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Coletivo de mulheres da UFRJ lista casos que envolvem estudantes e professores da instituição

“Violência não é brincadeira”, alerta aluna

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A partir da ampla divulgação e repúdio a uma imagem com apologia ao estupro (uma provocação de muito mau gosto entre estudantes de Direito), noticiada na edição nº 846 do Jornal da Adufrj, vários casos de sexismo tornaram-se públicos na UFRJ. “Essa imagem foi compartilhada na internet e muitas piadas foram feitas. Alguns meninos diziam que era brincadeira, mas violência não é brincadeira”, afirma Josi Oliveira, integrante do Coletivo de Mulheres da universidade.

Estudante da Faculdade de Educação, ela diz que, apesar dos esforços dos movimentos, os casos de machismo não têm sido solucionados. Para ela, o problema está na ausência de posicionamento da UFRJ: “Sentimos muita falta da instituição. Fazemos a denúncia, mas a reitoria não assume para si a necessidade de combater essas práticas na universidade”, criticou.

No fim de maio, o Coletivo divulgou nota em que acusa nominalmente o professor Pedro Ivo Salvador, do Departamento de Matemática Aplicada da UFRJ. Ele é autor do artigo “Restringir a demanda é importante”, veiculado em seu blog pessoal. Em um dos trechos, após dizer que restringir a demanda aumenta o valor de um produto, o docente afirma: “Sendo assim, uma mulher que restringe a demanda, se relaciona com muitos poucos sortudos, em termos econômicos possui um preço elevado. Contudo, há uma tendência feminista de dizer que mulheres devem aproximar seus comportamentos e padrões morais ao dos homens. Ou seja, não restringir sua demanda. (...) Logo, ao reduzir a restrição da demanda, ela estará reduzindo seu preço...”.

Outro professor também citado na nota do Coletivo é Bernardo Santoro, substituto dos cursos de Direito da Uerj e da UFRJ. Ele divulgou em seu perfil do Facebook um texto em que agradecia ao feminismo por ter proporcionado sexo sem compromisso para os homens. “Depois do feminismo, da revolução sexual e da pílula, nunca foi tão fácil ter uma mulher sem nenhum compromisso. Basta uma cantada ‘mais ou menos’ para pegar a garota e insistir um pouquinho para conseguir arrastar pro motel logo na primeira noite”, dizia um trecho. Santoro pediu exoneração do cargo de professor substituto da Uerj, mas voltou atrás na decisão.

Professores se defendem

Procurado pela reportagem, o professor Pedro Salvador disse, por e-mail, que não tomou conhecimento da nota divulgada pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ, mas que recebeu “comentários e mensagens agressivas” pela publicação do artigo. Afirmou, ainda, que em seu texto não compara mulheres a bens e responsabilizou também as mulheres pela propagação da violência: alega que são elas que criam os “pequenos machistas”.

Já o professor Bernardo Santoro, que comentou em alguns veículos de comunicação que seu texto se tratava de uma brincadeira, disse à reportagem do Jornal da Adufrj que retirou o post do ar por razões pessoais. Perguntado se ele também considera piadas homofóbicas e racistas como brincadeiras, o docente defendeu a liberdade de opinião: “Certamente ficaria ofendido se fizessem piada com minha origem indígena, mas não faria uma ‘caça às bruxas’ contra tal pessoa. Tolerância com o diferente é a base da democracia”.

Falso humor

Pesquisadora do Laboratório de Direitos Humanos (LADIH/UFRJ) e aluna de pós-graduação da Faculdade Nacional de Direito, Heloisa Melino considera que a violência simbólica se constrói com a naturalização da violência: “É muito comum, principalmente, o discurso de ‘isso é só uma piada’. Precisamos combater a violência simbólica do discurso de humor, pois é a forma mais sutil pela qual se propaga a ideia de que as mulheres são menos capazes, menos inteligentes, menos hábeis, menos úteis. É esse discurso que faz com que haja diferenças de salário, que faz com que os homens achem normal passar a mão em uma mulher, assediá-la verbalmente ou ‘encoxá-la’ no metrô. ‘É só piada. É só elogio’. Não, a morte de mulheres não tem graça, estupro não é engraçado”.

