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Recém-eleita vice-diretora do Instituto de Ciências Médicas (ICM) do Centro Multidisciplinar UFRJ - Macaé, a professora Karine Verdoorn se afastou da diretoria da AdUFRJ para assumir a nova função. As eleições foram em 29 e 30 de maio, e a apuração dos votos em 1º de junho. O instituto ainda nem tem seu regimento aprovado, mas Karine já tem olhos para o futuro. Nesta entrevista, ela fala de seus planos, como criar novos cursos de graduação e proporcionar aos alunos mais oportunidades de estágio e internato.
Jornal da AdUFRJ - A senhora acaba de ser eleita para a primeira diretoria do ICM em Macaé, tendo o professor Joelson Tavares Rodrigues como diretor. Qual será o grande desafio de vocês?
Karine Verdoorn – Essa será a primeira gestão do instituto. Nosso desafio inicial será o de consolidar nossa estrutura, nossas bases. Já estamos trabalhando nisso. Cada instituto tem autonomia para fazer seu regimento, que deverá ser aprovado pelo Consuni. Nossa proposta é que o ICM seja dividido em departamentos. Antes da criação dos institutos, o que havia eram as coordenações de cursos. Era um só departamento, o de Ensino de Graduação. Todos os professores estavam vinculados administrativamente a esse departamento.
Essa estruturação do CM UFRJ – Macaé é bem recente e ainda está em curso. O Consuni aprovou a criação do centro em julho de 2021 e o regimento, com a criação dos seis institutos, foi aprovado em agosto do mesmo ano. É um momento de ebulição, não?
Exatamente. E assumir a direção do ICM neste momento é desafiador porque estamos montando as bases para o futuro. Agora estamos em processo de aprovação do regimento dos institutos. O Centro já tem sua decania, sob a gestão do professor Irnak Marcelo Barbosa. Hoje temos seis institutos. Além do ICM, temos os de Enfermagem, Politécnico, de Ciências Farmacêuticas, de Alimentação e Nutrição e o Multidisciplinar de Química.
Vamos olhar mais adiante. Uma vez aprovado o regimento do ICM, quais os planos lá na frente?
Mais adiante, a nossa expectativa é a de abrir novos cursos, ampliar a área de graduação. E criar novas frentes para inserção de nossos alunos no mercado.
Para isso é preciso estabelecer parcerias, não? E uma das parcerias mais antigas e consolidadas da UFRJ em Macaé é com a prefeitura. Como pretende atuar nesse campo?
Vamos contar com a parceria da Prefeitura de Macaé, que sempre esteve presente. Queremos repactuar essa parceria, em várias frentes, e ter ainda mais conexão com a prefeitura. Vou dar um exemplo. A rede hospitalar de Macaé está crescendo, tanto no campo público quanto no privado, abrindo novos leitos, e seria interessante ampliar as parcerias nessa área. Não temos aqui um hospital universitário, e podemos ter aí um caminho para nossos alunos de graduação em estágios, em internatos.
Para disputar as eleições e assumir as novas funções a senhora teve de se afastar da diretoria da AdUFRJ. Como avalia sua participação nessa gestão do sindicato?
Sempre defendi a participação dos professores no sindicato. Para ter um sindicato forte, precisamos de professores sindicalizados, ampliando nossa base. E não só com uma visão imediatista, como benefícios e convênios, mas também com a discussão política, com as questões de fundo da categoria. A experiência de ter atuado na diretoria da AdUFRJ me enriqueceu muito, principalmente por ter pensado coletivamente em projetos para a UFRJ e conhecido pessoas de outras unidades, trocando informações e vivências.
Como começou sua ligação com a UFRJ?
Fiz minha graduação em Educação Física na Uerj (2005), e minha relação com a UFRJ começou no mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica), que concluí em 2008. Depois prosseguiu com o doutorado, concluído em 2013. No final do doutorado,surgiu a oportunidade de entrar por concurso para a UFRJ, em Macaé. Eu morava no Rio e, até então, minha relação com a UFRJ era com o Fundão.
Você já conhecia Macaé?
