Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Vem pra festa de posse da nova Diretoria da AdUFRJ!

 

O horário e o local da cerimônia estão confirmados: quarta-feira, dia 15, às 18h, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

 

Está tudo sendo preparado com muito carinho para receber a todos os professores que ajudam a construir um sindicato mais forte. 

 

O horário havia sido alterado por conta de uma agenda da Presidência da República, com cerca de 3 mil professores do Rio de Janeiro. O evento aconteceria em horário conflitante ao da posse. Integrantes da diretoria eleita estão entre os docentes convidados para a cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

 

No entanto, o horário do evento de Estado foi alterado para o período da manhã. Assim, a posse da diretoria e do CR voltaram ao horário original, à noite, na Av. Rui Barbosa, 762, Flamengo.

 

Esperamos por vocês!

 

? Anota na agenda

? 15 de outubro

? 18h

? Fórum de Ciência e Cultura - Av. Rui Barbosa, 762

WhatsApp Image 2025 10 13 at 17.41.33Um caminho inverso às práticas retrógradas que cada vez mais afastam a categoria da vida sindical foi o escolhido pela gestão que se despede esta semana da AdUFRJ. Contra o imobilismo, a AdUFRJ ampliou a participação dos docentes nos processos decisórios, liderou ações por melhores condições de trabalho, aumentou a oferta de convênios, promoveu encontros festivos e culturais. Veja nesta edição um balanço das ações da AdUFRJ nos últimos dois anos que consolidaram o sindicato como um lugar não só de luta, mas também de acolhimento.

Leia mais em:
Ampliar participação pautou atuação política
Melhoria das condições de trabalho guiou ações na UFRJ
Sindicato como lugar de luta e de acolhimento
Jurídico: mais atendimentos para os professores

Sindicato defendeu ampliação do orçamento da universidade, apresentou proposta de melhoria salarial para a categoria e lutou pela desburocratização de todos os processos funcionais

CONDIÇÕES DE TRABALHO
É extensa a lista dos problemas relacionados às condições de trabalho dentro da UFRJ, nos últimos dois anos. Corte da luz por falta de pagamento, segundo desabamento do telhado na Educação Física, queda de muro lateral no Colégio de Aplicação, interdição do ateliê de pintura da EBA, recorrente falta de água e rede elétrica obsoleta no IFCS-IH, interrupção dos trabalhos de campo por conta da frota envelhecida de veículos, infiltrações, queda da internet, e terceirizados com pagamentos atrasados em todos os campi são alguns dos tristes e principais exemplos.
Na raiz deles, a crise de subfinanciamento. Estudo do Escritório Técnico da UFRJ aponta que seria necessário R$ 1 bilhão para recuperar a infraestrutura de 76% dos prédios da instituição. O valor é mais de três vezes superior ao orçamento de R$ 324 milhões inicialmente previsto para despesas de funcionamento básico da universidade neste ano.
A diretoria da AdUFRJ se empenhou para transformar esta realidade. Denunciou estes e outros casos no jornal e nas redes sociais da entidade ou em entrevistas à mídia, fez reuniões com a reitoria, realizou debates sobre orçamento, articulou petições eletrônicas e entregou documentos às autoridades — incluindo o ministro da Educação, Camilo Santana, em dezembro de 2023. Além disso, na coordenação do Observatório do Conhecimento, atuou junto ao parlamento e aos ministérios, em Brasília (leia mais nas páginas 2 e 3).
WhatsApp Image 2025 10 13 at 17.41.3419/10/2023: Vice-presidente do sindicato, Nedir cobra do reitor orientações â comunidade em dias de operações policiais perto do Fundão - Foto: Alessandro CostaO sindicato também atuou quando a ameaça ao fazer acadêmico não tinha relação com a falta de verbas. Ainda em outubro de 2023, a diretoria da AdUFRJ reivindicou do reitor Roberto Medronho protocolos de segurança em dias de operação policial no entorno da Cidade Universitária. O dirigente criou um grupo de trabalho, com participação do sindicato, para tratar do tema. Fruto desta iniciativa, uma proposta de resolução será discutida em breve no Conselho Universitário.

