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Lixo na Praia do Catalão

Texto e fotos: Tatiana Lima
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De longe, a vista é até bonita. Mas, de perto, a orla da Praia do Catalão é a imagem do desleixo ambiental. Nos fundos da Escola de Educação Física e Desportos, no Fundão, e de frente para o campo de hugby, o lixo se acumula. A prefeitura universitária, por meio da assessoria de imprensa, alega que, infelizmente, há pouco a se fazer, a não ser um trabalho de recolhimento periódico dos detritos.

O problema é antigo. Nos meses mais quentes, especialmente no verão, o acúmulo de lixo e até peixes mortos causam um forte mau cheiro que chega a invadir salas de aula da Educação Física. Há sacos de sabão em pó, tênis, tampa de ralo, rodo, balde, banheira de brinquedo, garrafas plásticas, caixa de isopor e até os restos do que um dia já foi um sofá. Desafios extras para os atletas que vão disputar as provas de vela olímpica, na baía. A Prefeitura Universitária diz fazer uma limpeza quinzenal no local e, dependendo da quantidade, conta com a ajuda de caminhões da Comlurb.

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À reportagem, funcionários (que pediram para não serem identificados) também contaram que a área foi limpa há poucas semanas, mas o lixo não foi retirado do local. Foram apenas acumulados em três pilhas. Com a subida da maré, todo o lixo retornou à praia e à Baía de Guanabara. 

Questionada, a prefeitura universitária informou que entraria em contato com o setor responsável para saber o que ocorreu. Depois, argumentou que o lixo ficou acumulado para posterior coleta, mas “com a ressaca que o Rio enfrentou nos últimos dias ele se espalhou, bem como gerou outros problemas no litoral da cidade”, disse em nota. 

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Insegurança no Fundão

Dentro do campus, o número de roubos e furtos aumentou em relação ao primeiro semestre de 2015. Mas autoridades afirmam que índices são baixos

Tatiana Lima
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Desde o assassinato do estudante Diego Vieira Machado, nas imediações do alojamento, a comunidade acadêmica acompanha com atenção os indicadores de violência no campus.

Levantamento feito pela Adufrj, com base nas estatísticas de ocorrências da Divisão de Segurança (Diseg), mostra que houve um crescimento dos números de assaltos e roubos no Fundão no primeiro semestre deste ano. Foram registrados 32 furtos e 15 roubos na Cidade Universitária. Em 2015, no mesmo período, ocorreram 26 registros, sendo oito roubos.

O comandante do 17º BPM, coronel Odair Blanco, garante que o Fundão tem os menores índices de violência. “Ainda que as ocorrências levem a um clima de insegurança, são os números mais baixos da área coberta pelo batalhão”. Somando os casos de roubos e furtos, o campus representa 2,93% dos casos na região até maio deste ano. Ele solicita que a comunidade faça os registros junto à PM. É a forma de justificar um possível aumento de efetivo. Só duas viaturas da polícia dão apoio à segurança na Cidade Universitária.

Paulo Mário Ripper, prefeito da UFRJ, e o reitor, Roberto Leher, reuniram-se com o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, em 19 de julho. O objetivo foi traçar estratégias de melhoria da segurança nos campi. “No Fundão, realizamos melhorias na iluminação e colocamos agentes da Diseg nas entradas das unidades. Mas também temos preocupação com a segurança extramuros”, afirma Ripper. Ele reforça que há mais ocorrências de assaltos nos ônibus que vêm para o Fundão.

A estudante Cintia Silva, da Escola Politécnica, confirma o problema. Em março, ela voltava para casa, quando dois homens armados anunciaram um assalto no bairro do Catumbi, dentro da linha 485 (PenhaSiqueira Campos). “Eles entraram comigo no ônibus lá no ponto do Centro de Tecnologia, por volta de 15h”. Em julho, Cintia passou por outro assalto na mesma linha. “Não levaram nada meu, mas várias pessoas foram roubadas. Eles desviaram a rota do ônibus para uma rua próxima à Rodoviária”.

Preocupação com Direito e Museu Nacional


Na reunião com o secretário Beltrame, foi solicitado apoio do Grupo Tático Móvel para coibir os assaltos a coletivos, e ações do 5º BPM (Centro da Cidade) e 4º BPM (São Cristóvão). A ideia é alocar viaturas na entrada das unidades da Faculdade de Direito e do Parque da Quinta da Boa Vista. A professora Adriana Facina, do Museu Nacional, ressalta que há insegurança dentro da Quinta. “Tivemos um professor da Uerj assassinado. Os alunos reclamam muito de assaltos com faca”. Ela completa: “Depois das 17h, não há como fazer atividades. O problema é dentro. Estavam pensando em colocar ônibus em horários específicos da entrada do Parque em frente à Estação de São Cristóvão até aqui tentando diminuir os casos”.

Os estudantes, professores e funcionários precisam cruzar todo o parque para chegar ao Museu. A gestão de segurança pública dentro da Quinta da Boa vista é da Guarda Municipal.
 

