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urnaA eleição para a diretoria do Andes acontece na s próximas quarta e quinta-feiras (10 e 11). Professores de todo o país votarão em suas respectivas universidades. A AdUFRJ forma o maior colégio eleitoral, com 3.363 votantes. Os docentes aptos a votar são os sindicalizados até 9 de fevereiro — aposentados também participam — , que estejam em dia com suas contribuições até 11 de março. É necessário apresentar documento de identificação com foto. Veja abaixo os locais e os horários de votação na UFRJ.

A próxima semana será intensa para professores universitários de todo o país. Entre os dias 10 e 11 de maio será realizado o pleito que definirá a nova diretoria do Andes. O grupo vencedor conduzirá o sindicato nacional dos docentes até 2025.

Este ano, três chapas disputam a preferência dos eleitores. É a segunda vez, em 42 anos de história, que há concorrência entre três grupos – a primeira foi em 1996. A Chapa 1 é a representante direta da atual diretoria nacional. A Chapa 2 é uma dissidência do grupo que comanda o Andes há mais de duas décadas. Já a Chapa 3 é formada pelo Renova Andes, principal coletivo de oposição à direção nacional. A diretoria da AdUFRJ apoia a Chapa 3.

Em todo o país, 65.315 professores formam o eleitorado em 95 seções sindicais. Para estar apto a votar, o docente precisa ter se sindicalizado até 9 de fevereiro deste ano e estar em dia com as contribuições sindicais. Professores aposentados também podem votar.

MAIOR COLÉGIO
As seções sindicais do Rio de Janeiro concentram o maior grupo de professores sindicalizados. São 9.937 aptos a votar. Já a AdUFRJ constitui o maior colégio eleitoral do Brasil, com 3.363 docentes habilitados ao voto.

Cada seção eleitoral tem uma Comissão Eleitoral Local, que organiza o pleito em cada universidade. Na UFRJ, a CEL é presidida pelo professor João Torres, presidente da AdUFRJ. Compõem a comissão, ainda, representantes das três chapas em disputa: Markos Klemz (chapa 1), André Meyer (chapa 2) e Mayra Goulart (chapa 3).

O último debate entre as chapas será realizado na próxima segunda-feira, dia 8 de maio. A atividade acontece em Brasília, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do Andes.

CLIQUE AQUI E CONFIRA A TABELA COM OS LOCAIS E HORÁRIOS DE VOTAÇÃO

 

 

 

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 5Nos próximos dias 10 e 11, docentes do ensino superior de todo o país vão escolher a nova diretoria que vai comandar o Andes no biênio 2023-2025. Para ajudar na escolha, o Jornal da AdUFRJ ouviu os representantes da UFRJ nas diretorias executivas das três chapas concorrentes. São eles o professor Luis Eduardo Acosta, candidato a 2º vice-presidente na chapa 1, e as professoras Marinalva Oliveira, candidata a 3ª vice-presidenta na chapa 2, e Eleonora Ziller, candidata a secretária geral da chapa 3. Confira a seguir.

  

LUIS EDUARDO
ACOSTA
CHAPA 1

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 6Jornal da Adufrj - O grupo que compõe a chapa 1 está no comando do Andes há décadas e é criticado por seus opositores por afastar gradativamente o sindicato da base. Como o senhor avalia essas críticas?
Acosta -
Temos orgulho de fazer parte de uma tradição que foi capaz de se insurgir contra a ditadura empresarial-militar, lutar pela anistia e pela reintegração dos docentes cassados e afastados pela ditadura, que conquistou o Regime Jurídico Único – RJU, o regime de dedicação exclusiva, a paridade entre ativos e aposentados, a isonomia entre as carreiras do magistério superior e da educação básica. As condições de trabalho, o produtivismo febril, os cortes orçamentários alteraram as condições de participação da categoria nos espaços coletivos e isso não deve ser imputado à perda de interesse e engajamento dos docentes quanto ao futuro da universidade, mas às duras condições de trabalho.