Só de ouvir falar. A primeira vez que pisei na cidade foi para me inscrever no concurso. A vaga era para Fisiologia e achei a minha cara, perfeita para mim. Isso foi no início de 2014. Só guardei que o então Polo de Macaé ficava em frente a um shopping. Quando vim fazer a prova fiquei hospedada no Nupem (Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade), que foi a primeira unidade da UFRJ em Macaé, e que hoje é ligado ao CCS. Passei na prova e assumi em agosto de 2014.
Como pretende conciliar suas atividades acadêmicas e administrativas?
Dou aulas de Fisiologia no ciclo básico da Saúde e estou vinculada ao Departamento de Biociências Aplicadas à Saúde, um dos cinco que estamos propondo para a estrutura do Instituto de Ciências Médicas. E ainda pretendo ministrar disciplinas em outros cursos em Macaé. Vai ser uma luta, mas vou acumular as funções acadêmicas e administrativas.
Será que vai sobrar tempo para remar, atividade física de que tanto gosta?
Uma coisa que não abro mão é de remar. Isso é muito importante até para eu conseguir dar conta das funções acadêmicas e administrativas. As remadas são importantes para manter a minha saúde física e mental. E são vitais para eu manter a puxada do dia a dia. Vou manter sim, com certeza!
Com pauta única, a assembleia da AdUFRJ, realizada nesta quarta-feira (7), aprovou a delegação que vai representar o sindicato no 66º Conselho do Andes (Conad), de 14 a 16 de julho em Campina Grande (PB). A diretoria da AdUFRJ indicou cinco docentes, e outros quatro nomes foram propostos durante a assembleia, totalizando os nove integrantes da delegação, cujos nomes foram aprovados por consenso.
A professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, foi escolhida como delegada. Os oito observadores aprovados são os professores Ricardo Medronho (suplente de delegado), Ana Lúcia Fernandes, Eleonora Ziller, Josué Medeiros, Marinalva Oliveira, Jaqueline Girão, Fernanda Vieira e Nedir do Espirito Santo.
Em sua fala de encerramento da assembleia, a professora Mayra Goulart disse que as próximas ações da AdUFRJ darão especial atenção à situação dos professores jovens. “Eles se encontram em um processo de desvalorização ainda mais profunda, e precisam de um olhar atento. Esse segmento sofre tanto com as perdas inflacionárias quanto com problemas no acesso à carreira. Daí a importância de se pensar em condições para que esses professores consigam fazer suas pesquisas e progredir na carreira. Pretendemos levar a cabo essas ações em prol da nossa base”, destacou Mayra.
O 66º Conad terá como tema central “Na reorganização da classe com inspiração nas lutas e culturas populares” e será realizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A secretaria do Andes divulgou, nesta terça-feira (6), o Caderno de Textos do 66º Conad, com 21 textos de apoio e 12 de resoluções. As contribuições estão distribuídas entre os seguintes temas: Atualização do debate sobre conjuntura e movimento docente; Atualização dos planos de lutas dos setores e Plano Geral de Lutas; Questões Organizativas e Financeiras.
OS PROFESSORES Claudio e Rodrigo (de barba) consideram o projeto muito promissor - Fotos: Igor VieiraPor Igor Vieira
Em um laboratório no Instituto de Física, em um local quase despercebido, uma equipe de pesquisadores mexe com dois aparelhos de aparência simples. Mas dessa falsa simplicidade e da pesquisa feita nesse discreto laboratório da UFRJ podem surgir respostas sobre a origem do universo.
São eles os sete pesquisadores do LASER, Laboratório de Super-Espectroscopia do Rio, que assinam um artigo sobre a primeira etapa do seu projeto inovador, já publicado na prestigiada revista Nature. O laboratório faz parte do experimento ALPHA, uma colaboração internacional do CERN, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear.
A pesquisa do ALPHA pretende comparar as características da matéria e da antimatéria em altíssima precisão. Segundo o professor Claudio Lenz Cesar, do LASER, “caso sejam diferentes, teorias na base da Física, amplamente aceita por cientistas, seriam colocadas em xeque, revolucionando o campo da Física e da Ciência como um todo”. O professor explicou o que diz a Teoria do Big-Bang: “No início foi criada matéria e antimatéria. Porém, hoje não encontramos antimatéria primordial na natureza e no espaço. Se é verdade, onde ela está?”.
