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Por Kelvin Melo, ADUFRJ - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

web img 7667 763x779No mesmo prédio, no mesmo dia, na mesma hora, duas delegações da UFRJ marcaram presença em Brasília, mas tiveram recepção diferente no MEC. Na manhã de 2 de julho, a professora Denise Pires de Carvalho foi empossada reitora – a primeira reitora em 100 anos de UFRJ.
Ao mesmo tempo, no térreo do edifício, representantes de diversas associações docentes, entre elas a AdUFRJ, tentavam entregar o troféu “Cortando o Futuro” para o ministro Abraham Weintraub, por seu empenho em dilacerar o orçamento do ensino superior – só na UFRJ, os cortes chegam a R$ 114 milhões.
Ao final da posse, enquanto o MEC trancava com cadeado a porta do ministério e se empenhava de forma grosseira para impedir a entrada dos docentes, a nova reitora explicava – com elegância – que a restrição orçamentária é dramática. “Não temos como pagar as contas até o final do ano, mas vamos resistir”, disse.
O mesmo tom marcou a primeira atividade pública da nova administração: o Consuni da última quinta-feira. Ali, diante de professores, técnicos e estudantes, Denise não ignorou o peso das dificuldades orçamentárias, explicou que sem novos repasses do MEC, a UFRJ pode, a partir de setembro, ter atividades essenciais paralisadas, como segurança e limpeza, mas deixou claro que a marca da gestão é o otimismo. “Eu fui questionada inúmeras vezes pelos repórteres por que eu estava tão sorridente, mesmo sabendo que a universidade tinha um déficit de mais de R$ 170 milhões. Acho que a UFRJ é muito mais que isso”, disse. “Nós somos muito mais que um simples déficit. Muito mais do que simples números. Nós já produzimos muito e podemos muito mais. Por isso, o otimismo. Na adversidade, nós crescemos.”, completou.

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blla bla blablabla ed disse que não vou conseguir. Daqui a quatro anos, a gente conversa”, brincou com o vice-reitor, professor Carlos Frederico.

No primeiro discurso dirigido aos condfgheiros, Denise contou que haverá uma preocupação muito grande com o bem-estar de servidores e estudantes. “Por trás de um DRE, existe um ser humano; por trás de um Siape, existe um ser humano”. A assistência estudantil será uma das prioridades. “Não nos deixa nada tranquilos termos uma universidade com 250 vagas no alojamento estudantil. Há federais menores que as nossas com pelo menos quatro vezes mais vagas”.
A reitoria pretende fortalecer o tripé ensino, pesquisa e extensão. “A UFRJ esteve na vanguarda de várias discussões. Aqui surgiram os primeiros cursos de graduação do país. Aqui surgirabla os primeiros cursos que integram a graduação com a pós”.bla
Por fim, a professora infoblater. O Fred disse que não vou conseguir. Daqui a quatro anos, a gente conversa”, brincou com o vice-reitor, professor Carlos Frederico.bancoImagemFotoAudiencia AP 397029

DIMINUIR EVASÃO E RETENÇÃO
Os planos da administração serão detalhados ao Consuni em apresentações feitas pelos pró-reitores, que foram aprovados por unanimidade no último dia 4. A graduação, sob responsabilidade da professora Gisele Viana Pires, foi a primeira da série.
Ao longo da campanha para a reitoria, diminuir as taxas de evasão (30% em 2018) e retenção dos cursos e, por consequência, aumentar o número de concluintes da UFRJ, sempre foi considerado o principal objetivo da gestão. “Temos o dever de elevar a graduação da UFRJ aos mais elevados patamares da educação superior deste país. Porque somos, dentre as federais, talvez a nota de corte mais elevada para ingresso, através do Enem/SiSU”, disse. “Temos a obrigação de graduar estes alunos que são, em teoria, os melhor alunos do ensino médio do país”.

