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WhatsApp Image 2022 12 08 at 20.50.34Foto: Fernando SouzaEstela Magalhães

A plenária contra os cortes do orçamento reuniu a comunidade acadêmica da UFRJ no IFCS, no centro da cidade. Professores, estudantes, técnicos e terceirizados reivindicaram a recomposição do orçamento e caminharam em protesto até a Cinelândia.
O reitor em exercício, professor Carlos Frederico Leão Rocha, contextualizou a crise. “O corte foi sobre gastos que já foram autorizados pelo governo, serviços que já foram disponibilizados e mão de obra que já trabalhou”, explicou. “Neste momento, não temos condições de pagar qualquer conta. Estamos à deriva”, disse.
“Como trabalhar numa universidade sem limpeza, sem segurança e sem alimentação para os estudantes?”, questionou o professor João Torres, presidente da AdUFRJ. “Não escolhemos parar, não estamos em greve, mas estamos numa emergência”, lembrou.
Os grupos mais impactados pelo corte de verba são os estudantes, que ficaram sem as bolsas, e os terceirizados, que ficaram sem salário. “São famílias que não têm o que levar para sua casa, ainda mais numa data tão significativa como o Natal”, disse Waldinéa Nascimento, diretora da Attufrj, a associação dos terceirizados. “Precisamos ter nossos salários e direitos garantidos. Sem os terceirizados não tem aula, a universidade não funciona”, reivindicou.
Natália Trindade, diretora da Associação de Pós-Graduandos, destacou que 200 mil bolsistas da Capes não vão receber esse mês e convocou uma paralisação nacional. “Não sei como vou pagar o aluguel essa semana, não sei como vou ao supermercado. Assim como eu, milhares de estudantes passam por esses problemas. Não existe trabalho de pesquisa não remunerado, os doutorandos são trabalhadores”, disse.
“É desesperador, muitos estudantes não sabem como vão pagar o aluguel”, contou Gabriel Carrez, do DCE. “O governo precisa recuar nesse corte, porque eles estende a fome e nos aproxima do fim da educação pública no país”, exigiu.WhatsApp Image 2022 12 08 at 20.51.38 1Foto: Fernando SouzaCoordenador do Sintufrj, Esteban Crescente destacou a importância de lutar contra o bloqueio. “Precisamos lutar e vencer nas ruas, ocupar nossos espaços e mostrar nossas demandas. Só assim vamos garantir a obrigação do orçamento na universidade, o salário dos servidores e a melhoria na carreira docente”, disse.
A plenária também contou com a presença de representantes da UFF, da UniRio e do Colégio Pedro II, que expuseram os impactos dos cortes de verba em cada instituição. Há atrasos de bolsas, problemas na frota intercampi e ameaça à merenda escolar.

UNIVERSIDADES ORGANIZAM ATOS PELO BRASIL

WhatsApp Image 2022 12 08 at 20.51.38 2DivulgaçãoUniversidades federais de várias cidades realizaram atos na quinta-feira, dia 8, contra os cortes promovidos pelo governo Bolsonaro. Uma delas, foi a Universidade de Brasília, que teve R$ 17 milhões bloqueados no dia 1º de dezembro.A manifestação aconteceu em frente ao Ministério da Educação, na Esplanada dos Ministérios.
A Federal de Pelotas foi outra universidade que levou sua comunidade acadêmica para as ruas contra os cortes.
Em Mato Grosso do Sul, a UFMS e a Federal de Grande Dourados também paralisaram suas atividades para protestar contra o desmonte. As atividades aconteceram na capital Campo Grande e em Dourados.
A comunidade acadêmica da Universidade Federal do Paraná tomou as ruas da capital Curitiba. Na UFPR, o corte foi de R$ 10,4 milhões.
Estudantes da Federal do Espírito Santo também se manifestaram em Vitória. Lá, os cortes deixaram a universidade com saldo negativo de R$ 6 milhões.
Médicos residentes do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA) também foram às ruas contra os cortes das bolsas. Em todo o país, são aproximadamente 14 mil residentes sem perspectivas de pagamento. O anúncio foi feito pelo Ministério da Educação no dia 5. E o não pagamento da remuneração desses profissionais em formação pode significar o colapso de hospitais universitários espalhados pelo país e que atendem ao Sistema Único de Saúde.
Os atos aconteceram na esteira do movimento #pagueminhabolsa, liderado pelos estudantes de pós-graduação. A Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) defende a paralisação total das atividades do segmento até o pagamento de todas as bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. “Ao mesmo tempo, a ANPG despenderá todos os esforços para garantir o pagamento das bolsas pela via jurídica”, além de “articulação com o Congresso Nacional”, diz trecho da nota emitida pela associação.

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