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Professor Emilio da Rovere, da Coppe[/caption] Emilio La Rovere é o único brasileiro a integrar a comissão internacional, apoiada pelo governo da França e pelo Banco Mundial: “Estas faixas de preços permitem uma margem de manobra, principalmente aos países em desenvolvimento”, esclarece. Os países mais ricos, que emitiram mais gases de efeito estufa, têm responsabilidade histórica e devem cobrar mais, segundo o professor da Coppe. “Quem sofre mais com as mudanças climáticas são os países mais pobres. E dentro dos países em desenvolvimento, sofrem ainda mais as populações pobres. São as periferias ou os agricultores no semiárido nordestino, por exemplo”, conta. O relatório aponta, ainda, que a taxação das emissões de carbono não deve servir para os governos arrecadarem mais e encobrirem seus déficits. Deve haver a chamada neutralidade fiscal: “A receita advinda desta taxa deve ser devolvida à economia, reduzindo outros impostos. O governo pode desonerar a folha salarial das empresas e estimular a criação de empregos”, exemplifica La Rovere. Trump e a Convenção do Clima Antes do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a saída dos EUA da Convenção do Clima, o professor minimizou a decisão: “Não é o ideal, mas (a saída dos EUA) não quer dizer que acabou a Convenção do Clima. Muita gente acha até que é pior os EUA ficarem, se ficarem só para boicotar e atrasar as negociações". La Rovere valoriza o que está feito em outras regiões do mundo: “A China está tomando medidas para cortar o seu consumo de carvão mineral. Lá, já havia precificação (do carbono) pelas províncias. Agora, estão unificando”. Um sinal de que finalmente há mudança de postura em relação ao clima: “Em 2014, o total das emissões no mundo foi menor do que em 2013, pela primeira vez, apesar de a economia mundial ter crescido 3%”. La Rovere explica que, antes, quando havia uma queda das emissões, isso ocorria em função de uma recessão mundial — com menos atividade econômica, emite-se menos. “Isso (a queda das emissões) foi puxado principalmente pela China e pela União Europeia”, afirma.
Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV Raquel Massad e Fábio Pereira, da Escola de Química, coordenadores do CPV[/caption] A principal dificuldade enfrentada pelo projeto é conseguir financiamento para imprimir materiais. “Precisamos disso para os simulados, para montar apostilas, enfim, para dar aos alunos um material de suporte aos estudos. O custo é muito alto. Pedimos o engajamento de outros professores e de organizações na própria universidade para que nosso projeto siga e dê bons frutos”, revela Raquel Massad. A coordenação do projeto é dividida também com os professores Luiz Fernando Lopes, Ana Maria Rocco e Susanne Hoffmann. E com os técnico-administrativos Marcos Bonfim e João Paulo Pontes. Satisfação em fazer parte Estudante de Engenharia Mecânica, Gabriel de Freitas é monitor de Física e Redação. Ele não esconde o entusiasmo em pertencer ao projeto. “É bastante gratificante. Sempre tive o propósito de ajudar as pessoas que não têm tanto acesso à educação e ficam em grande defasagem de concorrência com quem estuda em escolas particulares. Aqui tenho a oportunidade de realizar isso”. Apesar do desafio de preparar jovens como ele para o vestibular, Gabriel, que tem apenas 19 anos, destaca a vivência rica em sala de aula. “É difícil tentar recuperar toda essa defasagem, mas há muita troca de experiência. A gente ensina o conteúdo, conversa sobre toda essa fase do vestibular, mas também aprende muito sobre a realidade deles”. Iniciativas semelhantes Na UFRJ, há três outras iniciativas de pré-vestibulares sociais. A mais antiga delas é o Samora Machel, realizado em parceria entre o Sintufrj e o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Além do público externo, atende também a servidores da universidade e seus dependentes. Tem o apoio da PR-5. Na Faculdade de Letras funciona o Ação, criado por ex-alunos do Samora Machel como forma de ampliar o número de pessoas atendidas. No CCS, o Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves iniciou suas atividades em 2003 e também é um projeto de Extensão universitária. Por meio de uma taxa de matrícula (única contribuição paga no ano), o projeto consegue imprimir materiais e simulados para os estudantes. As aulas são realizadas aos sábados e domingos.
