Accessibility Tools
A diretoria da AdUFRJ está representada pelas professoras Mayra Goulart e Nedir do Espirito Santo na reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino, que acontece neste final de semana na sede do Andes,
em Brasília.
Um dos temas centrais da primeira manhã de debates foi a Campanha Salarial para 2024. O Andes e o conjunto de servidores do Executivo nacional pedem a recomposição das perdas inflacionárias do período pré-Bolsonaro, associadas às perdas dos últimos quatro anos - descontados os 9% concedidos em 1º de maio. "É necessária uma construção dessa pauta com o conjunto dos servidores públicos, mas, também o acompanhamento e conversas específicas junto ao Ministério da Educação e à Secretaria de Educação Superior (SESu)", defende a professora Mayra. A AdUFRJ já entregou documento ao ministro Camilo Santana solicitando abertura de mesas setoriais de negociação e, na próxima segunda-feira (21), se reunirá com a secretária da SESu, Denise Pires de Carvalho, com o mesmo objetivo.
Outro importante tema foi a Proposta de Emenda à Constituição nº 32. Conhecida como PEC da reforma administrativa, a iniciativa tem por premissa culpabilizar o servidor. O arcabouço fiscal, segundo Mayra Goulart, se assemelha à PEC nesse sentido, já que prevê congelamento de salários em caso de não cumprimento das metas fiscais. É preciso ressalvar que o arcabouço é melhor que o teto de gastos, mas esse item específico, o congelamento de salários do funcionalismo — que foi inserido na tramitação na Câmara (não era proposta do governo, conforme informaram à AdUFRJ, os responsáveis da Fazenda — é muito ruim para os servidores.
Sobre este tema, a AdUFRJ cumpriu intensa agenda na semana passada, em Brasília. Houve encontros nos ministérios do Planejamento, Fazenda e com representantes do relator da PEC no Senado. “O arcabouço é melhor que o teto de gastos, porque repactua as metas, permitindo a manutenção dos pisos e mesmo a expansão dos gastos com saúde e educação. Mas acreditamos que é necessário aprimorar o projeto, com a retirada do dispositivo que congela nossos salários”, explica a professora Mayra.
A AdUFRJ também considera central dialogar com setores hoje refratários ao funcionalismo público. "Não podemos reforçar a polarização desses grupos. É preciso atrair esses setores que no passado aderiram ao bolsonarismo, como os evangélicos", avalia a vice-presidente da AdUFRJ.
O Andes, por sua vez, aposta no sectarismo, algo combatido pela diretoria da AdUFRJ. "Reconhecemos que existe um contexto de recrudescimento conservador, mas precisamos desativar essa polarização”, afirma a professora Mayra Goulart. “O sectarismo só afasta e prejudica o propósito de expandir os valores progressistas”, reforça. Assim como defendemos um governo de diálogo e negociação, praticamos um sindicalismo não sectário que visa representar todos os professores e professoras.
O encontro do Setor das Federais do Andes acontece até amanhã (20 de agosto) na capital federal.
Hoje sob coordenação da AdUFRJ, o Observatório do Conhecimento vai cumprir intensa agenda em Brasília, na próxima semana. A rede de associações e sindicatos docentes vai participar de audiências no Congresso e do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas. Confira a seguir:
23/08 (quarta-feira)
9h: Audiência Pública: “O papel das universidades e IFs no combate às desigualdades no país”.
Local: Câmara dos Deputados
15h: Audiência Pública: “Autonomia universitária na eleição de reitoras e reitores das universidades federais”
Local: Câmara dos Deputados
20h: Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas
Local: SHIS QL 12 conjunto 15 casa I, Lago Sul
24/08 (quinta-feira)
10h: Audiência pública: “Mulheres na ciência”
Local: Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Spada/ Câmara dos DeputadosA Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (9) o Projeto de Lei 5384/20, que reformula a Lei de Cotas. Houve três mudanças. A principal é quanto à ampliação das possibilidades para os cotistas. Antes restritos às vagas destinadas aos subgrupos de cotas, agora os estudantes concorrerão às vagas gerais e só se não alcançarem a nota necessária é que concorrerão às cotas.
Além disso, os quilombolas foram adicionados ao sistema de cotas e houve redução da renda familiar per capita para se inscrever no sistema. Agora, o limite de renda é de até um salário mínimo por pessoa da família. Atualmente a renda permitida é de 1,5 salário mínimo. Os deputados mantiveram a reavaliação da lei a cada década.