- Nunca me esqueci daquela solenidade com os professores perseguidos pela ditadura. Ouvi esta frase já em 2004, quando voltou ao Brasil, para participar do Congresso Brasileiro de Energia, o economista francês Jean Marie Martin, um conhecido especialista em energia. Ele tinha vindo naquela ocasião para um seminário na Área Interdisciplinar de Energia da Coppe e assistiu à solenidade. Era ainda a época da ditadura militar. A primeira manifestação de grande repercussão, logo que fundamos a Associação dos Docentes da Ufrj (Adufrj), sob o governo dos militares, ocorreu no auditório do Centro de Tecnologia. Em um ato solene, demos o título de sócio da Adufrj a todos os professores afastados da Ufrj pela ditadura militar, especialmente pelo AI-5. Eram professores que nos davam orgulho. Coube-me ler seus nomes na solenidade em clima de grande emoção: - Darcy Ribeiro, Maria Ieda Linhares, Eulália Lobo, José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Manoel Maurício Albuquerque, Miriam Limoeiro, Sarah de Castro Barbosa. Plínio Sussekind já tinha falecido, o citamos em memória. O auditório estava lotado com muita gente em pé, talvez com mil pessoas. Conduzimos a cerimônia como uma solenidade de posse em uma academia científica. Cada convidado era chamado e homenageado, recebendo o diploma de sócio honorário da Adufrj, embora todos eles ainda estivessem excluídos da Ufrj, pois isso ocorreu antes da anistia. Toda a imprensa noticiou respeitosamente. Demos uma bofetada na ditadura com luva de pelica. A luta de que participei na Sociedade Brasileira de Física e na Sbpc contra o Acordo Nuclear levou-me a ser envolvido na construção do movimento dos docentes, no fim da década de 70 e início dos anos 80. Este movimento crescia em várias universidades pelo país afora, principalmente nas universidades públicas, alastrando-se também para algumas universidades privadas. Devo dar precedência à Usp, onde havia uma antiga Associação dos Auxiliares de Ensino, da qual foi sucessora a Associação de Docentes (Adusp) criada em 1976, tendo como presidente e vice-presidente, respectivamente, nada menos do que o Modesto Carvalhosa e o Antonio Cândido de Mello e Souza. O reitor Luiz Renato Caldas, que era um distinguido pesquisador do Instituto de Biofísica e tinha uma postura aberta, apesar de ter sido nomeado na época do regime militar, convocou a Ufrj para debater uma reforma da universidade. Um conjunto de professores, ao qual eu pertencia, se organizou em torno deste debate e criou uma comissão, que ao longo do processo se tornou a comissão pró-fundação da Associação de Docentes (Adufrj). As reuniões iniciais da comissão foram realizadas na Coppe. Desta comissão faziam parte Liana Cardoso do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Alexandre Magalhães da Silveira da Matemática, eu e Antonio Paes de Carvalho da Biofísica, que se afastou quando a comissão se tornou pró-Adufrj Houve um racha na fundação da Associação de Docentes, entre a comissão pró- Adufrj e o grupo liderado pelo professor Horácio Macedo, que veio a ser reitor da Ufrj. De uma maneira muito simplificada, nós podíamos ser identificados como próximos do que veio a ser o PT-light, enquanto o Horácio era mais próximo do Partidão. Nós, os do grupo que eu integrava, originado daquela comissão, ganhamos a hegemonia das primeiras diretorias da Associação dos Docentes da Adufrj, da qual fui o primeiro presidente em uma composição com grande parte da esquerda da Ufrj. Passados 40 anos, a História me ensinou que essas divisões já não fazem nenhum sentido em nossa realidade. Agora, nossa divisão é entre a esquerda e a direita liderada pelo atual governo federal. E precisamos de uma Adufrj forte e comprometida para enfrentar os duros anos que virão. Luiz Pinguelli Rosa PROFESSOR DA COPPE/UFRJ, FUNDADOR E EX-PRESIDENTE DA ADUFRJ

"O que nos une nessas quatro décadas de história é a defesa da universidade pública, da liberdade de cátedra e a certeza de que precisamos de uma Adufrj autônoma e comprometida com os ideais democráticos", afirma diretoria A associação de docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro completa orgulhosamente 40 anos neste 26 de abril. Nascida na efervescência política provocada pela lei da anistia, a AdUFRJ-SSind participou das grandes lutas desde então: pela redemocratização, pela universidade pública gratuita e de qualidade, pela valorização da educação, por um país um pouco mais justo e menos desigual. Infelizmente, nessa jovem maturidade, a comemoração não pode ser esfuziante. Estamos vivendo um momento de duros ataques ao conhecimento e à educação, assim como à liberdade de associação. Entretanto, os mesmos tempos que demandam reserva e parcimônia também pedem afirmação e determinação, de modo que os 40 anos da maior associação de docentes do Brasil não podem passar em branco. Nesse sentido, estamos celebrando nosso aniversário com uma pequena cerimônia em homenagem aos ex-diretores de nossa associação, mas também com ações que levam a nossa marca de fazer da AdUFRJ uma entidade moderna, engajada e acolhedora. Estamos renovando nosso Boletim, que vai ficar maior, mais denso e (ainda mais) informativo. Aproveitamos para abrir nossas páginas e convidar todos os professores a escrever artigos e sugerir pautas. Desde esta edição, recuperamos a história da imprensa do sindicato e retomamos a numeração desde os primeiros jornais da Adufrj. Outra iniciativa recente que já dá resultado é o Observatório do Conhecimento. Lançado no começo de abril, ele é uma plataforma em formato de rede em defesa da educação superior pública e que já conta com mais de uma dezena de associações. Nas próximas semanas, vamos relançar também a campanha UFRJ SEMPRE que tanto sucesso fez nos campi. Seguimos atuando pautados pela convicção de que unidos somos melhores e reafirmamos aqui que, sobretudo nesse momento delicado, todas e todos são bem vindos à AdUFRJ-SSind. O que nos une nessas quatro décadas de história é a defesa da universidade pública, da liberdade de cátedra e a certeza de que precisamos de uma Adufrj autônoma e comprometida com os ideais democráticos. Enfim, gostaríamos de terminar dando os parabéns a tod@s @s associad@s. Os tempos estão difíceis, mas a verdade é que eles nunca foram fáceis, e cá estamos. Jamais nos esqueçamos disso. Parabéns, AdUFRJ, e que venham mais 40 anos! Confira fotogaleria dos 40 anos da associação docente

