Prosseguem as homenagens para a imortal Cleonice Berardinelli, que faleceu no último dia 31 aos 106 anos. O professor emérito Jorge Fernandes da Silveira enviou para a Redação um poema "motivado pela dolorosa perda da Mestra fundadora da minha carreira na UFRJ".
Confira a seguir:
CLÉO NO CÉU
Às altas Torres alevantada e aos Mares venturosos avisada
Alma encarnada pela juvenília mão vicentina de Bandeira
Nossa Senhora Estrela-Guarda de pena e verso a vida inteira
Aos montes às meninas e aos meninos posta em sina devotada
ANJO?
Nessa manhã estive à beira do quotidiano
a Teu lado entre palacetes velhos.
Um rouxinol e um repuxo nos olhavam.
E aqueles cedros no cenário.
Olhei, olhei por dentro dos
sentidos as sensações. Vê além,
disseste. Havia um pórtico, as
colunatas de pedra. O largo atalho
de saibro. O sol com o seu feixe
de muitos raios atrás da Tua sombra.
Fiama Hasse Pais BRANDÃO
CLEONICE BERARDINELLI 28 de Agosto de 1916-31 de Janeiro de 2023
Senhora, Aula Magna da Literatura Portuguesa,
Agora, Você, Cleonice, bem claro nos ensina,
Aqui, onde o Natal mal se acaba em Carnaval que já começa,
A viver a bem-vinda passagem das horas em sua dina companhia divina.
Rio de Janeiro, lisblon, 31 de Janeiro-1º de Fevereiro de 2023