A diferença entre hidrogênio e anti-hidrogênio ainda será comprovada. “Há sim a chance de um prêmio Nobel para o experimento. Para testar isso, temos que aumentar a precisão da comparação e conseguir uma técnica para colocar hidrogênio na mesma armadilha de anti-hidrogênio no CERN”, revelou o professor. No laboratório da UFRJ, porém, há duas inovações já feitas: a Armadilha de Íons, e uma Fonte de Íons Frios obtida de maneira direta.
O professor do Instituto de Física explicou o que já foi feito e as etapas seguintes. “Com a nossa técnica de Fonte de Íons Frios, podemos gerar íons de espécies variadas de átomos e moléculas, em baixas temperaturas. A Fonte produz átomos, moléculas e íons frios e a armadilha aprisiona íons ou elétrons. Replicando isso no aparato no CERN, poderemos aprisionar o ânion (íon negativo, com elétron extra) de hidrogênio frio e depois transportá-lo para a armadilha de íons do ALPHA. Em sequência, o elétron extra é retirado, deixando hidrogênios neutros na armadilha. Assim, teríamos hidrogênio e anti-hidrogênio no mesmo ‘ambiente’, possibilitando a comparação direta”, detalhou o pesquisador.
Por enquanto, o íon de hidrogênio só é aprisionado por um segundo na UFRJ. “Aprisionar uma maior quantidade, de uma amostra mais fria ainda, e por mais tempo, é o objetivo da segunda e da terceira etapas”, anunciou Claudio.
O aparato no CERN estuda o átomo de antimatéria em até 12 casas decimais. “Almejamos atingir uma precisão maior, de 15 casas decimais. Com o anti-hidrogênio e o hidrogênio ‘presos’ na mesma armadilha e sujeitos ao mesmo laser, vamos poder comparar os dois e descobrir se eles se comportam de forma diferente ou igual em altíssima precisão”, cravou o professor.
Apesar da ansiedade para essa implementação no CERN, em 2025, o professor do IF Rodrigo Sacramento, também do LASER, afirma que o artigo já é revolucionário. “A Armadilha de Íons já existe, mas fizemos a partir de uma técnica nova. Quanto à Fonte de Íons Frios, não havia até então, no mundo, nenhuma técnica que permitisse a produção direta de ânions de diferentes átomos a baixas temperaturas”.
O tipo de armadilha construído na UFRJ, o Penning, também não existia na América Latina, atesta o professor Rodrigo. “Elas foram projetadas e construídas por pesquisadores brasileiros em solo nacional. Agora, qualquer pesquisador do país pode construir os aparelhos, sem muito custo, e utilizar para diversos fins. Inclusive na UFRJ”.
As aplicações são incontáveis: construir computadores e relógios quânticos, estudar a formação de moléculas nas condições do espaço interestelar, para pesquisas no campo da Astrofísica, Bioquímica, Física Básica, entre outros. “A ideia do artigo é mostrar como os aparelhos podem ser plurais, inclusive utilizados para pesquisas de forma que desconhecemos. Essa é a ‘graça’ de desenvolver uma nova técnica”, afirma o professor Rodrigo.
A divulgação do artigo é recente, mas a ideia foi concebida em 2020, quando o doutorando Levi Oliveira ainda estava na Iniciação Científica. “Eu ia frequentemente ao laboratório durante a pandemia fazer testes, elaborar resultados e discutir com os professores”, disse Levi, reconhecendo a confiança que os docentes depositaram nele. Para ele, a divulgação científica é essencial. “Esse trabalho é muito bom para a Ciência nacional. Nós, físicos, temos que divulgá-lo”, afirmou Levi. “Muitas vezes, as pessoas não têm noção do que está sendo feito aqui dentro”.
COMPETITIVIDADE
Em relação ao financiamento da Ciência na UFRJ e no Brasil, o professor Rodrigo utilizou o termo ‘cientificamente competitivo’. “Nós sofremos com a falta de recursos necessários, que os pesquisadores do exterior têm. Daqui a dois anos, é possível ‘pipocar’ fontes como essa mundo afora, para fazer pesquisas e testar aplicações que não temos como fazer”.