Heloisa milita no grupo Universidades Feministas, que engloba Uerj, UFRJ e PUC, além de compor o Coletivo de Mulheres da UFRJ. Sua experiência tem mostrado que os casos mais recorrentes nas universidades são de agressões verbais e perseguição a mulheres. “Procuramos manter um espaço seguro para denúncias sobre estupro, sobre agressões físicas, para que mulheres dividam suas histórias e possamos nos fortalecer umas às outras”.

Buscar apoio é o primeiro passo, na opinião da pesquisadora, para enfrentar os casos de opressão na universidade: “Eu incentivo a procurar primeiro o apoio de pessoas e de coletivos feministas e só depois acionar a instituição de ensino, porque não existe imparcialidade, e o machismo também está nas estruturas das universidades, de forma que alunas ou alunos sozinhos podem ser silenciados”.

A entrevista, completa, com a pesquisadora, você pode ler aqui.

 

Violência simbólica é reflexo da sociedade

De acordo com a decana eleita do CFCH, professora Lilia Pougy, os episódios recorrentes de machismo e outras formas de opressão estão cada vez mais vivos na sociedade como um todo. “O machismo faz parte de uma estrutura patriarcal, que ainda domina nossa sociedade. Esse conceito pode parecer ultrapassado, mas tem grande vitalidade. Por isso, é ‘natural’ que essas práticas se reproduzam na universidade. A sociedade tem renovado as formas de dominação, dentre elas a violência simbólica que reduz o outro, seja pelo machismo, pelo racismo, pela homofobia.”.

A recorrente contraposição entre machismo e feminismo, como conceitos antagônicos, para a professora, além de gerar grande confusão, ignora a relação de busca por direitos e organização social: “É uma grande excrescência! Não há antagonismo. Enquanto o machismo está associado ao patriarcado, o feminismo engloba diferentes pensamentos, filosofias, práticas que se unem na busca pela ampliação de direitos”, disse Lilia (da Escola de Serviço Social), que tem a “violência de gênero em tempos de Lei Maria da Penha” como uma de suas linhas de pesquisa. 

Ela criticou a postura de ridicularização do movimento feminista: “Chamar feministas por estereótipos, como aquelas que queimam sutiã ou dizer que são histéricas, fecha o diálogo. As polarizações são inférteis, não levam a nada. Somos todos seres humanos tentando caminhar na direção dos avanços sociais e da conquista de direitos”.

Reagir é fundamental

Lilia Pougy afirma que reagir à violência de gênero se faz cada vez mais importante, mas que ela não ocorre somente com a denúncia: “É fundamental fazer barulho, expor o agressor, mas infelizmente pode haver também uma reação de introspecção e adoecimento da vítima, o que é muito comum”. Ela foi veemente na crítica a posturas que desconstroem avanços sociais: “É lamentável que na universidade, que é espaço de criação e liberdade de pensamento, aconteça esse tipo de situação. É preciso levar em conta princípios, dentre eles o respeito ao coletivo, e isso não se constrói com situações de opressão”.

A universidade, para a decana, precisa se posicionar: “Isso deve ser levado aos colegiados superiores. É preciso coletivizar essas questões e não particularizá-las. Há uma questão social que precisa ser tratada no escopo da política acadêmica. Outro caminho é a denúncia para a Ouvidoria da UFRJ, que aciona os dirigentes e pode dar encaminhamento a esses tipos de ações. A gente precisa intervir institucionalmente, mas esse não é o papel apenas dos dirigentes. É papel de todos os servidores públicos”.

Ação policial, motivada por um pedido do comitê eleitoral de Aécio Neves, tenta apreender computadores no local. Justificativa: ali estaria a origem de um ponto para ataques virtuais ao candidato do PSDB

Adufrj-SSind repudia episódio

Por pouco, a coordenadora do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ, Mônica Grin, não teve equipamentos de trabalho confiscados de sua sala no prédio do Largo de São Francisco, no Centro do Rio, no último dia 11. A professora entrou em uma lista de suspeitos de difamarem, na internet, o candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG). 