Os grupos que compõem as chapas 1 e 2 estavam juntos até o golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. O que hoje diferencia esses dois grupos?
A Chapa 1 avalia que o golpe de 2016 foi um divisor de águas, pois instaurou um estado de exceção permanente no país, corroeu a já frágil democracia, vide a prisão do então candidato Lula da Silva, e contribuiu para o fortalecimento da extrema direita. A Chapa 2 possui uma leitura diferente, não concebendo a destituição da presidenta Dilma como um golpe. Divergimos também da Chapa 3, pois avaliamos a necessidade de construir uma ampla mobilização popular autônoma e independente. O transformismo sindical impossibilitou que a classe trabalhadora tivesse real força convocatória. Entendemos a interseccionalidade como uma fértil chave explicativa da composição social, sexual, étnico-racial da classe trabalhadora.

Por que votar na chapa 1?
A chapa tem tradição de defesa da universidade pública, da cultura e da ciência, assim como de seus trabalhadores. Defendemos com firmeza a educação pública, contra os intentos de desestabilização do governo legítimo e contra o golpe silencioso da austeridade. Outro diferencial é a articulação entre as ações em defesa da democracia com a pauta específica da educação pública, como a recomposição orçamentária das universidades, a reposição de perdas salariais, a infraestrutura e as condições de trabalho, a autonomia, extinguindo as listas tríplices e, não menos importante, o acesso e a permanência de nossos estudantes. Essas bases são imprescindíveis para enfrentar os grandes problemas nacionais e dos povos.

MARINALVA
OLIVEIRA
CHAPA 2

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.15Jornal da Adufrj - O grupo que compõe a chapa 2 é criticado por seus opositores pelo sectarismo que pode levar a um maior isolamento do sindicato de suas bases. Como a senhora avalia essas críticas?
Marinalva -
Nós estivemos na direção do Andes de 2012 a 2016, protagonizamos duas grandes greves e setores expressivos da categoria reconheceram no Andes-SN a legítima direção do movimento. O governo isoladamente encerrou as negociações com as entidades que representavam a ampla maioria da categoria docente federal e assinou o acordo, desrespeitando as decisões da base, com seu braço sindical, o Proifes. Importante ressaltar que o reajuste em 2015 foi fruto das mobilizações de base. Esses dois exemplos mostram que no período em que dirigimos o Andes houve um fortalecimento e maior participação da base. Precisamos resgatar a história do Andes de mobilização e deliberação pela base, com autonomia e independência.

Os grupos que compõem as chapas 1 e 2 estavam juntos até o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016. A senhora acha que houve golpe? O que hoje diferencia esses dois grupos?
Nós, da chapa 2, respeitamos todas as deliberações de congressos e Conads, não escolhemos com quais deliberações concordamos. Em seus espaços deliberativos, com ampla participação da base, o Andes definiu posições claras sobre o processo que levou à deposição o governo Dilma. Especificamente no Conad de 2016 e no Congresso de 2017 aprovamos o Fora Temer e a construção da greve geral. Naquela época, parte das pessoas que compõem as chapas 1 e 2 estava junta, mesmo que com diferenças. Mas, desde 2018, os integrantes da chapa 2 não compõem diretorias nacionais, por posições expressas nos últimos anos que geraram divergências, como autonomia sindical perante partidos políticos, governos e administrações; o papel do Andes na defesa de um projeto classista de educação, e as perspectivas organizativas abertas com a desfiliação da CSP-Conlutas. Neste período, mantivemos nossa militância na base, encampando bandeiras pela recomposição de nossos salários e reestruturação da carreira, bem como contra a reforma administrativa, os cortes no orçamento das IES públicas, a Ebserh e os projetos privatizantes, como o Viva UFRJ, bem como na luta pelo Fora Bolsonaro. Congruentes com nosso procedimento constituímos uma chapa com a participação de independentes e dois coletivos, Rosa Luxemburgo e CAEL.

Por que votar na chapa 2?
Para garantir a autonomia e independência do Andes, avançar na defesa dos interesses da categoria docente e, em articulação com outras entidades sindicais e populares, ampliar direitos sociais. É urgente a reestruturação da nossa carreira e a revogação de todas as medidas que retiram direitos sobre promoções e progressões em todas as instituições públicas. As condições criadas pelo ideário fascista exigem que o nosso sindicato seja referência de força e luta em defesa das liberdades democráticas, e as alianças do governo Lula com o setor privado-mercantil da educação exigem, para a reversão desse quadro, a construção de um grande movimento pela educação pública em todos os níveis. Nosso maior desafio é recuperar a capacidade de mobilização da categoria para garantir nossos direitos, com capacidade de diálogo com a base. Vamos lutar pela garantia das condições adequadas para o exercício docente com indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; por valorização salarial; por concursos públicos e por políticas educacionais que garantam direitos das mulheres, docentes em atividade ou aposentadas, pretas, quilombolas, indígenas, mães de pessoas com deficiência, migrantes, refugiadas, apátridas, de comunidades tradicionais, LGBTQIAP+ e de demais grupos historicamente excluídos.

