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A AdUFRJ acaba de lançar uma campanha em defesa da vacinação. Bottons com os dizeres “Professores com Zé Gotinha” estão disponíveis na sede do sindicato e poderão ser retirados pelos filiados. A iniciativa busca minimizar os danos produzidos pela desinformação sobre as vacinas, especialmente durante o governo Bolsonaro. Mas com consequências gravíssimas até hoje.
“A ideia é que os docentes usem o Zé Gotinha em sala de aula e em suas atividades sociais. A influência de professores em relação ao tema vacinação é comprovadamente relevante”, afirma a professora Ligia Bahia, especialista em saúde pública e idealizadora da campanha. “O Zé Gotinha é um personagem que precisa apaixonar o país. Precisamos de altas coberturas vacinais e ampliar o cardápio dos imunizantes no SUS, incluindo o mais rápido possível uma vacina efetiva para dengue”, completa.
Antes referência internacional de vacinação, o Brasil agora corre o risco de voltar a sofrer com doenças evitáveis ou até mesmo com aquelas que foram erradicadas há anos. A queda da cobertura vacinal começou em 2016 e foi ampliada a partir da pandemia, em 2020.
O país hoje é considerado de alto risco para o retorno da pólio e pode perder outras conquistas, como as eliminações da rubéola, do tétano materno e neonatal, além do controle da difteria. O alerta é da Sociedade Brasileira de Imunizações. O sarampo, que chegou a ser eliminado, voltou.
Na próxima quarta-feira, dia 28, às 10h, a AdUFRJ reunirá os professores sindicalizados para aprovação do Regimento das Eleições da AdUFRJ. A assembleia geral será híbrida: acontecerá presencialmente na sala E-212 do Centro de Tecnologia e em meio remoto, pelo Zoom. O link foi enviado aos docentes filiados. O Regimento Eleitoral será previamente debatido na reunião do Conselho de Representantres, que acontece na segunda-feira, 26. A próxima diretoria da AdUFRJ assume o mandato em outubro para o biênio 2023-2025. Participe!

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) produziu um gibi sobre o novo ensino médioRevogar o Novo Ensino Médio, imposto pelo governo Temer, é a prioridade número um de milhares de educadores brasileiros. Mas a solução da crise, argumentam especialistas, não pode ser a volta ao modelo anterior, também com muitos problemas. Em meio à polêmica, um grupo de trabalho da UFRJ definiu, esta semana, os princípios que devem orientar o formato de educação mais adequado às necessidades do país. Entre os fundamentos da proposta, o destaque é para a valorização do professor.
“Não dá para pensar em uma estrutura de ensino médio, ou da educação básica, sem pensar em valorizar a profissão docente”, afirma o superintendente geral de Graduação, professor Joaquim Fernando Mendes da Silva, representante da PR-1 no GT. “Isso implica valorizar também a carreira, os salários, a formação e as condições de trabalho”.
No país em que o piso do magistério, de pouco mais de R$ 4,4 mil, não é cumprido em muitos estados e municípios, já dá para imaginar o tamanho do desafio. A infraestrutura é outro obstáculo. Das quase 168 mil instituições de educação básica municipais e estaduais do país que responderam ao Censo Escolar 2021, mais da metade (55,6%) sequer possuía uma biblioteca.
“Se o Brasil não reconhecer que Educação e Saúde são suas maiores prioridades, que precisam de um investimento maciço, vamos continuar com o mesmo problema”, reforça o superintendente. “Não temos a ilusão de que isso será resolvido de um dia para o outro. Mas precisamos de um pacto nacional pela valorização dos professores”, completa.
O novo ensino médio de Temer representa o oposto. A lei de 2017, que jamais foi discutida com os educadores, autoriza que pessoas sem formação pedagógica possam ensinar componentes curriculares nas escolas. Seriam os profissionais de “notório saber”. “O ‘notório saber’ é um problema sério. Abre espaço para a desprofissionalização docente. Nós não podemos ser a favor”, afirma a coordenadora do Complexo de Formação de Professores da UFRJ, Carmen Teresa, também integrante do GT.