CARREIRA
Desburocratizar. O verbo foi quase um mantra da gestão. Em reuniões com a administração central ou representantes do Conselho Universitário, a diretoria não se cansou de cobrar a simplificação dos processos internos de progressão e promoção — a resolução sobre o tema começou a ser votada pelo Consuni na semana passada. “Quando a gente compara a UFRJ com outras universidades, ela é muito burocrática, muito kafkiana neste trâmite da progressão”, disse, mais de uma vez ao longo destes dois anos, a professora Mayra Goulart. “O professor, para fazer o relatório, precisa colocar uma série de documentos que são emitidos pela própria universidade, como registro de aulas e portaria anterior de progressão. Além disso, temos que anexar comprovantes de tudo que a gente listou no relatório. Mesmo tendo fé pública, como servidores públicos”.
A cobrança por menos papelada não se limitou aos avanços na carreira. Graças a uma solicitação do sindicato, a administração central modificou as regras internas para facilitar os pedidos de afastamentos docentes por até cinco dias. Pela mudança, o diretor de cada unidade pode delegar a autorização do chamado “afastamento de curtíssima duração” à chefia imediata do servidor. Após a aprovação do chefe, o processo é encaminhado para ciência da seção da pessoal e fim da história. Não há mais necessidade de portaria publicada no Boletim da UFRJ para estes casos. Já para os afastamentos entre seis e 30 dias continua obrigatória a aprovação do diretor, que encaminha o processo para a seção de pessoal para providências: entre elas, a publicação de portaria. “É um avanço. A indiferenciação de todo afastamento no intervalo de 30 dias acabava sobrecarregando a direção e o professor em casos de bancas ou congressos rápidos ou pesquisas de campo com dinâmicas mais curtas”, afirmou Mayra

SALÁRIOS
Respeitar a universidade é valorizar o professor, diz uma das campanhas promovidas pela AdUFRJ. O lema seguiu a gestão em todas as atividades ligadas à campanha salarial, acompanhando as negociações nacionais e também apresentando alternativas.
No início do ano passado, pouco depois de o governo anunciar que não haveria qualquer reajuste para os professores , o sindicato passou a articular uma proposta salarial com economistas da universidade. A ideia seria igualar os vencimentos básicos iniciais de professor auxiliar, que era o primeiro nível da carreira do Magistério Superior, e de professor DI 40 horas — primeiro nível da carreira do Ensino Básico Técnico e Tecnológico — com o piso nacional da educação básica (então de R$ 4.580,57). A medida representaria 33% de aumento para os níveis iniciais das carreiras e, por consequência, causaria correções para os níveis seguintes.
Além desta iniciativa, a direção da AdUFRJ realizou atos, participou de manifestações dos servidores federais, divulgou informações sobre as negociações em curso, compareceu a debates e cobrou autoridades.
Uma dessas cobranças aconteceu durante a Aula Magna da ministra Esther Dweck em 14 de abril de 2024. A diretoria entregou uma carta em que tratou da necessidade de correção da discrepância salarial entre adjuntos e os demais níveis da carreira; da equiparação entre docentes EBTT e os colegas do Magistério Superior na isenção do ponto. Além disso, a AdUFRJ solicitou a equiparação dos auxílios de alimentação e pré-escolar dos servidores do Executivo com os dos servidores do Legislativo e Judiciário.
Após a assinatura de acordo com o governo, a AdUFRJ também criou uma calculadora — disponível no site da entidade —para os professores saberem como ficaria o salário com o reajuste de 9% aplicado este ano. Também é possível calcular como ficarão os vencimentos a partir de abril de 2026, com o índice de 3,5%.

INTERIORIZAÇÃO
O sindicato se mostrou bastante ativo fora da capital, com ações em Caxias e em Macaé.WhatsApp Image 2025 10 13 at 17.41.34 206/12/2024: Debate encerra programação da AdUFRJ em Macaé - Foto: Kelvin Melo
Em março do ano passado, a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart se reuniu com a direção e docentes do campus de Caxias para conhecer os desafios do ensino, pesquisa e extensão na Baixada Fluminense.
Já entre os dias 2 e 6 de dezembro de 2024, a AdUFRJ promoveu uma série de atividades no Nupem e no Centro Multidisciplinar de Macaé. O sindicato mobilizou para a cidade do Norte Fluminense os setores administrativo e de comunicação, sua assessoria jurídica e de planos de saúde. Montou a exposição fotógráfica “Servidores da Sociedade” no Nupem (leia mais na página 6) e, para fechar a programação com “chave de ouro”, organizou um seminário sobre o papel da ciência no desenvolvimento de Macaé.
O evento final reuniu professores de diversas instituições de educação superior da região e agentes do poder público local. Diretor do sindicato e também professor do Nupem, Rodrigo Nunes da Fonseca comemorou a iniciativa, à época. “Esta foi a primeira vez que a AdUFRJ fez uma semana inteira de eventos aqui. A repercussão foi superpositiva”, disse.

