A instituição de um grupo de transição é uma novidade na UFRJ. E pode contribuir muito para o planejamento da universidade e para a democracia interna. “A gente quer que todos os centros se fortaleçam, que todos os setores sejam envolvidos, porque todas as áreas são importantes”, afirma a vice-reitora eleita. “Nosso programa já era muito sólido e foi sendo aperfeiçoado. É preciso incorporar à gestão as demandas e sugestões apresentadas ao longo da campanha e atacar as prioridades. Isso ajuda a universidade a se unir”, avalia.
O grupo se reuniu no dia 29 de maio pela primeira vez. O encontro aconteceu no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, e serviu para apresentar as diretrizes do trabalho e dividir a equipe – de mais de cem pessoas – em quatro áreas temáticas.
ACADÊMICO
O coração da universidade, ou seja, sua atividade-fim, faz parte do escopo do Grupo Técnico de Gestão Acadêmica. Coordena o grupo a professora Maria Fernanda Quintela, do Instituto de Biologia. O grupo temático contempla temas como Ensino, Pesquisa, Extensão, Inovação, Ações Afirmativas, Políticas de Permanência. A primeira reunião aconteceu na quarta-feira (31), à tarde. “Já temos reuniões agendadas com as pró-reitorias acadêmicas. Esse projeto de criação do grupo de transição é muito inovador na universidade. Nunca houve uma organização dessa forma”, destaca a professora Maria Fernanda. “É um avanço no processo democrático da UFRJ e um salto de qualidade na gestão acadêmica”, comemora.
A professora é cotada para ser a nova pró-reitora de Graduação da universidade, mas afirma que não recebeu convite. “As pró-reitorias sairão desse processo de transição, mas ainda não recebi nenhum convite. Não componho o GT por isto. Estou na coordenação por minha experiência acadêmica e de gestão, com oito anos na direção do Instituto de Biologia e oito anos na decania do Centro de Ciências da Saúde”, analisa.
O Grupo Técnico de Gestão Administrativa atua em outra grande área responsável, por exemplo, por políticas coordenadas pelas pró-reitorias de Pessoal, Planejamento e Finanças e de Gestão e Governança. O Complexo Hospitalar também faz parte deste bloco. O GT é coordenado pela técnica-administrativa Neuza Luzia Pinto. “A proposta é organizar a carta-programa da gestão, de forma a indicar as ações necessárias para a realização de cada projeto”, explica Neuza.
Para a organização das propostas de campanha, Neuza destaca a importância de conhecer as informações atuais da universidade. “O vice-reitor em exercício, professor Carlos Frederico (Leão Rocha), pediu a cada pró-reitoria para elaborar o relatório do que foi realizado na gestão e do que está em andamento. Essas informações ajudarão a subsidiar os apontamentos dos grupos técnicos”, pontua a servidora.
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL
O terceiro grupo temático é o GT Administração Central. Estão no escopo do grupo áreas englobadas pela Procuradoria, Prefeitura Universitária, Comunicação, Acessibilidade, Sustentabilidade e Meio Ambiente, entre outras. A coordenação é da professora Christine Ruta, atual coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. “Nosso GT é transversal, se relaciona com diferentes áreas. Participar desse momento como professora é enriquecedor”, avalia a docente. “Poder parar para pensar a nossa instituição, planejar a nossa universidade é muito importante. É um momento ímpar”, destaca Christine Ruta.
Bióloga, a professora reafirma a preocupação da reitoria eleita com temas relacionados ao Meio Ambiente. “Como bióloga, estou muito emocionada, porque Meio Ambiente tem a ver com o futuro, se relaciona com a saúde das pessoas. De fato, precisamos ter uma universidade cada vez mais sustentável por nós e por quem virá depois da gente”.
ORGANIZAÇÃO DA POSSE
O último GT está encarregado de assessorar o Cerimonial da UFRJ para a posse do novo reitor. Coordena o grupo o advogado Rafael Acioli, egresso da Faculdade Nacional de Direito. “Nossa atuação é política, de trazer para a posse da nova reitoria atores importantes para o país”, conta o advogado.
A posse está prevista para acontecer numa sexta-feira. A princípio, 7 ou 14 de julho. “Queremos trazer ministros, deputados federais do Rio de Janeiro, estaduais e municipais do Rio, Caxias e Macaé”, elenca. “Também pretendemos trazer expoentes da arte popular brasileira. Nomes como Chico Buarque e Martinho da Vila são cotados”, adianta. “Queremos dar um recado para a sociedade. Teremos parlamentares, setores da cultura, da educação, de movimentos sociais e reitores das universidades públicas do Rio de Janeiro. Todos juntos numa grande frente democrática”, conclui.