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FSOU3167 300x200Kelvin Melo
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Fotos: Fernando Souza

“Já está patente para todas e todos que é preciso se manifestar contra este conjunto de reformas. Não é só a da Previdência”, analisou Marco Aurélio Santana, diretor do IFCS, durante o protesto de quarta-feira. “O que está em jogo é o nosso passado de conquista dos direitos; o nosso presente, de manutenção destes direitos; e o nosso futuro, sem precariedade”, completou o professor.

A comparação com as jornadas de junho de 2013, quando as manifestações pararam o país durante mais de um mês, foi inevitável. Desta vez, houve a organização por parte das centrais sindicais e movimentos sociais. Mas ficou claro que não apareceu apenas a base das entidades envolvidas. A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, também destacou a amplitude do ato do Centro do Rio, que levou mais público que as ações de rua contra a Proposta de Emenda Constitucional do teto de gastos, ano passado: “Foi um público bastante variado. O ato conseguiu juntar pessoas que não estão vinculadas à base dos movimentos e dos sindicatos. E independentemente da posição sobre o governo. Só assim vamos conseguir barrar esta reforma”, afirmou.

O diretor da Faculdade Nacional de Direito, Flávio Martins, também fez coro com os colegas de UFRJ e foi para a rua na quarta-feira. “Se não lutarmos, corremos o risco de chancelar um futuro sombrio para todos os trabalhadores, especialmente para as mulheres”, observou, sobre a Proposta de Emenda Constitucional nº 287, que causa prejuízos específicos para elas. Em tempos de criminalização da luta política, o professor também fez questão de apontar que a passeata representava a manifestação do livre pensamento não só da universidade.

Fábio Garcez, professor do Colégio de Aplicação, contou que a unidade paralisou todas as atividades naquele dia 15. Segundo ele, o projeto do governo é “draconiano”: “Estamos aqui não só pela nossa geração, mais próxima da aposentadoria, mas também pelas futuras”, disse.

Ao final do ato, houve conflito entre black blocs e as forças de segurança. A situação causou correria, mas não afetou a vibração da gigantesca passeata.

IMG 5013Ação de protesto contra a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação supera expectativa dos organizadores

Silvana Sá
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Fotos: Claudia Ferreira

No sábado (4), professores e estudantes da UFRJ realizaram uma série 

Experimentos com ciências básicas, aulas de como manusear o microscópio e atividades lúdicas atraíram crianças e adultos. Fabio Waltenberg, professor de Economia da UFF, levou sua filha, a pequena Manuela. “Viemos porque tem bastante coisa voltada para as crianças. É uma forma de nos divertirmos juntos e principalmente porque sou completamente contra a extinção do ministério”, disse.de experimentos e demonstrações no Largo do Machado, zona sul do Rio. O objetivo do ato era dialogar com a população carioca sobre a importância do trabalho de pesquisa das universidades e protestar contra o fim do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ocasionado pela reforma ministerial do governo interino de Michel Temer. O “Ciência na Praça” foi organizado pela Frente da UFRJ contra a extinção do MCTI e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com o apoio da Adufrj-SSind.

Muitos dos que circulavam pela praça não sabiam da extinção do MCTI. Flora da Silveira, aposentada, era uma delas: “Achei que o Temer só tinha feito isso com a cultura. A ciência é muito importante. Não sabia que o governo tinha mexido nela também”. Eduardo de Moraes, morador da região, também ficou sabendo da extinção da pasta a partir da atividade dos professores. “Isso teve pouca publicidade. Eu, particularmente, não sabia disso. Acho que foi uma decisão muito grave para o país”, disse.

Ato também reuniu representantes de outras instituições de pesquisa

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 Trabalhadores da Fiocruz se somaram ao ato com palavras de ordem. Com gritos de “Fora, Temer”, eles chamaram atenção do público. Muitas pessoas aderiram ao protesto. O Espaço Ciência Viva, museu interativo de ciência que funciona na Tijuca, também se juntou ao ato dos professores. Houve, ainda, a participação de ativistas contra a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Tatiana Rappoport, professora do Instituto de Física da UFRJ e uma das organizadoras do evento, falou da necessidade de a universidade dialogar com a sociedade. “A UFRJ deveria estar semanalmente em praça pública, prestando conta de suas ações, mostrando sua importância”, avaliou. Ela considera que atividades de sensibilização são mais eficazes que outras ações que acabam interferindo negativamente no dia a dia da sociedade. “É importante levantar bandeiras, fechar ruas, mas nós estamos querendo trazer para nosso lado quem ainda não está sensibilizado ou quem ainda não sabia dos cortes nas áreas”, disse.

