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FSOU0005A diretora Nedir do Espirito Santo participou da marcha Foto: Fernando SouzaDIVERSIDADE. Assim, em negrito e letras maiúsculas, é a palavra que traduz a passeata de 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no Centro do Rio. Negras, brancas, indígenas, trabalhadoras e estudantes, mães, filhas, avós foram para a rua no primeiro grande ato feminino desde o início da pandemia. Ali, atrás da Candelária, e sobre o asfalto da Rio Branco, elas eram muitas e sob um mesmo sonho: o de um mundo melhor, menos desigual e mais inclusivo.
Representações docentes das universidades públicas do Rio participaram do ato. A AdUFRJ também estava presente com sua antiga e enorme bandeira de cetim, com os dizeres “A luta pela paz é Feminina” – tema, aliás, mais atual do que nunca. “Vimos gritos de indignação que ecoam desde o caso Marielle, lutadora pelos direitos das mulheres e cidadãos massacrados pelo sistema perverso que furta a dignidade humana, até a violência de uma guerra em que vemos mães ucranianas desesperadas para protegerem seus filhos”, observou a professora Nedir do Espirito Santo, diretora da seção sindical. Para a professora, o ofício de ensinar também precisa ser transmitido nas ruas. “Não basta falarmos de indignação entre quatro paredes. Temos que ir para as ruas e a AdUFRJ tem que estar presente nesses movimentos”, afirmou.
Ensinar também é ofício materno. A marcha das mulheres foi momento de mostrar às novas gerações que elas podem ser o que quiserem. Renata Gracie, pesquisadora da Fiocruz, levou sua filha Laura, de 10 anos, para a atividade. “Apesar de toda a situação triste do nosso país, participar do ato foi uma recarga de energia muito forte e ter minha filha junto teve um sentido pedagógico muito bonito”, disse. “Ela ficou muito feliz por participar e pelos reencontros”
Ex-presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller também se emocionou com a marcha. “Este ato nos mostra que estamos dispostas para a luta”, afirmou. “Estou superemocionada, feliz, carregando junto a bandeira da AdUFRJ”. Eleonora foi uma das pessoas que segurou, junto com a professora Nedir, o bandeirão de 9,5 metros de comprimento por 7 metros de largura da seção sindical. Durante o percurso, outras mulheres e alguns homens se revezaram na tarefa de levar a mensagem da AdUFRJ até a frente do Theatro Municipal.
Dentre tantos gritos, o de igualdade e pela vida de todas as mulheres. “Parte de nós sequer é lida como mulher. E, portanto, sequer tratada como sujeito de direitos”, observou a jornalista Camila Marins, ativista do movimento de mulheres lésbicas. “Temos muitas lutas: o combate ao estupro corretivo (crime, tipificado em lei, direcionado a “curar” a orientação sexual de pessoas da comunidade LGBTQIA+), a luta contra as violências doméstica e policial e por políticas de saúde para mulheres lésbicas, já que muitas não têm acesso ao preventivo pelo fato de não terem relação com homens. O que é um completo absurdo”, criticou.

FSOU1132Bandeirão da AdUFRJ levou a mensagem "A luta pela paz é feminina" - Foto: Fernando Souza

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