O documento do GT, que será enviado aos conselhos superiores e às direções de unidades, reivindica “uma educação pública socialmente referenciada, democrática e que forme cidadãos críticos engajados nas questões de seu tempo”. O ensino deve proporcionar o letramento científico, artístico e cultural numa perspectiva interdisciplinar. A discussão sobre profissionalização e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) também precisa ser contemplada, entre outros pontos — a íntegra do documento pode ser conferida AQUI. “O documento é um pontapé inicial”, diz Carmen. “A questão agora é como operacionalizar esses princípios em uma política”.
Para chegar lá, a ideia do grupo é organizar um seminário ainda em julho, com todos os interessados. “Ainda estamos pensando o formato”, acrescenta a coordenadora do Complexo. O certo é que serão convidados professores da rede, coordenadores das licenciaturas, colegas do ensino profissionalizante, os próprios licenciandos, movimentos sociais e sindicatos da área.
DRAMA NAS ESCOLAS
Professor de Sociologia no colégio estadual André Maurois (no Leblon) do Rio, João Paulo Cabrera ficou satisfeito ao saber da mobilização da UFRJ. Formado pelo IFCS em 2007, o docente espera que as comunidades escolares tenham voz ativa no seminário de julho. “Não como espectadores, mas como parte das mesas, como parte das discussões”, defende.
Há muito o que relatar. “A experiência com o novo ensino médio, que está no segundo ano de implementação, está sendo a pior possível”, diz João Paulo (confira abaixo o depoimento do professor). Sua matéria foi sufocada. Antes, o professor dava dois tempos de aula por semana para as três séries do ensino médio. Agora, só foram preservados os tempos do terceiro ano — que sofrerá a reforma em 2024. “Ao cortar estes tempos e os de outras matérias, a reforma está impedindo o acesso dos estudantes ao conhecimento acumulado e sistematizado”.
Para piorar, o docente foi obrigado a ministrar componentes curriculares para os quais não recebeu qualquer formação. “Estou dando estudos orientados, projetos de vida, reforço escolar e robótica sustentável para as turmas do primeiro e segundo anos”.
“Existe uma falsa noção de que os alunos podem escolher várias opções de um ‘cardápio’. Na verdade, a maior parte não escolheu esse itinerário das eletivas. O aluno não tem outra opção naquela escola ou escola próxima”, critica. “O resultado são alunos desmotivados, fazendo disciplinas que não querem. Ou nem fazem, pois não existe avaliação obrigatória para boa parte delas. Além de professores que não querem dar esses componentes curriculares”.
Depoimento
João Paulo Cabrera
Professor de Sociologia da rede estadual
Eu me formei em 2007 pelo IFCS e entrei na rede estadual em 2009, no Colégio André Maurois, no Leblon. A experiência com o novo ensino médio, no segundo ano de implementação, está sendo a pior possível.
Existe uma falsa noção de que os alunos podem escolher entre várias opções de um ‘cardápio’. Na verdade, a maior parte não escolheu esse itinerário das eletivas. O aluno não tem outra opção naquela escola ou escola próxima. O resultado são alunos desmotivados, fazendo disciplinas que não querem. Ou nem fazem, pois não existe avaliação obrigatória para boa parte delas. Além de professores que não querem dar esses componentes curriculares.
Antes, Sociologia e Filosofia tinham dois tempos por semana nas três séries; agora, Filosofia tem dois tempos por semana no primeiro ano; e Sociologia só tem dois tempos no terceiro ano.
No terceiro ano, que ainda não foi afetado pela reforma, minhas turmas de Sociologia estão cheias. Nas eletivas, no primeiro e segundo anos, estou dando aula de estudos orientados, projetos de vida, reforço escolar e robótica sustentável para uma média de oito alunos. Não tive nenhum curso de formação para elas. Só recebemos alguns manuais digitais. E não há conteúdo para um ano inteiro.
Daqui a pouco devem aparecer os cursos de formação continuada das fundações, com materiais que não virão das universidades. A formação de professores será afetada. A universidade precisa acordar para este processo.
CONSULTA PRORROGADA ATÉ 5 DE JULHO
O MEC decidiu prorrogar uma consulta pública sobre o novo ensino médio até 5 de julho. A medida atende a um pedido conjunto de entidades da área, como o Conselho Nacional de Educação e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação, para ampliar a participação da sociedade no debate. O GT Ensino Médio da UFRJ, porém, já decidiu que não vai enviar sua proposta pelo mecanismo. O entendimento é que não há como remediar o desastrado modelo em implantação.