CONTRA AS OPRESSÕES
DJI 0201A diretoria 2023-2025 sempre levantou a bandeira da AdUFRJ para a igualdade de direitos na sociedade e na universidade.
Em dezembro de 2023, durante o lançamento do painel estatístico de pessoal da UFRJ, Mayra Goulart destacou o recorte de gênero possibilitado pela plataforma. O corpo funcional da universidade era composto por 51,8% de mulheres, entre professoras e técnicas. No entanto, elas ocupavam apenas 37% dos cargos de gestão e direção na universidade. “A plataforma da PR-4 deixa muito nítido que nós estamos privadas desse espaço de poder”, afirmou a cientista política, à época. “Saúdo a iniciativa da PR-4, porque é nos conhecendo que poderemos combater as nossas desigualdades”, completou.
Em junho de 2024, a AdUFRJ também participou do primeiro aniversário da Superintendência Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (Sgaada) da universidade. A celebração aconteceu no auditório Hélio Fraga, no CCS, com atividades culturais e depoimentos emocionantes. Um deles, da professora Nedir do Espirito Santo, vice-presidenta da AdUFRJ. A docente chorou ao recordar seus primeiros passos na universidade. “Por muito tempo, fui a única professora negra do meu Instituto”, lembrou. Nedir elogiou o trabalho desenvolvido pela Sgaada e fez votos pela continuidade das ações afirmativas.

20240405111452 FSR65410Foto: João LaetO enfrentamento às práticas sindicais retrógradas do Andes-SN e a busca por formas não tradicionais de mobilização da categoria docente foram as marcas da diretora da AdUFRJ no campo político nos dois últimos anos. Além disso, por iniciativa própria ou em conjunto com o Observatório do Conhecimento, a direção do sindicato manteve articulações com outros sindicatos e entidades representativas das áreas de Educação, Ciência e Tecnologia para defender melhores condições de trabalho para os professores e mais recursos para as universidades federais e as instituições de pesquisa do país. Veja a seguir um resumo da atuação política da AdUFRJ no período.

RELAÇÃO COM O ANDES-SN
Tensão e atitudes hostis por parte do sindicato nacional dominaram os últimos dois anos de embates entre as duas entidades. E se iniciaram tão logo foram fechadas as urnas virtuais que sacramentaram a vitória da gestão que agora se encerra, presidida pela professora Mayra Goulart. Em 15 de setembro de 2023 — no mesmo dia em que foi divulgado o resultado do pleito —, a direção do Andes enviou uma carta à AdUFRJ contestando a eleição e ameaçando judicializar a questão.
Não levou adiante a ameaça, mas iniciou ali uma série de hostilidades em relação à AdUFRJ. A primeira delas foi a tentativa de interferir na escolha dos delegados da seção sindical ao 42º congresso do Andes, em Fortaleza, de 26 de fevereiro a 1º de março de 2024. A direção nacional negou a inscrição dos delegados da AdUFRJ e de outras seções sindicais que não seguiam a sua linha política — entre elas, a APUFPR e a APUBH — sob a alegação que essas delegações haviam sido escolhidas em assembleias em formato híbrido. No caso da AdUFRJ, a assembleia contou com a participação de 236 professores. Para uma comparação, em 4 de fevereiro de 2015, a assembleia presencial (como preconiza o Andes) para escolha da delegação da AdUFRJ ao 34º congresso reuniu 11 professores.
Para assegurar a participação de seus delegados legitimamente eleitos para o 42º congresso do Andes, a diretoria da AdUFRJ teve de convocar uma assembleia extra — exigida pelo sindicato nacional para aceitar o credenciamento — para homologar a decisão da assembleia híbrida.

