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Os estudantes de Medicina em Macaé paralisaram as aulas nos dias 26 e 27 de agosto. Foi a forma que encontraram de chamar a atenção da universidade para as precárias condições de ensino no curso: laboratórios defasados, falta de professores, número reduzido de preceptores e vagas nos campos práticos.
“Há três anos faltam professores das cadeiras de Infectologia e Reumatologia e, mais recentemente, de Dermatologia”, afirmou a estudante Fernanda Barbosa, do Centro Acadêmico.
O receio é deixar lacunas na formação. “Temos medo de não sairmos preparados. A gente desenvolve uma auto cobrança muito grande ao longo do curso porque sabemos que vamos lidar com situações reais de risco de morte”, revelou Fernanda.
A falta de docentes afeta, especialmente, o ciclo clínico do curso, a partir do quinto período. “No último semestre, ficamos parte do período sem aulas de Dermatologia. Depois, tivemos professores convidados, mas a cada três semanas eram professores diferentes”, revelou Cristy Helen Pedrosa, aluna do sétimo período. “Nossa avaliação foi reduzida a uma prova. A turma inteira sentiu essa defasagem no aprendizado”.
Após mais de um mês decorrido do calendário acadêmico do segundo semestre, a rotina de incerteza quanto ao cronograma das aulas continua prejudicando a formação da aluna e de seus colegas. “Ainda não tivemos aula de Reumatologia e tivemos duas aulas de Doenças Infecto Parasitárias, mas não é nada fixo”, lamentou Cristy. “A coordenação tenta fazer o que está ao alcance, mas ficam muitos buracos na nossa formação”, completou.
Marlon Pessanha, do nono período, falou sobre a rotina de ter que buscar aprender fora da universidade. “Procuramos capacitação, nos juntamos nas ligas acadêmicas, a gente tem que correr muito por fora”, disse.
O colegiado do curso apoiou a paralisação e as reivindicações. “Ouvimos os alunos e entendemos que essas demandas significam a melhoria do ensino”, disse o professor Francisco Eduardo Silva, coordenador do curso. “Esses problemas estão provocando um impacto na formação deles. Eles têm que protestar”.
Atrair interessados para o magistério é o grande desafio para o professor Joelson Rodrigues, diretor do Instituto de Ciências Médicas do Centro Multidisciplinar UFRJ Macaé. “Somos uma universidade no interior em um curso de área com mercado muito competitivo. Os salários são muito defasados, muito inferiores ao que um médico especialista recebe no serviço público ou privado”.
O concurso mais recente, de 2024, não recebeu nenhuma inscrição. “Quando temos um professor que pede exoneração por falta de interesse, a dificuldade de conseguir alguém para substituir é muito grande”, lamentou.
PRECEPTORES
A falta de estrutura e de pessoal se estende para os campos práticos. Marlon apontou os problemas que enfrenta no internato, a fase de estágios em hospitais no final do curso. “A gente não tem um hospital ou um ambulatório da UFRJ. Os preceptores são médicos da prefeitura de Macaé que nos recebem de boa vontade, sem receber a mais para fazer esse trabalho”, disse.
Muitas vezes, os estudantes ficam desconfortáveis, com medo de atrapalhar o trabalho dos médicos. “Como não estamos no nosso lugar, somos um corpo estranho. Nossos professores mesmo sugerem cautela na hora de tirar dúvidas”.
A preceptoria também acaba se tornando um problema para o sistema de saúde do município, já que os profissionais recebem uma redução de carga horária para cumprir a função. “Isso gerou um problema no sistema de saúde do município que precisa do profissional e ele está deslocado para uma atividade docente”, apontou Joelson.
Para piorar a situação, uma recente determinação da Procuradoria-Geral de Macaé restringiu ainda mais as vagas nos campos práticos. Para não deslocar médicos com contratos temporários, contratados em caráter emergencial, de suas atividades-fim, apenas médicos efetivos podem ser preceptores. “Houve uma redução grande de pessoas disponíveis para essa função. O último concurso para médico efetivo do município foi há cerca de 15 anos”, afirmou Joelson.
O diretor revelou que já houve conversas com a direção da Ebserh na tentativa de encontrar soluções. “É um processo complexo. Existe uma fila de projetos com o mesmo objetivo, mas existem algumas possibilidades como construir uma unidade aqui ou o município doar uma unidade para a universidade e a Ebserh gerir”.
