Accessibility Tools

facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Empresa pede devolução de imóvel alugado pela universidade, na Lapa.  No local, funcionam salas de aula e outras atividades administrativas da Unidade que não cabem mais no deteriorado prédio-sede do curso  

No centro da crise, o Parque Tecnológico da UFRJ

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O diretor da Escola de Música da UFRJ, André Cardoso, recebeu, em 17 de setembro, a notícia de que (boa) parte das atividades da Unidade não poderá mais ser realizada em um prédio nas imediações da histórica sede da rua do Passeio. A empresa Superpesa, que alugava o espaço à universidade há 14 anos, pediu o imóvel, localizado no Largo da Lapa nº 51. Pior: o prazo para se retirar das instalações é o próximo dia 17 de outubro.

André explica a origem do problema: “Inicialmente, havia um contrato no qual a universidade cedia espaço para a empresa Superpesa no Parque Tecnológico. Em troca, a Música ocupou esse prédio dela na Lapa”. Em 2013, a direção do Parque Tecnológico informou que não manteria mais o contrato, segundo o professor.  “O argumento foi que simplesmente não haveria sinergia entre o Parque e a empresa”, disse, indignado. “Ou seja, por uma decisão unilateral do Parque, uma das unidades mais antigas da UFRJ está ameaçada”.

Segundo o diretor, a administração central se comprometeu a (re)mediar o conflito, promovendo uma chamada pública para alugar outro local, também próximo à Escola de Música. “Enquanto isso, estamos tentando junto à Procuradoria uma extensão do prazo para dezembro de 2015”, informou o diretor. “Não podemos dizer aos alunos que voltem depois, quando tudo estiver resolvido”.

A Congregação da Música deve encaminhar ao Conselho Universitário, nos próximos dias, um pedido de intervenção sobre a decisão do Parque Tecnológico. E a perspectiva não é nada animadora, “caso essa situação não se reverta”, disse o diretor. “O Centro da cidade está um canteiro de obras para todos os lados. Qualquer novo contrato que a universidade venha a assumir implicará em um ônus financeiro bem maior que o antigo contrato”, avaliou André. “E se tivermos de sair de lá, o que temos simplesmente não caberá aqui”, resumiu.

O que funciona no imóvel alugado

Em termos práticos, o desalojamento inviabiliza os cursos da Música. No prédio principal da Escola, patrimônio tombado da UFRJ na Rua do Passeio nº 98, funcionam salas administrativas e de concerto. O grosso das aulas acontece em um pequeno anexo nos fundos da Escola e no imóvel alugado. 

A estrutura de três andares na Lapa abriga 17 salas de aulas. “Por ser um prédio moderno, da década de 1980 talvez, nele temos mais estrutura. A parte elétrica suporta aparelhos de ar-condicionado, por exemplo”, observa André. Opera neste local, ainda, o setor da Escola de Música da UFRJ “onde todos os compositores do Rio de Janeiro registram as suas obras”. De acordo com o diretor, equipamentos de vários cursos, como “praticamente tudo de sopro, violino, viola, harpa e bandolim”, estão lá. André lamenta a perda do ponto, se confirmada. “A Escola está em um lugar privilegiado para os músicos, ao lado da sala Cecília Meireles, do (Teatro) Municipal e do Circo Voador”.

 

Prédio-sede, tombado, está em condições muito ruins

14101333Falta de espaço. Salas são repartidas em vários pedaços. Foto: Elisa Monteiro - 07/10/2014Unidade que realizou sua expansão acadêmica depois de uma reforma curricular (“muito antes do Reuni”, observa André), a Música mantém seu funcionamento no sufoco. “Quando temos apresentações, pedimos aos funcionários que vão embora mais cedo e saímos apagando todas as luzes possíveis”, conta André, mostrando o gerador alugado para dias de espetáculos. A rede elétrica, antiga, não suporta além de 200 amperes.

A precariedade das estruturas fez o diretor interditar parte dos fundos da Escola. No ano passado, a caixa d’água simplesmente descolou do prédio. As infiltrações castigam o patrimônio histórico e a comunidade acadêmica. Mas, sobretudo, a falta de espaço incomoda: “Não temos sequer lugares para os professores guardarem suas coisas”. Todo material docente fica em um gaveteiro centenário.  Antigas salas de aula são repartidas em três, quatro e até cinco pedaços, por divisórias. Não há isolamento acústico. 