A operação foi motivada, em primeiro lugar, por um pedido do comitê eleitoral do tucano à Justiça de São Paulo. O objetivo era investigar o endereço de computadores que alimentariam sites com ataques ao candidato. Vencida esta etapa, foi feita uma representação aos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 26 de maio e na semana seguinte, respectivamente, para continuar a investigação. Daí resultou o mandato de busca e apreensão utilizado por um promotor e uma equipe de policiais no prédio da UFRJ.

Mônica (e a universidade) teriam sido poupados pela constatação de que a docente apenas havia contratado um serviço privado de wifi, oferecido a alunos e professores do local (ou seja, qualquer um poderia ter utilizado a rede para atacar Aécio). Contudo,  pelo menos outras quatro pessoas do Rio tiveram pendrives, máquinas fotográficas, chips, HD externos retirados de suas casas e locais de trabalho e enviados para perícia.

UFRJ acionou a Procuradoria Federal

Segundo a assessoria de comunicação da reitoria da UFRJ, a professora, até quinta-feira 12, disse que preferia não dar declarações e buscaria assessoria jurídica sobre o caso: “A UFRJ acionou sua Procuradoria Federal e entrou com uma ação cautelar, para evitar a apreensão de bens da universidade. A ação questiona a competência da Justiça Estadual para apreender bens e equipamentos federais; defende o território federal e a autonomia universitária”.

 

Nota de solidariedade

A Diretoria da Adufrj-SSind, tendo tomado conhecimento de operação policial realizada no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS)/Instituto de História (IH) para apreender computadores da universidade, a pretexto de investigar suposto crime de difamação contra o candidato do PSDB à Presidência da República, vem manifestar sua solidariedade à professora Mônica Grin, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ, que teve seu nome envolvido na investigação apenas por ser a contratante pessoa física de um serviço de internet sem fio oferecido a alunos e professores daquela instituição. 

Manifestamos nosso repúdio não só à ação ilegal das autoridades policiais na universidade, o que viola a nossa autonomia, mas também à ação do candidato que atenta contra a livre circulação de ideias e posições políticas, o que é típico de regimes autoritários de triste memória, especialmente nesse ano de descomemoração dos 50 anos do Golpe Civil-Militar no Brasil.

Por fim, reiteramos a posição da Adufrj-SSind e do Andes-SN em defesa de condições dignas de trabalho na UFRJ e nossa cobrança à Reitoria para que garanta a tod@s os professor@s, técnic@s e alun@s o acesso público e gratuito à internet de alta velocidade, que constitui ferramenta essencial para o ensino, pesquisa e extensão.

O impulso macartista na Capes deveria cheirar a naftalina de conservadores passadistas. Mas não é bem assim. O trânsito fácil com o qual o preconceito ideológico vem ganhando abrigo em setores da sociedade brasileira é de assustar. No caso da Capes, como se sabe, parecerista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior negou um projeto de pesquisa que utilizava o materialismo histórico-dialético como método. O Andes-SN repudiou, em nota, a censura. O texto ressalta que as liberdades de pensamento e expressão são fundamentais para a Academia e para a democracia. A contribuição mais concreta ao debate do assunto foi dada por Osvaldo Coggiola, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do Sindicato Nacional. Ele defendeu que, tanto os professores pesquisadores quanto os responsáveis pelos pareceres, tenham seus nomes divulgados publicamente, como ocorre em bancas de concursos. Isso significa, segundo ele, que os pareceristas devem responder publicamente por seus atos, como o da recente rejeição, que ele considera como “uma trapalhada primitiva e sem critérios”.

 

Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade da UFRJ, que completou um ano, vai abrir vagas para colaboradores voluntários, técnicos, alunos de graduação e de pós.

A expectativa é que a reitoria conceda bolsas para esse trabalho.  

Há necessidade, ainda, de apoio financeiro para digitalização de documentos e atas, providências que estão paralisadas por falta de verbas.

