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Igor VieiraNo primeiro turno, 20 dos 49 candidatos que assinaram o Pacto pelo Conhecimento foram eleitos. São representantes de sete estados, que conquistaram uma cadeira no Senado, 11 na Câmara dos Deputados e oito nas assembleias legislativas. O Pacto é um compromisso proposto a candidatos de diferentes espectros ideológicos — mas que defendem a Ciência — pelo Observatório do Conhecimento, rede de associações e sindicatos de docentes que tem como princípio a defesa do investimento em Ciência e Educação.
No Rio de Janeiro, foram eleitos quatro signatários: Chico Alencar como deputado federal pelo PSOL, e Dani Balbi (PCdoB), Marina do MST (PT) e Renata Souza (PSOL) como deputadas estaduais.
A vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento, Mayra Goulart, avaliou que o total de eleitos ficou “aquém do esperado, mas com conquistas importantes” e que a adesão ao Pacto ainda pode ser feita: “Vamos nos comunicar com políticos simpáticos ao tema para aderir à causa”. Quanto aos signatários eleitos, Mayra disse que o trabalho não acaba com a eleição: “Vamos continuar o relacionamento com os deputados por toda a legislatura, e teremos uma agenda do Observatório em Brasília na primeira semana de novembro. Os parlamentares devem atuar articuladamente, junto com movimentos sociais, como o MST, e organizações da sociedade civil a favor da educação”.
A senadora Teresa Leitão (PT-PE) e a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) avaliaram os desafios a enfrentar ainda este ano e o que deve ser feito pela educação a partir de 2023, em um possível e desejado governo Lula. “Bolsonaro vai ter ainda dois meses de gestão. Se não tivermos movimentos bem fortes, não sei como ele vai entregar as universidades, o orçamento está muito reduzido. Há muita insegurança institucional, não sabemos o que ele vai fazer se perder, o horizonte é muito incerto”, analisou a senadora pernambucana.
Teresa Leitão também lembrou que o Plano Nacional de Educação (PNE) precisa ser resgatado: “Vamos tentar desengavetar o PNE, que é uma lei assinada no governo Dilma, com debates em praticamente todos os municípios, da creche ao ensino superior. Logo, com uma legitimidade imensa”. A lei tem vigência de 2014 a 2024, mas ainda há muitas metas em aberto, que não foram cumpridas no governo Bolsonaro.
A deputada Renata Souza defendeu que o Parlamento debata a adoção de instrumentos emergenciais para garantir as verbas da Educação e da Ciência para 2023. “O que vemos é uma tentativa de inviabilizar o conhecimento enquanto forma de garantir não só o sustento daqueles que produzem conhecimento, mas também de inviabilizar um Brasil que seja autossuficiente em Ciência e Tecnologia”, disse a parlamentar reeleita.
Convocamos Assembleia Geral da AdUFRJ-SSind para o dia 21 de outubro de 2022, sexta-feira, às 9h30h, a ser realizada no formato híbrido na sala D-220 da Escola Politécnica, Bloco D, do Centro de Tecnologia, e por meio virtual através do Zoom. O link para a assembleia foi enviado aos sindicalizados via whatsapp.
Pauta:
1) Informes das unidades
2) Campanha de filiação para professores no início da carreira
3) Delegação do 14o CONAD Extraordinário em Brasília, dias 12 e 13 de novembro de 2022
Agenda:
9h30 - Primeira convocação com o quórum mínimo de docentes
10h - Início da AG com qualquer número de docentes
10h às 10h10 - Informe da diretoria
10h10 às 10h20 - Informe das unidades
10h20 às 11h10 - Ponto 2 da pauta
11h10 às 12h - Ponto 3
12h - Encerramento da assembleia

Foto: Lucas AbreuA diretoria da AdUFRJ esteve em Macaé para uma reunião com os professores do Centro Multidisciplinar da UFRJ naquele município, na quarta-feira (5). O objetivo era ouvir os docentes do Centro pessoalmente, suas sugestões e reivindicações. O presidente do sindicato, João Torres, apresentou as ações da gestão. A diretora Karine Verdoorn mostrou os principais convênios, especialmente os planos de saúde, conquista recente da AdUFRJ.