Diretora da AdUFRJ, a professora Nedir do Espirito Santo considera a aprovação uma importante conquista para todos aqueles que defendem a democratização do acesso às universidades. “O fato de deixar de restringir os cotistas a 50% das vagas tende a aumentar a presença desses grupos no ensino superior, o que é muito positivo”, disse. “Os quilombolas também são um grupo importante e negligenciado por muitos anos. Importante a inclusão”, frisou.
O texto aprovado é o substitutivo da relatora, a deputada Dandara (PT-MG). O original era da deputada Maria do Rosário (PT-RS). O PL segue agora para votação no Senado.
Em maio de 2022, a AdUFRJ se engajou na campanha “Um passo pra dentro e muitos pro mundo”, do coletivo Perifa Connection, da Coalizão Negra por Direitos e do Observatório do Conhecimento. A ação tinha por objetivo sensibilizar a sociedade e os parlamentares sobre a importância da manutenção da Lei de Cotas, cuja revisão estava prevista para o ano passado.
O Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides) comemora 10 anos de fundação. Como parte dos festejos, o órgão suplementar do Centro de Tecnologia vai realizar a aula inaugural do curso de extensão em Construção Naval Artesanal com o navegador Amyr Klink, na próxima segunda-feira (21). A palestra, em parceria com a Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga, será no auditório Horto Babosa do CT, a partir das 14h. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita.
VAGAS CONCORRIDAS
Dois concursos da universidade atraíram 67.909 candidatos para 282 vagas de técnicos-administrativos. O cargo com maior concorrência é o de Assistente em Administração, que recebeu 24.613 inscritos para 25 vagas. Em seguida, aparece o cargo de Técnico em Enfermagem (Geral), que teve interesse de 10.224 pessoas para 13 vagas. Já os cargos com menores índices de disputa são o de Médico nos perfis Radiologia Pediátrica, com cinco candidatos para uma vaga, e Neurofisiologia para EEG e Neurologia Eletromiografia, com sete candidatos para uma vaga, cada. Todos esses cargos se referem à lotação no Rio. As provas de nível médio serão no dia 3 de setembro. Já as provas de nível superior ocorrerão no dia 10.
Após 21 anos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas atualizou as regras sobre citações no mês passado (veja quadro). Para entender o impacto das mudanças nos trabalhos acadêmicos, o Jornal da AdUFRJ conversou com Amanda Moura, coordenadora substituta do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ (SiBI). Confira a seguir:
O que muda para os professores?
Os professores, sobretudo os que ministram disciplinas de metodologia de pesquisa, precisam comunicar os alunos sobre a publicação da atualização da norma, pois ela já está valendo. E procurar a biblioteca que atende o curso para tirar dúvidas é sempre um bom caminho.
A alteração vale também para os professores que estão fazendo mestrado, doutorado (em suas dissertações/teses) e nas publicações em revistas científicas, não?
Com certeza! Quem publica qualquer comunicação científica ou acadêmica que envolve citações deve ficar atento às normas.
Todas as bibliotecárias do sistema já estão a par destas mudanças para orientar professores e alunos?
As mudanças já foram amplamente divulgadas nas mídias e site do SiBI, e nossa rede de bibliotecas está à disposição para qualquer orientação necessária. O Manual Para Elaboração de Teses e Dissertações está sendo atualizado e, em breve, será disponibilizado.
Qual sua avaliação sobre as alterações?
A avaliação geral é positiva, pois a norma anterior não explicava os detalhes das citações com muita clareza. A maioria das mudanças foi para melhor, como o fim da caixa alta para indicação dos autores entre parênteses e a possibilidade de indicar a localização do trecho citado, o que é fundamental em textos que não são paginados. Em termos de trabalho, não muda muita coisa. É só mesmo ter o cuidado de se atualizar sobre as mudanças e ter em mente que os gerenciadores de referências podem não estar atualizados ainda. Pode ser necessário corrigir as citações manualmente.
O que são gerenciadores de referência?
São plataformas ou aplicativos para criação de bibliotecas de documentos de interesse do pesquisador ou aluno, para facilitar as citações e listas de referências. Algumas contam com plugins para citação automática no Word, como, por exemplo, Mendeley, Endnote e Zotero.
A aplicação da regra é imediata?
Os professores precisam ter bom senso com relação aos alunos que estão concluindo seus trabalhos. É quase impossível para alguém que vai defender um trabalho acadêmico em uma semana ou um mês alterar tudo que já estava pronto. É preciso ter essa compreensão e exigir a atualização para quem ainda tem algum tempo para concluir.