Para o coordenador do curso de Medicina em Macaé, a construção de uma unidade própria da UFRJ é o caminho ideal. “Não é apenas para o curso de Medicina. Aqui temos também Enfermagem, Farmácia. Somos um centro de formação na área da saúde”, reforçou o professor Francisco Eduardo Silva.
REITORIA
O reitor Roberto Medronho também classificou as reivindicações dos estudantes como “justas”. “Estamos avaliando a contratação de professores substitutos para essas disciplinas, o que precisa ser imediato”, disse.
“Trabalhamos através de convênios com a prefeitura. Por isso, muitas vezes, ocorre esse desajuste. Vamos alinhar com a prefeitura a melhor forma de nossos alunos estarem nos campos de prática”.
Medronho defende o curso de Medicina em Macaé como elemento fundamental na interiorização do acesso aos atendimentos médicos e parte importante na negociação com a prefeitura. “A ideia de criação desse curso em Macaé foi para que os alunos formados permaneçam lá e nas arredores. Queremos fixar os médicos ali”, contou o reitor.
Pela primeira vez no Brasil, o golpismo militar está no banco dos réus. O professor Francisco Carlos Teixeira avalia, em artigo exclusivo para o Jornal da AdUFRJ, as raízes do fenômeno que, desde a Proclamação da República, produziu tantas mortes e feridas ainda abertas. O docente, Titular do Instituto de História, considera que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Supremo Tribunal Federal poderá finalmente encerrar um ciclo de impunidade.
“Dos 37 indiciados no processo, 25 são militares da ativa e da reserva. Entre eles, seis generais — um da ativa. Este é o dado fundamental. A forma como o Supremo Tribunal Federal está julgando, através do fatiamento em núcleos, às vezes encobre essa presença maciça (67%) dos militares na participação da tentativa de golpe”, afirmou Teixeira à Comunicação da AdUFRJ. “Lembrando que esses militares tinham cargos fundamentais na República, inclusive com juramento de defesa da Constituição”.
Confira a seguir, a íntegra do artigo.
Francisco Carlos Teixeira da Silva
Professor Titular do Instituto de História
Poucas vezes a História do Tempo Presente, e seus historiadores, foram tão desafiados no seu ofício. Trata-se da análise e do registro “à quente” de um processo que se autoalimenta – tanto o golpismo, dito “continuado”, quanto as medidas de defesa da ordem constitucional – e se desdobraram no nosso quotidiano. Ao golpismo, impenitente, se soma outro fenômeno histórico de raízes históricas tão profundas quanto o golpismo militar na América Latina: a intervenção estrangeira, a invasão da soberania nacional e as ameaças de violências físicas e institucionais de uma grande potência sobre o continente. Os dois fenômenos, golpismo e Imperialismo, se iluminam mutuamente, num quadro internacional em que movimentos de Extrema-Direita se apossaram do poder, num avanço inédito de formas fascistizantes de governo depois de 1945.
Nunca na História da República brasileira assistimos ao golpismo militar e ao chamado “Imperialismo”, mais uma vez aliados, serem levados de forma autônoma e livre ao banco dos réus. Sim, em verdade, o julgamento é duplo: a condenação ao golpismo será, também, a condenação aos seus aliados nacionais e internacionais.
É nesse sentido que se exige um esforço teórico e metodológico da História do Tempo Presente: trata-se de analisar o que no presente possui suas raízes num passado imediato, e mediado, ainda não encerrado como processo histórico, vindo ao menos da Proclamação da República, em 1889, e dos diversos golpes, pronunciamentos ilegais, ataques e tomadas do poder legitimo pelos militares.
Mesmo a nova “transição” democrática, pós 1964, foi capenga: entre 1980-1985 bombas – logo após o Decreto da Anistia, de 1979 -, sequestros, invasões marcaram a violência – hoje apagada na História – da transição democrática brasileira. E, como em 1945-1946, a transição de 1979-1988 – a mais longa transição da História de qualquer República moderna, não se deram punições, exposições ou afastamento daqueles diretamente envolvidos com as torturas, sequestro e mortes e, claro, com as ofensas inconstitucionais contra a República. A impunidade dos anos de 1920 e 1930 e a ausência de uma transição democrática em 1945 informam e alimentam o golpe de 1964, e a impunidade de 1980- 1985 alimentaram, por sua vez, as expectativas que corroem a Nova República, anunciada por Tancredo Neves em 1985. Nenhum dos poderosos de 1964-1985, nenhum dos autores da violência “bombista” de 1980-1985, incluindo o episodio do RioCentro em 1981 e mais de 40 outros atentados à bomba, com vítimas, contra símbolos da luta pela democratização do Brasil, foram punidos.
