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Finalmente um dia 11 de setembro que a gente tem notícia boa. 11 de setembro foi a data da morte do Allende, foi também num 11 de setembro a derrubada das Torres Gêmeas. Mas ontem, 11 de setembro, foi um dia maravilhoso para o Brasil, extremamente maravilhoso, um fato histórico, inédito, e que nós precisamos comemorar (A condenação do ex-presidente Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal). Então, meu primeiro convite é que a gente saia daqui, todo mundo junto, e vá para a Cinelândia levando a bandeira da AdUFRJ. Se a gente puder fazer isso acho que é um passo de gigante. Vamos comemorar juntos.
Em segundo lugar, gostaria de demarcar que democracia é isso, democracia tem maioria e tem minoria. Entretanto, maiorias e minorias não querem dizer que um tem que eliminar o outro. Tivemos nessa campanha duas mulheres candidatas, e foi uma campanha muito legal, muito digna, acho que avançou o debate.
As nossas diferenças ficaram claras. Nós queremos que todos os professores e professoras dessa universidade participem. Esse processo de voto em urna, em dois dias, ele é uma coisa para que nunca mais aconteça. Porque ele impede a participação dos aposentados, impede a participação do professor que está viajando, ou que está na tese, que está de licença, ou que está doente, ou que teve burnout. Essa foi uma diferença importante na nossa campanha. A democracia é isso, é a dignidade, é a expressão da maioria e o respeito à minoria.
Eu queria agradecer à Renata (Flores), acho que ela fez uma campanha bonita, muito sincera, muito digna. É muito legal a Renata estar aqui nesse momento junto com a gente. Vamos seguir juntos, todos nós somos professores e professoras dessa universidade. É esse mundo que nós estamos construindo juntos, não é outro. Se esse mundo causa mal-estar, se esse mundo gera aflição, se gera desconforto, esse mundo nós estamos construindo. E nós então podemos construir um outro mundo. Um outro mundo que seja muito mais legal do que esse, inclusive hoje nessa universidade que, de fato, tem vários problemas.
Acho que vamos ter um sindicato muito bom, a nossa chapa é uma chapa de garra, aguerrida, de luta. Uma chapa que tem gente nova, que tem gente velha, é uma mistura que eu considero muito feliz. E, sobretudo, a gente teve bom humor, estava todo mundo aqui sorrindo e apurando os votos. É o humor que derruba o fascismo. Não tem outra possibilidade. Ou a gente vai ser bem-humorada, a gente vai se abraçar, a gente vai se lamber, a gente vai ficar muito perto, ou não tem outra possibilidade. Os afetos tristes nos levam a caminhos sombrios dos quais nós estamos querendo nos afastar.
Queria saudar a presença de ex-presidentes da AdUFRJ que estão aqui. O João (Torres), a Cris (Cristina Miranda), e sobretudo a Mayra (Goulart), professora jovem que vai encerrar o seu mandato em breve. Queria saudar a presença do reitor da UFRJ, isso é muito importante pra gente. Uma coisa é o sindicato, outra coisa é a reitoria. Entretanto, nós somos da mesma universidade, nós estamos construindo essa universidade, nós não estamos do outro lado. Nós somos outra instituição, uma instituição com autonomia, com seu programa, mas nós somos da mesma universidade.
Quero fazer uma saudação especial ao professor Michel Gherman, que não está aqui neste momento, mas que está batalhando por recursos para sua pesquisa, o que para ele é essencial. Vocês sabem que o Michel é o epígono de uma luta pela causa Palestina, isso é muito importante.
Por fim, queria fazer uma saudação ao professor Luiz Davidovich, um professor da Física que foi perseguido pela ditadura militar. Ele teve que sair do Brasil, teve sua carreira extremamente prejudicada. E ele acaba de receber um prêmio muito importante, de reconhecimento internacional – TWAS APEX 2025, uma das premiações internacionais mais prestigiadas na área científica. O prêmio é concedido pela Academia Mundial de Ciências (TWAS), instituição vinculada à Unesco. Então, viva Luiz Davidovich, viva a luta dos cientistas, viva a luta da Ciência, viva a luta de gente que está batalhando o tempo todo, gente que está comprometida com um projeto de Brasil mais igualitário e mais democrático!
