Por Silvana Sá e Júlia Fernandes
A luta até a vitória foi árdua. Foram muitos meses envolvidos com atividades que, com alegria, desaguaram na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para seu terceiro mandato como presidente da República. A AdUFRJ sempre esteve engajada na agenda da universidade, mas, diante de um cenário de cortes cada vez mais intensos e de uma ameaça real de fechamento das instituições federais de ensino, a mobilização se intensificou com um só objetivo: vencer Bolsonaro nas urnas com Lula. “Nosso empenho foi para manter a UFRJ existindo”, destaca o professor João Torres, presidente da AdUFRJ. “Para nós, mais quatro anos de Bolsonaro representariam o fim da universidade como a conhecemos hoje”.
João e a atual diretoria foram eleitos em setembro do ano passado com uma plataforma bastante clara: apoiar o candidato do campo democrático que tivesse mais viabilidade eleitoral para derrotar Bolsonaro. “A gente montou essa chapa já com este objetivo. É claro que Lula nos desperta mais conexões afetivas, mas qualquer candidato que não fosse da extrema direita teria o nosso apoio se tivesse condições reais de derrotar o atual presidente”, explica o professor.
Em fevereiro, durante o Congresso do Andes, a AdUFRJ já apontava a importância da criação de uma frente ampla de apoio a Lula. As seguidas posições de isenção do Sindicato Nacional foram denunciadas de forma contundente pela diretoria da AdUFRJ em editoriais e reportagens. “Forçamos o Andes a propor rodadas de assembleias pelo país para discutir o apoio a Lula. Muitas associações docentes deram resposta positiva”, lembra João.
A professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, também destaca a oposição à condução política do Andes nas eleições mais importantes desde a redemocratização do país. “A direção do Andes insistiu em posturas sectárias como o ‘fora todos’ que, de alguma maneira, foram coniventes com o impeachment de Dilma Rousseff e refletiram na falta de apoio à candidatura de Lula”, explica. “Fomos bem-sucedidos em fazer essa crítica e defender a unidade do campo democrático para eleger Lula”.
O trabalho se intensificou nos últimos meses. A AdUFRJ apoiou a criação do Comitê de Luta da UFRJ, esteve presente em ações em defesa da Educação, da Ciência e da democracia, participou de passeatas, panfletagens, adesivaços, carreatas... O Jornal da AdUFRJ emprestou suas páginas ao debate político e às análises de especialistas sobre a campanha, os resultados das eleições, as pesquisas. Relembre.
2021
SETEMBRO
Dia 15
A Chapa 1 é eleita na AdUFRJ com 60% dos votos. Compareceram às urnas 1.643 eleitores. A chapa encabeçada pelo professor João Torres se elegeu com uma plataforma bastante clara: eleger o candidato do campo democrático mais viável politicamente contra Bolsonaro.
OUTUBRO
Dia 15
Nova diretoria prega unidade para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas.
2022
MARÇO
Dia 27
Congresso do Andes é unânime sobre o “Fora, Bolsonaro”, mas diverge sobre apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. AdUFRJ participa dos debates e critica isenção.
MAIO
Dia 1º
AdUFRJ participa do Dia do Trabalhador. A atividade reuniu centrais sindicais e partidos políticos de esquerda no Aterro do Flamengo, com apoio explícito à pré-candidatura de Lula e contra o governo Bolsonaro
Dia 23
AdUFRJ realiza primeiro debate do ciclo “Ciência e Tecnologia no processo de reconstrução do Rio de Janeiro”. Evento aconteceu no CT e reuniu então pré-candidatos ao Legislativo e Executivo como Marcelo Freixo (governo), Tatiana Roque (Câmara), Dani Balbi (Alerj) e André Ceciliano (Senado). Todos os palestrantes, assim como o presidente da AdUFRJ, João Torres, expressaram apoio à pré-candidatura de Lula, único nome viável para derrotar Bolsonaro.
Dia 30
O segundo debate do ciclo organizado pela AdUFRJ se transformou em ato de denúncia contra os cortes do governo federal na área de Ciência e Tecnologia. Além da presença de Alessandro Molon, então pré-candidato ao Senado, cientistas renomados da UFRJ denunciaram o desmonte na área e elogiaram a atuação dos governos Lula para a educação superior e todo o sistema de C&T. “Essa é a eleição mais importante de nossas vidas”, afirmou Molon.