Para o professor Rodrigo, a questão da armadilha de íons se trata da soberania científica do país. “São e serão desenvolvidos sistemas lá, que, caso desenvolvidos aqui, nos colocariam em outro patamar. É importante termos alguém que faça essa tecnologia nacionalmente”. Um exemplo disso é a falta de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) durante a pandemia da covid-19, que era importado. O Brasil sofreu com a escassez”.
Outro exemplo é o computador quântico, inexistente no hemisfério Sul. “As empresas e governos dos países ricos estão desenvolvendo esses computadores, capazes de cálculos extremamente complexos para, por exemplo, quebrar criptografias de arquivos. Essa é uma questão de interesse nacional, o país que desenvolver isso antes, poderá se proteger”, disse o pesquisador Claudio.
Os professores confirmam que o financiamento para esse trabalho é quase inteiramente de um edital temático da Faperj, de 2019. Eles concordam, no entanto, que é impressionante o que a UFRJ faz com poucos recursos. “Poderíamos fazer muito mais”, sonham os mesmos professores prestes a desvendar um dos mistérios do universo.
A íntegra do artigo pode ser conferida no site da Revista Nature: https://www.nature.com/articles/s42005-023-01228-7
DESPEDIDA No auditório do CT2, equipe da reitoria apresentou o balanço dos quatro anos de gestão - Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)Faltando um mês para o encerramento do mandato, a reitoria apresentou o balanço da gestão à última plenária de decanos e diretores. No dia 5, no auditório do CT 2, os representantes de todos os setores ligados à administração central desfilaram as várias iniciativas e números conquistados, apesar da pandemia e dos ataques sofridos pela universidade durante o governo Bolsonaro.
“A sensação é de dever cumprido”, disse o reitor, professor Carlos Frederico Leão Rocha. “Obviamente, ficaram coisas que não conseguimos fazer. Mas, no geral, tenho uma avaliação muito positiva e muito orgulho dessa gestão”.
Na graduação, o número de alunos saltou de 38.933 no segundo semestre de 2019, quando a gestão começou, para 56.564 no atual período. Também houve mais controle das cotas: desde 2020, a UFRJ passou a verificar a autodeclaração dos candidatos pretos e pardos antes da matrícula.
Na pós, destaque para a avaliação quadrienal da Capes de 2021 em que um terço dos 132 programas aumentou a nota em relação à de 2017 — 61% mantiveram o índice e apenas 6% caíram.
A extensão encerrou 2022 com 1.840 ações ativas contra 1.558 de quatro anos atrás. Na assistência estudantil, além da reabertura do bloco B do alojamento, o número de auxílios foi duplicado: de mil, em 2019, para dois mil, em 2023. As bolsas também ganharam reajuste.
E tudo isso ocorreu com um orçamento reduzido. A dotação orçamentária disponível para atender as despesas do exercício — ou seja, descontando as dívidas do ano imediatamente anterior — caiu de R$ 268,8 milhões em 2018 para R$ 184,7 milhões em 2023.
Pró-reitores, coordenadores e superintendentes relataram vários outros feitos aos decanos e diretores. Mas nem todos os destaques puderam ser divulgados. O tempo disponível para cada exposição ficou muito reduzido.
Na primeira fileira do auditório, os professores Roberto Medronho e Cássia Turci — reitor e vice-reitora eleitos — acompanharam tudo com atenção. “Com muito afinco, a UFRJ conseguiu superar todas as adversidades. Adversidades não só por conta da pandemia, mas por conta de um governo que atacou as universidades. O que essa gestão fez foi altamente positivo”, avaliou Roberto.
Hora de recredenciar
No início da plenária, um alerta para os diretores e decanos. A universidade tem até novembro deste ano para obter um novo recredenciamento junto ao MEC. “É uma espécie de licença para as universidades poderem desenvolver suas atividades”, explica a professora Maria Antonieta Couto, que ocupa a função de procuradora institucional da UFRJ. O último recredenciamento ocorreu em novembro de 2013.