Nova estrutura

Fora do Reuni e do Plano Diretor, a Música tem planejada sua expansão a partir da construção de uma nova estrutura, nos fundos do prédio-sede. O projeto, elaborado por uma professora da FAU, Andrea Borde, já tem recursos para começar a primeira parte: a derrubada da parte condenada do edifício. A construção de uma subestação elétrica, no local, também faz parte dos planos.  

 
 
Reitoria dá sua versão
A Adufrj-SSind levou o problema da Música ao Consuni do último dia 9. Na ocasião, o reitor Carlos Levi disse que a matéria “é de preocupação da universidade há anos”. Segundo Levi, a Superpesa estaria ocupando “uma área grande no Parque, causando prejuízos pecuniários à UFRJ”: haveria uma relação “desequilibrada” em termos de valorização imobiliária entre os terrenos do Fundão e do imóvel no Centro.

A pró-reitora de Gestão e Governança (PR6), Aracéli Ferreira, afirmou estar “particularmente tranquila” com a situação. Segundo a dirigente: “Não há nenhum risco de a Escola de Música ser desinstalada ou ser despejada. Isso está totalmente afastado”. 
Aracéli confirmou o pedido de desocupação do imóvel onde está a Música pela empresa Superpesa, mas contemporizou com a afirmação de que “já entramos na Justiça e temos toda condição de manter a escola lá”. “Nós estamos atuando de forma bastante presente nessa questão”, disse.

De acordo com a pró-reitora, a universidade “está fazendo uma licitação para o aluguel de um espaço” para a Escola, “até porque a Música precisa sair (do prédio onde está) para que a reforma lá possa acontecer”. 

Contra-hegemonia na AL
O professor Carlos Eduardo Martins coordena o Laboratório de Estudos sobre Hegemonia e Contra-Hegemonia (Lehc/UFRJ). Na quarta-feira, 1 de outubro, ele comemorou o sucesso de um seminário que se realizava no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). O evento atraiu ao Largo de São Francisco destacados economistas e cientistas sociais latino-americanos que se organizam no Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso). “Este debate trata dos caminhos de uma inserção da América Latina no cenário mundial”, explicou Carlos Eduardo ao Jornal da Adufrj. “Uma inserção soberana, anti-hegemônica e antiimperialista”, afirmou. Além do Lehc, o GT de Economia Política coordenado pelo professor chileno Luis Rojas e a Sociedade de Economia Política Latino-Americana (Sepla), que tem o professor brasileiro Marcelo Dias Carcanholo (UFF), organizaram esse seminário de “Economia Política Contemporânea, Estado e Crise: Novos Alinhamentos Mundiais e as Alternativas da América Latina”.

 
Banco do Sul
14100674O Brasil, até hoje, ainda não ratificou sua participação no Banco do Sul.
Segundo Carlos Eduardo Martins (foto), o governo precisa de ratificação do Congresso Nacional.
Ele acredita que há avanços na direção de uma política externa de integração na América Latina.
Embora sem a velocidade necessária.
Admite a existência de correntes que alimentam a ideia de uma espécie de subimperialismo do país no continente. 
Mas esta tendência não é predominante. 
O professor não concorda com a tese segundo a qual a prioridade dada pelo Brasil às articulações no Brics (bloco econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul) atrapalharia a relação do país com os seus vizinhos.
Pelo contrário, o professor da UFRJ acredita que ao fortalecer os Brics, o país estará contribuindo para que condições objetivas sejam criadas em busca de novas opções na região.
 
 
Nova moeda
O equatoriano Pedro Paes foi um dos conferencistas da abertura do encontro.
Ele falou sobre os desafios da América Latina e Caribe diante da crise da economia capitalista.
Pedro Paes já foi ministro da área econômica do governo de Rafael Corrêa.
É um ardoroso defensor de uma nova arquitetura financeira para a região.
Isto implicaria na criação de organismos multilaterais como o Banco do Sul (já criado), um fundo de estabilização e até uma moeda regional para transação entre os países do bloco, o Sucre.
Esta estrutura substituiria a ingerência do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional nas economias do continente.
 