ELEONORA
ZILLER
CHAPA 3

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.15 1Jornal da Adufrj - O Renova Andes, maior grupo de oposição à atual direção do sindicato, é criticado por seus opositores por sua falta de autonomia em relação a governos e reitorias. Como a senhora avalia essas críticas?
Eleonora -
O Renova nasce como um fórum de discussão, a partir de uma profunda insatisfação com os rumos do movimento docente, e desemboca em uma chapa em 2018. Ganha então organicidade para definir um programa, cuja base é a ideia de que o Andes precisa passar por uma grande transformação em suas práticas sindicais. Ele está fora do cenário político, não tem mais interlocução com a sociedade, se isolou e se apequenou em sua política sectária. Por isso, também não consegue definir as melhores estratégias de disputa e luta política para obter ganhos materiais e objetivos para a categoria. Há uma insatisfação muito grande dentro do Renova, por exemplo, com as posições tomadas pela diretoria do Andes em 2016, quando estava em jogo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o Andes demorou a reconhecer que havia ali um golpe. Mais grave ainda foi a posição da CSP-Conlutas, que chegou a fazer a campanha “Fora todos”, numa ausência de percepção da realidade. O Renova tem grupos e correntes que se identificam com o PT, daí essa narrativa de nossos opositores de falta de autonomia em relação a governos e reitorias, o que é um disparate. É uma falsificação, é politicamente desonesto. Não há no nosso programa ou em nossa atuação qualquer ação que indique falta de autonomia do sindicato. Uma análise mais correta das tensões políticas que o governo enfrenta não representa subordinação. Muito pelo contrário, isso só proporcionará melhores condições para a construção do movimento e para forçar negociações que possam arrancar ganhos para a categoria.

Os grupos que compõem as chapas 1 e 2 estavam juntos até o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e agora marcham separados nesta eleição. O Renova pode se beneficiar dessa divisão?
Há uma questão em que a gente se beneficia dessa divisão. É que finalmente o sindicato se movimenta. Grande parte dos professores que foi se afastando do sindicato o fez pela impossibilidade de interferir. Você tem uma estrutura burocrática de poder tão consolidada ao longo de décadas que as pessoas deixam de participar, simplesmente se cansam e se afastam. Se analisarmos os resultados das últimas eleições, veremos que o Renova Andes não disputa os eleitores que votavam na diretoria do sindicato. Na verdade, nós trouxemos para o processo eleitoral milhares de pessoas que não estavam votando, que antes não viam chance de mudança. E agora, quando eles se dividem em duas chapas, isso faz com os professores se animem mais, porque a sensação é de que as coisas se movimentaram. Há uma percepção de que aquele bloco burocrático e hierarquizado que controlava a máquina sindical está se desfazendo.

Por que votar na chapa 3?
A chapa 3 é uma possibilidade real de nós abrirmos uma discussão para a transformação do Andes. Há hoje uma expectativa muito grande de que o sindicato traga conquistas, que possa ser capaz de negociar e fazer com que o governo ceda às nossas principais reivindicações. Essa expectativa é a razão de ser da chapa 3. Nosso convite para todos os professores que sentem a precarização de seu trabalho, o peso do excesso de tarefas, a ausência de recursos para pesquisa, as dificuldades na progressão da carreira é que vejam o sindicato como uma rede de proteção. O que nós queremos é um sindicato que volte a ter essa função primordial, de proteção e apoio, da busca de soluções coletivas.