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Faltou combinar com os alunos

Utilização de parte do restaurante universitário central pelo Comitê Rio das Olimpíadas criou problemas com os usuários habituais

Fotos: Kelvin Melo


Uma ação de apoio às Olimpíadas dentro do Fundão transformou-se em dor de cabeça para a diretoria do Sistema de Alimentação da UFRJ. Tudo começou em 16 de julho, quando parte das dependências do restaurante universitário central passou a ser utilizada por uma equipe de apoio do comitê olímpico do Rio. Com cardápio especial e fila exclusiva, o que causou revolta nos alunos.

Diretora deste Sistema, a professora Lúcia Andrade esclarece que este uso de parte do restaurante está sendo totalmente custeado pelo Comitê Rio 2016, em um contrato específico com a empresa Denjud — que fornece a alimentação para a universidade desde 2013. A UFRJ só estaria cedendo o espaço.

O cardápio diferenciado, acrescenta, trata-se apenas de uma opção a mais de sobremesa e de carne. Como os voluntários da equipe de apoio, entre 40 e 50 pessoas, precisam ficar desimpedidos para chegar a tempo nas atividades de treinamento olímpico realizadas no Fundão, eles não poderiam ficar na mesma fila dos alunos.

A avaliação era que, por ser fim de período, não haveria dificuldades com a separação das filas: “Semana passada, atendemos 2,2 mil pessoas. No auge, nas três primeiras semanas do período, são 3,2 mil, pois os calouros vêm conhecer”, afirma Lúcia. Na segunda (25), já foram 1,7 mil. Lúcia Andrade completa: “O período de espera na fila, hoje, é de no máximo dez minutos. Se alguém fica mais, são problemas pontuais, como quando há algum atraso na produção. Não porque tem mais gente na fila”.

A professora admite, porém, que houve um problema de divulgação prévia da colaboração com o Comitê Olímpico: “Nós, como máquina administrativa, ainda não nos comunicamos adequadamente com os nossos alunos. Eles têm toda razão de se manifestar. Temos é que dar respostas e atender a essas necessidades”.

O ponto de vista dos alunos

Para o estudante do curso de Gastronomia, Thallys Albert, no entanto, o impacto da divisão do restaurante universitário foi grande. “Apenas duas filas atendiam os estudantes, a terceira era exclusiva para o comitê,” conta. “Isso fazia demorar bem mais. A nossa fila dava voltas; a deles, não.”

Eduarda Souza, estudante da Faculdade de Medicina, percebeu o mesmo problema em relação à fila exclusiva. “Além disso, a comida reservada para o comitê era diferente.” Já para a doutoranda em Bioquímica, Anete Mecenas, não houve diferença: “Na última semana, o restaurante ficou menos cheio, e assim o atendimento foi bem mais rápido”. Nas redes sociais, multiplicavam-se as críticas à universidade pelos gastos e pelo tratamento VIP com pessoas “de fora”.

O incômodo com a situação chegou a provocar a mobilização para um ato no dia 25. Mas a diretoria do Sistema de Alimentação antecipou-se ao protesto e, nesta data, reservou uma sala interna para as refeições dos integrantes do Comitê. O salão principal do refeitório ficou apenas para os alunos. “Quando o pessoal chegou, a separação não existia mais e isso desmobilizou o ato. O atendimento foi em cinco minutos, muito rápido em relação a qualquer outro dia”, disse Thallys.

Depois desse dia, os voluntários do Comitê Rio voltaram a ser atendidos no refeitório.
 
 


 


Termos do contrato ainda não foram esclarecidos

A UFRJ foi procurada pelo Comitê Rio em função da localização estratégica do bandejão central. O prédio fica nas imediações da Escola de Educação Física e Desportos, cujas dependências serão utilizadas para treinamento das delegações olímpicas de nado sincronizado e polo aquático. Além de rugby e hóquei na grama, nos campos recém-criados.

Chegou a circular na internet a informação de que, por conta das dificuldades orçamentárias da UFRJ, a contrapartida do Comitê Rio seria pagar todas as despesas do contrato da universidade com a Denjud. O que foi negado pela reitoria. “É totalmente boato dizer que o Comitê estaria assumindo alguma dívida da UFRJ em troca deste contrato de cessão. É um número muito pequeno de pessoas atendidas lá (do Comitê)”. Para efeito de comparação, a universidade serve para sua comunidade quase 6 mil refeições só no almoço, contando com os demais restaurantes universitários.IMG 0546

 Ele reforçou que o contrato entre a DenJud e o Comitê Olímpico não gera nenhum comprometimento de estrutura ou de orçamento para a universidade: “Só cedemos o espaço. Nesse contrato, especificamente, não há contrapartida para a UFRJ. Mas ele se situa no bojo daquele convênio que reformou as instalações da Educação Física”.

A reportagem da Adufrj entrou em contato com Bernardo Rangel, responsável pelas operações do Comitê Rio na Cidade Universitária, mas ele disse que só poderia falar sobre o contrato após autorização da “área responsável”. Até o fechamento desta matéria, as respostas não haviam chegado.