Os interessados podem obter mais informações pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


Quase no prelo

O professor Luiz Pinguelli Rosa tem um livro de memórias prontinho no seu computador.

Aguarda um momento mais adequado para publicá-lo.

Deu no New York Times

O conteúdo da seção Multimídia da página na internet do New York Times tem sido feito com imagens da Copa do Mundo no Brasil.

Isto apesar do desinteresse da população da nação imperialista pelo “soccer”.

 

140617112Internet
‘Não dá para fazer a Copa sem negros e pobres nos estádios’

Gilberto Gil


O ônibus sumiu

A empresa dos ônibus que circulam internamente ao Fundão entrou no clima de Copa e sumiu com a frota na sexta-feira, 13.

O tempo médio de espera nos pontos foi de 30 minutos.

E aí, prefeitura?


Mudos

No dia do fechamento desta edição (16/6), as centrais telefônicas do campus Fundão da UFRJ estavam parcialmente inoperantes, provavelmente devido ao rompimento de um cabo da Embratel. O dano teria sido provocado pelas obras da Transcarioca. 

Não havia previsão de retorno do serviço.


Bandejão

O horário de atendimento nos bandejões será mudado nos dias de jogos do Brasil e nos dias de jogos que acontecerão no Rio de Janeiro.

O Restaurante Central funcionará de 11h às 14h para o almoço e de 18h30 às 20h30. 

O Restaurante  do CT funcionará apenas para almoço das 10h30 à 12h45.

Para os jogos de julho, a escala ainda vai ser definida.


Museu Nacional fecha 

Atendendo a decreto da prefeitura do Rio, o Museu Nacional ficará fechado ao público nos dias 18, 22, 25 e 28/6 e 4 e 13/7 de 2014, devido aos jogos que serão realizados no estádio do Maracanã. 

Nos dias de jogos do Brasil, o expediente o expediente será até às 13h. Para os visitantes, o acesso às exposições nesses dias será de 10h às 12h.

Burocracia para acessar estacionamento da Praia Vermelha irrita docentes

Sem o adesivo da prefeitura, mesmo quem é professor da UFRJ não entra

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

14061751Foto: Kelvin Melo - 12 e 13/06/2014Depois de duas horas no trânsito, a professora Eliana Sérvulo, 59, da Escola de Química, perdeu mais 30 minutos para chegar ao seu compromisso no campus da Praia Vermelha: o motivo do atraso extra são as regras de acesso ao estacionamento. A reunião na Fundação Universitária Jose Bonifácio (FUJB) que aguardava a docente precisou esperar, além da liberação no portão, sua caminhada desde a rua do campinho de futebol (onde lhe autorizaram parar o carro), apesar de todas as vagas em frente à Fundação estarem disponíveis. Nem o argumento da professora de sofrer de fibromialgia (dores por todo o corpo) comoveu o operador de tráfego da empresa contratada pela universidade para administrar o local. 

“Agora você vê...”, desabafou a professora, atravessando o campus, com dificuldade. Eliana recorda ter participado, por “diversas vezes”, de atividades na Praia Vermelha, sem ter sido interceptada. O adesivo de autorização para estacionar no Centro de Tecnologia da própria UFRJ não foi suficiente para identificar a docente. Perguntada se não sabia que o acesso havia sido restrito aos servidores, afirmou que nunca ouvira falar da mudança de procedimento. 

Eliana reconhece o mérito da organização do espaço, mas questiona o método: “Realmente, temos esse problema no Brasil; o autoritarismo faz com que poucas cabeças pensantes tomem decisões completamente arbitrárias. E depois, ficamos sem margem para adequações. A não ser que imaginem que a gente vem estacionar aqui para ir ao shopping (Rio Sul, nas proximidades)”, brincou.

