Consuni muda de local para discutir Ebserh
A próxima reunião do Conselho Universitário – prevista para a quinta-feira, 26 setembro – será realizada excepcionalmente em um dos auditórios do campus do Fundão, provavelmente o localizado no bloco A do CT. A decisão, tomada na sessão do Consuni desta quinta-feira (12), foi resultado do debate sobre normas de funcionamento do colegiado. A sessão do dia 26 retomará o assunto da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Tema de última hora inventado pela direção da universidade vai substituir Ebserh
A reitoria resolveu retirar o debate sobre a gestão dos hospitais universitários da UFRJ da pauta anunciada para a sessão ordinária do Consuni desta quinta-feira 12. Decidiu substituir o tema por uma agenda pouco clara: “Discussão sobre as condições de realização das sessões do Conselho Universitário”, segundo comunicado feito aos conselheiros pela Secretaria dos Órgãos Colegiados.
A reitoria mudou a pauta depois da tumultuada sessão do último dia 5 de setembro, quando o reitor desconheceu o regimento do Consuni e, por meio de uma confusa votação, tentou legitimar a dispensa do quórum qualificado como exigência para decidir-se sobre matéria que altera o estatuto da universidade. A manobra tem o objetivo de drenar o caminho para a entrega do controle de unidades de saúde da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Votação viciada
O episódio provocou indignação de professores, estudantes e técnicos que foram à sessão do Consuni defender o patrimônio da UFRJ e a autonomia universitária. A tentativa de se firmar contrato com a Ebserh tem sido o esforço de um setor da universidade nos últimos meses. Durante esse período, as entidades representativas do movimento docente, dos técnicos e do movimento estudantil têm procurado apresentar alternativas à proposta que o governo quer impor à universidade. A Ebserh trará, na prática, a lógica mercantil para instituições públicas com responsabilidade nas áreas do ensino e da pesquisa. Enquanto o movimento busca o diálogo, o que se viu na sessão do dia 5 foi a condução de votação viciada por uma série de irregularidades.
Censo maquiado
O Censo 2010 acabou com uma série histórica relacionada à quantidade de anos de escolaridade do brasileiro. O último questionário básico, aplicado a todos os domicílios do país, previa apenas a pergunta: “Sabe ler e escrever?” E trazia como alternativas de resposta: “sim” e “não”.
Apenas o questionário de amostra, que é aplicado em percentual que varia de 5% a 50% dependendo do tamanho da cidade, trazia alternativas mais detalhadas sobre a quantidade de anos de estudo.
Censo II
Enquanto no relatório consolidado do Censo 2000 há uma abordagem descritiva sobre a situação educacional dos entrevistados, com explicações acerca de cada uma das alternativas listadas no questionário, o relatório do Censo 2010 apresenta apenas a seguinte descrição: “Considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhecesse”. E, analfabeta, quem “aprendeu a ler e escrever, mas que esqueceu devido a ter passado por um processo de alfabetização que não se consolidou e a que apenas assinava o próprio nome”.
Rádio para todos
Em encontro realizado em Belém (PA), no fim de agosto, líderes indígenas, quilombolas e sem-terra expuseram aos representantes do governo federal a necessidade de terem voz por meio de rádios comunitárias. Os movimentos sociais exigiram medidas do governo para que seja possível a liberdade de expressão nas comunidades rurais e tradicionais.
Luta por direitos
Aconteceu até o dia 5 de setembro o Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Os ativistas reclamam que a criação de uma política especial, que assegure direitos aos atingidos por barragens é histórica, mas nunca foi levada à frente por governos.
O ministro Gilberto Carvalho afirmou que ainda este ano a presidência assinará uma política nacional para o setor.
Violência contra jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro realizou no dia 4 uma plenária para debater a violência cometida pelo Estado contra profissionais da imprensa e movimentos sociais.
Ficou decidido que o sindicato encaminhará denúncia a organismos internacionais de direitos humanos com relatos dos casos. Além disso, realizará um manifesto público contra a violência da polícia e atentado à liberdade de imprensa e expressão. Outra deliberação foi a realização de uma audiência pública para debater o tema.
Negociação coletiva
O Dieese e as centrais sindicais realizam neste 11 de setembro a II Jornada Nacional de Debates do Setor Público. O tema desta edição são os “Desafios da Negociação Coletiva no Setor Público: Finanças e Transferências Governamentais”. O debate ocorrerá das 15h às 18h, no auditório do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro, na Av. Rio Branco, 109, 19º andar - Centro-RJ. As presenças devem ser confirmadas pelo telefone: 2518-4381 ou pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Repressão
Mais de 200 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça contra integrantes dos grupos Black Block e Anonymous. Desde o dia 4 eles estão sendo presos, inclusive em suas casas, e tendo computadores apreendidos pela polícia. Eles são acusados de formação de quadrilha armada e incitação à violência.
A Ordem dos Advogados do Brasil lançou nota na qual afirma que a ação do Estado é inconstitucional, pois não há previsão legal para prender e fichar criminalmente pessoas por estarem mascaradas nas ruas.
Reforma Agrária
O governo de Dilma Roussef abandonou a Reforma Agrária e deixou de cumprir sua obrigação constitucional. A acusação é do dirigente da Coordenação Nacional do MST, Alexandre Conceição. Segundo o MST, a situação no campo é de extrema gravidade para os trabalhadores e o agronegócio é o favorecido.