“Trinta e sete anos de trabalho em um lugar só. História é o que não falta”, diz Belini Souza, o funcionário mais antigo em atividade na associação docente da UFRJ. Dono de uma voz grave bastante conhecida entre os associados, o secretário recorda que foi convidado a falar no carro de som, durante uma manifestação da categoria. O objetivo era convocar os professores para a mobilização. “O rapaz do carro de som por algum motivo não compareceu. Daí disseram: você tem uma voz boa, vamos lá, vai dar certo! E eu comecei a chamar o pessoal aqui (no Fundão), na Praia Vermelha e tudo mais”. Belini atende os professores da universidade, ao vivo ou por telefone, desde 1º de abril de 1982. Para ele, a entidade pode ser carinhosamente chamada de “consultório sentimental”: “Os professores vêm aqui, sentam e desabafam com a gente”, argumenta. Do fundo da memória, o secretário cita os responsáveis por sua contratação: os ex-diretores Ericksson Almendra e Eliane Falcão. “Eles é que são os culpados de eu estar aqui até hoje”, brinca. Da época em que foi contratado, Belini recorda de uma estrutura bem mais simples. O trabalho ainda funcionava com auxílio de mimeógrafo. O público da universidade também era outro. “Quando eu entrei aqui, era difícil você ver um professor negro. E hoje você tem. Era difícil ver um aluno negro também. Hoje você tem alunos negros. Isso é bom. Isso é ótimo”, exemplifica. “Acho que esse negócio de cotas deu uma oportunidade boa para o pessoal chegar aqui”.

Na manhã de segunda-feira (15), um assalto voltou a assustar a comunidade da UFRJ. Patrizia di Trapano, professora da EBA, foi assaltada e sofreu um sequestro relâmpago no estacionamento da Reitoria. A docente foi levada pelos bandidos até a Linha Amarela, onde foi libertada. Os criminosos roubaram o carro – um Honda HR-V marrom –, a aliança e o relógio de pulso, ambos de ouro. Até o fechamento desta edição, eles não haviam sido presos. O crime ocorreu quando Patrizia chegava à Reitoria para uma reunião, às 10h. Ao estacionar, uma SUV branca parou logo atrás. Quando a professora saiu do carro, dois homens com armas curtas a abordaram, enquanto outros três, com armas maiores, acompanharam a ação do outro veículo. Logo em seguida, a professora foi forçada a entrar na SUV. Alguns dos assaltantes levaram seu carro na frente, seguindo pela portaria 3, em direção à Linha Amarela. Os assaltantes estavam com máscaras ninja e se comunicavam por rádio com outros, que estariam vigiando a saída do campus. “Eles disseram: ‘A gente vai soltar a senhora quando sair do campus. Assim, a senhora não dedura a gente para a polícia antes da gente sair do Fundão”, contou Patrizia. A professora registrou a ocorrência na 37ª DP, na Ilha. Lá, mais um transtorno para a vítima. Sem sistema, o boletim foi feito em papel. O documento só computado mais de 24h depois do assalto. A professora manifestou indignação com a falta de tranquilidade no campus, acreditando ser decorrente do corte de verbas. “Não tem dinheiro, corta na segurança”, criticou. “O estacionamento está largado às traças. Tudo acontece no Fundão e não tem um policiamento efetivo”, ressaltou. Por meio da assessoria, o prefeito universitário Paulo Mario Ripper afirmou que só poderia se pronunciar sobre o assalto após o feriado da próxima terça-feira (23).

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