 

 

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 1CORREDORES VAZIOS e quiosques fechados: cena comum nos cursos noturnos do Centro de Tecnologia - foto: Igor VieiraMilene Gabriela e Silvana Sá

Trabalhar e estudar nos cursos noturnos da UFRJ se revela um desafio. A iluminação é insuficiente, o transporte é falho e opções de alimentação inexistem depois das 20h. A sensação de casa vazia também contribui para a noção de insegurança de quem precisa frequentar os campi à noite. Em 2019, a universidade tinha 11.968 alunos distribuídos em seus cursos noturnos. Em 2023, esse número é de 10.261, uma queda de 14,26%. Entre os professores, eles eram 1.347, em 2019. Hoje, são 1.113, queda de 17,37%.
“Durante a pandemia, houve uma procura significativa de pessoas de outros estados para cursar a UFRJ no ensino remoto”, explica o superintendente geral da pró-reitoria de Graduação, professor Joaquim Mendes da Silva. “Mas a pandemia também trouxe problemas socioeconômicos que obrigaram muitos estudantes a trancar ou sair da universidade para trabalhar”, continua. “Há muitas razões envolvidas na evasão e retenção estudantil”, conclui.
No caso dos alunos da noite, pesa a questão da sobrevivência, mas também o receio no deslocamento de volta para casa. “O meu curso só existe no período noturno e os maiores problemas que eu enfrento estão relacionados ao transporte público e à falta de segurança”, conta a estudante Tainá Pires, do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.
O sentimento é compartilhado por outros estudantes. “A frota de ônibus sempre reduz. Eu estudo no CT e moro na Pavuna. Meu último ônibus passa por volta das 21h30, mas minha aula termina às 22h, então eu sempre perco o final das aulas”, lamenta Camilla Barros, do curso de Química. A alimentação é outro problema. “No horário que eu chego, às 18h, a fila do bandejão geralmente está enorme”.
A falta de opções para refeição fez o professor Ildeu Moreira, do Instituto de Física, criar um intervalo em sua aula, por volta das 20h30, para que os alunos pudessem se alimentar com os lanches que ele mesmo levava. “No semestre passado, eu comprava biscoito, refrigerante, suco para a gente fazer um lanche, porque não tinha onde os alunos comerem”, lembra. Uma forma de solucionar o problema, sugere o professor, é que a administração central preveja no contrato com os permissionários de quiosques um horário de funcionamento que atenda aos cursos noturnos. “A universidade poderia fazer um rodízio entre os donos dos trailers, para os estudantes e professores poderem comer alguma coisa”, diz. “É papel da UFRJ formar bem os alunos que vão se tornar professores na educação básica”.
O professor João Torres, presidente da AdUFRJ, dá aulas à noite para a licenciatura no Instituto de Física. “Meu curso vai até 21h30, mas sempre termino antes, porque os meus alunos dependem de ônibus que passam às 20h30 ou às 22h. Se eles perdem um deles, o transtorno é enorme”, conta. Para ele, a universidade precisa usar seu prestígio para pressionar por mais ofertas de transporte público no Fundão. “A UFRJ tem importância estratégica e política na cidade. Deve usá-la para tentar interferir nas decisões das empresas de ônibus, para que aumentem a frequência, diversifiquem os itinerários, estendam os horários”, sugere.
A pouca iluminação também deixa professores e estudantes com medo. “Alguns lugares na UFRJ são muito escuros, não há iluminação eficiente. Nos dias em que saio por volta das 22h, eu procuro deixar meu carro mais próximo do prédio, para eu não ter que andar no escuro”, confessa a professora Ana Lúcia de Lima, do Instituto de Química. “Entendo que alguns pontos devem ser melhorados: deixar os espaços mais iluminados, ter outras opções de restaurantes e quiosques para alimentação e mais opções de ônibus”, elenca a professora. “Além de fiscalização, pois no período noturno os motoristas de ônibus fazem o que querem”.
Os problemas não se restringem ao Fundão. Em unidades “isoladas”, como o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, sair da aula à noite é se aventurar. “O grande problema é a segurança. Estamos no Centro da cidade, em uma região que, à noite, fica muito deserta”, observa o professor Fernando Santoro, diretor do IFCS. Para mitigar os prejuízos, a comunidade pensou em algumas “soluções”. “Nós abrimos a porta traseira do IFCS para acesso direto à Praça Tiradentes, como forma de evitar as ruas laterais. Aconselhamos as pessoas a saírem em grupos grandes e a nunca andarem sozinhas”, detalha. “Temos notícia de assaltos frequentes na região e tentamos, com essas medidas, evitá-los”.
Na Praia Vermelha, a segurança também é a principal queixa. “Quando o shopping (Rio Sul) fecha, a movimentação no entorno do campus reduz muito. A iluminação também não é boa e sempre temos notícias de assaltos e arrastões”, relata a estudante Vivian Telles, do curso de Pedagogia. “Normalmente, a gente pede para a aula terminar antes das 22h para esperar o ônibus com um pouco mais de segurança”.

