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observatórioPara marcar o segundo aniversário do Observatório do Conhecimento, a articulação de entidades sindicais e de movimentos em defesa do Ensino Superior reuniu cinco deputados federais da bancada da Educação para discutir o impacto do cenário político do país sobre a produção do conhecimento. O debate "As universidades estão em risco?" foi transmitido na segunda-feira (26). Além dos cortes, preocupam as intervenções nas reitorias e o cerceamento às pesquisas.

“Na Educação, a redução de orçamento foi de 27% em relação ao ano passado. Será a pasta com maior corte orçamentário para esse ano, junto com a Ciência e Tecnologia. O presidente vetou R$ 200 milhões para pesquisa de uma vacina da USP que estava em pleno desenvolvimento”, lamentou o presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves da Silva, mediador do encontro.

Parlamentares de diferentes filiações e tendências partidárias apontaram para o risco de um apagão do conhecimento. “É um ensino superior que não aumenta vagas nem projetos, que não tem nenhum crescimento”, destacou a deputada Rosa Neide (PT). Segundo ela, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, revelou durante uma reunião, na semana passada, que a pasta opera com menos 60% de pesquisadores. “Das mais de três mil propostas de bolsas de pós-doutorado, avaliadas com mérito pelo próprio CNPq, menos de 400 foram aprovadas por conta de limites orçamentários”, citou ainda o deputado Alessandro Molon, do PSB.

            “O que há é um conjunto de ações de quem tenta levar para dentro das universidades uma guerra ideológica. Essas ações partem do corte de recursos até uma restrição cada vez maior da autonomia político-administrativa”, afirmou o deputado do Partido Liberal, Marcelo Ramos. As intervenções nos processos eleitorais das universidades e institutos federais também foram criticadas por João Carlos Bacelar Batista (PODEMOS): “Vinte e cinco reitores foram nomeados pelo presidente da República sem que tivessem sido os mais votados ou até que estivessem na lista tríplice”.

            Outra visão compartilhada pelos parlamentares é de que, apesar da redução dos recursos, a demanda social pelas universidades tende a aumentar. “O desafio que temos é dobrar a aposta na pesquisa, Ciência e Tecnologia, não apenas para combater o obscurantismo negacionista responsável pelo genocídio operado pelo Bolsonaro, mas também para criar melhores condições para o Brasil viver o pós-covid”, opinou Orlando Silva (PC do B). “A minha sensação é que o que virá depois é uma nova ordem econômica global”, justificou.

DEPOIMENTOS

Alessandro Molon (PSB): “As obsessões folclóricas do presidente, como o nióbio, já prenunciavam a sua desastrosa aposta em soluções milagrosas que, na prática, sempre se mostram erradas. A cloroquina é só a continuação trágica desse padrão de Bolsonaro”.

Rosa Neide (PT): “Nesse projeto de governo, a educação inclusiva e a pesquisa que pode chegar até a ponta com mais força para ajudar as pessoas não está no planejamento”

Marcelo Ramos (PL): “As universidades públicas brasileiras atravessaram uma ditadura militar e saíram, desse processo, fortalecidas. Tornaram-se pólos de resistência. E mais uma vez estão sendo testadas. É óbvio que o corte de recursos fere de morte a possibilidade de autonomia político-administrativa das universidades”.

Orlando Silva (PC do B): “A covid-19 desnudou a necessidade de ampliar o investimento em Ciência, Tecnologia e pesquisa. Só assim a gente vai poder enfrentar uma pandemia como essa. E também os novos desafios que a economia vai nos trazer.”

João Carlos Bacelar Batista (PODEMOS): “Eles transformaram a Educação em serviço essencial para a máquina pública, apenas e unicamente, para impedir que o professor brasileiro tenha direito à greve. Há perseguições não só administrativas, mas até processos criminais, contra professores”

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