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Professores têm relatado à AdUFRJ diferentes tentativas de golpe por telefone. Os criminosos entram em contato para informar sobre uma falsa ação ganha, comunicam números de protocolo e de lote e dizem para as potenciais vítimas ligarem para um advogado em Brasília para mais detalhes. Neste segundo momento, cobram uma taxa para liberação dos valores. "Tem que desconfiar sempre. Quando uma ação é ganha, ninguém precisa pagar taxa alguma", explica Ana Luisa Palmisciano, assessora jurídica da AdUFRJ. "Se o professor tiver qualquer dúvida, deve procurar o plantão jurídico do sindicato", completa. Para agendar um horário, envie e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou mensagem de whatsapp para (21) 99808-0672.
282029744 375805304593231 1568510983491382314 nComeçou a campanha "Um passo pra dentro e muitos pro mundo", da Perifa Connection e do Observatório do Conhecimento, que conta com o apoio da AdUFRJ. Quem almoçou no bandejão central do Fundão, na terça-feira (17), pôde receber o material com as informações sobre a ação e conversar com os mobilizadores sobre a importância da manutenção da Lei de Cotas para a sociedade e para a UFRJ.
Professoras e professoras, a AdUFRJ convida vocês a abrirem as suas aulas para os mobilizadores da ação. Preencha o formulário em bit.ly/dialogocotas. A conversa deles com a turma vai levar só dez minutinhos.
Fotos: Alessandro Costa281634713 375805341259894 1809187863629440958 n

WhatsApp Image 2022 05 13 at 18.31.09Uma hora e vinte minutos. Esse foi o tempo que o professor Cláudio Cerqueira Lopes, titular do Instituto de Química, ficou preso no único elevador que funcionava no Bloco A do Centro de Tecnologia. O incidente aconteceu no final da tarde da terça-feira, 10. O resgate foi realizado pelos bombeiros que atuam na Brigada de Incêndio do CT. Ele e outras quatro pessoas – duas professoras e duas alunas – tentavam se deslocar do quinto andar ao térreo do edifício quando o elevador não obedeceu ao comando, subiu até o sexto andar, desceu até o terceiro e novamente subiu até o sexto andar, onde travou com as portas fechadas.
“Eu me senti muito mal, fiquei com medo pela minha segurança e das pessoas que estavam comigo”, desabafa o professor. “Tive muito medo que o elevador se desprendesse. Eu uso aquele elevador há 47 anos e quase não houve reformas desde então. É um equipamento muito obsoleto”, afirma.
Ele critica a gestão da decania do CT em relação aos elevadores e ao prédio como um todo. “O elevador é só um reflexo da precarização a que o CT submete os ocupantes do Bloco A. A limpeza também está um caos. Quando dá 17h, os banheiros estão em situação da maior precariedade”.
Aos 65 anos, Cláudio Cerqueira é cardíaco e tem problema crônico num dos joelhos, condições que o levam a depender dos elevadores para trabalhar. Ele coordena o Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos, no quinto andar. “Com os entrepisos que existem no prédio, são dez lances de escadas, equivalentes à subida de dez andares, até chegar ao meu laboratório”, ilustra o professor. “Expus minha condição física, minha vida e das minhas alunas”.
Respeitado no meio científico e forense, o docente sentiu-se abandonado pela instituição. “As pessoas da minha idade estão sendo muito desrespeitadas. Eu perdi minha forma física porque vivi uma vida inteira para a pesquisa, para o ensino, para esta universidade”.
A estudante de iniciação científica Anna Carolina Marques também estava no elevador. “Outra menina aqui do laboratório já tinha ficado presa antes da pandemia e ficou bem mais tempo que a gente”, relata. Ela denuncia que dentro do elevador não havia telefone de emergência e nem botão de alarme funcionando. “Se eu estivesse sozinha, não teria conseguido chamar socorro, porque meu celular estava fora de área”, conta.
Quem chamou o resgate foi o próprio professor Cláudio. “O bombeiro que nos atendeu disse que estamos muito próximos de uma tragédia, porque não há mais o que fazer com aqueles elevadores”, conclui o professor.
“O elevador tremia, fazia barulho como se estivesse funcionando e parava. A gente não sabe como está a estrutura dos cabos. Nosso medo era que ele despencasse”, completa Thiana Santiago, pós-doc do laboratório, que também ficou presa.
O problema havia sido denunciado na edição passada do Jornal da AdUFRJ. Na ocasião, a administração do CT informou que não tem ingerência sobre a manutenção desses elevadores, porque o contrato foi firmado diretamente com a Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6). O pró-reitor da área deu esclarecimentos sobre o assunto no Conselho Universitário do dia 12 (leia AQUI).
De acordo com a administração central, não faltam recursos do orçamento participativo para manutenção. Ainda segundo a reitoria, não houve pedido da decania para que os elevadores fossem priorizados. “Não recebi nenhum pedido formal para priorizar a reforma do elevador do CT. A iniciativa foi nossa”, afirma o vice-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão Rocha. “Isso não significa que estejamos nos eximindo da responsabilidade”, reconhece. “Um caso como esse é muito sério e prejudica a todos: a nós, na reitoria, à decania do CT e, principalmente, às vítimas, às cinco pessoas que ficaram presas. A elas, quero pedir desculpas em nome da universidade”.
O professor Walter Suemitsu, decano do CT, explicita a posição da decania sobre o assunto. “A última reforma que aconteceu, há 15 anos, foi financiada pelo CT, com recursos de projetos da Coppetec”, esclarece o dirigente. “Infelizmente não temos mais esse dinheiro. Nos últimos dois anos, não houve recursos no orçamento para materiais permanentes e equipamentos”, afirma.
Os elevadores do Bloco A estão no limite da vida útil, segundo o decano. “Fizemos um orçamento e a empresa nos deu o parecer de que é mais barato trocar os elevadores do que consertá-los. Estimamos que a reforma completa custe em torno de R$ 2 milhões. A decania realmente não tem recursos para essa reforma. A gente conta com o apoio da reitoria”, finaliza.