JUNHO
Dia 6
Terceiro evento do ciclo recebeu o professor Eduardo Serra, então pré-candidato ao governo do Estado. Serra foi enfático em não apoiar Lula no primeiro turno por não defender uma “agenda liberal”. A escolha de parte da ala progressista nacional em não apoiar Lula desde o primeiro turno foi ponto de crítica da AdUFRJ desde a pré-campanha nacional.
JULHO
Dia 6
Lançado Comitê de Luta UFRJ, um dos milhares de comitês populares criados para viabilizar a eleição da chapa Lula-Alckmin. A AdUFRJ atuou intensamente em todas as atividades do comitê.
Dias 15 a 17
Acontece o 65º Conad. Andes decide não apoiar a candidatura Lula no primeiro turno. AdUFRJ critica o descompromisso com a eleição histórica.
Dia 25
AdUFRJ realiza o “UFRJ na Praça” para mostrar a produção científica à população carioca, denunciar os cortes de Bolsonaro na Educação e defender o apoio a candidatos que valorizem a área.
AGOSTO
Dias 6 e 7
Em reunião do setor das Federais, o Andes mantém postura de neutralidade em relação a apoio de candidaturas. AdUFRJ e outras seções sindicais de oposição à diretoria nacional conseguem aprovar a realização de assembleias para discutir o tema.
Dia 11
A AdUFRJ é uma das organizadoras, na UFRJ, da leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. Ato acontece no pilotis do Centro de Tecnologia.
Uma segunda leitura pública da Carta é feita no IFCS. O professor João Torres, presidente da AdUFRJ, discursa.
AdUFRJ participa de manifestação na Candelária, organizada pela UNE e por partidos de esquerda, em defesa da Democracia e em apoio a Lula.
Dia 31
Em Assembleia, mais de 70% dos docentes referendam o apoio à candidatura de Lula desde o primeiro turno.
SETEMBRO
Dia 22
Manifesto em defesa da Universidade é lançado pela AdUFRJ, no Salão Pedro Calmon do campus da Praia Vermelha.
Dia 23
A AdUFRJ, junto a toda a comunidade da UFRJ, participa da carreata no Fundão em apoio à candidatura de Lula.
No Fórum de Ciência e Cultura, a AdUFRJ realiza o “Sextou”, um encontro descontraído com os docentes da UFRJ para conversar sobre a conjuntura política e a atuação do movimento sindical.
Dia 27
AdUFRJ faz panfletagem pró-Lula no Largo do Machado.
OUTUBRO
Dia 08
A AdUFRJ fez ato na Quinta da Boa Vista em campanha pela vitória de Lula no segundo turno e em defesa da educação.
Dia 10
Junto com as outras entidades representativas da UFRJ, a AdUFRJ participa de ato contra os cortes orçamentários na universidade na escadaria do Centro de Ciências da Saúde.
Dia 15
No dia do professor, a AdUFRJ marcou presença na panfletagem em apoio à candidatura de Lula, na Quinta da Boa Vista.
Dia 18
AdUFRJ organiza panfletagem no CT em defesa da campanha de Lula e pela democracia.
O presidente da AdUFRJ, João Torres, participa de aula pública no IFCS.
AdUFRJ participa ativamente do ato em defesa da Educação no Centro do Rio e em Macaé.
Dia 22
Educação na praça é realizada em frente ao Parque Madureira. AdUFRJ dá apoio logístico e financeiro à atividade em defesa da Educação e de Lula. Diretoria realiza panfletagem e conversa com a população.
Dia 26
AdUFRJ marca presença no ato da UFRJ pela educação e pela democracia, em frente à Faculdade de Letras, no Fundão.
Dia 28
Na Presidente Vargas, a AdUFRJ estava presente no ato em defesa da Educação e da democracia.
Dia 29
No último dia permitido pela legislação eleitoral para fazer campanha, diretores da AdUFRJ participam de atividade no Largo do Machado para eleger Lula no segundo turno.