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Silvana Sá e Kelvin Melo
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Primeiro capítulo de série de reportagens sobre condições de trabalho, pesquisa e estudo após retorno presencial mostra problemas do Centro de Tecnologia, no Bandejão e do transporte para o Fundão

ESTACIONAMENTO DO CT NO BREU

WhatsApp Image 2022 05 06 at 20.44.26Quem precisa sair à noite do Centro de Tecnologia enfrenta um verdadeiro breu no estacionamento. O motivo: o furto de cabos de energia e reatores. “É dramático”, lamenta o professor Papa Matar Ndiaye. “Isso gera um problema também emocional, de saber que você está se arriscando em um lugar que não deveria oferecer essa preocupação. Você pode ser roubado, agredido e ninguém verá”, diz.

Papa Ndiaye é um dos 21 professores que assinam uma carta de cobrança por soluções para a situação do estacionamento e por regularização das linhas de ônibus que rodam à noite no campus. “Os alunos do noturno têm um prejuízo também acadêmico porque, depois das 20h, o transporte fica muito irregular, o que nos obriga a terminar as aulas mais cedo”, explica o docente. O documento elaborado pelos professores da Escola de Química foi encaminhado à Ouvidoria da UFRJ, direção da EQ, chefias de departamentos da unidade e diretoria da AdUFRJ.

De acordo com o superintendente do CT, Agnaldo Fernandes, a decania depende de fornecedores. “Nossa perspectiva é que a iluminação seja toda trocada ainda neste semestre”, diz. “O orçamento já está autorizado, mas a empresa alega atrasos do fornecedor”, revela. Como medida paliativa, a decania instalou refletores na fachada de alguns blocos, virados para o estacionamento. “Já foram instalados nos fundos do Bloco A, nos blocos C, D, E e H. Haverá também na frente do Bloco A”, completa o administrador do centro, André Ferraz.

Os furtos também atingiram a concessionária que geria o estacionamento. “Houve furtos de cabos, câmeras e cancelas. Esse material ainda está sendo reposto pela empresa”, conta André. A expectativa é que a cobrança seja restabelecida até junho.

RISCO NO CORREDOR
Outro problema identificado pela reportagem da AdUFRJ é a falta de conservação nos corredores do CT. Em alguns pontos falta proteção de corpo; em outros, corrimão. Ainda há risco de queda de lâmpadas e infiltração em luminárias. Agnaldo Fernandes informa que a prioridade da decania são as obras do telhado e que estão previstas as trocas das lâmpadas, mas não comentou sobre os guarda-corpos e corrimões destruídos.

AUDIÊNCIA
A AdUFRJ solicitou audiência com a reitora para tratar das condições de trabalho dos professores. O encontro será dia 24. O objetivo é apresentar as demandas e cobrar prazos para que os problemas sejam solucionados.

ELEVADORES QUEBRADOS GERAM MAIS TRANSTORNOS
Outro problema sem data para acabar é a crise dos elevadores do CT. Os dois do bloco H não funcionam. Dos quatro do bloco A, só um funciona para atender a sete WhatsApp Image 2022 05 06 at 20.44.262andares e de forma precária. “Para que ele pare no terceiro andar, há que fazer truques. É uma situação vexaminosa para uma universidade e de desrespeito para com sua comunidade”, reclama o professor Ildeu Moreira, do Instituto de Física.

Servidora do Instituto de Química, Dalva Lúcia Rossotti conta que já ficou presa no elevador. “Foi um pânico, fiquei 40 minutos no escuro. Outras pessoas também já ficaram presas. Não é difícil de acontecer”, afirma. Ela também reclama das péssimas condições do único elevador em funcionamento. “O painel interno é muito precário e ele só para no térreo se alguém apertar o botão por dentro”. O problema é antigo, anterior à pandemia. “Trabalho aqui há 30 anos. Só uma vez vi todos os elevadores funcionando”.

As filas enormes no horário da manhã atrasam vários estudantes e professores. “A espera é longa, a fila é muito grande”, conta Vinícius Lima, aluno do quinto período de engenharia naval. “Espero que corrijam até as provas unificadas de cálculo e física”, conclui o estudante.

A administração do CT explica que os contratos dos elevadores fazem parte de um pacote de manutenção firmado diretamente com a Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6). “Não temos prazo para resolução dessa questão”, revela André Ferraz. “Recentemente conseguimos tirar desse contrato o elevador de cargas, que foi reformado e está funcionando, e os elevadores do bloco H”, conta André Ferraz. “Hoje (dia 5 de maio) houve uma vistoria para fazer orçamento do elevador da frente. Já o dos fundos do bloco H passa por obras no fosso para contenção de água da chuva”, explica o administrador.

FALHAS EM ÔNIBUS PIORAM ACESSO AO FUNDÃO

WhatsApp Image 2022 05 06 at 20.44.272Desde o recomeço das aulas presenciais, o transporte público testa a paciência e preocupa quem estuda e trabalha no Fundão. Linhas com poucos ônibus principalmente no período noturno, superlotação nos horários de pico e sucateamento da frota desgastam professores, funcionários e estudantes.