Ou seja, a impunidade de 1945 alimenta o golpe de 1964 e a inexistência de Justiça reparadora em 1980-1988, decorrente da autoanistia do regime em 1979, alimentou, e permitiu, a corrosão da República, com o apagamento dos crimes contra a Humanidade e os Direitos Humanos e a revisão da natureza brutal da ditadura de 1964, tornando-se a própria “névoa da História” – do tipo, “- O erro foi matar pouco!” ou “Não houve ditadura!” ou, ainda, o odioso “-Mataram-se mutuamente!” e mesmo o elogio público, no Parlamento, de torturadores, versões de uma História prostituída produzida pelos setores mais reacionários e violentos dos porões e repetido pelo próprio, então, Presidente da República entre 2019 e 2022.
Esses são os enlaces que constroem a estrutura da História do Tempo Presente: 1937, 1945, 1954, 1961, 1964, 1980-1985, 2016 e finalmente 2019-2023.
Aí estão os enlaces que fazem da longa História da República no Brasil numa História do Tempo Presente, uma História de feridas abertas.
Em suma, a impunidade é o berço do vício e do eterno retorno da República à tutela militar. Hoje temos a oportunidade inédita de romper com a repetição viciosa da História: dos 37 indivíduos, todos em altos cargos da República, que começam a prestar contas por sua atuação golpista, 25 são militares da Ativa e da Reserva. Ou seja, são seis (06) generais, a maioria em cargos ministeriais e de alta responsabilidade no próprio Palácio do Planalto; um (01) almirante, então Comandante da Marinha, e, portanto, do poderoso Corpo de Fuzileiros Navais; oito (08) coronéis, com cargos e comandos; seis (06) tenentes-coronéis, incluindo o Ten.-Cel. Mauro Cid; um (01) capitão, o próprio Presidente da República e um (01) Subtenente, além de policiais federais, funcionários da Abin e da PRF. Ou seja, mais de 67% de todo o pessoal conspirador era de origens, função e de cargos militares.
O que desejavam? No imediato, conforme os planos de ação confiscados – “Plano Copa”, “Plano Punhal Verde-Amarelo” – tratava-se de um brutal magnificídio – do Presidente da República eleito, do seu Vice e do, então, Presidente do STF, além da prisão de outros dois ministros do STF. Para a maioria dos democratas já se organizavam os campos de internação/concentração, visando calar toda oposição.
A “doutrina” da Tutela Militar, ameaçava a História do Tempo Presente, pela sistemática impunidade, a reforçar os enlaces e conexões com os anos de 1930 e 1940 e repetir os processos históricos fascistizantes em avanço em todo o mundo.
Na terceira edição Especial Eleições 2025, o Jornal da AdUFRJ quer saber os planos das chapas para os professores que contribuíram por toda a vida para a construção da universidade e de uma sociedade mais justa. Os aposentados são parcela significativa dos sindicalizados da AdUFRJ: eles são 1.489 professores e representam 41,6% do total de filiados. Veja abaixo as respostas encaminhadas pela Chapa 2 – ADUFRJ de luta: dignidade nas condições de trabalho e defesa da universidade pública.
As eleições para a diretoria e Conselho de Representantes serão presenciais e estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro em todos os campi. As inscrições para o CR seguem abertas até o dia 29. Podem se candidatar professores filiados até o dia 12 de maio. Os documentos estão disponíveis a seguir.
Inscrição individual CR 2025-2027
Inscrição chapa CR 2025-2027
Participe!
1. Quais as propostas das chapas para os aposentados?
O saber é uma construção social de caráter intergeracional e coletivo. A ciência, as artes e a cultura são impensáveis sem o reconhecimento às(aos) que vieram antes de nós. Aposentadas(os) são nosso maior patrimônio. E patrimônio a gente cuida!
Nosso primeiro sentimento para com as(os) colegas aposentadas(os) é de gratidão por sua dedicação à UFRJ. Agradecemos por nos legarem conquistas como a carreira docente e salários unificados, a liberdade didático-científica, o sistema nacional de ensino federal e todo conhecimento que, por obra do seu trabalho, hoje nos sustenta e eleva.