O contrato também não consta, pelo menos ainda — a última atualização foi feita em 3 de junho —, do portal da transparência olímpica: https://www.rio2016.com/transparencia/contratos

 

 

 


Reestruturação da carreira agora é lei

No último dia 29, após longos sete meses de tramitação no Congresso, o projeto que reajusta os salários dos professores pelos próximos anos foi transformado na lei nº 13.325/2016. Haverá um aumento linear de 5,5% que entrará em vigor no contracheque de setembro, referente a agosto. Em fevereiro de 2017, há mais 5% de reposição, referente a janeiro.

Há a previsão, ainda, da reestruturação das carreiras docentes em três etapas: nos meses de agosto de 2017, 2018 e 2019. O objetivo é minimizar as distorções causadas com a aprovação da Lei 12.772/2012. Os percentuais e a reestruturação foram acordados entre as categorias da educação e o governo de Dilma Rousseff no fim do ano passado.

Independentemente da reestruturação, também há possibilidade de negociação de novo reajuste para 2018. Confira, em http://goo.gl/SuJmOy as tabelas salariais dos professores em 2019, sem contar com nenhum novo aumento no intervalo a partir de 2018.

A Divisão de Remuneração e Benefícios da Pró-reitoria de Pessoal da UFRJ foi procurada para informar se a aprovação da lei, tão em cima do prazo previsto para o primeiro reajuste, poderia causar algum atraso na aplicação dos 5,5%. A diretora do setor, Suely Esteves, acredita que não haverá problemas. Mas certeza mesmo só após a geração da folha de pagamentos pelo Ministério do Planejamento, o que deve ocorrer até o dia 12 de agosto.


UFRJ condena ocupação do ex-Canecão



Fotos: Claudia Ferreira

A reitoria da UFRJ, por meio de nota, condenou a ocupação do prédio do ex-Canecão que, desde a última segunda-feira, 1º de agosto, virou o novo endereço do OcupaMinC. O movimento, que surgiu em oposição ao governo interino, foi expulso do Palácio Capanema pela Polícia Federal no dia 25 de julho. Naquele local, por mais de dois meses de atividades, chegou a atrair centenas de manifestantes e shows de artistas importantes, como Caetano Veloso.

De acordo com a reitoria, “ao promover a ocupação, o movimento desconsiderou a forma democrática da livre expressão garantida pela Universidade”. A direção da UFRJ argumenta, ainda, que o espaço está interditado por falta de segurança. Desde que foi reintegrado ao patrimônio da instituição, em 2010, o prédio no qual funcionava a histórica casa de shows está sem uso.IMG 8479

Um dos integrantes da ocupação, Felipe Altenfelder justifica a escolha do ex-Canecão para retomada do movimento. O argumento é que o endereço “tem um potencial muito grande” para ampliar a luta contra o governo interino, pela proximidade com o circuito olímpico de Copacabana.

Os ativistas já fizeram uma limpeza no prédio. Para tentar garantir a segurança das pessoas, os locais com escombros, dentro da antiga casa de espetáculos, foram isolados com fitas. Grupos de trabalho foram criados para organizar a permanência.

A professora Ivana Bentes, da Escola de Comunicação, acompanhou o OcupaMinc no Palácio Capanema e elogiou sua chegada à UFRJ: “É uma experiência extraordinária de governança, de cogestão com o espaço público”. Para ela, esta transferência vai realizar, de certa maneira, o desejo que existia entre os professores e alunos da universidade: utilizar logo o prédio. “Mesmo sem os recursos para finalizar a reforma, o Canecão pode ser ocupado, mesmo provisoriamente. Pode ser o laboratório do futuro Canecão pronto. O Ocupa Canecão tem tudo a ver com a extensão da UFRJ”, disse.

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Reitoria vai negociar saída

A reitoria pensa diferente e divulgou nota na página eletrônica da instituição neste dia 2 em que “insta os ocupantes a reavaliar o ato político de ocupação de espaço da UFRJ, por meio do diálogo verdadeiro que deve balizar a vida universitária”.

Diz o documento que, por falta de segurança estrutural, “a área não pode servir de espaço para nenhuma atividade com a presença de público”. Também “expressa surpresa com a associação da imagem institucional da UFRJ a um movimento originado em protesto contra a extinção do MinC”, uma vez que a universidade se manifestou pela manutenção dos ministérios sociais.

Por fim, a administração reafirma que não se associa a “movimentos partidários e a contendas políticas, conforme a agenda do Ocupa Minc”.

Chefe de gabinete da reitoria, Agnaldo Fernandes informou que, num primeiro momento, a administração aceitou acolher alguns integrantes do OcupaMinC em uma área menor, que era conhecida como “Canequinho”, mais estruturada, enquanto procuravam um novo local. Depois, o movimento decidiu ocupar todo o espaço.

Ele afirma que não será solicitada a reintegração de posse do prédio. Até pelo que está dito em outro trecho da nota da administração: “A instituição tem se manifestado veementemente contra o uso da força policial no encaminhamento dos problemas sociais”. Mas ressalta que o Ministério Público, por exemplo, pode fazer o pedido.

Agnaldo informou que haverá negociação para a saída do movimento, mas ainda não foi marcada uma reunião.

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