Trabalho e formação
O Grupo de Estudos Trabalho e Formação Docente do Coletivo de Estudos Marxismo e Educação (ColeMarx) realizará um seminário nos dias 17 e 18 de setembro. O objetivo é discutir questões político-pedagógicas que influenciam no dia a dia dos profissionais de educação.
O evento ocorre a partir das 8h, no Fórum de Ciência e Cultura, no campus da Praia Vermelha. Inscrições:
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Técnico-administrativo do Instituto Tércio Pacitti (ex-NCE) minimiza ônus de contrato com empresa americana
Google Apps: prós e contras
Técnico-administrativo do Instituto Tércio Pacitti (ex-NCE) minimiza ônus de contrato com empresa americana. E defende que custo elevado não compensa a armazenagem de e-mails institucionais em servidor próprio da UFRJ
Experiência interna à universidade já fracassou nos anos 2000
Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Carlos Mendes, técnico-administrativo que trabalha com redes e segurança da informação no Instituto Tércio Pacitti (ex-NCE/UFRJ) há mais de trinta anos, é cético em relação à proposta de centralização das mensagens eletrônicas com sufixo ‘ufrj.br’ em servidores da universidade. Ele responde a uma matéria publicada no Jornal da Adufrj nº 813, na qual Nilson Barbosa (da Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC) questiona a vulnerabilidade das mensagens institucionais à ação da Google, gigante norte-americana do setor de informática.
Mendes argumenta que a experiência de armazenagem interna à UFRJ a partir de softwares de domínio público já foi testada, sem sucesso, pelo antigo Núcleo, no início dos anos 2000. “Apesar dos esforços”, conta Carlos, “quem conhecia as outras opções disponíveis abandonava a da universidade”.
A principal queixa dos usuários era a “falta de espaço”. Pesou ainda o apelo de ferramentas complementares como agenda, marcações de reuniões e afins. “Era impossível competir”, afirma Carlos. A primeira Unidade a realizar a migração foi a Escola Politécnica. Hoje, segundo Carlos, 78 unidades fazem uso do Google Apps, pacote da empresa para contas institucionais. “Inicialmente, até a reitoria usava ‘gmail’ como endereço institucional”, destaca.
O preço do investimento próprio “não vale a pena”, avalia Carlos. E contabiliza: “Se oferecerem 25 GB para cada pessoa, na UFRJ isso significaria cerca de 20 mil usuários, o que dá 500 TB de informação. Fora o backup. Isso tudo tem um custo de recursos e de pessoal para implantar e para manutenção. Nossa experiência do passado não chegou perto disso”, completou.
E-mail é só um pedaço do problema
De acordo Carlos, o correio eletrônico é apenas a ponta de um iceberg: “A questão da privacidade é realmente preocupante. As pessoas se expõem muito, principalmente, em redes sociais. Com certeza absoluta, muitos professores colocam suas pesquisas no ‘Dropbox’ (programa de compartilhamento de arquivos). O problema diz respeito a toda essa tecnologia de nuvem (armazenamento em rede). Os e-mails são mais um elemento. Daqui até o Japão, isso passa por uma série de roteadores (onde se tornam vulneráveis)”, exemplifica Carlos. “Vamos sair fazendo tudo: google apps, facebok?”, indaga.
Carlos reconhece que, “tecnicamente”, o Google pode ler as mensagens. Contudo, sustenta que, “como um todo”, o contrato não dá margem para violação de privacidade, exceto “em situações previstas em lei, como está descrito”. Nesse caso, avalia que prevaleceria a legislação brasileira. A presença de uma sede da empresa no país e alguns artigos no Código de Defesa do Consumir são citados para reforçar o argumento.
Aprender sobre as ferramentas é a tarefa imediata
Para o técnico de informática, a solução está em “saber utilizar a ferramenta”. Carlos observa que, nacional ou estrangeiro, o administrador do sistema sempre poderá acessar as informações: “Ainda que houvesse uma estatal, se a informação é crítica (sigilosa), o único jeito é a criptografia”. “É a única alternativa para o usuário, não importa o meio”, completa.
Armazenagem própria da UFRJ deve ser uma opção
Carlos diz não ver com bons olhos a proposta de centralização das contas de e-mail apresentada ao Consuni (pelo conselheiro Nilson Barbosa): “Se for para oferecer o serviço, tudo bem. Mas não avalio como correto algo obrigatório”. “Nem o DSIC (Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, órgão subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) fala em proibir. Apenas recomendam práticas para uso”, acrescentou. Além disso, ressalta, a universidade possui fóruns “mais apropriados” para formular propostas para o setor como o Conselho Gestor de Tecnologia da Informação, criado em 2010.
Carlos defende a política de treinamento interno da comunidade. “Não tenho estatística para isso, mas, pela minha experiência, diria que 90% das informações que circulam nesses e-mails não são sigilosas. As pessoas precisam é aprender a fazer a separação”, ponderou.
Em sua visão, a universidade pública tem uma cultura “muito aberta”. “A conscientização é um processo longo”. Para Carlos, a Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação poderia contribuir neste aspecto, oferecendo à comunidade certificados digitais ou softwares para criptografia de dados.
Contrarreformas: muitas lutas de 1988 para cá
Governos usam de todos os expedientes para prejudicar os aposentados: leis, emendas constitucionais, orientações do MPOG. Advogados do Andes-SN e da Adufrj-SSind apresentam quadro de retirada de direitos