A recuperação e a valorização das aposentadorias são uma luta urgente e que deve mobilizar a todas(os) pela manutenção da dignidade na vida pós trabalho. Por isso, nosso principal compromisso é com a defesa da paridade entre ativas/os e aposentadas/os.
A defesa da aposentadoria é um pilar do programa da CHAPA 2. Paridade e integralidade podem ser garantidos mediante o respeito e o estímulo à solidariedade intergeracional. Mobilizar ativos e aposentadas(os) pela recomposição das aposentadorias mediante o reenquadramento dos aposentados às novas carreiras é importante para preservar seus provimentos uma vez que a carreira tinha outra feição e um número diferente de níveis.
2. Como inserir os aposentados no dia a dia do sindicato e nas campanhas salariais?
A memória é insumo da consciência no exercício da liberdade. É importante recordar a história da alteração dos regimes de previdência que desfiguraram o direito à aposentadoria previsto na Constituição de 1988. Ali, se conquistou a aposentadoria por tempo de trabalho. Até a Emenda Constitucional nº 20/1998, que foi seguida de numerosas outras contrarreformas, a Carreira Docente – Magistérios EBTT e Superior – exigia 25 (mulheres) e 30 (homens) anos de trabalho.
O governo de Fernando Henrique Cardoso elevou esse tempo no Magistério Superior para 30 e 35 anos. Ademais, o tempo de trabalho foi substituído por tempo de contribuição.
Essa medida representou entre cinco e sete anos de acréscimo às exigências de aposentação.
Na primeira gestão do Presidente Lula, foram extintas a paridade e a integralidade. Houve a redução de 30% no valor da pensão por morte, a instituição de teto para o setor público: igual ao do INSS (hoje em R$ 8.157,41). Também em 2003 foi instituída a contribuição previdenciária para quem já está aposentado. Acabar essa injusta contribuição é a mais urgente ação por dignidade de aposentadas(os).
A presidenta Dilma criou a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (FUNPRESP), fundo de “previdência privada” por capitalização que estimula a especulação e carrega riscos de bancarrota e quebra, ameaçando estruturalmente o direito à aposentadoria. Não podemos concordar com a desresponsabilização do Estado para com o direito fundamental de proteção aos aposentados, como está explícito na Ficha de Adesão da FUNPRESP.
Com Bolsonaro, a previdência social foi gravemente atacada para atender aos interesses do capital. Assim, em momentos “de crise”, os valores das aposentadorias podem ser congelados, seus percentuais de contribuição ainda mais elevados e, como se não bastasse, sofrer descontos extraordinários!
Além disso, foi criado um mecanismo que retardou o acesso ao direito e um sistema de pontos que combina, a cada ano, idade e tempo de contribuição. Esse sistema tem por consequência o aumento da idade para aposentadoria até alcançar 62 anos de idade (mulheres) e 65 anos (homens).
Para transformar a realidade é preciso conhecê-la. Trabalhar para que esse histórico seja reconhecido pelo professorado, usando as ferramentas de comunicação da seção sindical é o básico. Também é essencial reativar o Grupo de Trabalho Seguridade Social/Assuntos de Aposentadoria, na UFRJ, rearticulá-lo nacionalmente e mobilizar os colegas para participarem.
3. Como combater o etarismo na universidade e defender as condições de trabalho de docentes aposentados que continuam em atividades acadêmicas?
O etarismo se funda no individualismo e na renúncia da solidariedade aos mais frágeis, por estarem invisíveis na universidade. Mas, nas lutas cruciais da UFRJ, as(os) aposentadas(os) sempre contribuíram para pensar a universidade para além do imediato. Assim, sensibilizar para a luta de interesse comum deve ser uma prioridade.
Condições de trabalho precárias são a contraparte do ataque às aposentadorias e potencializam inseguranças, adoecimento e o endividamento de todas as gerações. Lutarmos juntos é a chave para alcançar vitórias e abrir novos horizontes para o exercício da docência quando o Brasil precisa mais do que nunca de seus cientistas para construir um projeto socialmente justo e soberano.
