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É hora de solidariedade! Hoje, a AdUFRJ entregou 30 cestas básicas para a Associação dos Trabalhadores Terceirizados da universidade (ATTUFRJ). A crise econômica do país, agravada pela pandemia do coronavírus, já impactou a vida dos funcionários das empresas prestadoras de serviço.
Um exemplo foi a demissão de 93 pessoas pela firma responsável pela produção e pelo fornecimento de refeições dos restaurantes universitários. O Centro Acadêmico de Engenharia da Escola Politécnica (Caeng) ajudou na entrega.
A associação docente prepara novas doações, que serão anunciadas em breve.
A ATTUFRJ também iniciou uma campanha de doação financeira para os trabalhadores da empresa de limpeza que atua no CCMN e no Ladetec. Os terceirizados estavam sofrendo atrasos no pagamento de auxílios e de salário.
Qualquer valor pode ser doado para a seguinte conta:
BANCO DO BRASIL
Ag.: 1517-2
Conta: 22.784-6
ROBSON DE CARVALHO

Foto: Kathlen Barbosa/Arquivo AdUFRJA Capes patina na gestão e aumenta a intranquilidade da comunidade acadêmica, que tenta organizar a pesquisa e cuidar da saúde mental em tempos de pandemia. Para aliviar os efeitos da crise, a diretoria da AdUFRJ solicitou a prorrogação das bolsas a todas as agências de fomento, na sexta-feira (20).As universidades têm hoje milhares de pós-graduandos que trabalham regularmente pressionados pelos prazos de suas bolsas. Assim, a suspensão das atividades acadêmicas e o isolamento preconizado pelas medidas de contenção da pandemia representarão um custo muito alto. Como consequência, temos visto muitos casos nos quais os estudantes optam por dar continuidade aos seus trabalhos, o que implica em circulação de pessoas, exposição e aumento da transmissão. Dessa forma, apelamos a todas as agências de fomento (e sugerimos a todas as associações científicas e pró-reitorias que façam o mesmo) que garantam a extensão do prazo das bolsas de pós-graduação pelo mesmo período de duração da pandemia do COVID-19.
Parece que o presidente da CAPES tenta imitar a brincadeira da “Dança das Cadeiras” com portarias. Até fevereiro deste ano, a CAPES publicou três portarias tentando regulamentar a distribuição de bolsas de pós-graduação no país. Todas as três portarias com o nível de confusão típico do atual ministro da Educação. Apesar das confusões, elas estavam seguindo uma lógica discutida entre a CAPES e outras entidades durante o ano de 2019 (dentre elas o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação). A comunidade acadêmica solicitou esclarecimentos sobre pontos das três portarias e eis que aparece a portaria 34, de 09 de março de 2020. Esta autoriza que PPGs nota 3 possam perder até 50% de suas bolsas. Ao mesmo tempo, a portaria prevê o pagamento de bolsas para PPGs profissionais ou acadêmicos no formato EAD desde que julgados estratégicos pela Diretoria Executiva da CAPES. Nos parece que tem boi na linha. Instituições de Ensino Superior privadas adoram este formato EAD integral, de baixo custo e alto lucro, e o atual presidente da CAPES era reitor de uma IES privada antes de assumir o cargo no MEC.
Outra história mal contada nesta portaria é que os PPGs que optaram pela fusão terão bolsas relativas ao somatório dos programas individuais até a próxima rodada de regras de distribuição de bolsas. Se estamos em março e a regra do jogo já mudou duas vezes, quem garante que em 2021 os programas fundidos terão todas estas bolsas?
Um fato estranho surge nesta portaria. O artigo nono tem a seguinte redação: “Os casos omissos serão resolvidos pelo Presidente da CAPES.” Normalmente, os casos de omissão são delegados a um órgão colegiado superior e não ao CPF de uma pessoa. Ou seja, fatos omissos complexos terão a decisão monocrática do Presidente.
O resumo de toda esta história é que não dá para planejar ações de médio e longo prazo, no contexto da pós-graduação stricto sensu, em um ambiente de tantas incertezas, de regras e orçamentárias.
Apoiamos integralmente a revogação imediata desta portaria e a abertura imediata de um canal de comunicação com as Universidades Federais, e as demais IES do Brasil, para que se discuta um modelo de distribuição de fomento aos PPGs stricto sensu que leve em conta as particularidades e necessidades do Sistema Nacional de Pós-Graduação como um todo.
