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WEBMENORDIVERSIDADECRESCEU: edição atual deve superar os 300 participantes de 2017 - Foto: Fernando SouzaAté 8 de novembro, a Escola de Comunicação promove a 2ª Semana da Diversidade da UFRJ. “Notamos uma demanda maior dos alunos para discutir outras vivências que, na teoria, a universidade não dá conta de trabalhar”, afirma a professora Chalini Torquato, coordenadora do projeto. Justamente por isto, além dos temas de maior demanda, como LGBT+, racismo, saúde mental e cotas, também foram introduzidas questões indígenas, gordofobia, acessibilidade, maternidade, capacitismo e discurso de ódio.
Para a docente, havia uma necessidade de trazer esses debates para a instituição, já que o meio universitário é considerado excludente. “Procuramos trabalhar o lugar de fala, trazendo pessoas que de fato vivenciam situações de preconceito para debater aqui, e não acadêmicos”, justifica.
Danieli Balbi, professora da ECO e uma das palestrantes, reitera que apesar de a academia ser um ambiente de debates “oxigenados e potentes”, ainda é um lugar bastante conservador. “Discutir a diversidade em um evento como esse, com compromisso político sobre a necessidade de a universidade ser mais plural, é de extrema importância”.
O evento é realizado em parceria com diferentes unidades e grupos de pesquisa da UFRJ. “É muito importante essa aproximação”, avalia o professor Vinicius Ribeiro, da Escola de Belas Artes. Segundo ele, a Semana da Diversidade é “uma demonstração de que a instituição está aberta às transformações da sociedade e representa uma contribuição para um ambiente mais inclusivo”.
A diretora da Escola de Comunicação, professora Suzy dos Santos, reforça a necessidade do evento. “A Semana articula distintas demandas da comunidade acadêmica que têm pouco espaço de visibilidade”, justifica. A docente conta que a edição deste ano está mais completa que em 2017. “Várias questões debatidas no ano retrasado estão mais amadurecidas e poderão ser discutidas por outros prismas”, avalia.
Um exemplo é a roda de conversa “conhecendo o candomblé” com o professor Cristiano Henrique, do Departamento de Métodos e Áreas Conexas, realizada no dia 5. Em 2017, uma das abordagens foi a intolerância religiosa. O objetivo deste ano é ampliar o diálogo sobre o tema. “Eu parto da premissa de que muito do que existe de preconceito e discriminação, parte não apenas dos atravessamentos do racismo religioso, mas também de um enorme desconhecimento em relação às religiões de matriz africana”, explicou o docente.
A Semana da Diversidade da UFRJ já recebeu nomes importantes. Em sua primeira edição, a vereadora Marielle Franco foi uma das convidadas para debater “questões raciais e desafios contemporâneos”. “Muitos alunos se sentiram contemplados pelas visões apresentadas ali e me disseram o quão impactante tinha sido a presença de Marielle no evento”, conta Chalini Torquato.
A docente estima que a procura pelo projeto deve crescer este ano. Em 2017, foram emitidos aproximadamente 300 certificados para participantes. Algumas atividades ocorrem no estacionamento da Escola de Comunicação para atender à demanda de cadeirantes, já que as solicitações feitas à Diretoria de Acessibilidade da UFRJ, para obras no Palácio Universitário, ainda não foram atendidas.

EXPOSIÇÃO CELEBRA OS 50 ANOS DA REVOLTA LGBT DE STONEWALL

WEBMENOREXPOFoto: Arthur BomfimO Espaço Memória, Arte e Sociedade Jessie Jane Vieira de Souza, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, inaugurou a exposição “50 anos de Stonewall e os direitos LGBTQI+ no Brasil”. Além da reprodução de documentos históricos, fotografias e obras literárias, o evento também conta com mesas de debates, exibições de filmes e lançamentos de livros sobre diversidade sexual.
A exposição celebra os 50 anos da Revolta de Stonewall, ocorrida em Nova Iorque em 1969, que serviu como referência para que outros movimentos por direitos civis LGBTQI+ se espalhassem pelo mundo.
Coordenador de Comunicação do CFCH, o jornalista Pedro Barreto acredita ser fundamental dar visibilidade à luta LGBTQI+ na universidade. “A gente sempre procurar trazer assuntos que tenham relação com a contemporaneidade e consideramos que a temática LGBTQI+ é importante para ser discutida em um momento em que muitas conquistas estão em risco no país”, afirma Barreto. A exposição está em cartaz no segundo andar do CFCH, na Praia Vermelha, até 19 de fevereiro. (Arthur Bomfim)

WEBMENOROBSERVATORIOO Observatório do Conhecimento reuniu iniciativas das universidades públicas no esforço para ajudar o país a lidar com o desastre ambiental que manchou de óleo o litoral nordestino. Até o momento, o petróleo cru já atingiu cerca de um terço do litoral brasileiro, quase 300 praias e cem municípios em nove estados do Nordeste.
O objetivo da coletânea é dar uma resposta à omissão do governo federal e mostrar a importância estratégica das unversidades brasileiras. Veja mais: observatoriodoconhecimento.org.br.