Sem adesivo, não entra

Joana Vargas, professora do NEPP-DH concorda. Apesar de estar entre os docentes cadastrados, até hoje não recebeu o adesivo (e foi barrada na entrada). Para ela, a iniciativa de organização foi positiva; entretanto, tornou-se excessivamente burocrática. “Não vou poder entrar. Eles querem que eu ligue para minha Unidade para que telefonem para a prefeitura e liberem a minha entrada”. Joana conta que deixou de ir ao trabalho de carro há muito porque, antes, não encontrava lugar para estacionar. “Venho sempre de ônibus e, eventualmente, de táxi”, afirmou. Extraordinariamente, resolveu “aproveitar” uma reunião para levar materiais. “No fim das contas, perdi o dia. A reunião já era”, lamentou, apontando para as caixas na parte de trás do carro. 

 

Administração endurece rotina

O estacionamento da Praia Vermelha vive mudanças de regras desde a redução de vagas, segundo a subprefeitura do campus, de mais de 350 para 230. De acordo com o subprefeito Enio Kaippert, a restrição foi imposta pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela universidade e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com mediação do Ministério Público, em 2010, para ajudar na preservação do Palácio Universitário, que é tombado — ficou proibido estacionar em boa parte do seu entorno.

A decisão de restringir o acesso do estacionamento aos servidores lotados na Praia Vermelha, segundo o subprefeito, tem origem no Conselho Superior de Coordenação Executiva, formado basicamente pela administração central e pelos decanos. Enio informa que, na Praia Vermelha, a proibição que os alunos utilizem o local até 18h foi aplicado a partir do recadastramento feito entre setembro de 2013 e abril de 2014. Desde então, apenas os cerca de 1,2 mil servidores (docentes e técnicos-administrativos) com adesivo distribuído pela subprefeitura podem entrar no estacionamento. O uso é por ordem de chegada até a lotação. 

Pessoas convidadas para eventos só entram mediante prévio aviso à subprefeitura. O nome entra em uma lista diária da portaria. “Cabe à Unidade informar a visita para o acesso”, explicou Enio. Comunidade externa que queira acompanhar qualquer atividade, um debate, por exemplo, não tem vez. Professores de outras Unidades da UFRJ, idem. A única “flexibilização” é para estudantes com dificuldades de mobilidade (temporária ou permanente) ou gestantes com gravidez de risco. Esses podem estacionar próximo ao anexo do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, junto às vagas reservadas para autoridades, diretores de Unidades e decanias.

De acordo com o subprefeito, os piores momentos do estacionamento são “quaisquer horas nas terças e quintas-feiras”, quando o Instituto de Psiquiatria (IPUB) e o Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC) recebem pacientes de outras instituições de saúde. Nesses casos, os veículos estão autorizados a deixar ou levar os enfermos, mas não para estacionar: “Tendo apenas o motorista, estão autorizados a parar. E apenas em caso de não haver como deixar o paciente sozinho em nenhuma circunstância, usam-se as vagas das unidades”. As ambulâncias também recebem a orientação de permanecer com o motorista ao volante. 

Segundo Enio, dificilmente o campus fica com vaga ociosa. “Estamos em férias e em greve (dos técnicos) e o estacionamento está cheio. Ultimamente, com as aulas de pós-graduação, até aos sábados estamos sem vagas”, relata. 

Política do governo incentiva uso de carro

Para Enio, o problema do estacionamento corresponde à convergência da redução de vagas com uma política geral (do governo federal) de incentivo ao automóvel. Em sua visão, o campus não sofre problema de mobilidade ou de falta de oferta de transporte público: “Todos os estudos comprovam que a Zona Sul é a mais bem servida de ônibus e ainda tem integração de metrô pela Urca”, afirmou. “O que se reclama é da dificuldade de vagas privadas. O único estacionamento disponível é o do shopping, com alto custo”, disse, destacando que as públicas, no entorno da universidade, foram em grande parte apropriadas pelos condomínios vizinhos, como na Rua Lauro Muller.

Quanto às reclamações de falta de informação, a subprefeitura argumenta que a divulgação do recadastramento foi reforçada quatro vezes. 