conhecimentoO orçamento da educação superior e da Ciência e Tecnologia perdeu R$ 83,8 bilhões em apenas sete anos (2014 a 2021). E os cortes podem chegar a quase R$ 100 bilhões ao fim de 2022. Os números são resultado de um estudo do Observatório do Conhecimento — rede de associações e sindicatos docentes — divulgado na segunda-feira, 16. Já o impacto da "tesourada" é incomensurável. "Há uma geração de alunos que estão saindo da pós por que não têm bolsas, por que não têm financiamento para suas pesquisas, por que estão dentro de uma universidade degradada no seu espaço físico", criticou a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento.

Leia mais na próxima edição do Jornal da AdUFRJ.

Passada a euforia do retorno, o choque de realidade. Assim como retratou em suas páginas a alegria do reencontro, simbolizada pelos abraços guardados na saudade acalentada por dois anos de afastamento na pandemia, o Jornal da AdUFRJ inicia nesta edição, nas páginas 4 e 5, uma série de reportagens sobre os problemas enfrentados pela comunidade acadêmica em pouco menos de um mês de volta às aulas presenciais. Muitos não são novos. Ao contrário, são velhos conhecidos. As más condições de trabalho foram o principal assunto tratado pelo Conselho de Representantes da AdUFRJ, realizado de forma híbrida na quarta-feira (4), tema de nossa matéria da página 3. Representante de Macaé, a professora Lais Buriti, resumiu bem o cenário: “Não parece que se passaram dois anos, porque estamos com os mesmos problemas, só que agravados”.

Vamos começar a série falando de uma unanimidade em termos de desolação: o transporte público. A Ilha do Fundão, em particular, padece nessa seara. Já com parcas opções de acesso, alunos, professores e funcionários enfrentam a escassez de ônibus nas poucas linhas disponíveis, sobretudo no período noturno; encaram a superlotação nos horários de pico — algo particularmente preocupante no momento em que a curva de casos de covid-19 volta a dar mostras de reavivamento — e sofrem diariamente com o sucateamento da frota. “No intervalo de uma semana, eu presenciei duas quebras de ônibus. Tem que descer, pegar outro e gera um transtorno muito grande”, conta o professor Fernando Duda, da Coppe, que mora em Copacabana e é um usuário sofredor da combalida linha 485.

Em muitos casos, a locomoção é uma loteria. Brenda Tosi, mestranda do programa de Linguística, que o diga. Na tarde de terça-feira (3), ela esperava um ônibus da linha 410T para voltar para casa, em Rocha Miranda, na Zona Norte. Depois de 40 minutos sob um calor de 34 graus no ponto em frente à Faculdade de Letras, ela desistiu e tentou a “sorte”: pegou um ônibus interno e resolveu encarar o BRT. Lá estava o caos habitual: plataforma abarrotada de gente, mais tempo de espera, veículos lotados, com pessoas penduradas nas portas abertas. A estudante Mariana Victorino, do 7º período de Engenharia de Alimentos, moradora da Penha Circular, na Zona Norte, deu um diagnóstico preciso do BRT: “Antes da pandemia, era cheio tolerável. Agora, está superlotado”. Na primeira semana de aula, Mariana precisou descer de um BRT com pneu furado, em Olaria.

Para quem trabalha ou estuda no CT, superar os problemas do transporte público é uma espécie de “treino” para enfrentar outro obstáculo: os elevadores. No bloco H, os dois estão parados. Dos quatro do bloco A, só um funciona para atender a sete andares. “É uma situação vexaminosa para uma universidade e de desrespeito para com sua comunidade”, reclama o professor Ildeu Moreira, do Instituto de Física. Esse é um problema que entra no rol dos clássicos. “Trabalho aqui há 30 anos. Só uma vez vi todos os elevadores funcionando”, relata Dalva Lúcia Rossotti, servidora do Instituto de Química.

O medo e a insegurança, que foram objeto de recente matéria do Jornal da AdUFRJ por conta dos arrastões e assaltos na primeira semana de aulas presenciais na Praia Vermelha, rondam também o CT. O breu no estacionamento entre os blocos A e H reforça o temor que o professor Papa Matar Ndiaye, da Escola de Química, descreve em poucas palavras: “É dramático porque, das unidades do CT, somente a Escola de Química tem cursos noturnos. Isso gera um problema também emocional, de saber que você está se arriscando em um lugar que não deveria oferecer essa preocupação. Você pode ser roubado, agredido e ninguém verá”, diz o professor.

As filas gigantes para os bandejões, problemas de infraestrutura no prédio do CT e buracos nas pistas e no estacionamentos do CT são outros problemas abordados nesse primeiro capítulo da série. No dia 24, a diretoria da AdUFRJ terá uma reunião com a reitoria para tratar dos problemas abordados nesta edição, apresentar as demandas dos docentes e cobrar prazos para as soluções.

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