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Mafalda em exposição

Mostra fica na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio

Personagem dos quadrinhos foi criada em 1964

Samantha Su. Estagiária e Redação

Uma das personagens mais famosas dos quadrinhos, a argentina Mafalda é conhecida por questionar o mundo em que vivemos de forma bem-humorada. Agora, a criação de Quino Julieta Colombo poderá ser vista gratuitamente até 24 de outubro na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro, próximo à Central do Brasil.

Inventada em 1964, época em que muitos países latino-americanos passavam por processos de golpes militares, Mafalda simbolizou a resistência, retratando o cotidiano da ditadura de forma irônica. É o que apresenta parte da exposição, com relatos de militantes de oposição que escreviam a Quino sobre o convívio com o quadrinho, mesmo durante o cárcere. 

“A Mafalda virou um símbolo que passa uma mensagem de rebeldia e contestação que surgiu na época da ditadura, mas recriada com o passar dos anos”, disse Rafaela Pessoa, monitora da exibição na biblioteca.

A curadoria da mostra selecionou rascunhos das tirinhas, cartas de leitores e vários objetos com o desenho da personagem. Na exposição, a declaração do diretor da Biblioteca Nacional argentina sintetiza o poder do desenho de Quino: “Mafalda, na incessante ramificação entre leitores do mundo e em todos os idiomas, significa a pergunta adulta que precisa ser tornada infantil para sentir uma surpresa primigênia sobre o mundo que nos rodeia. Para fazê-lo objeto de uma dúvida, um escrúpulo ou uma perplexidade com relação à realidade que já aparece calcinada e selada para sempre perante nós. O célebre desenho de Quino é um grande gesto antropomórfico semelhante ao qual acompanha toda a história da filosofia. Dar às ideias a forma humanizada de um rosto cândido, portador das perguntas mais inquietantes”, é o que diz Horacio González. 

Defesa da educação

Uma das temáticas que Quino abordava recorrentemente em suas tirinhas era a educação — não à toa, Mafalda tornou-se musa inspiradora do movimento docente da UFRJ —, o cuidado do cartunista em questionar a finalidade do sistema educacional e o interesse de mercado no setor são algumas das características marcantes.  Quino afirma: “Para mim, é uma necessidade estar com gente preocupada com a educação. Um país que não quer isso é um país suicida”, frase também estampada na mostra. 

Centro de Tecnologia sinaliza vagas para motos

Desde 11 de agosto, o estacionamento do Centro de Tecnologia conta com a demarcação de área específica para motos (foto). Segundo o arquiteto urbanista da decania do Centro, Waldir de Mendonça Pinto, as vagas foram pintadas por três motivos: desocupar o passeio térreo do CT das motocicletas, respeitando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), evitar atropelamentos e para responder a reclamações de pedestres (estudantes, professores, visitantes e usuários em geral) sobre a obstrução nas calçadas, causadas pelos veículos.

O arquiteto relata que, para criar as 63 vagas de motos, foram suprimidas 23 (das até então 907) vagas de carro. De acordo com Waldir, o impacto da conversão “é mínimo diante dos problemas causados por veículos motorizados estacionados dentro do prédio do Centro de Tecnologia”.

Ele informou ainda que a obra compreendeu também a repintura de 14 vagas exclusivas para pessoas com necessidades especiais. (Elisa Monteiro)

Na reengenharia fisiológica que o governo aplicou para tentar se safar de um desfecho mais dramático da crise em que está metido, a partilha do butim envolveu a Educação, mesmo que de forma lateral. O ministro Renato Janine Ribeiro, o nefelibata, como se sabe, foi defenestrado para dar lugar a Aloizio Mercadante, o reincidente. 

Mercadante retorna ao Ministério da Educação como compensação, já que foi afastado do núcleo palaciano, ao deixar a Casa Civil. 

Na pasta da Educação, é o terceiro ministro em nove meses do segundo mandato de Dilma Rousseff.

Antes de Janine, a pasta iniciou o ano com Cid Gomes, o breve. Este ficou pouco mais de dois meses no cargo. Precisamente 76 dias.

O ex-governador do Ceará não teve tempo de deixar qualquer marca no ministério – a não ser o recorde de brevidade. 

Pode ser que seja lembrado pelo encontro com a apresentadora Xuxa a quem conferiu avaliação pedagógica positiva. “Tem produzido excelentes materiais para o ensino infantil”, disse.

Nefelibata

Ao ser escolhido ministro da Educação, em abril, o professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, Renato Janine Ribeiro, foi saudado por alguns setores mais otimistas, como uma opção adequada.

Afinal, Janine era um homem da Academia e não um político profissional. Mas, nesses seis meses de gestão, foi reduzido a uma caricatura omissa, incapaz de se posicionar contra os cortes na educação e os ataques à universidade pública.

Janine nunca se dignou, por exemplo, a receber representantes dos professores universitários em greve. 

Quando o governo anunciou o corte de mais de

R$ 9 bilhões na Educação, o ministro cumpria agenda na Coreia.

Em 27 de maio, quando os professores informaram o início da greve, após mais de um ano solicitando negociar com o governo, Janine disse que o movimento era “precipitado”.

Janine se mostrou um aliado do setor empresarial da educação brasileira, e garantiu a ampliação de verbas para o Fies pela via de emissão de papéis para arrecadar dinheiro no mercado financeiro. 

Reincidente

Na primeira passagem pelo ministério, Aloizio Mercadante foi nomeado por Dilma Rousseff em janeiro de 2012. Substituía Fernando Haddad, que foi disputar a prefeitura de São Paulo.

Ficou dois anos no cargo e, no período, enfrentou a greve de 2012 dos professores federais – então, a mais importante dos últimos dez anos.

À época, o Jornal da Adufrj publicou um texto revelador sobre as inflexões políticas de então ministro. (veja em baixo)

 

O “esqueçam tudo o que eu escrevi” do ministro da Educação, Aloizio Mercadante

 A ditadura civil-militar estava nos seus estertores em 1984. O Brasil vivia a ressaca da campanha das Diretas Já, mas a conjuntura era de efervescência política. Entre outras evidências dessa inquietação, o país assistia a uma pujante greve nacional de professores das universidades federais, liderados pela então Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – o Andes ainda não tinha virado Sindicato Nacional. Num artigo (“A greve, o feijão e o sonho”) publicado na edição da revista Veja de julho daquele ano, Aloizio Mercadante, professor de Economia da PUC-SP e então vice-presidente da Andes, fazia ardorosa defesa da greve contra a “privatização do ensino superior”. Entre outras afirmações, Mercadante disse: “A profissão de docente vem sendo destruída pela política de arrocho dos salários”.

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