O QUE DIZ A UFRJ

Sobre a oferta de linhas e o horário de circulação dos ônibus no Fundão, o prefeito da Cidade Universitária, Marcos Maldonado, afirma que as empresas são notificadas em relação ao funcionamento dos cursos. “Todas as empresas de ônibus são avisadas do horário de encerramento dos cursos, mas não temos poder para fazer com que transitem dentro da Cidade Universitária”, diz.
Ele também se defende sobre a sensação de insegurança relatada por professores e estudantes. “A Divisão de segurança (Diseg) está totalmente ativa em relação aos pontos, temos feito blitz diurnas e noturnas com abordagem dentro da Cidade Universitária, rondas, acompanhamos nossas câmeras no Centro de Controle Operacional, que são voltadas para os pontos de ônibus”, revela. “A segurança não é (um problema) somente na Cidade Universitária, é externo. O que cabe ao prefeito da Cidade Universitária fazer, estamos fazendo”.
Perguntada sobre as condições de estrutura e segurança oferecidas aos cursos noturnos, a pró-reitoria de Graduação respondeu que “a Prefeitura Universitária busca otimizar a oferta de serviços públicos para o corpo social da UFRJ, para minimizar os problemas enfrentados pelos estudantes”. E que a “infraestrutura oferecida pela universidade tem se mostrado adequada para atender aos cursos de graduação, dentro dos limites impostos pelas restrições orçamentárias enfrentadas pela UFRJ nos últimos anos”.

CAIXAS DO BANCO DO BRASIL NO CT VOLTAM A FUNCIONAR

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 2Caixa eletrônico avariado na semana passada - Foto: Milene GabrielaApós semanas de reclamações da comunidade acadêmica, os caixas eletrônicos do Banco do Brasil no Centro de Tecnologia voltaram a funcionar no dia 25. Professores, técnicos e estudantes se queixavam da falta de dinheiro para saques e de papel para impressão de comprovantes. Além disso, criticavam o reduzido número de máquinas para o atendimento. No espaço, já funcionou uma agência completa.
“Uma agência que foi fechada, deixou dois caixas que não funcionam e que muitas vezes são utilizadas como lixeiras pelos alunos. É uma situação crítica”, disse o professor Ildeu Moreira, do Instituto de Física, poucos dias antes do conserto dos caixas.
Pós-graduanda em Técnicas de Representação Gráfica, Cass de Mattos concorda com o docente. ”Havia uma agência, com segurança, e várias opções de serviços no caixa”, afirmou.
Fiscal do contrato de cessão daquele espaço, a Superintendência do CT também já pedia providências ao banco. “Reclamamos os problemas, que são de muito tempo, com a agência que fica no Centro de Ciências da Saúde, mas disseram que os responsáveis pela solução estão na sede de Curitiba”, concluiu Agnaldo Fernandes. No dia 20 de abril, o CT encaminhou as queixas da comunidade à Pró-reitoria de Governança (PR-6). (Francisco Procópio e Milene Gabriela)

WhatsApp Image 2023 04 28 at 20.07.14 1“Defendemos uma participação mais ampla dos docentes”

A AdUFRJ completou 44 anos de fundação na quarta-feira (26). Cada professor conta para esta história. Cada gestão do sindicato se empenha ao máximo na defesa dos direitos docentes. A diretoria atual não é diferente. Votações expressivas em assembleias importantes são o orgulho do presidente, professor João Torres, do Instituto de Física. Mais de mil pessoas participaram da reunião que deliberou contra a adesão à greve nacional dos servidores federais, em março do ano passado. “Defendemos uma participação mais ampla dos docentes na vida sindical. Não era a concepção que se tinha até 2015 aqui na UFRJ”, afirma. Confira a seguir:

D3 9388Foto: Fernando SouzaENTREVISTA I JOÃO TORRES, PRESIDENTE DA ADUFRJ

Jornal da AdUFRJ - Quais foram os momentos marcantes da gestão até aqui?
João Torres - Os momentos mais gratificantes ocorreram quando nossa base apoiou de forma maciça as proposições da diretoria nas assembleias. Em março do ano passado, em uma votação histórica, os professores da UFRJ decidiram não aderir a uma greve nacional que os servidores federais estavam organizando. Foram 883 votos contra 169 e 24 abstenções.
A gestão sempre defendeu a ideia de manter a Universidade funcionando. Só devemos fazer greve em momentos muito extremos e quando há reais possibilidades de ganhos. No final do governo Bolsonaro, a greve seria totalmente absurda. Serviria apenas para dar combustível para a direita brasileira.