Em 2016, a reitoria prometeu entregar um novo alojamento estudantil no primeiro semestre deste ano. Feita a partir de módulos, a construção entre o Cenpes e o CCMN deveria ter sido concluída rapidamente. Segundo o pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo, o trabalho “avançou bem até abril”. Depois, empacou. O motivo é o de sempre: falta de pagamento. Estudante da Psicologia e diretor do DCE Mário Prata, Caíque Azael lamenta a demora da obra: “A promessa era ganhar tempo, aproveitando a proximidade da estrutura básica (de luz, água e rede de dados) do CCMN”, além do terreno plano e cimentado, que já foi utilizado como estacionamento dos ônibus da Petrobrás. O aluno ressalta que a expansão e a diversificação regional da universidade, via Reuni e o Enem, aumentaram a pressão por moradia oferecida pela universidade. “Para nós, o mais adequado seria uma estrutura fixa de alvenaria e não módulos temporários. Mas aceitamos como medida emergencial”, afirma. Contrato de R$ 7,6 milhões O contrato, no valor de R$ 7,6 milhões, com a Innova Rio Engenharia e Construções LTDA, tinha cronograma de 270 dias, entre 26 de agosto e 22 de maio. Até aqui, segundo a reitoria, só acabou a primeira etapa da obra, correspondente a fundações e estrutura. Ao todo, foram executados pela firma 50% do valor do contrato. O passo seguinte corresponde aos “fechamentos”, com a instalação de portas e esquadrias. O pró-reitor Ivan explica que o financiamento da obra tem um complicador extra: a previsão orçamentária “meio a meio” entre recursos próprios da universidade e os obtidos por emendas parlamentares, que foram contingenciados em grande parte pelo governo federal. A universidade negocia para tentar salvar o contrato. De acordo com o pró-reitor de Gestão e Governança, “a empresa já manifestou interesse em seguir desde que haja algum repasse”. A Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) informou ter realizado, dia 11, o pagamento de R$ 470 mil. Demanda reprimida De acordo com a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (Superest), como medida emergencial, a UFRJ oferece hoje “cerca de 440 bolsas de auxilio moradia”. O valor do benefício é de R$ 1.200,00. A Superest informou, por email, que “a demanda por auxílio moradia é bem maior do que a que a universidade consegue atender num cenário de asfixia orçamentária”. Como exemplo desta limitação, no primeiro semestre de 2016, apenas 100 dos 461 estudantes que solicitaram, e tinham perfil socioeconômico pare fazer jus à bolsa, chegaram a receber o benefício. “Portanto, 21,69% da demanda”, confirmou a superintendência. No semestre seguinte, foram contemplados 40 dos 113 requerentes na mesma situação, “35% da demanda”. Em relação às vagas do alojamento em módulo, quando forem abertas, a superintendência respondeu que “resolução do Consuni estabelece prioridade para os estudantes que recebem a bolsa emergencial há mais tempo”. As obras de reforma da segunda ala do alojamento mais antigo ainda não começaram. O projeto Segundo o arquiteto do Escritório Técnico da Universidade (ETU), Alexandre Martins, o conjunto do alojamento é constituído por três blocos em módulos habitacionais metálicos, fechados por painéis termoacústicos e tela metálica. O maior deles, o Bloco I é onde está o alojamento propriamente dito. Mas ainda há a previsão de estruturas coletivas como sala de estar e de jogos, lavanderia, uma minicozinha e ambiente de refeições. Além da administração, depósito e outras salas (da lixeira, por exemplo). “O alojamento é dividido em cinco alas interligadas, tem dois pavimentos e possui 80 quartos convencionais para dois estudantes em cada um”, informa o arquiteto. Cada quarto tem 17,71 m2. Outros dois quartos são adaptados para portadores de necessidades especiais (PNE). No terceiro bloco, está planejado um bicicletário. “Todos os quartos têm banheiro. Portanto, são 82 quartos e 82 banheiros para 164 estudantes”, resumiu. O projeto prevê um elevador para cadeirantes ou pessoas com dificuldade de locomoção e captação de águas pluviais dos telhados para reuso nas áreas externas.

No dia 6 de junho, às 14h, será promovida na Coppe a segunda edição do “Ciclo Brasil e suas perspectivas”, com o professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Fazenda e da Administração Federal e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser-Pereira.
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