Solução da crise está na educação, ciência e cultura

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Diretor da Adufrj, Fernando Santoro foi categórico: “A solução das crises está na educação, na ciência e na cultura. O déficit fiscal não se resolve com corte nessas áreas”. Para ele, a receptividade das pessoas que transitavam pelo Largo do Machado se deveu a um fator principal: “O tom de defesa do ministério foi veiculado a partir dos valores positivos da universidade. Conseguimos sensibilizar as pessoas para o que pode ser prejudicado ou deixar de existir se a ciência, tecnologia e inovação, se a educação e a saúde forem colocadas como objeto de ajuste fiscal”.

Santoro também comentou o envolvimento dos professores e estudantes de pós-graduação. “Foi muito boa a participação. Tivemos diferentes áreas do saber atuando juntas, comprometidas em passar a mensagem contra o fim do MCTI. A comunidade da UFRJ está de parabéns. E o que conseguimos fazer com a população superou nossas expectativas”, disse.

 

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Adufrj lança portal eletrônico contra a Proposta de Emenda à Constituição que congela os gastos públicos por 20 anos

Texto: Kelvin Melo
Fotos: Claudia Ferreira

Mais uma ferramenta de mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição 241. Assim a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, classificou o portal brasil2036.org.br, lançado pela entidade nesta quinta-feira (29), em sala do Centro de Tecnologia: “Não é nada que substitua as outras formas de luta. Todas são bem vindas. Precisamos da força de todo mundo”, disse.

Na avaliação da Adufrj, a campanha contra a PEC 241 deve ser um dos principais alvos da ação dos trabalhadores e estudantes, no momento: “São tantas ameaças que, às vezes, não sabemos nem por onde começar. Mas a PEC parece ser o objetivo maior deste governo”, afirmou, em referência à reforma estrutural do Estado contida na proposta que congela os gastos públicos por 20 anos. Não à toa, informou, as lideranças do governo buscam antecipar a votação da proposta em plenário para os dias 10 e 11 de outubro.

Como funciona o portal?

O principal recurso do portal é a capacidade de disparar mensagens para um ou vários parlamentares, ao mesmo tempo, contra a PEC. Basta o visitante clicar no botão “Bota pressão!” e selecionar os deputados para quem deseja enviar um texto-padrão, gerado automaticamente. Há filtros — por partido ou por estado, por exemplo — que facilitam a escolha dos políticos. Também é possível fazer pressão pelas redes sociais (twitter e facebook). Atenção: é preciso estar logado na conta pessoal.

A recomendação da Adufrj é que os interessados na campanha assinem e mexam um pouco no texto original, para tornar a mensagem mais convincente. “Isso aumenta a pressão”, afirmou Tatiana.

A professora chamou atenção para a alça “participe”, do portal, na qual existe um formulário: além do envio de sug

Além dos mecanismos de pressão nos parlamentares, o site também apresenta material de análise, notícias e depoimentos em vídeo. A presidente da Adufrj destacou que, mesmo algumas pessoas conhecidas como liberais, a exemplo da ex-secretária municipal de Educação Cláudia Costin, manifestaram-se contra a proposta do governo: “Essas alianças contra a PEC 241, neste momento, são fundamentais”, disse Tatiana. Os prefeitáveis do Rio também foram convidados a falar sobre a proposta. Nem todos responderam.estões ou críticas, é importante preenchê-lo para que a entidade consiga criar um grupo de e-mails e possa informar as novidades da campanha. Tatiana solicitou a divulgação do site para todos os contatos possíveis: “É importante nacionalizar a campanha, com força total, chegando a outras universidades”.

Uma linha do tempo mostra, ainda, a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição.

O portal foi encomendado à Rede Livre, grupo de militantes que ficou bastante conhecido ao montar o Mapa da Democracia, na época de discussão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tatiana Roque destacou a versatilidade do portal. Se a discussão da PEC avançar ao Senado, ele poderá ser adaptado para incluir os senadores. Também poderá ser utilizado para outras campanhas, depois.

Entidades representativas da UFRJ prestigiam lançamento

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A iniciativa de lançamento do portal brasil2036 foi abraçada pelas demais entidades representativas da UFRJ.