GREVE DE 2024
O congresso de Fortaleza inaugurou um novo capítulo de embates entre o sindicato nacional e a AdUFRJ. Diante da proposta de reajuste zero para os docentes em 2024, e ainda com as negociações com o governo em curso, o encontro do Ceará pautou a construção de uma greve nacional da categoria. O tema foi discutido e votado em uma plenária com apenas 20 votos separando os favoráveis a uma greve no primeiro semestre daquele ano dos que defendiam a possibilidade de uma greve com organização responsável e em parceria com outros setores do funcionalismo. Pela “greve já” votaram 156 professores, 136 foram favoráveis à construção do movimento ao longo de 2024, e 36 se abstiveram.
Para decidir a adesão ou não à greve, marcada para 15 de abril de 2024 pelo Andes, a AdUFRJ fez a maior assembleia de docentes do país, em 5 de abril: 914 professores registraram presença na assembleia, e 860 votaram. Por larga margem, os docentes rejeitaram a paralisação por tempo indeterminado: 546 contra, 272 a favor, 38 nulos e quatro brancos. A AdUFRJ apostou na capacidade de mobilizar os professores e os demais segmentos do corpo social com a universidade aberta, e promoveu o ato “Eu amo a UFRJ”, em 19 de abril, com expressiva adesão de docentes e repercussão na imprensa, nas escadarias da sede do Ministério da Fazenda no Centro do Rio.IMG 6028
No mesmo dia 19 de abril, quatro dias após a deflagração da greve nacional, o governo apresentou outra proposta. Manteve o reajuste zero para 2024, mas no lugar dos 4,5% anteriormente oferecidos para maio de 2025 e maio de 2026, sinalizou com 9% para janeiro de 2025 e 3,5% para maio de 2026. Em 10 de maio, uma nova assembleia da AdUFRJ rechaçou, mais uma vez, a greve por tempo indeterminado: 364 contrários à greve, 234 a favor e cinco abstenções. Em uma terceira assembleia, em 22 de maio, os professores da UFRJ decidiram aprovar a proposta salarial do governo, por 670 a 579 votos, com 24 abstenções. A decisão seguiu a orientação da diretoria. Votaram 1.273 professores.

ECOS DA GREVE
O balanço da greve dominou os debates do 67º Conselho do Andes (Conad), de 26 a 28 de julho de 2024, em Belo Horizonte. As 65 IFES que aderiram ao movimento em 15 de abril e o encerraram em 3 de julho ficaram sem aulas por 80 dias. Como a UFRJ foi uma das poucas a não aderir à greve, a delegação da seção sindical sofreu hostilidades durante o encontro. Delegada titular, a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, criticou a postura da direção do Andes ao longo do 67º Conad. “Há uma reação da direção do Andes de conter as divergências sobre os momentos de entrada e saída da greve, sobre o que significou a greve. A AdUFRJ se viu novamente atacada por representar a pluralidade dentro do Andes”, disse ela na ocasião.
O encontro de Belo Horizonte representou mais um passo da direção nacional contra as bases não alinhadas, com a criação do Grupo de Trabalho de Organização Sindical das Oposições (GTO). O alvo preferencial da iniciativa são as IFES que estão na base do Proifes-Federação, como a UFG e a UFRN. A diretoria do Andes ficou autorizada a dar apoio político, jurídico e financeiro ao GTO para organizar os grupos de oposição. A professora Mayra Goulart viu com preocupação a iniciativa. “A intervenção na liberdade e na autonomia de cada organização sindical nas universidades pode reduzir os espaços de ADs com posicionamentos diferentes daqueles da direção do Andes. E é preocupante também o financiamento de grupos de oposição”.

DESMOBILIZAÇÃO
A baixa mobilização da categoria, apontada pela direção da AdUFRJ como um dos fatores preponderantes para a não adesão à greve, se revelou nas eleições do Andes, em maio deste ano. Na UFRJ, foram às urnas apenas 465 docentes, de um total de 3.497 professores aptos a votar. Foi a menor participação desde 2016, quando o pleito teve chapa única. A Chapa 1 — Andes pela Base: Diversidade e Lutas venceu a eleição, dando continuidade ao coletivo que dirige o Andes há mais de 20 anos. A participação nacional também mostrou queda. Em 2023, 16.351 docentes foram às urnas, contra 14.431 este ano.
Os métodos arcaicos que afastam cada vez mais a categoria do sindicato nacional ficaram cristalinos no 68º Conad, em Manaus, de 11 a 13 de julho deste ano. O encontro gerou um inédito consenso em torno da necessidade de mudança da metodologia que transforma conselhos e congressos do Andes em longas e cansativas provas de resistência. O ápice se deu em uma plenária que deveria ser dedicada à atualização dos planos de luta, mas teve de avaliar questões pendentes — os chamados “cabides” — do congresso do Andes, realizado em janeiro. A pauta central da plenária sequer foi apreciada. Diante da insatisfação generalizada, grupos de oposição e da situação chegaram a um acordo e a análise dos “cabides” foi suspensa.