A conversa durou mais de duas horas. A atual conjuntura política e as condições de trabalho dos professores do Centro foram os principais assuntos debatidos. Uma das demandas mais fortes é que os docentes de Macaé não tenham mais que ir ao Rio para realizar perícias trabalhistas e médicas. Os professores querem garantir um bom atendimento pela equipe de saúde do trabalhador naquele campus.
Os planos de saúde também estiveram em pauta. A professora Inês Leoneza de Souza, do Instituto de Enfermagem, ponderou sobre o paradoxo vivido pelos docentes que, ao mesmo tempo, defendem o SUS e precisam do plano de saúde. As promoções e progressões funcionais também foram discutidos.
Na quinta-feira, a diretoria da AdUFRJ participou da cerimônia de posse do primeiro decano eleito do novo Centro, o professor Irnak Marcelo Barbosa. Na ocasião, a reitora Denise Pires de Carvalho invocou a união da universidade contra os cortes orçamentários que, até então, não tinham sido revertidos. “Somos resistência, seremos força. Não vencerão a nossa força e a nossa resistência”.
O laboratório Central Analítica de Graduação, do departamento de Química Orgânica do Instituto de Química, pegou fogo na madrugada de segunda-feira, dia 3. A sala fica no sexto andar do bloco A do Centro de Tecnologia, mas pertence ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. As imagens captadas pela câmera de segurança da sala mostram que o incêndio começou à meia-noite no local onde ficava o ar-condicionado. Ninguém se feriu. O laboratório possui vedação e porta corta-chamas, o que ajudou a conter o incêndio. “Nossa preocupação com a segurança evitou uma catástrofe”, revela o professor Pierre Esteves, coordenador do laboratório.
A semana chega ao fim com um alento. Depois de uma reação enfática, o governo recuou e anunciou nesta sexta-feira (7) a devolução às universidades e institutos federais dos R$ 328,5 milhões confiscados na antevéspera da eleição. Se confirmada, a tesourada poderia inviabilizar o funcionamento das instituições, deixando uma multidão de alunos sem aulas. Só na UFRJ, o confisco representaria R$ 18 milhões, comprometendo o pagamento de serviços básicos, como mostra nossa matéria da página 8. A situação, contudo, segue dramática: as verbas da Educação vêm caindo progressivamente no governo Bolsonaro.
A reação vitoriosa ao corte, que uniu estudantes, professores, funcionários e dirigentes, pode servir de inspiração à campanha de Luiz Inácio da Silva (PT) neste segundo turno. Ela teve foco, foi organizada e coletiva. Apesar de seus seis milhões de votos de dianteira no primeiro turno, ou mesmo por causa deles, a campanha de Lula está tendo o cuidado de traçar estratégias segmentadas e territoriais para confirmar a vitória no segundo turno. Por seu lado, o QG de Bolsonaro aposta nas máquinas dos governos de Minas, São Paulo e Rio para tentar uma virada. Veja as estratégias dos dois lados na página 3.
Nas páginas 4 e 5, trazemos um balanço dos resultados do primeiro turno, com destaque para um levantamento sobre a reeleição de candidatos “abençoados” pelo orçamento secreto. A nova configuração da Câmara dos Deputados, com análise do perfil das bancadas de mulheres, minorias raciais, LGBTQIA+, religiosos e armamentistas, é o tema da reportagem da página 6. Na página 7, especialistas avaliam as pesquisas no primeiro turno e cogitam alguns motivos para as diferenças entre as suas projeções e os resultados das urnas, como os dados defasados do censo do IBGE.
Mobilizada para levar a candidatura de Lula à vitória no segundo turno, a AdUFRJ vai participar de atos de rua nos próximos dias, como uma manifestação neste sábado, às 10h, na Quinta da Boa Vista. Mas não se afasta do dia a dia da atividade sindical. Esta semana, a diretoria foi até o Centro Multidisciplinar UFRJ Macaé para mostrar as ações em desenvolvimento e colher sugestões e reivindicações dos docentes. Confira AQUI. A luta continua, em todas as frentes.
Boa leitura!