“No intervalo de uma semana, eu presenciei duas quebras de ônibus. Tem que descer, pegar outro e gera um transtorno muito grande”, afirma o professor Fernando Duda, da Coppe, que usa a linha 485 nos deslocamentos entre a Cidade Universitária e sua casa, em Copacabana. “As condições da frota estão muito ruins. Sem falar nos vidros trepidando ou em algumas barras de segurar a mão, que estão frouxas”.

Brenda Tosi, mestranda do programa de Linguística, tem esperado mais de 35 minutos para pegar o 410T para voltar para casa, em Rocha Miranda. O ônibus é uma opção depois de experiências anteriores ruins com o BRT e de dificuldades para entrar no metrô. “O metrô é impossível no final da tarde”.

O PESADELO DO BRT
Uma das principais formas de entrar e sair da Ilha do Fundão, o BRT hoje é também um dos gargalos do transporte público da Cidade Universitária. No último dia 3, Mariana Victorino, do 7º período de Engenharia de Alimentos, estava perplexa diante do que via, antes das catracas de acesso ao BRT, atrás do Hospital Universitário. A plataforma dos ônibus articulados estava abarrotada de gente. Após muito tempo, um dos veículos que deveria providenciar um serviço de transporte rápido e confortável para moradores das Zonas Norte e Oeste da cidade chegou. E saiu lotado, com pessoas penduradas nas portas abertas.

“Antes da pandemia, era cheio tolerável. Agora, está superlotado”, critica a moradora da Penha Circular. A precariedade dos veículos é notória. Na primeira semana de aula, Mariana precisou descer de um BRT com pneu furado, em Olaria. “Todo transporte público está assim. É muito desgastante”, disse.

O aumento da frota de BRT ainda demora: fornecedores apresentaram propostas para licitações iniciadas em 13 de abril, mas o prazo de entrega dos primeiros ônibus é até dezembro deste ano.

PREFEITURA UNIVERSITÁRIA ORIENTA USUÁRIOS
Reclamações sobre os ônibus internos e intercampi devem ser enviadas para o Whatsapp da Prefeitura - (21) 969623203 - ou o e-mail da comunicação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.). Desde 25 de abril, a Prefeitura Universitária aplica uma logística de ônibus internos expressos nos horários de maior demanda. Os veículos rápidos, identificados com o número 5, partem da Estação UFRJ, ao lado do BRT, e seguem diretamente até o CCMN, CT e Letras (das 7h às 9h e das 17h às 19h30 — neste segundo intervalo, retornam à Estação). Já no horário de almoço (das 11h às 13h), os veículos expressos seguem da Faculdade de Letras, CT e CCMN até o Restaurante Universitário/Estação.

FILAS QUILOMÉTRICAS NOS BANDEJÕES
WhatsApp Image 2022 05 06 at 20.44.263Com quase um mês de aulas, os estudantes ainda enfrentam filas quilométricas nos bandejões. “Recolhemos mais de quatro mil assinaturas sobre esta questão dos bandejões”, disse Júlia Vilhena, uma das representantes do DCE, antes de uma sessão especial do Conselho Universitário, no dia 5. “Muitas vezes, não conseguimos almoçar no intervalo entre nossas aulas”, completou.

Reitor em exercício, o professor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que a administração superior está comprometida com a ampliação da oferta de refeições aos alunos. “Filas nos bandejões sempre existiram, mas agora temos uma situação nova”. O número de matrículas ativas na graduação saltou de 45 mil para 63 mil, resultado da chegada de novos alunos e da reversão dos trancamentos autorizados durante a pandemia. “Um aumento de 40%, que rebate sobre a oferta de alimentação”. Também contribuiu para a procura dos bandejões o fechamento de alguns restaurantes particulares no campus, nos últimos dois anos.

BURACOS PARA TODOS OS (DES)GOSTOS
Dirigir na Cidade Universitária virou martírio. As vias apresentam irregularidades em diversos trechos e buracos de diferentes tamanhos. Qualquer descuido pode causar dano à suspensão do veículo ou até acidentes, quando o motorista tenta desviar de algumas “crateras”.

A Prefeitura da UFRJ solicitou apoio à Secretaria de Conservação do município, através da operação “tapa-buraco”. “Tivemos alguns pontos executados, porém a frequência de atendimento é esporádica, bem como a quantidade disponibilizada de asfalto é muito pequena para minimizar os transtornos”, respondeu, via assessoria.

Já noticiados na edição anterior do Jornal da AdUFRJ, os enormes buracos da entrada 3 da Cidade Universitária, ao lado do CCMN, foram fechados nesta sexta, 6. A concessionária Lamsa se recusava a assumir o problema. Uma equipe da prefeitura municipal fechou estes e outros buracos nas vias do Fundão.

VAZAMENTO DE GÁS ASSUSTA CCS
Um vazamento de gás no CCS na manhã da quarta-feira, 4, assustou professores, técnicos e estudantes. O acidente ocorreu às 8h10 no Instituto de Microbiologia Paulo de Góes e foi contido às 8h30 pela Brigada Voluntária de Incêndio do CCS, com o auxílio da Biossegurança. A decania informou que não houve vítimas nem prejuízos materiais. “Apenas foi necessária a interdição momentânea de parte do Bloco I, visando à contenção e à segurança da nossa comunidade. Todas as atividades no prédio já voltaram à normalidade”, disse, por meio de nota, divulgada ainda pela manhã.

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