VOTO EM PAPEL
WhatsApp Image 2025 10 13 at 17.41.33 2As eleições para a AdUFRJ este ano foram marcadas por mais um exemplo do sindicalismo retrógrado do Andes. Em junho, uma assembleia da AdUFRJ aprovou uma mudança em seu regimento eleitoral, diante da proibição do sindicato nacional de eleições remotas. Depois de duas eleições virtuais com grande participação dos professores, a AdUFRJ voltou a realizar um pleito presencial, com voto em papel.
Para se ter uma ideia do retrocesso, o maior quórum eleitoral da história da AdUFRJ ocorreu em setembro de 2021, durante a pandemia, no formato virtual. Foram 1.643 votos (48,25% do total de associados). Nos três pleitos anteriores, todos presenciais, com disputa entre duas chapas, os quóruns foram de 1.501 (2015), 1.308 (2017) e 1.239 (2019) votantes. Em 2023, também em votação virtual, foram 1.499 eleitores. Além de um evidente cerceamento à participação de docentes em férias, em viagens ou em atividades fora de sua base, o voto presencial em papel também obriga a uma logística que inclui a mobilização de dezenas de pessoas para compor as mesas eleitorais e o deslocamento das urnas para todos os campi.
Liderada pela professora Ligia Bahia, do IESC, a Chapa 1, de continuidade da atual gestão, obteve 738 votos (63%) contra 430 (37%) destinados à Chapa 2, de oposição. Compareceram às urnas 1.177 professores. A Chapa 1 venceu em 15 das 22 urnas. Foi a sexta vitória consecutiva do grupo que comanda a AdUFRJ desde 2015.

OBSERVATÓRIO
DO CONHECIMENTO
O mapeamento da crise financeira das universidades federais e a denúncia de seus reflexos sobre o trabalho docente foram a tônica da atuação do Observatório do Conhecimento (OC), rede formada por associações de professores de todo o país, liderada pela AdUFRJ. Por meio do Orçamento do Conhecimento — levantamento anual da rede sobre a evolução dos valores destinados à educação superior federal e à Ciência e Tecnologia —, o OC promoveu diversos debates e encontros no Parlamento e em esferas do Executivo Federal nos últimos dois anos.
Em junho passado, a coordenadora do OC e presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, se reuniu com parlamentares, com a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação para apresentar o último relatório do Orçamento do Conhecimento. O documento foi também apresentado, no último dia 24 de setembro, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, em Brasília. Pelo relatório, o Orçamento do Conhecimento em 2025, de R$ 17,29 bilhões, corresponde quase à metade do que era em 2014: R$ 32,51 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.

ARTICULAÇÕES
Por meio de interações com entidades representativas da sociedade civil, a AdUFRJ participou de importantes articulações nacionais em defesa da categoria docente e das universidades públicas. Em fevereiro deste ano, por exemplo, a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, se reuniu com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas, deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR), para discutir os ataques da extrema direita a pesquisadores, cientistas e funcionários públicos no Brasil e no mundo. Na reunião, Mayra observou que as universidades são alvos preferenciais dessa cruzada, e que o sindicato se insere nesse contexto como local de acolhimento, proteção e organização dos professores.
Em 22 de abril deste ano, em articulação com outros nove sindicatos representativos de docentes de universidades federais, a AdUFRJ enviou carta ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) pedindo abertura de diálogo sobre duas instruções normativas do ministério que regulamentam o uso do auxílio-transporte para os servidores públicos da União. As entidades sustentam que a nova regulamentação, em vigor desde março deste ano, é prejudicial aos docentes, sobretudo os que atuam no regime de Dedicação Exclusiva (DE). O documento foi assinado pelas direções da ADUFABC, Adufal, ADUFMS, APUBH, ADUFPI, AdUFRJ, Adufra, Adur, SINDUFTPR e ADUFDourados.
Já em agosto passado, o sindicato se articulou com lideranças parlamentares do campo progressista e com representantes da AdUFRJ, APG, DCE Mário Prata e Sintufrj para lançar na UFRJ a campanha pelo Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo. O lançamento, no dia 18 de agosto, no CT da Cidade Universitária, se transformou em um ato em defesa da democracia e da soberania nacional. O movimento nacional do plebiscito tem como bandeiras o fim da escala 6 x 1, a taxação das grande fortunas e a isenção de imposto de renda para os que ganham até R$ 5 mil mensais — esta última já aprovada pela Câmara dos Deputados, no início deste mês de outubro, e em tramitação no Senado.

