalizações de que não vai mais avançar na proposta salarial já apresentada aos docentes.

A primeira veio do ministro Camilo Santana. Ele retomou a palavra para defender a proposta feita pelo governo, sentado ao lado da ministra Esther Dweck, do MGI. "Amanhã haverá uma nova reunião com os TAEs, já houve a reunião com os professores. Com a última proposta negociada com os docentes, inclusive um dos sindicatos assinou a negociação, a variação de reajuste até 2026 varia de 23% a 43%. Em um ano e meio nós não podemos recompor todo um processo histórico de anos. A proposta feita aos docentes, junto com a que será apresentada aos TAEs, representa um impacto de mais de R$ 10 bilhões. Há um enorme esforço do governo para a gente sair desse impasse e garantir a retomada das aulas para os nossos alunos".

No encerramento do encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a segunda sinalização. Em tom enfático, e relembrando suas origens de líder sindical, Lula disse que é preciso ter coragem para decretar uma greve, mas que também é preciso ter coragem para sair dela.

"A greve tem um tempo para começar e tem um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que ela termine por inanição. O dirigente sindical tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoou. Muitas vezes eu fiquei com nada. Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há razão para essa greve estar durando o que está durando, porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor, quem tá perdendo é o Brasil e os estudantes. Não é por causa de 3%, 4% que a gente fica a vida inteira em greve. O montante de recursos que a companheira Esther colocou à disposição é um montante não recusável, só quero que levem isso em conta", disse o presidente.

Além das duas falas, o governo deu um terceiro sinal. Ontem, em despacho da Secretaria de Relações do Trabalho do MGI, o governo deferiu o registro sindical definitivo do Proifes. Assim, a entidade que assinou com o governo o acordo do dia 27 de maio, passa a ter plenos poderes para representar sindicatos de docentes do magistério superior e do EBTT. De acordo com o diretor de Assuntos Jurídicos da federação, Osvaldo Negrão, a liminar de um juiz federal de Sergipe que suspendia o acordo perde a sustentação.

Veja aqui a íntegra da apresentação do governo federal para as universidades e institutos federais.

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