 

Servidores em greve e estudantes marcam presença em ato antes da abertura dos jogos no Brasil

PM age com violência ao final do protesto

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Cerca de três mil pessoas participaram do ato “Nossa Copa é na rua”, realizado antes da abertura do torneio da Fifa, dia 12, na Avenida Rio Branco.  Na caminhada Candelária-Lapa, destacaram-se servidores da Educação, Saúde e Cultura, além dos estudantes. Trabalhadores do IBGE e Justiça também engrossaram a atividade, a primeira de uma série que acompanhará as datas de jogos do Brasil.

 “É uma atividade que congrega trabalhadores, movimentos sociais e o movimento estudantil em defesa da Educação, Saúde e Transporte públicos de qualidade e da moradia digna”, afirmou Sônia Lúcio (Regional Rio do Andes-SN). “Ela reúne um conjunto de reivindicações daqueles que vivem do seu trabalho e que têm sido confrontados com uma política que prioriza a utilização do fundo público a serviço do capital. E, ao mesmo tempo, este protesto se solidariza à luta pela livre organização e manifestação, em especial aos metroviários (de São Paulo), por sua bela luta”.

“A luta vai continuar na Copa e depois”, destacou Luis Acosta (conselheiro da Adufrj-SSind e integrante da direção eleita da Regional do Andes-SN no Rio). “Esta não é uma atividade contra a Copa. Mas a favor de que problemas sociais estejam também na agenda. O Andes-SN tem uma pauta salarial e por condições de trabalho e quer negociação real com o governo”, disse. 

 “Hoje estão em greve os técnico-administrativos das universidades e toda educação federal básica; além das redes municipal e estadual (básica de Educação)”, destacou o Luiz Sérgio Ribeiro, da coordenação geral do Sindscope e da direção nacional do Sinasefe e executiva da CSP-Conlutas. O dirigente fez um balanço positivo da mobilização: “Esta é uma atividade vitoriosa. Conseguimos reunir uma série de categorias em luta para dialogar com a população sobre a situação da Cultura, Educação e principalmente Saúde frente aos gastos milionários com a Copa no primeiro dia jogo do Brasil”, avaliou, destacando a dificuldade das categorias para que o governo federal negocie. “Esperamos abrir um canal”, avaliou.

Além dos excessivos gastos de recursos públicos, e da falta de investimentos nos serviços que atendem à população mais pobre, o ato questionou o “legado” das remoções e de mazelas como a exploração do turismo sexual. O carro de som apostou nas paródias de marchinhas de carnaval carioca para transmitir o recado: “Olha essa Copa pra quem é?/Não é pra mulher, não é pra mulher!/Não tem dinheiro pra saúde,/Não tem dinheiro pra educação./Não tem para o transporte./Pra Fifa, tem mais de um bilhão! Corta o dinheiro deles/Corta o dinheiro deles!”.

Truculência policial

 O ato, que caminhava em meia pista, tomou toda a Avenida Rio Branco, depois que um motorista de ônibus abandonou o veiculo, bloqueando o tráfego no sentido oposto. A Polícia Militar deixou a repressão violenta para a dispersão da atividade. Na Lapa, bairro boêmio e de apelo turístico, manifestantes foram agredidos violentamente com cacetes, bombas e spray de pimenta. O professor Pedro Guilherme, da rede básica, agredido e preso sem acusação, só foi liberado depois do término do jogo oficial. Outros professores com camiseta vermelha do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) foram espancados.

 
 
Em nota, diretoria da Adufrj-SSind defende direito de greve e manifestações
“A Diretoria da Adufrj-SSind se solidariza com todos os trabalhadores que tiveram seus direitos de manifestação cassados recentemente no Brasil. Os professores e metroviários que foram demitidos ou presos por fazerem greve ou por estarem presentes nas manifestações de rua evidenciam a inadmissível criminalização dos movimentos sociais que se aprofunda a partir dessas e demais ações arbitrárias. A prisão política, a intimidação, o assédio e a negação ao direito de greve não podem ser naturalizados e as manifestações em favor da conquista e ampliações de direitos sociais devem ser reconhecidas como pilares de construção de uma sociedade radicalmente democrática. Todo apoio à luta dos trabalhadores brasileiros!”

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