Francisco de Assis, o Chiquinho, do Sintufrj, considerou muito relevante a ferramenta online, na atual conjuntura, de acirramento contra os direitos dos trabalhadores: “Nós vivemos no mundo da informação, da tecnologia”, disse. Diante da movimentação do governo para antecipar a votação da PEC, Chiquinho observou que “precisamos estar muito organizados e com muita unidade”. Informou, ainda, que os técnicos-administrativos paralisaram as atividades, nesta quinta (29), para reforçar o Dia Nacional de Luta contra as propostas da gestão de Michel Temer.

Pelo DCE, Brenner Oliveira destacou a importância de unificar todos os segmentos da comunidade acadêmica contra a PEC com o objetivo de preservar o caráter público da universidade. “Para nós, é uma luta pela permanência dos estudantes, pela Saúde e pela Educação públicas”, disse.

Terezinha da Costa, pela Associação dos Trabalhadores Terceirizados (Attufrj), também confirmou que a entidade fará frente ao governo “que, cada dia que passa, só pensa em retirar nossos direitos”.

A representante da APG justificou que não poderia comparecer por conta de outro compromisso.

Plenária comunitária

Ainda no sentido de manter a universidade mobilizada, uma plenária comunitária está sendo organizada para a próxima semana, provavelmente no Centro de Ciências da Saúde. Assim que confirmada, será divulgada nos canais de comunicação da Adufrj.

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Praça do Conhecimento agitou a Cinelândia contra a PEC 55

Confira algumas imagens da “Praça do Conhecimento”, realizada na última sexta (25), na Cinelândia.

Professores e estudantes apresentaram suas pesquisas, prestaram serviços de utilidade pública e fizeram performances. Foi mais um protesto da universidade pública contra a Proposta de Emenda à Constituição 55, que busca congelar os gastos em políticas sociais. O evento, organizado pela Adufrj com apoio do Andes-SN, também contou com a participação de outras entidades e associações docentes. A manifestação integrou o calendário de paralisação definido na assembleia de 8 de novembro. A atividade terminou com a performance do “Baile da Quadrilha Fiscal” e passeata. Mais imagens e matéria sobre a “Praça do Conhecimento” serão divulgadas, nos próximos dias.

Fotos: Fernando Souza

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telasilRecorde de cortes

Campanha Rio2036 nas redes e nas ruas mobiliza contra PEC que impõe teto de gastos ao orçamento

Luiz Maranhão
maranhãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Com blog (rio2036.com), perfis nas redes sociais e adesivos bilíngue espalhados pela cidade, a Campanha Rio 2036 foi lançada durante a Olimpíada. O movimento aproveita a atmosfera olímpica para mobilizar forças contra aprovação de um projeto que muda a Constituição. A Rio2036 pretende esclarecer sobre os efeitos devastadores dessa proposta e pressionar os parlamentares para a sua rejeição.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 prospera no Congresso Nacional. Ela acaba de ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O projeto põe o país no rumo do desastre social, de acordo com especialistas em contas públicas. A PEC 241 fixa um teto para gastos públicos pelos próximos 20 anos.

Em duas décadas, as despesas primárias (gastos com pessoal, saúde, educação, previdência) seriam reajustadas apenas com base na inflação do ano anterior. O orçamento ficaria livre, no entanto, para o pagamento de juros e outras operações financeiras.

O projeto do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, revoga por 20 anos o artigo 212 da Constituição que obriga a União a aplicar o mínimo de 18% da receita em educação. Nos estados e municípios, 25%. A saúde, que também tem suas despesas vinculadas constitucionalmente, a exemplo da educação, perderia a prerrogativa.

Prevalecendo a fórmula, o padrão de gasto público do Brasil em relação ao PIB seria equiparado a países com economias bem menores do que a nossa, diz a economista e professora da USP Laura Carvalho. “Se vigorasse no ano passado, os gastos com educação teriam sido reduzidos em 70% em 2015”, estima a docente.

A professora faz outra projeção. Se o PIB brasileiro crescer nos próximos 20 anos no ritmo dos anos 1980 e 1990, passaríamos de um percentual de gastos públicos em relação ao PIB da ordem de 40% para 25%. Trata-se de patamar semelhante ao verificado no Afeganistão, Camboja e Camarões.

O novo regime fiscal que o governo interino de Michel Temer quer implantar se baseia, essencialmente, no corte de gastos. Na semana passada a Câmara votou o Projeto de Lei Complementar 257 que limita os gastos públicos nos estados por dois anos.

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