Houve também a assembleia para decidir o apoio à chapa de Lula.
Sim, no fim de outubro, foram 318 votos a favor da candidatura de Lula contra 107 e apenas 20 abstenções. Já era nosso compromisso de campanha aqui na AdUFRJ apoiar o candidato do campo democrático com mais chances de derrotar o bolsonarismo.
Aliás, eu sempre participei da AdUFRJ de alguma forma. Mas, sem dúvida alguma, o que me motivou à candidatura para esta gestão foi a preocupação com o governo Bolsonaro. Nossa avaliação era que, se ele ganhasse pela segunda vez, a universidade seria destruída. Eu não poderia ficar só trabalhando com astropartículas e dando aula aqui para os meus alunos.

Quais suas impressões sobre esses pouco mais de 100 dias do governo Lula?
Já fez muito mais pela população brasileira do que o Bolsonaro em quatro anos. Houve uma retomada de investimentos e voltamos a ter um mínimo de credibilidade internacional. Mas sabemos que não será um governo fácil, porque o Senado e a Câmara são muito conservadores.
No caso das universidades, a predisposição do governo para o diálogo é a melhor notícia. Houve essa recomposição orçamentária, mas ainda estamos no negativo na UFRJ. São dois meses descobertos ao final do ano.

Como se sente fazendo parte dessa história de 44 anos da AdUFRJ?
Eu me sinto desafiado, porque a AdUFRJ teve pessoas como Pinguelli e outros presidentes com muita importância no sindicalismo brasileiro. Depois, o sindicato mudou um pouco e, desde 2015, voltou ao rumo original. Defendemos uma participação mais ampla dos docentes na vida sindical. Não era a concepção que se tinha até 2015 aqui na UFRJ.

O que mais a AdUFRJ tem feito de diferente nessas gestões recentes?
A Adufrj também tem esse lado muito importante para fora dos muros da universidade, fazendo o advocacy. O Observatório do Conhecimento, com a Mayra (Goulart, vice-presidente da AdUFRJ), tem organizado campanhas muito importantes. Alguns exemplos: a defesa das cotas; a defesa do orçamento das universidades e institutos de pesquisa e, mais recentemente, para estimular os jovens a se inscreverem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Conversamos com todo mundo que quer conversar com a gente. Quando vamos ao Congresso pelo Observatório, não perguntamos qual a linha ideológica da pessoa. Temos que convencê-la a fazer o melhor para a universidade e para os professores. Da última vez que fui a Brasília, conversei com a Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e com o General Peternelli (União-SP).

Quais os planos para a reta final da gestão?
Brigamos muito pelos adicionais de insalubridade a que os docentes têm direito, mas não recebem pelos mais variados motivos. Reivindicamos a revogação das regras que prejudicam as progressões funcionais docentes. Fizemos reuniões com a reitoria, mas não obtivemos resultado administrativamente e decidimos entrar na Justiça, no fim do ano passado.
Internamente, estamos com uma campanha na rua que diz “Respeitar a Universidade é valorizar o professor”. Queremos ouvir os colegas sobre as condições de trabalho.
Também defendemos simplificar o processo de progressão. Na nossa opinião, a universidade deveria seguir o exemplo das unidades que fazem as coisas mais simples, que funcionam, e colocar isso como modelo para as demais.
Nesse final de gestão, vamos continuar trabalhando, ao lado do Observatório do Conhecimento, para o governo revogar as normas que deixam os gestores das universidades na defensiva, com risco de sofrer penalidades no próprio CPF. Isso terá reflexos muito positivos para a carreira docente, nas progressões e na obtenção dos adicionais ocupacionais, entre outras medidas administrativas da universidade.

