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WEB menorANDESAproximar o Sindicato Nacional do conjunto dos professores é a expectativa da diretoria da Adufrj para o 39º Congresso do Andes, marcado para os dias 4 a 8 de fevereiro, em São Paulo (SP). Principal espaço de deliberação dos docentes da educação superior de todo o país, o evento terá como tema central “Liberdades democráticas, autonomia universitária e em defesa da educação pública e gratuita”. O título deixa claro que, além da asfixia financeira, serão debatidas ameaças a direitos fundamentais e à liberdade de cátedra.
“Acredito que seja um momento de muita discussão e vamos trabalhar para que possamos sair desse congresso com propostas consistentes para trazer o Andes de volta para a maioria dos docentes”, diz a professora Eleonora Ziller, presidente da Adufrj. “Que ele seja fortalecido e transformado. É o que o presente nos exige”, completa,
Eleonara avalia que Congresso é realizado em um dos momentos mais críticos para as universidades. “O governo aproveitou a passagem do ano para lançar um verdadeiro bombardeio de ações que visam à completa desestruturação do sistema de ensino superior”, destaca. “O momento nos exige coragem e responsabilidade. É preciso construir uma poderosa rede de ação que detenha a sanha destrutiva desse ‘desministro’ da educação”, acrescenta.
Os números exatos do encontro, que será realizado no campus da USP, não estão fechados. Mas são esperados cerca de 700 professores, entre delegados, observadores e convidados. Segundo a organização, haverá mais representantes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A UFRJ enviará 34 docentes, a maior delegação da história da associação para um fórum do Andes. Serão dez delegados e 24 observadores.
Para as instituições federais – o Andes também congrega professores das estaduais, municipais e particulares –, o foco da pauta política está nas avaliações e ações em resposta aos ataques do primeiro ano do governo Bolsonaro.
A reunião também abre o processo eleitoral interno, com as inscrições das chapas que disputam a próxima direção sindical para o mandato entre 2020 e 2022. As eleições do Andes-SN ocorrem em maio.

COMO FUNCIONA
A programação do Congresso foi reduzida de sete para cinco dias, por decisão do 64º Conselho do Andes (Conad) – realizado em julho de 2019, em Brasília (DF). Na mesma ocasião, foi extinta a votação sobre o tema chamado de “centralidade da luta”, que definia as prioridades do sindicato. As polêmicas em torno da formulação atrasavam todo o cronograma, logo no início do evento.
Durante o encontro, as atividades dos representantes das associações docentes de todo o país são guiadas por um Caderno de Textos. O material é composto por contribuições de assembleias, grupos de professores ou de até mesmo de um único sindicalizado. Os textos são distribuídos entre diversos temas, como “conjuntura nacional e internacional” e os planos de lutas. O debate é realizado primeiro em grupos com docentes de diferentes universidades – os grupos mistos – e, depois, nas plenárias deliberativas.

GREVE NO RADAR
Um dos pontos importantes em discussão será uma greve para 2020. Ainda em dezembro de 2019, o Andes propôs às seções sindicais a aprovação de um indicativo de estado de greve para março, no início do semestre letivo. A ideia foi considerada precipitada na UFRJ e acabou rejeitada por 34 votos a 28, na Assembleia Geral do dia 27 de novembro.
A direção do Andes explica que a data de 18 de março como um dia de paralisação da Educação é indicada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Mas não há nada fechado. A decisão se será um dia de paralisação ou uma greve é algo a ser discutido pela base da categoria”, diz o presidente do Andes, professor Antonio Gonçalves Filho.
Outra polêmica prevista para o Congresso diz respeito à proposta de desfiliação da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas). A atual diretoria do Andes indica a realização de um Conad extraordinário, exclusivamente dedicado ao tema. Mas o assunto move paixões e controvérsias até sobre a forma de ser tratado.
Professora da Faculdade de Educação e delegada da AdUFRJ, Marinalva Oliveira é contrária à realização de Conad extraordinário. Em sua visão, as decisões sobre a Conlutas devem ser feitas nos encontros ordinários. “Mas sempre em uma perspectiva de fortalecer a central”, ela diz. A docente se opõe ao desligamento. “O ano de 2020 promete ser mais difícil que 2019. Com todas as críticas possíveis de serem feitas, a Conlutas é a única central pautada pelos interesses da classe”, justifica.
Com visão distinta, Luis Acosta (Serviço Social) assina com outros docentes da UFRJ documento que avalia que o ciclo da CSP-Conlutas está esgotado. “A CSP-Conlutas mostrou seus limites particularmente durante todo o episódio do impeachment (de Dilma Rousseff) com as palavras de ordem equivocadas que apontavam para o ‘Fora Todos!’ e, especialmente, nas atitudes pró-imperialistas na arena internacional, como no caso venezuelano, com a palavra de ordem ‘Fora Maduro!’”, argumenta. O grupo defende a saída imediata da Central. Mas considera que o Future-se! e a reforma administrativa, entre outros temas, têm precedência no debate do 39º Congresso.

DELEGAÇÃO
A eleição da delegação da Adufrj para o 39º Congresso do Andes foi realizada na Assembleia Geral de 27 de novembro. Serão delegados (com direito a voz e voto nos debates) Eleonora Ziller (Letras), Felipe Rosa (Física) e Josué Medeiros (IFCS) – os três da diretoria –, além de Alessandra Nicodemos (Educação), Angélica Nakamura (Macaé), Cláudio Ribeiro (FAU), Luis Acosta (Serviço Social) Marinalva Oliveira (Educação), Mayra Goulart (IFCS)e Tatiana Ribeiro (Letras).
Como observadores (com direito a voz), estarão: Jackson Menezes (do Macaé e da diretoria da AdUFRJ), Ana Tavares (Nepp-DH), Fernanda Vieira (Nepp–DH), Claudia Piccinini (Educação), Herli Menezes (Educação), Jacqueline Girão (Educação), Jorge Gonçalves (Educação), Filipe Boechat (Psicologia), Marcelo Mello (Educação Física), Luciano Coutinho (FACC), Elídio Marques (Irid), Gerson Marinho (EEAN), Walcyr Barros (EEAN), Eunice Bomfim (FAU), Cleusa Santos (Serviço Social), Gláucia Lélis (Serviço Social), Janete Leite (Serviço Social), Sara Granemann (Serviço Social), Cris Miranda (CAp), Letícia Carvalho Oliveira (CAp), Regina Pugliese (CAp), Renata Flores (CAp), Daniel Augustins (Macaé) e Laís Buriti (Macaé).

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