A qualidade da produção acadêmico-científica brasileira depende do capacidade, integridade e respeito à autonomia universitária por parte dos órgãos responsáveis pela educação no país. No momento de uma crise sanitária sem precedentes na história recente, esta portaria da CAPES é uma atitude irresponsável e agrava a situação de saúde pública do país.
Há uma UFRJ que não parou. São professores, técnicos e estudantes que não foram para casa e estão se arriscando em nome da ciência, do profissionalismo e da solidariedade. O núcleo dessa universidade que não dorme é o Hospital Clementino Fraga Filho. “Criamos um Gabinete de Crise, composto por funcionários de todas as diversas áreas de atuação no HU, que realizam reuniões diárias para reavaliação e atualização das medidas tomadas”, explicou o diretor Marcos Freire. na tarde de terça-feira, 24. Na mesma tarde, o HU informou o primeiro caso de óbito sob suspeita de Covid-19.
1. Testagens rápidas
2. Novos leitos de UTI
3. Equipes e equipamentos
4. Máscaras da Coppe
5. Mil litros de Álcool
6. Ônibus para equipes da saúde
7. Treinamento de residentes
8. Plantão administrativo
Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJDiante da necessária quarentena para minimizar os possíveis efeitos de uma epidemia de coronavírus no Brasil, a AdUFRJ lançou as “Pílulas antimonotonia”. Trata-se de uma nova forma digital de comunicação entre professores da UFRJ e a sociedade.Estamos diante de uma epidemia que não é “nutella”, que pode flagelar especialmente a população mais pobre deste país, a população que vive e trabalha em condições extremamente precárias. Já temos casos fatais em decorrência da epidemia do novo coronavírus.
As universidades brasileiras têm tido um papel muito importante no sentido de alertar a população sobre riscos e prevenção, mas, mais do que isso, têm tido papel de destaque na grande mobilização nacional para a produção de testes, para debates sobre diagnósticos, formas de tratamento. Estamos diante de uma luta pela vida, de uma luta pela ciência, de uma luta para que a humanidade sobreviva a este enorme desafio em melhores condições. Para que ela sobreviva como um todo.
É possível que no Brasil venha a ocorrer uma distinção muito grande entre as pessoas que têm mais acesso a serviços de saúde. Por isso, nesse momento, a nossa batalha – e é uma batalha da qual nós não arredaremos pé – é pela existência de uma fila única para internação, tanto dos pacientes que não têm plano de saúde, quanto dos pacientes que habitualmente usam plano de saúde. É preciso que, pelo menos durante essa calamidade, haja solidariedade para que a gente não saia dela com um rastro que afirme a brutal iniquidade brasileira.
É preciso tomar medidas, tais como o aumento do Bolsa Família, a distribuição de alimentos, a proteção da população de rua e da população carcerária. Há medidas específicas para esses segmentos populacionais.
Nós exigimos que o governo brasileiro, que as autoridades públicas, se apresentem neste momento. Temos um conjunto de medidas que ainda são genéricas. Não há, ainda, um plano explícito para o que vai ocorrer. É preciso então que nós, as universidades – como a UFRJ, que tem uma comissão de coronavírus – , nos apresentemos. Que estejamos juntos com a população brasileira nesta batalha.
É uma batalha de vida e morte, mas é uma batalha da qual nós poderemos sair melhores se nós nos apresentarmos de modo solidário contra essa indiferença moral. Além da epidemia, que é um grave problema objetivo, nós temos um problema enorme de indiferença moral por parte de algumas autoridades brasileiras, especialmente do presidente da República, que insiste em afirmar que a epidemia é uma “histeria”. Esta postura tem provocado um desserviço.
Estamos também diante de autoridades religiosas que vêm dizendo que este é “um problema de satanás”, que é uma coisa da ordem do não biológico. Portanto, mais do que nunca, as universidades, nós pesquisadores, cientistas, profissionais de saúde temos que afirmar evidências científicas. Temos que ser capazes de ofertar para a população todo o conhecimento acumulado, nacional e internacional, sobre o tema.
Penso que temos realizado isso. E a partir deste dia 18 seremos capazes de duplicar este esforço que foi realizado até agora.