Que bom que me foi passada a palavra, às vezes a democracia funciona, é bom a gente ver que às vezes isso acontece. Eu só posso dizer, em nome de todos os professores e professoras que estiveram junto conosco ao longo de toda essa campanha, da alegria que a gente sentiu em todos esses poucos dias. A gente precisa também marcar isso, foi um período muitíssimo curto para começar a instaurar algum debate de novo nessa universidade. Mas a gente fez isso com muita alegria, e agradecemos não só os 430 votos que a gente recebeu, mas os 1.177 votos dos que foram às urnas, porque, sem dúvida nenhuma, cada um desses votos está, ao fim e ao cabo, celebrando e fazendo acontecer a democracia nessa universidade. E me parece, ao menos nos discursos, que é o que todos nós buscamos para a nossa universidade. Que a gente tenha aí dois anos de mandato com muito debate democrático, de compromisso de que as instâncias de atuação do sindicato, não só, mas principalmente dentro da universidade, de fato sejam exercitadas nesses dois anos. E que a gente tenha espaço para seguir, como ao longo dessa campanha, colocando e expondo as nossas diferenças. A gente aprendeu nesses 30 dias corridos de campanha que a gente tem uma universidade com muito pouca mobilização, pouco acúmulo de debate sobre as questões que nos assolam, e não são poucas. A gente está numa conjuntura que logrou a justiça mínima com a condenação de Bolsonaro no dia 11 de setembro, mas que mostra uma universidade descrente nos movimentos políticos internos, e a gente precisa muito resgatar isso. A maior do Brasil precisa resgatar esse movimento de debate político interno, e a gente vai seguir soprando os nossos dentes-de-leão porque a nossa universidade precisa florescer.
Nesta sexta, dia 12, acontece a apuração dos votos depositados nas 22 urnas físicas que foram instaladas no Rio, Caxias e Macaé.
Apuração do Jornal da AdUFRJ indica que mais de 1,1 mil professores compareceram às urnas.
A contagem, conduzida pela Comissão Eleitoral, começou às 10h, na Sala E-212 da Escola de Química (CT).
Há transmissão ao vivo pela TV AdUFRJ, no YouTube: https://www.youtube.com/live/t-68WVudtso?reload=9&feature=share
A Chapa 1 venceu a eleição para a diretoria da AdUFRJ. O grupo, de continuidade da atual gestão, liderado pela professora Ligia Bahia, conquistou 738 votos. A Chapa 2, de oposição, obteve 430 votos.
Foram 1.177 votantes. O quórum, embora expressivo, reduziu cerca de 20% em relação à eleição remota, realizada em 2023.
Presidente da Comissão Eleitoral, o professor Luiz Eurico Nasciutti parabenizou as chapas concorrentes e destacou a lisura do processo. "Foi um processo muito tranquilo, com poucas intercorrências. O quórum demonstra que temos muitos professores engajados, interessados em participar do sindicato".
A próxima edição do Jornal da AdUFRJ trará a cobertura completa do processo eleitoral.
Foto: Fernando Souza
Foto: Arquivo AdUFRJ
Quem vota?
Todos os professores ativos e aposentados, em dia
com suas contribuições sindicais e filiados à AdUFRJ
até 11 de julho de 2025.
Onde vota?
Haverá urnas em 22 locais do Rio, Caxias e Macaé. Veja locais e horários na tabela abaixo. Docentes da ativa e aposentados podem votar em separado em qualquer urna. Neste caso, o voto fica restrito à diretoria, sem participação na escolha do Conselho de Representantes (onde houver candidatos).
Como vota?
Apresentar documento de identificação oficial com foto. Para a diretoria, basta escolher entre as chapas 1 e 2. Já para o Conselho de Representantes, haverá eleição em 33 unidades. Apenas em quatro haverá disputa entre listas (EBA, Economia, Educação e IPPUR).
Nas urnas que reunirem professores de mais de uma unidade, as cédulas para a diretoria e para o CR terão cores distintas. Isso facilitará a identificação, por parte do docente, da cédula contendo a listagem correta dos candidatos ao CR de sua unidade. Bom voto !!!
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