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WhatsApp Image 2022 08 29 at 10.17.33 3“Você é a favor que a AdUFRJ apoie a candidatura Lula/Alckmin?”. A questão poderá ser respondida pelos filiados na assembleia geral marcada para quarta-feira (31), a apenas 32 dias do primeiro turno das eleições presidenciais. A reunião, às 9h30, será híbrida: presencial na sala E-212 do Centro de Tecnologia e virtual, via Zoom.
A diretoria da AdUFRJ diz sim. “Antes de assumir a gestão, deixamos claro que a nossa posição para as próximas eleições seria apoiar o candidato de maior viabilidade eleitoral para derrotar Bolsonaro”, afirma o presidente, professor João Torres. “Mas tirar Bolsonaro não é uma coisa etérea nem só de princípio. Temos que operacionalizar isso, o que, neste momento, significa votar em Lula”, completa.
A decisão transcende qualquer preferência partidária, como explica o presidente da AdUFRJ. “A universidade foi um dos setores mais atacados pelo atual governo. Nossa avaliação é que, se houver mais um governo Bolsonaro, a universidade como conhecemos vai deixar de existir. A UFRJ já está quase impossibilitada de funcionar”, alerta.
Pesquisa recente realizada pelo Observatório do Conhecimento, pelo Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e pelo Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) reforça a preocupação com uma eventual reeleição de Bolsonaro. De 1.116 cientistas que participaram, 58% afirmaram conhecer experiências de pessoas que já sofreram limitações ou interferências indevidas em suas pesquisas ou aulas. “Veja uma professora como a nossa vice-presidente, a Mayra Goulart, que trabalha com Ciência Política. Ela já está na mira dos bolsonaristas”.
A assembleia da AdUFRJ será realizada logo na primeira semana de aulas do segundo semestre letivo para favorecer a participação presencial dos docentes. Mas a decisão sobre o posicionamento da associação docente em relação às eleições vai ocorrer pelo sistema Helios, já conhecido de boa parte da comunidade da UFRJ (veja no quadro a dinâmica da reunião).
Até o fechamento desta edição, a associação docente da Federal da Paraíba (Adufpb) já tinha aprovado derrotar Bolsonaro no primeiro turno, orientando voto em Lula. Entre as federais do Rio, a Aduff marcou assembleia para o dia 30; a Adur, para o dia 31; e a Adunirio não marcou reunião. Apesar da mobilização nacional, a diretoria do Andes disse que não vai seguir uma eventual maioria favorável ao candidato petista. A justificativa é que o Setor das Federais representa uma parte do sindicato — composto ainda por associações docentes de estaduais, municipais e particulares.
A decisão ainda precisaria do respaldo congressual ou de um Conad, que não poderia mais ser organizado antes das eleições. “Seria um erro muito sério. Se grande parte das universidades apontar numa direção e a direção fizer ouvidos moucos, explicita que o comprometimento deles com a base é só da boca para fora”, critica João.

OUTRAS OPINIÕES
O debate deve ser intenso. Para o professor Luis Acosta, ex-presidente da ADUFRJ (2009 a 2011), o sindicato não deve orientar voto da categoria. “Vou defender que a direção do sindicato não pode tratar os professores como crianças, que precisam da orientação para saber em quem votar”, argumenta. “Se houver possibilidade, vou defender posicionamento semelhante ao da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)”, completa, em referência à Carta de Brasília, aprovada na última reunião da entidade. O texto conclama os brasileiros a eleger representantes que “efetivamente defendam os interesses legítimos de nossa sociedade” e apoia eleições livres com respeito aos resultados. “O documento da SBPC é maduro politicamente e respeitoso do pluralismo dos professores. Essa é uma resposta certa a uma conjuntura excepcional”.
Já o professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ entre 2019 e 2021, considera importante a realização do debate em assembleia. “Num momento mais calmo, a gente não estaria discutindo isso. O sindicato tem que lutar para preservar sua independência. Mas é claro que vivemos uma situação excepcional. Temos de chamar a base para decidir o que ela quer que o sindicato faça”.

COMO PARTICIPAR E VOTAR

A assembleia será híbrida: presencial na sala E-212 e virtual, pelo Zoom: https://us02web.zoom.us/j/89062699410.

A cédula de votação chegará por e-mail para os sindicalizados na terça, dia 30. A votação será aberta entre meio-dia e 18h da quarta, 31, no sistema Helios.

Se houver qualquer dificuldade com o recebimento do link ou com a votação via Helios, favor entrar em contato com o número (21) 99365-4514.

A pergunta será: Você é a favor que a AdUFRJ apoie a candidatura Lula/Alckmin? 

A assembleia está convocada para 9h30 com quórum mínimo (10% dos sindicalizados). Às 10h, começa com qualquer número de docentes. Às 18h, inicia uma segunda sessão do Zoom (o link é o mesmo da manhã) para abertura pública da urna e apuração da votação.

ASSEMBLEIA DISCUTE AÇÕES COLETIVAS SOBRE PROGRESSÕES E INSALUBRIDADE

A diretoria da AdUFRJ vai propor à assembleia do dia 31 o ajuizamento de uma ação coletiva contra todas as restrições que os professores da UFRJ vêm sofrendo em relação ao desenvolvimento na carreira.
Um dos problemas diz respeito aos efeitos financeiros da promoção ou progressão. Hoje, eles retroagem até a data de pedido do docente, após aprovação no processo de avaliação de desempenho. “O artigo 13A da lei diz que o efeito financeiro da progressão e da promoção ocorrerá a partir da data em que o docente cumprir o interstício e os requisitos estabelecidos em lei para o desenvolvimento na carreira. Os requisitos são a pontuação mínima e a avaliação necessárias à aprovação. Mas defendemos que não importa a data desta avaliação, que apenas vai reconhecer a produção anterior do docente”, diz a advogada Ana Luísa Palmisciano. “Neste sentido, temos várias ações individuais de sindicalizados cobrando retroação dos efeitos até mesmo para antes do pedido”.
Uma segunda ação coletiva busca preservar os adicionais ocupacionais (insalubridade, periculosidade e raio-X) que estão sendo cortados injustamente. “São comuns os casos de docentes que perdem o adicional ao mudar de lotação ou ao assumir algum cargo de chefia ou departamento, mesmo quando eles continuam trabalhando em um laboratório com agentes nocivos à saúde”, esclarece Ana Luísa.

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