 

WEBPROFESSORProfessor Eduardo CoelhoNomeada presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa por indicação do deputado federal e pastor Marco Feliciano, Letícia Dornelles é repórter, autora de livros, telenovelas e roteiros de programas de humor, como Partiu shopping. Em entrevista concedida ao jornalista Bernardo Mello Franco no dia 27 de outubro, publicada n’O Globo, Letícia Dornelles afirmou que pretende “humanizar” a instituição, torná-la aconchegante por tratar-se de um “lar”, “acelerar as palestras, que hoje são muito acadêmicas”, entre outras barbaridades que evidenciam, no mínimo, que a nova presidente desconhece a complexidade e a importância dessa fundação.
Criada há quase um século, a Casa de Rui Barbosa compreende um museu, arquivos e bibliotecas, além de pesquisas nas áreas de arquitetura, arquivologia, belas artes, biblioteconomia, direito, história, filologia e políticas culturais. Com uma equipe altamente habilitada em todas as suas áreas de atuação, há décadas a Casa de Rui Barbosa é uma das instituições federais mais respeitadas do país, tanto pelo seu trabalho de conservação e preservação da memória, quanto pelos seus resultados de pesquisa, que consistem em colaborações imprescindíveis a diversos setores. A manutenção desse perfil de excelência a que a Fundação Casa de Rui Barbosa está associada se encontra, agora, sob forte ameaça.
Afinal de contas, na referida entrevista, o vocabulário e as imagens a que Letícia Dornelles recorreu manifestam uma concepção equivocada da coisa pública, que não à toa ela tratou a partir de um princípio relacionado à família (“lar”), sobrepondo a necessidade de afeto (“dar um grande abraço naquela casa”) a um plano estratégico de trabalho. Ao mencionar o escritor Carlos Drummond de Andrade, não fez quaisquer observações acerca da grandeza de sua obra como testemunho da experiência humana, mas apenas ao fato de ter sido sua vizinha: “É afeto mesmo, sabe?”, completou. Por outro lado, num sentido contrário às práticas acadêmicas, se torna perceptível em seu vocabulário a incorporação de uma lógica da indústria cultural, tendo o objetivo de “acelerar” as palestras.
A Fundação Casa de Rui Barbosa não se trata de um “lar”, mas de uma instituição pública, que requer gestores competentes e habilitados, o que, por sinal, pode ser facilmente reconhecido em sua história, que reúne figuras inclusive conservadoras, como Américo Jacobina Lacombe. No entanto, ao contrário de Letícia Dornelles, o ex-presidente Lacombe reuniu uma equipe habilitada, que entre outras iniciativas participou da criação do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, onde estão concentrados alguns dos mais relevantes arquivos pessoais e coleções de escritores brasileiros, como Carlos Drummond, Clarice Lispector, Cruz e Sousa, João Cabral de Melo Neto, José de Alencar, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, entre muitos outros.
Por meio da nomeação de Letícia Dornelles para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, observamos não apenas o aparelhamento ideológico que o governo federal empreende desde o início deste ano, igualmente observado na condução da Funarte, por exemplo, mas também sua intenção de desmantelar o que há de consistente no plano da cultura, do ensino e da pesquisa no país.