AS RESPOSTAS FORAM ENVIADAS PELAS CHAPAS E PUBLICADAS NA ÍNTEGRA.
chapa 1: No alto, da esq. para a dir: Andrea Parente (EQ); Maria Tereza Leopardi Mello (IE); Ligia Bahia (IESC); e Pedro Lagerblad (IBqM). Embaixo, da esq. para a dir.: Michel Gherman (IFCS); Luisa Ketzer (Caxias); e Daniel Conceição (IPPUR) - Foto: Fernando SouzaA Chapa 1 nasce do compromisso inegociável com a defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente comprometida. Nossa chapa se apresenta em um contexto marcado pelo recrudescimento de conflitos geopolíticos, mudanças climáticas e intensificação de desigualdades sociais. Diante de cortes orçamentários e ataques autoritários, reafirmamos que a UFRJ é patrimônio do povo brasileiro e deve permanecer como espaço de produção de conhecimento crítico, democrático e inclusivo. A defesa da democracia e conhecimento são cruciais em tempos de disputas sobre a relevância da ciência e da democracia.
Defender a universidade significa também garantir dignidade e condições adequadas para o trabalho docente. A categoria enfrenta precarização, sobrecarga e desvalorização, ao mesmo tempo em que cumpre papel essencial na formação de cidadãos, na produção de ciência e na transformação social. Nossa chapa propõe uma atuação firme e articulada para consolidar a AdUFRJ como espaço de reflexão e compromissos para a construção de alternativas para fortalecer a universidade.
Nossos eixos principais:
1. Valorização da carreira docente: lutar por uma carreira atrativa e consistente, que assegure salários dignos, critérios de progressão claros e respeito à autonomia universitária.
2. Financiamento adequado e estável: defender junto ao Executivo Federal e Congresso Nacional o custeio e investimentos adequados para a UFRJ; lutar por recomposição do orçamento, articulando parcerias e fomento adicional sem comprometer a natureza pública da universidade.
3. Melhoria das condições de trabalho: enfrentar a precarização, defender investimento em infraestrutura e a promoção de políticas de apoio à saúde, bem-estar e desenvolvimento acadêmico.
Carreira Docente
O sistema atual, criado em 2012, apresenta distorções salariais e critérios pouco claros de progressão e contratação. Pretendemos construir coletivamente uma proposta de carreira que:
• corrija as distorções nos
níveis de remuneração;
• torne o piso salarial mais
atrativo, especialmente
para jovens docentes;
• estabeleça progressões
baseadas em critérios justos
de ensino, pesquisa e
extensão, com flexibilidade
para diferentes trajetórias
acadêmicas;
• garanta maior autonomia
às universidades na definição
de perfis e concursos.
Financiamento
O investimento em universidades públicas é essencial. Atuaremos em duas frentes:
Recomposição e ampliação do orçamento público: atuar junto ao MEC, MCTI, Congresso Nacional e órgãos de fomento como CAPES, CNPq, FAPERJ e FNDCT, em articulação com sociedades científicas.
Apoio à captação de recursos adicionais: facilitar o acesso dos docentes a editais e bolsas, sempre sob critérios de transparência e respeito à autonomia acadêmica.
Condições de Trabalho
A precarização se expressa na falta de infraestrutura, sobrecarga administrativa e impactos na saúde mental e na carreira. Propomos:
• combate ao assédio,
discriminação e desigualdades;
• investimento em salas,
laboratórios, bibliotecas
e espaços de convivência;
• criação de fundos e bolsas
para jovens docentes, apoio
a publicações e conferências;
• programas de formação
pedagógica e mentoria;
• participação efetiva de substitutos nas decisões institucionais;
• simplificação dos
processos de progressão;
• ampliação de creches
universitárias;
• plano de saúde acessível
e abrangente;
• alternativas para
aposentadoria digna;
• programas de apoio
psicológico e prevenção
ao burnout;
• segurança no trabalho
e protocolos contra assédio;
• ampliação de licenças
parentais e familiares;
• regulamentação do ano
sabático e tempo protegido
para produção intelectual.
Nosso Compromisso
A Chapa 1 acredita que uma AdUFRJ forte é essencial para garantir que a UFRJ siga cumprindo sua missão social. Defenderemos uma universidade pública, inclusiva, sustentável e democrática, comprometida com a produção de conhecimento crítico e com a transformação do Brasil.
Pedimos o seu apoio e o seu voto para avançarmos juntos nessa luta.