Foto: Alessandro CostaNa fachada do prédio escondido nas cercanias da Praça Tiradentes, no Centro do Rio, o letreiro ainda guarda a grafia original: Portuguez, com z. Situada no número 30 da Rua Luís de Camões, essa pequena joia erguida pela Família Real, após sua desastrada fuga de Lisboa para o Rio de Janeiro, abriga uma das mais belas bibliotecas do mundo, segundo vários rankings internacionais, entre eles o da prestigiosa revista Time. No próximo dia 30, o Real Gabinete Português de Leitura será o destino da terceira edição do projeto de visitas histórico-culturais do sindicato, iniciativa criada este ano e que vem tendo uma ótima aceitação dos nossos filiados.
O sucesso pode ser medido pela procura: as inscrições para as 25 vagas disponíveis se esgotaram 12 horas depois que a AdUFRJ anunciou o passeio, por e-mail, aos seus sindicalizados. Já abrimos uma nova data para outra turma de 25 pessoas, no dia 7 de julho. E queremos agradecer aqui ao apoio da professora Gilda Santos, que será a guia desses passeios. Foi dela a ideia de sugerir o histórico prédio da Rua Luís de Camões para visitação após participar do nosso passeio à Pequena África, em 29 de abril. Professora aposentada da Faculdade de Letras, especialista em Literatura Portuguesa, Gilda é vice-presidente Cultural e do Centro de Estudos do Real Gabinete.
Com seu acervo de 350 mil volumes, alguns deles raros, como um exemplar da primeira edição de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, de 1572 — a obra está protegida por uma redoma de vidro —, a instituição fundada em 1837 é o tema de nossa matéria de capa desta edição. Enquanto esperamos a hora de visitar esse belo prédio em estilo neomanuelino, com suas imensas estantes de madeira e seus vitrais que deixam passar a luz do sol, vamos conhecer um pouco mais sobre essa bela biblioteca na matéria das páginas 6 e 7.
Já nas páginas 4 e 5, vamos falar de dois processos eleitorais recém-concluídos na UFRJ. As eleições para a Coppe, na semana passada, consagraram a chapa formada pela professora Suzana Kahn (diretora) e pelo professor Marcello Campos (vice-diretor). Realizado de forma remota, por meio do sistema Hélios, o pleito teve duas chapas concorrentes e transcorreu sem problemas. A candidata eleita falou de seus planos, um deles o de atrair mais alunos de pós-graduação. Confira na página 4.
Realizada nos dias 29 e 30 de maio, as eleições para a escolha da primeira diretoria do Instituto de Ciências Médicas da UFRJ em Macaé tiveram seu resultado conhecido em 1º de junho. Foram eleitos o professor Joelson Tavares Rodrigues, como diretor, e a professora Karine Verdoorn, como vice-diretora. Nossa ex-companheira de diretoria na AdUFRJ, Karine pediu afastamento antes de concorrer ao cargo e falou de seus desafios na nova função, como consolidar a estrutura do instituto — cujo regimento ainda está em elaboração — e ampliar os cursos de graduação. Veja a entrevista na página 5.
Os debates em torno do Novo Ensino Médio, criado no nefasto governo Michel Temer, são o tema de nossa matéria da página 3. Entre a revogação pura e simples da proposta e as críticas ao modelo anterior, esses debates chegaram à UFRJ, que criou um Grupo de Trabalho para estudar o assunto. Esta semana, esse GT estabeleceu princípios basilares que devem orientar o formato de educação mais adequado às necessidades do país. Essas ideias serão debatidas em um seminário a ser realizado ainda em julho.
Finalmente, na página 8, fazemos uma justa homenagem ao professor Odair Dias Gonçalves, que nos deixou no último dia 11. Ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e fundador do curso de Física Médica, o mestre deixou uma legião de admiradores, alguns deles ouvidos pela nossa reportagem. Ao professor Odair, a nossa saudade e a nossa gratidão.
Boa leitura!
Divulgação COPPE/UFRJNa última semana, professores, estudantes e técnicos da Coppe definiram quem comandará o instituto pelos próximos quatro anos. A chapa 1, composta pela professora Suzana Kahn (diretora) e pelo professor Marcello Campos (vice-diretor) venceu as eleições. Foram 160 votos de docentes, 254 de técnicos e 266 de estudantes. A chapa 2, formada pelos professores Theodoro Antoun Netto, candidato a diretor, e Marcelo Savi, candidato a vice-diretor, recebeu 83 votos de docentes, 126 de técnicos e 131 de estudantes.