Eduardo Coelho
Professor da Faculdade de Letras/UFRJ e ex-chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa

Leia também Nota da diretoria contra nomeação política para Casa de Rui Barbosa

IMG 1367Foto: Silvana SáO curso de Medicina do campus Macaé perdeu 28 vagas docentes, que foram redistribuídas para outras unidades da UFRJ, na administração do reitor Roberto Leher, reclama a comunidade acadêmica local. E os contratos dos professores substitutos estão expirando. A situação é agravada pela dificuldade de fixar profissionais no campus. Atraídos pelos melhores salários da iniciativa privada, é comum que professores médicos peçam exoneração.
A crise dominou o primeiro Conselho Universitário realizado em Macaé, no dia 24 de outubro. A coordenadora substituta do curso, professora Laila Ertler, precisa de dez docentes para disciplinas já no primeiro semestre de 2020. “Nosso curso está com problema de oferta real de disciplinas em dois períodos para o ano que vem”, declara. “Outras cinco especialidades estão com número crítico de professores, sobretudo clínica médica e saúde da criança”.
O curso também enfrenta problemas em relação às vagas de servidores técnico-administrativos. “Temos pouquíssimos técnicos que se desdobram, porque o campus expande, mas as vagas não acompanham”.
Durante a sessão do Consuni, a reitora Denise Pires de Carvalho se comprometeu com a comunidade acadêmica do campus a devolver ao longo de sua gestão as 42 vagas retiradas dos diversos cursos. “Houve desvio – esta é a palavra – de professores e de servidores técnico-administrativos daqui de Macaé”, disse. “Eu me comprometo a usar a reserva técnica da reitoria (parte dos concursos) para destinar vagas aos cursos de Macaé”, afirmou.
Ainda de acordo com a reitora, a administração central deve estudar um projeto de resolução que garanta a permanência das vagas em Macaé e em Caxias.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que a administração central também está empenhada em solucionar o problema de fixação de quadros na cidade. A alternativa seria aprovar a excepcionalidade de 40 horas sem dedicação exclusiva, a exemplo do que já ocorre na Medicina do Fundão. O processo, reclamam os docentes de Macaé, está parado há 500 dias no Consuni, sem que seja votado. “Poderíamos fazer por extensão administrativa, mas como o processo já está no colegiado, encaminharemos ao plenário”, afirmou.
Outra demanda do campus é a criação de um centro com duas unidades acadêmicas. A proposta é que a UFRJ aprove dois institutos: um que comporte cursos da área da Saúde; e outro que incorpore a Química e as engenharias. Cada um dos cursos passaria a se organizar como departamento dentro de cada um dos institutos.
A proposta foi elaborada no Conselho Deliberativo do campus. Mas nem todo mundo ficou satisfeito. “A criação destes institutos não resolve nossos problemas”, pontua a professora Laila. A Medicina foi o único curso a se posicionar contrariamente à medida.
A Medicina de Macaé desejava tornar-se um instituto, mas ficou isolada na decisão. “Se cada um quisesse se tornar um instituto, teríamos uma proposta de nove unidades”, rebate a diretora do campus, professora Roberta Coutinho. “De toda forma, mesmo sendo departamento, eles terão sua autonomia preservada”, defendeu a diretora.
A criação dos institutos ainda precisa passar pelo Consuni.

WEBCIENCIAABRAÇO ocupou todo o gradil da Casa da Ciência, em Botafogo - Foto: Elisa MonteiroCerca de cem pessoas participaram de um abraço à Casa da Ciência na manhã de quarta-feira, dia 30. A manifestação é contra uma eventual demolição do imóvel em função do Viva UFRJ, projeto que trata dos ativos imobiliários da universidade. E segue na esteira do movimento #FicaIpub. “Podemos ampliar o que já fazemos e não pôr abaixo instituições que estão funcionando e atendendo à população”, criticou a professora Maria Tavares, do Instituto de Psiquiatria.
Integrantes, apoiadores e usuários da Casa da Ciência argumentam que o projeto original só previa a cessão de áreas ociosas, mas que haveria pressão imobiliária para incluir outros imóveis. “Nosso espaço está plenamente ocupado. São 25 anos trazendo a perspectiva da ciência para o cotidiano da vida das pessoas”, queixa-se a produtora cultural da UFRJ, Luciane Correia Simões, uma das organizadoras do abraço.
Por e-mail, a reitoria informou que as definições sobre o projeto “partirão do Conselho Universitário, do Conselho de Curadores, e ouvidas todas as unidades envolvidas, inclusive Ipub e Casa da Ciência”. E que o prazo de 180 dias para discussão do estudo técnico é “meramente” sugestão do GT Viva UFRJ. Ainda de acordo com a reitoria, a expectativa é que as discussões aconteçam no início de 2020.
A mostra “O que se passa na minha cabeça? Histórias e fotografias”, tem trabalhos de pacientes do IPUB e estreia na Casa da Ciência no dia 31. Antes dela, a exposição “Aventura pelo corpo humano” recebeu 32 mil visitantes em apenas dois meses.

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