Composição da chapa 1
CHAPA 1 - UFRJ na luta pela
Democracia e Conhecimento
Presidente – Ligia Bahia - IESC
1ª Vice-Presidente –
Maria Tereza Leopardi Mello - IE
2º Vice-Presidente –
Michel Gherman - IFCS-IH
1º Secretário –
Pedro Lagerblad de Oliveira – IBqM
2ª Secretária –
Andrea Pereira Parente - EQ
1º Tesoureiro –
Daniel Negreiros Conceição - IPPUR
2ª Tesoureira – Luisa Andrea Ketzer – Campus Duque de Caxias
Na terceira edição Especial Eleições 2025, o Jornal da AdUFRJ quer saber os planos das chapas para os professores que contribuíram por toda a vida para a construção da universidade e de uma sociedade mais justa. Os aposentados são parcela significativa dos sindicalizados da AdUFRJ: eles são 1.489 professores e representam 41,6% do total de filiados. Veja abaixo as respostas encaminhadas pela Chapa 1 – UFRJ na luta pela Democracia e Conhecimento.
As eleições para a diretoria e Conselho de Representantes serão presenciais e estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro em todos os campi. As inscrições para o CR seguem abertas até o dia 29. Podem se candidatar professores filiados até o dia 12 de maio. Os documentos estão disponíveis a seguir.
Inscrição individual CR 2025-2027
Inscrição chapa CR 2025-2027
Participe!
1. Quais as propostas das chapas para os aposentados?
Para a chapa 1, os docentes aposentados são essenciais para o dia do dia da AdUFRJ e da UFRJ. Atividades acadêmicas tais como aulas, conferências, bancas e mesmo diálogos com ex-alunos e colegas têm enorme importância para o adensamento do conhecimento entre nós.
Ao contrário de outros setores, nas universidades, aposentadoria significa uma continuidade essencial para a acumulação e renovação de saberes e desenvolvimentos científicos.
Por compreender o valor inestimável do docente aposentado, nossas propostas se voltam para a preservação de seu padrão de vida e os estímulos ao bom proveito de um rico legado – vivo e ativo – que vincula passado, presente e futuro.
Propomos:
Lutar pelo aumento real da remuneração, isonomia dos salários, evitando perdas decorrentes de ajustes diferenciados entre regimes de trabalho em todos os fóruns de participação e negociação sobre orçamentos e servidores públicos, incluindo movimentos sociais e conselhos, Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Ministério da Educação, Ministério da Ciência e Tecnologia, Congresso Nacional;
- Valorizar o legado do conhecimento mediante ações e incentivos para assegurar a presença – seja física ou remota, seja mediada por depoimentos e acervos bibliográficos - de docentes aposentados em cursos, conferências e suporte acadêmico para ensino, pesquisa e extensão;
- Ampliar canais para a participação de docentes aposentados em decisões e no cotidiano das ações de natureza científica, cultural e esportiva da AdUFRJ, mediante a realização sistemática de encontros presenciais e remotos;
- Dar continuidade ao acompanhamento realizado pela AdUFRJ do direito de professoras e professores aposentados do Colégio de Aplicação à incorporação do RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências) que ainda aguardam a conclusão de processos;
- Manter e diversificar os convênios da AdUFRJ com farmácias, gympass, papelarias, cursos de línguas, clínicas de fisioterapia, entre outros;
- Buscar expandir as opções para adesão a planos de saúde privados com coberturas abrangentes e preços acessíveis.
2. Como inserir os aposentados no dia a dia do sindicato e nas campanhas salariais?
A Chapa 1 se compromete com a abertura de canais presenciais e remotos de participação e consulta permanente aos docentes aposentados em reuniões regulares da AdUFRJ e encontros com os aposentados.
A Chapa 1 considera que os docentes aposentados podem contribuir de maneira decisiva para a valorização da carreira e qualificação do trabalho docente nas campanhas salariais e de recomposição e ampliação do orçamento da UFRJ.
Somos favoráveis aos métodos de consulta eletrônica que permitem a ampliação da inclusão dos docentes em processos decisórios da AdUFRJ.
3. Como combater o etarismo na universidade e defender as condições de trabalho de docentes aposentados que continuam em atividades acadêmicas?
As universidades são por definição espaços para a troca de conhecimentos entre campos científicos, culturais, artísticos e entre gerações. O devido prestígio aos professores aposentados que seguem ativos se expressa em condições adequadas de trabalho, tais como espaços para pesquisas e reuniões e participação em fóruns decisórios. O etarismo é uma antítese para atividades acadêmicas, para as quais são inerentes as consultas às fontes documentais, históricas, aos referenciais teóricos e os debates científicos.
AS RESPOSTAS FORAM ENVIADAS PELAS CHAPAS E PUBLICADAS NA ÍNTEGRA.