Por que é importante se filiar?
Porque é importante fortalecer o sindicato como uma representação independente, aguerrida em defesa dos direitos dos professores. Alguns colegas nossos ainda não compreenderam a importância do sindicato como um espaço vital para a carreira docente. Para mudar esse cenário, estamos com uma campanha de sindicalização com desconto para as classes iniciais da carreira. Convido todos os professores para também ajudarem a escrever esta história por muitos e muitos anos.

erEricksson Almendra: “A AdUFRJ já nasceu muito grande“

O professor Ericksson Rocha e Almendra, da Escola Politécnica, exerceu papel de destaque na fundação da AdUFRJ. Ajudou a elaborar o estatuto, procurou um espaço para a sede, correu atrás do desconto em folha para a nascente associação e contratou os primeiros funcionários. O docente integrou o primeiro Conselho de Representantes da entidade (de 1979 a 1981) e se tornou o segundo presidente (1981-1983), após a gestão de Luiz Pinguelli Rosa, que faleceu em 2022. Nesta entrevista ao Jornal da AdUFRJ, Ericksson fala sobre os desafios daquele período e ressalta o papel da associação como ponto de encontro dos professores da UFRJ.

Jornal da AdUFRJ - Como começou o processo de fundação da AdUFRJ?
Ericksson Rocha e Almendra - Entrei na UFRJ em 1977. Nos primeiros seis meses, havia uma efervescência na universidade por conta de uma reforma universitária que estaria sendo preparada pelo governo — e que nunca veio. Começaram as reuniões de docentes para discutir o assunto na sala G-122 do Centro de Tecnologia. Algumas reuniões passaram a ocorrer no IFCS, ao anoitecer, para atrair pessoas das outras unidades. E logo surgiu a ideia de se constituir uma associação docente.

O senhor guarda alguma história curiosa daquele período inicial da associação?
Furtaram meu carro no Fundão e a polícia encontrou. Fui buscar. Quando cheguei lá, o delegado disse que iria fazer uma revista no veículo antes de me entregar. E abriu o porta-malas. Lá dentro, havia material de campanha da AdUFRJ, panfleto, faixa, cartaz de assembleia. O cara coçou a cabeça e perguntou se o material era meu. Hesitei um pouco — aquilo ainda era considerado material subversivo à época —, mas respondi que sim. Aí ele disse: “Ainda bem”. Eu perguntei: “Por quê?”. Ele contou que, se fosse dos ladrões, não poderia devolver o carro, teria que remeter tudo para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), ia ser uma complicação. “Eu já estou cansado, querendo ir embora pra casa. Leve o seu material e faça bom uso”, disse (risos).

Quais eram as dificuldades, no início?
Com muita franqueza, a primeira pessoa que cuidou da infraestrutura da associação fui eu. Desde a primeira gestão, quando estava no Conselho de Representantes. A entidade não tinha nada e havia pessoas que relegavam ao quarto, quinto plano a necessidade de uma sede e do desconto em folha para a associação. Foram iniciativas minhas. O professor Amaranto Lopes, então decano do CT, cedeu uma sala, onde fica a sede até hoje.

O professor Antonio Giannella Neto, do programa de Engenharia Biomédica, que era muito mobilizado, hoje emérito da Coppe, ofereceu a secretária Stavna para nos ajudar. Não lembro o sobrenome. Na primeira gestão, a estrutura estava muito baseada na ajuda que a nossa primeira “funcionária” nos dava. No processo de ter uma sede, contratamos Elisa (de Jesus, que se aposentou) e também o Belini (de Souza, hoje o funcionário mais antigo do sindicato).

Havia mais algum obstáculo a ser superado, na época?
A primeira grande complicação foi a elaboração do estatuto. Havia um racha em torno do artigo que separava completamente a administração da universidade dos cargos na AdUFRJ. Isso impediria que algum diretor de unidade, por exemplo, pudesse ser diretor da AdUFRJ. Essa visão acabou prevalecendo e está no estatuto até hoje. Eu, pessoalmente, acho saudável. Na mesa da assembleia de fundação, eu estava encarregado da redação. Eu me aproximei do Pinguelli nesse processo de debate.

O senhor imaginava, lá nos anos 80, que a AdUFRJ iria tomar a dimensão que tomou?
Na verdade, não por mérito das primeiras direções ou coisa que o valha, mas acho que por uma questão do ‘clima’ da época, a AdUFRJ já nasceu muito grande. Nós tivemos o auditório do CT lotado na assembleia de fundação. As primeiras greves lotavam o auditório do CT. As pessoas estavam dispostas a abandonar tudo para ir a três assembleias numa semana. Houve mobilização forte aqui na UFRJ para arrecadar recursos para o fundo de greve dos metalúrgicos do ABC. Desse ponto de vista do envolvimento das pessoas, não sei se a AdUFRJ cresceu, não. Ela passou por períodos de altos e baixos. Mas acho que está numa boa fase atualmente.