Um grupo de trabalho nomeado pela reitoria e coordenado pela docente vai preparar toda a documentação para envio ao ministério. Mas os gestores precisam fornecer os dados ao GT. “O informe de hoje foi para mobilizar toda a comunidade acadêmica. A gente precisa, por exemplo, recadastrar todas as instalações físicas de toda a UFRJ e alguns setores ainda não responderam “, afirma Maria Antonieta. “Também precisamos recadastrar todo o corpo docente em atividade, tanto efetivos como substitutos, entre outros dados”.
Foto: Francisco ProcópioPor Francisco Procópio
A 12ª Semana de Integração Acadêmica da UFRJ (SIAC), que se encerra nesta sexta-feira (2), é a maior de todos os tempos: são 6.573 trabalhos, com a participação de todos os cursos da universidade. De acordo com a professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura, a SIAC é uma vitrine dos trabalhos de pesquisa e extensão da universidade, além de dar protagonismo ao “florescer” dos alunos. “Considero um dos eventos mais simbólicos e emblemáticos da nossa universidade. Vejo o futuro se desenhando”, diz a professora.
A pró-reitora de Extensão, Ivana Bentes, lembra que a SIAC conta com 878 ações de extensão e outras 1.861 ações de extensão integradas à pesquisa: “A participação da extensão tem sido crescente, traz muita diversidade de temas e resultados relevantes das ações”, explica a pró-reitora. “Participar de uma semana que integra os três pilares da universidade é fundamental, dá para perceber o ciclo virtuoso dessa relação e o impacto das metodologias de extensão mais aberta”, diz Ivana.
Na área da pesquisa, a SIAC conta com 4.715 projetos e 2.008 bolsistas. “Ter a oportunidade de se iniciar no meio científico na graduação é muito importante para a trajetória acadêmica do estudante”, explica a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Denise Freire. Segundo ela, a SIAC é o momento em que o estudante se dedica à produção e à apresentação do trabalho, e se inicia na veia científica.
Emily Catarine Vale, aluna de Engenharia do Petróleo, participa de um projeto de pesquisa sobre análise do espaço poroso de rochas carbonáticas. Ela recebe bolsa de uma empresa privada. Na hora de se apresentar, não escondeu o nervosismo. “Mas tem sido muito gratificante. A UFRJ é uma universidade de muito prestígio, consigo uma visibilidade para meu trabalho”, conta a estudante. A aluna também falou do seu processo de orientação. ”Eu consegui orientadores ótimos, que mostram o caminho para que depois eu possa trilhar sozinha. Não fui jogada dentro da pesquisa, eu estou sendo de fato orientada”, explica Emily.
A experiência de orientação também é percebida pelos professores, que estreitam os laços com os alunos. Como a professora de fluidos mecânicos, Dora Izzo, que é do Instituto de Física, mas orientou um aluno de Engenharia de Petróleo: “É bem legal ver a evolução do aluno, é uma motivação extra durante a graduação”, conta a docente.
A volta ao ensino presencial, depois do período remoto na pandemia, foi fundamental para o sucesso da SIAC. “Aprender de novo a se defender em uma avaliação, saber responder a um questionamento, tudo isso é muito melhor de forma presencial do que no modelo remoto”, afirma a professora Maria Alice Zarur Coelho, da Escola de Química.
O professor Rafael Mesquita, do Instituto de Química, foi um dos avaliadores dos trabalhos no Centro de Ciências da Matemática e da Natureza (CCMN). “O comparecimento dos alunos é ótimo e todos os trabalhos que avaliei estão com uma qualidade bem alta”, afirma o professor. A SIAC também é um evento aglutinador para os docentes. “A gente conhece mais pessoas, interagimos com professores que na rotina de trabalho não encontramos”, conta a professora Adriana Lages, também do Instituto de Química.
Ao observar a intensa participação dos estudantes na SIAC, Adriana Lages lembrou a importância da liberação de bolsas como elemento crucial para a permanência dos alunos na universidade, sobretudo os de baixa renda. “Recebi um e-mail um aluno dizendo que não conseguiria fazer a prova, pois não tinha dinheiro para a passagem”, conta a professora.