O Conselho Universitário aprovou duas mudanças importantes para a vida funcional dos professores nesta quinta-feira, 9 de outubro. A primeira representa uma simplificação dos processos internos de progressão e promoção, fruto de longa negociação da AdUFRJ com a  reitoria e parte dos conselheiros. A segunda medida, que dividiu o plenário e a própria equipe da reitoria, é a eliminação da conferência pública na promoção para Titular.

Pela simplificação aprovada, será dispensada a documentação comprobatória de titulação e das atividades já apresentadas anteriormente em outras progressões e promoções, devidamente registradas nas Unidades ou Órgãos Suplementares. Estas instâncias deverão estabelecer a relação de documentos necessários para juntar o ao relatório de atividades.

Desde sua posse como presidenta da AdUFRJ, a professora Mayra Goulart não se cansa de criticar a burocracia enfrentada pelos docentes na maior federal do país. "É uma vitória. A AdUFRJ atuou para que a gente conseguisse diminuir o ônus burocrático na vida do professor", disse. "Eu tenho que enviar toda vez que eu sou doutora, mandar minha portaria de nomeação. Espero que isso tenha acabado".

Segundo a docente, a AdUFRJ sempre defendeu que toda a documentação comprobatória fosse eliminada, dada a fé pública dos servidores ao declarar as atividades no relatório. Ou que fosse conferida às unidades a liberdade de escolher quais documentos pedir. "Nossa demanda nunca foi pela redução dos critérios ou da autonomia das unidades em defini-los", completou.

Já a eliminação da conferência pública para Titular passou por 20 votos contra 19 e três abstenções, após acalorado debate.

"É fundamental que mantenhamos a conferência", defendeu o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa, no início da discussão. "É o momento onde o professor faz um balanço da sua vida profissional. O titular é uma referência na universidade. É assim que entendemos o cargo de professor titular na UFRJ".  Torres argumentou não mereceria a promoção um docente que não possa falar durante 50 minutos sobre o assunto que trabalha.

"Quem tem medo da conferência?", questionou o representante dos Titulares do CCS e diretor da AdUFRJ, o professor Antonio Solé. "Nós, professores, adoramos falar. E você escolhe sobre o que vai falar. Em nome da autonomia universitária, temos que manter a proposta da CLN (Comissão de Legislação e Normas do Consuni)".

Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, o professor Vantuil Pereira posicionou-se contra a conferência, com base na lei 12.772, da carreira. "A regra garante o direito ao professor de chegar ao topo da carreira. Não cabe à universidade estabelecer impedimento ou barreira para este professor. No caso, a conferência é isso", disse.

" A conferência  é uma etapa que a Universidade Federal do Rio de Janeiro está propondo de maneira adicional ao que a legislação prevê", afirmou a professora Gracyelle Costa, representante dos Adjuntos do CFCH.  "O que defendo é que possamos entender a chegada à condição de professor titular não como algo restrito ao panteão dos deuses, do qual a Minerva faz parte, mas como um direito de todos os professores aprovados em concurso público", relatou.

Na votação que se seguiu, a bancada da reitoria ficou completamente dividida. Os pró-reitores João Torres (de Pós-graduação e Pesquisa), Ivana Bentes (Extensão) e Neuza Luzia (Pessoal) votaram a favor da conferência. Os pró-reitores Fernando Peregrino (Governança) e Maria Fernanda (Graduação) se abstiveram. Alexandre Leiras (substituto das Políticas Estudantis) e Helios Malebranche (Finanças) votaram contra a conferência. A reitora em exercício, professora Cássia Turci, não votou — o que aconteceria apenas em caso de empate.

A votação da resolução que revisa as regras de progressão e promoção docente ainda não foi encerrada. Os conselheiros avançam artigo a artigo. O tema voltará em uma próxima sessão.

Foto: Kelvin Melo

Topo