Como o senhor se sente fazendo parte dessa história de 44 anos da AdUFRJ?
Estou fazendo 70 anos. Vivi bem a vida. Me envolvi em muitas coisas. Perdi muitas brigas; ganhei algumas. A AdUFRJ faz parte de uma briga que eu ganhei. A entidade está aí até hoje. Está consolidada como parte do jeito de ser da universidade. A AdUFRJ não foi a primeira, mas foi uma das primeiras associações docentes. E hoje toda universidade tem uma.

Por que é importante o professor se filiar?
Você se envolver com os problemas da sua comunidade, da sua categoria, é algo muito importante. E mais um detalhe: a AdUFRJ é ponto de encontro de professores de formação diversa. Essa universidade é paupérrima em ambientes em que as pessoas se encontrem: um professor da Medicina e da Filosofia; um de Ciências Sociais e outro do Direito; um da Economia e um engenheiro. É um dos grandes problemas da UFRJ. E a AdUFRJ, desde o seu início, deu uma contribuição muito importante nisso. Eu não imaginava encontrar um professor da Filosofia que não fosse numa reunião da AdUFRJ. E isso está na essência da vida universitária.
Nós temos uma desvantagem terrível em relação à Uerj. Ela é cercada de botequins por todos os lados. (risos) São pontos de encontro. A UFRJ não tem botequins aqui dentro e os que estão fora ficam longe.

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 10Roberto Medronho e Cássia Turci comemoram o resultado - Foto: Fernando SouzaO professor Roberto de Andrade Medronho é o reitor eleito da UFRJ. Até o fechamento desta edição, com a totalidade das urnas eletrônicas apuradas, restando apenas computar os votos em separado, a chapa de Medronho e de sua vice Cássia Turci havia conquistado uma vitória irreversível contra a chapa 20, dos professores Vantuil Pereira e Katya Gualter. A resposta das urnas, após três dias de eleição, não deixa dúvidas sobre o caminho escolhido pela comunidade acadêmica para os próximos quatro anos. Medronho e Cássia venceram com larga margem entre os professores — até o fechamento desta edição eram 2.073 votos, contra 794 de seus oponentes. Entre os técnicos, a dupla de professores titulares foi também bem votada, perdendo apenas no segmento estudantil. “Foi uma vitória da democracia. As divergências foram discutidas num processo muito respeitoso. Quero agradecer não só aos nossos eleitores, mas também aos professores Vantuil e Katya, pelo debate franco. Agora é hora de estarmos unidos em torno do fortalecimento da UFRJ”, disse o professor Roberto Medronho após a última urna eletrônica, a de docentes do Museu Nacional, ser totalizada. O candidato derrotado, Vantuil Pereira, reconheceu a vitória de seu oponente: “Foi um processo dos mais democráticos e participativos da universidade. Temos compromisso, sim, de mostrar as diferenças, mas respeitaremos o resultado. Ainda que tenhamos diferenças, desejo sucesso ao professor Medronho, porque o sucesso dele é o sucesso da UFRJ”, disse o professor. A abstenção entre alunos foi alta: quase 80% não compareceram às urnas. O comparecimento dos técnicos ficou em torno de 50%. Já entre os professores, onde a consagração da chapa 10 foi cristalina, o comparecimento às urnas chegou a 70%.
Presidente da AdUFRJ, o professor João Torres comentou o resultado. “A comunidade universitária escolheu a chapa Medronho-Cássia de forma madura e responsável. Experiência, currículo e comprometimento com a coisa pública são fundamentais para conduzir a maior universidade federal do Brasil.
Na próxima edição do Jornal da AdUFRJ, você confere mais detalhes sobre o pleito, o mapa completo dos resultados da eleição e um balanço da comissão eleitoral.

CENAS DA ELEIÇÃO 

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 6Foto: Fernando Souza

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 8Foto: João Laet

WhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 9Foto: Bruno de LimaWhatsApp Image 2023 04 28 at 19.42.02 7Foto: Alessandro Costa

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