No dia 13, o Conselho Deliberativo da instituição homologou o resultado e formalizou as listas tríplices com os nomes de Suzana e Marcello como primeiros colocados. Compõem, ainda, as listas: Romildo Dias Toledo e Lavínia Borges, ao cargo de diretor, e Marysilvia Costa e Célio Costa, para a vice-direção. A lista será submetida ao reitor que, por tradição, escolhe os primeiros colocados. A nomeação deve ser feita após a posse do professor Roberto Medronho.
O professor Fernando Rochinha, presidente do Conselho Deliberativo, agradeceu a condução do processo e a participação dos integrantes da comissão. “Era nítido o cansaço físico das pessoas. Nós agradecemos muito o empenho, a doação nos finais de semana, nas horas-extras”, disse, durante a reunião do Conselho. “A gente sai mais forte desse processo. A instituição cresce”, avaliou o docente.
Atual diretor da Coppe, o professor Romildo Dias Toledo destacou a participação recorde da comunidade acadêmica. Compareceram às urnas 85% dos professores, 62% dos técnicos e 16% dos estudantes. As eleições foram remotas, pelo sistema Hélios da universidade. “É um número bem representativo. A comissão eleitoral, os alunos, servidores e técnicos estão de parabéns”, elogiou o dirigente, cujo mandato se encerra em julho. Toledo é do mesmo grupo político de Suzana.
SEM TEMPO A PERDER
Diretora eleita, a professora Suzana Kahn avalia que o resultado nas urnas é um reconhecimento do trabalho que vem sendo realizado há quatro anos na instituição. “Passamos por percalços muito sérios, como a pandemia. Perdemos vários colegas, mas isso nos uniu mais como equipe”, analisa. “De fato, criou-se um vínculo muito forte para ultrapassar aquele período tão complicado”, acredita a professora.
Suzana promete colocar em prática planos interrompidos pela pandemia e pela crise financeira que atingiu o país e as universidades, em especial. “Nossas linhas programáticas deverão ser atacadas simultaneamente. Uma das questões é atrair mais alunos de pós-graduação. Precisamos atuar mais também na extensão, que é um dos pilares da universidade”, destaca a docente.
Uma área que merecerá atenção especial, segundo a diretora eleita, é o empreendedorismo. “Nem todo mundo que faz mestrado ou doutorado quer ser professor. Há demanda por empreendedorismo e inovação. Queremos que nossos alunos tenham oportunidades também fora da área acadêmica”, afirma Suzana.
Outro ponto de atenção será a interseção entre as áreas. “A engenharia não é mais tão departamentalizada quanto no passado. Precisamos reforçar essa interdisciplinaridade para atuar na fronteira do conhecimento”, diz a professora. Temas como economia de baixo carbono, transição energética, engenharia de saúde, considerados eixos transversais de conhecimento, estão entre as prioridades.
A nova diretoria que acompanhará Suzana e Marcello já foi escolhida. Diversidade e incentivo a novos talentos foram critérios que pesaram na escolha dos nomes, segundo a diretora eleita. “A Coppe cresceu muito e temos que trazer pessoas mais novas para perto de nós, para conhecerem a administração da Coppe. Há pessoas com muita experiência em suas áreas, altamente qualificadas, mas que precisam se familiarizar com a gestão”, defende. “A diversidade desse time que assume a Coppe este ano é muito interessante”.
Saiba quem são os demais integrantes da nova diretoria
Professora
Marysilvia Costa
Diretora de Tecnologia
e Inovação
Professora
Amanda Xavier
Diretora de Planejamento,
Administração e
Desenvolvimento Institucional
Professor Tharcisio
Fontainha
Diretor adjunto de
Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional
Thiago Aragão
Diretor-adjunto de
Empreendedorismo
Jean-David
Caprace
Diretor Acadêmico
Thiago Ritto
Diretor-adjunto Acadêmico
Glaydston Ribeiro
Diretor executivo da
Fundação Coppetec
Antonio Figueiredo
Diretor superintendente
da Fundação Coppetec
Vanda Borges
Diretora adjunta de
Gestão de Pessoas
Cleide Lima
Diretora adjunta de Extensão