 
Naufrágio
14100673A professora Denise Gentil (foto), do Instituto de Economia da UFRJ, disse que o atual modelo de crescimento adotado pelo governo está esgotado
No painel que ganhou o nome de “A economia política dos governos progressistas na América Latina e Caribe”, ela ofereceu um panorama das contas públicas, mas se deteve, em detalhes, no caso brasileiro.
Segundo ela, se não houver mudanças na política econômica, as políticas sociais de transferência de renda não se sustentarão.
Disse, ainda, que o setor privado não tem respondido com contrapartida à política de juros subsidiados e desoneração fiscal do governo.
Disse que, só em 2013, o montante dessa desoneração fiscal alcançou R$ 170 bilhões.
 
 
Histórico
14100672O professor chileno Orlando Caputo (foto) foi uma das presenças de destaque no seminário.
Caputo é um dos intelectuais que nos anos 1960 formulou a teoria da dependência ao lado de nomes como Ruy Mauro Marine, André Gunder Frank e Theotonio dos Santos. Caputo participou da mesa que tratou da reestruturação do imperialismo e a ofensiva conservadora.

Vida de Professor,
por Diego Novaes

tiraAdufrj3102014

Eleição na Escola de Educação Infantil terá voto dos substitutos 

Eleição para diretoria terá regra especial para dar conta da excepcionalidade: nenhum docente efetivo no quadro

Votação acontece em 10 e 11 de novembro

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

As normas da eleição para diretor e vice-diretor da Escola de Educação Infantil da UFRJ (ex-Creche Universitária) serão divulgadas a partir dessa segunda-feira (06/10). “Trata-se da primeira eleição para gestão com a EEI reconhecida como unidade na UFRJ e que norteará os rumos de sua consolidação”, diz a atual diretora da escola, Alessandra Sarkis — indicada por um grupo gestor provisório desde janeiro.

O regulamento proposto pela Comissão Coordenadora de Pesquisa da unidade foi aprovado pelo Conselho do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, no fim de setembro. A inscrição de candidatos ocorre de 20 a 24 de outubro, das 9h às 13h, no protocolo da EEI-UFRJ. A votação será realizada em 10 e 11 de novembro. Poderão se candidatar os servidores lotados na escola com nível superior em pedagogia ou pós-graduação em Educação.

A grande novidade do documento é a concessão de voto para os professores substitutos, procedimento inédito na universidade. A decisão levou em conta a atual condição da EEI que não possui nenhum professor efetivo em seu corpo docente (são 26 substitutos e 40 técnicos em Assuntos Educacionais). “Não ouvi-los nesse momento histórico de construção da gestão da escola não nos pareceu coerente dado o cenário atual”, diz Alessandra. O regimento aprovado definiu a paridade entre docentes, técnicos e representantes dos alunos, ou seja, cabendo a cada categoria um terço do total dos votos válidos.

O consenso em relação ao voto para os substitutos pautou-se justamente na situação incomum da escola. “Não é uma bandeira de luta com a qual eu, professora da UFRJ há 30 anos, partilhe”, confessa Lilia Pougy, decana do CFCH. “Eu fui vencida nessa matéria, mas como essa é uma unidade que é um órgão suplementar recentemente criado (em 2012) e que tem a particularidade de não ter corpo docente, refletimos sobre a importância de os professores que exercem atividade pudessem participar da consulta. É uma situação excepcional”, diz. 

Projeto político-pedagógico

A eleição é um passo importante para consolidar um projeto político-pedagógico da EEI que contribua para a formação tanto das crianças e quanto dos alunos da UFRJ que estagiam no local. “A missão dessas unidades em uma universidade pública, gratuita e laica, é a formação de professores, não a prestação de serviços”, conclui Lilia.

A historiadora portuguesa

A historiadora portuguesa Raquel Varela é uma das convidadas para o seminário que a Adufrj-SSind irá realizar na quinta-feira, 23 de outubro, no auditório da ESS. O evento faz parte das comemorações dos 35 anos da Seção Sindical. Programação completa do seminário na próxima edição.

Topo